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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Desemprego e pessimismo com a economia anulam efeito de queda nos juros


Crédito para financiamento da casa própria cai pela metade em relação a 2014


O índice de desemprego, na casa dos 12%, e a incerteza de quem está trabalhando sobre a manutenção da renda na família em 2019 estão afastando os brasileiros do sonho da compra da casa própria. Nos últimos quatro anos, o preço médio dos imóveis despencou 20%, mas nem por isso cresceu o volume de empréstimos tomados pelos consumidores para aproveitar as pechinchas das construtoras. Pelo contrário: o total de financiamento imobiliário novo nos últimos 12 meses é 50% menor em relação a 2014. Naquele ano, havia R$ 168 bilhões emprestados aos brasileiros para esse fim, contra o valor atual de R$ 83 bilhões, segundo dados do Banco Central, em valores reais, já considerado o IPCA (índice oficial de inflação).

“Nem a redução das taxas de juros vem sendo suficiente para aquecer as vendas de casas e apartamentos, novos ou usados”, afirma a advogada Daniele Akamine, especialista em crédito bancário. Para ela, passada a eleição e iniciada a divulgação das diretrizes que o novo governo pretende adotar, é possível que mais interessados em imóveis voltem a procurar as linhas de crédito disponíveis. “O consumidor ainda não está convencido quanto os rumos da economia”, acrescenta Daniele, sócia da consultoria Akamines Negócios Imobiliário.

Além de taxas de juros mais atrativas, o setor da construção civil aguarda a retomada do mercado prometida com as medidas anunciadas no início do semestre pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Três resoluções facilitam bastante a vida das instituições financeiras no momento da concessão do crédito imobiliário.

A primeira diz respeito aos recursos captados via depósito de poupança. Hoje os bancos precisam direcionar ao financiamento imobiliário 65% desse capital. E 80% do dinheiro tinha de ir para operações feitas no âmbito do SFH (imóvel com preço menor utilização do FGTS). Mas a partir de janeiro, acaba esse limitador e qualquer imóvel residencial poderá ser financiado com a parcela da poupança, até então reservada ao SFH. É mais dinheiro para direcionar ao financiamento de apartamentos e casas frequentemente adquiridos por grandes investidores.

Para as pessoas que procuram imóveis até R$ 500 mil, também haverