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sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Recuperação escolar não precisa ser um bicho de 7 cabeças



Expectativa de passar ou não de ano traz momentos de tensão para pais e alunos, mas o período de recuperação pode ser essencial para o progresso escolar

O período de recuperação na educação regular é um daqueles momentos do calendário que pode causar espanto, decepção e frustração aos estudantes, pais e responsáveis. Isso acontece pelo estigma com que a recuperação é encarada socialmente, vista como uma forma de castigo ou punição quando, na verdade, representa uma oportunidade extra de aprendizado.

Na opinião do coordenador do núcleo psicopedagógico do Colégio Marista Glória, em São Paulo (SP), Marcos Aurélio Pereira, a recuperação é um momento de grande relevância para qualificar os processos de ensino e de aprendizagem escolar. “É necessário que os pais e alunos reconheçam esse período como uma chance de retomada ao estudo daqueles conteúdos conceituais que não se fixaram durante o ano letivo e, por isso, não foram assimilados”, analisa.

Segundo ele, alguns alunos têm um ritmo de aprendizado diferente da maioria da turma e, por isso, podem levar um pouco mais de tempo para apreender um 

conteúdo, o que deve ser compreendido e respeitado pelos pais, colegas e professores. “Nessa perspectiva pedagógica, o objetivo do processo da recuperação é garantir aos estudantes um tempo estendido no calendário escolar, com práticas e didáticas diferenciadas, para propiciar a aprendizagem significativa, ou seja, garantir que todos os alunos e alunas consigam apropriar-se do conteúdo que não conseguiram no tempo escolar regular”.

É uma segunda chance de garantir a assimilação do conteúdo, concorda Elizett da Luz Machado Bueno, professora de Português do Colégio Marista Anjo da Guarda, de Curitiba (PR). Ela explica também que longe de ser uma punição, o período de recuperação é uma forma de preencher possíveis lacunas no aprendizado. “O aluno tem mais uma chance para trabalhar em conteúdos que não foram 100% assimilados e também é uma oportunidade para tirar dúvidas de maneira mais individualizada. Assim, o estudante pode seguir para o próximo ano com a certeza de que está apto para progredir”, explica a professora.

Ao proceder com a prática da recuperação escolar, não só se cumpre uma exigência da legislação educacional brasileira, como também se assegura aos educandos a apropriação dos conteúdos essenciais para o seu processo de formação acadêmica. Mais do que recompor a nota anual ou quantificar o conteúdo apreendido, a recuperação deve ser entendida como a garantia de que a escola está priorizando seu papel mais relevante: levar conhecimento ao aluno.








 

Rede Marista de Colégios (RMC)
 www.colegiosmaristas.com.br


Aprendizado e diversão, a importância de balancear as atividades extracurriculares dos pequenos


São muitos os motivos para envolver os filhos em atividades extracurriculares: elas favorecem o desenvolvimento e habilidades complementares que vão bem além do mínimo exigido por um currículo escolar. De quebra, ajudam a organizar a agenda de toda a família, sobretudo quando os pais trabalham fora e não contam com um auxílio doméstico para supervisionar as crianças. Mas mesmo para aqueles que estejam em escolas de período integral, podem ter atividades apropriadas para sua fase de desenvolvimento e em equilíbrio com o tempo livre.

É interessante que ao menos parte das atividades extracurriculares não sejam conteudistas e que abram espaço para o lazer e o desenvolvimento de outras habilidades e valores, como convivência social, desenvolvimento motor, sensibilização artística e mesmo diversão pura: o lúdico, o aprender a brincar e se divertir também são importantes na formação de um ser humano emocionalmente pleno, saudável e responsável.

Para os menores, até os seis anos, o fator lúdico deve ser preponderante. Seja em esportes, cursos de idiomas, musicalização infantil, dança e outras atividades, não é hora ainda de submeter os pequenos a regras complexas e competitividade. É o momento de expandir repertório, fortalecer o autoconhecimento do corpo e desenvolver habilidades básicas. Atividades mais livres e flexíveis, que deixem espaço para a experimentação, são ricas e agradáveis. Tempo de recreação precisa ocupar uma boa parte da agenda nessa fase.

Em outras faixas etárias as atividades extracurriculares podem ser mais direcionadas, coordenando variáveis como o interesse das crianças, o cardápio de cursos e atividades disponíveis e a possibilidade de formar uma agenda razoável, que não deixe essa segunda jornada excessivamente desgastante. Mesclar algo que se afaste do currículo, como oficinas de culinária, marcenaria ou arte, desde que dentro do campo de interesses, pode ser uma forma de relaxar de exercícios de performance mais mensurável. Os especialistas em educação recomendam atividades no máximo três vezes por semana - caso a própria criança queira, peça e esteja confortável, um aumento na frequência é possível.

A inserção de atividades recreativas não deve ser deixada de lado: são aquelas que promovem bem-estar e satisfação pessoal, flexibilidade e aliviam o estresse. Os pais devem estar atentos em um equilíbrio entre apresentar novas possibilidades e respeitar gostos e escolhas pessoais dos filhos, já que talentos e pendores naturais começam a se tornar evidentes, assim como a tendência de preferir atividades que possam ser feitas junto com os colegas de classe.

É importante tratar o tempo livre como um elemento tão importante e digno de atenção na agenda quanto o conteúdo curricular e extracurricular. É o momento de descansar, de aprender a lidar com o ócio, de processar internamente todas as informações das atividades semanais e de buscar outras não programadas.

As atividades extracurriculares são importantes e prazerosas para as crianças e, dada a rotina profissional atribulada dos pais, tornam-se uma necessidade para muitas famílias. No entanto, não se pode sobrecarregar a criança com excesso de compromissos, tornando sua agenda semelhante à de um executivo. Pais e filhos podem trabalhar juntos para construir uma rotina funcional para todos, mas que não deixe de incluir uma boa dose de tempo livre, sem atividades dirigidas. 






Gislene Naxara -  Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil e 1° ano do Colégio Salesiano Santa Teresinha, Gislene Maria Magnossão Naxara atua na área de educação há 32 anos. Formada em Pedagogia e pós-graduada em Psicopedagogia pela Mackenzie, cursou especializações em didática de 1ª a 4ª série, semiótica e aprendizagem cooperativa com novas tecnologias na Rede Salesiana. Atualmente realiza mestrado na PUC-SP na área de Educação e Currículo.



Colégio Salesiano Santa Teresinha
Rua Dom Henrique Mourão, 201 – Santa Terezinha


Receber punição atrapalha a melhora dos casos de xixi na cama

Divulgação

Por conta do desconhecimento sobre a enurese noturna, pais e responsáveis tendem a culpar a criança pelos episódios


Fazer xixi na cama é uma situação que atinge até 15% das crianças com cinco anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. Apesar de ser bastante comum, o desconhecimento sobre o transtorno, chamado de enurese noturna, acarreta problemas para os pequenos que lidam com essa realidade, como baixa autoestima, isolamento social, alterações de humor e insegurança.


 De acordo com um estudo realizado no Brasil, pelo menos 50% das crianças enuréticas já passaram por algum episódio de punição física após acordar com a cama molhada. “Esse é um dos principais erros que os pais cometem: achar que a criança é culpada e usar do castigo para reprimir o filho”, destaca José Murillo B. Netto, urologista pediátrico e chefe da disciplina de Urologia na Universidade Federal de Juiz de Fora. Outra falha crucial é não procurar atendimento especializado por achar que o transtorno vai melhorar sozinho com o tempo.  

Além de não auxiliar no tratamento, o comportamento de punição dos pais ou responsáveis pode ainda piorar o quadro de enurese noturna, já que aumenta o nível de estresse e o sofrimento. “Nenhum tipo de repreensão é benéfico, principalmente, porque a criança não tem a menor culpa pelos episódios de xixi na cama”, reforça o especialista.

Os adultos costumam acreditar que o pequeno tem preguiça de levantar-se à noite para ir ao banheiro e, por isso, não controlam a urina durante o sono. Entretanto, sabe-se que a enurese noturna está associada a disfunção urinária e/ou intestinal, distúrbios emocionais e de comportamento e a alterações respiratórias. Por esse motivo, apoiar-se apenas na crença de que o quadro vai melhorar naturalmente prejudica a criança.

“A prática clínica mostra que quando os pais são acompanhados com psicólogo durante o tratamento e orientados quanto aos prejuízos da punição, o resultado é melhor, com resposta mais rápida à terapia escolhida. A principal dica nesses casos é buscar médicos especializados em transtornos urológicos pediátricos, que são profissionais acostumados a lidar com a enurese noturna e entendem as frustrações e estresse do transtorno para toda a família”, completa o urologista.





xixi na cama





Referência:
1 - Avaliação da violência intradomiciliar na criança e no adolescente enuréticos.
2 - Increased Risk of Physical Punishment among Enuretic Children with Family History of Enuresis


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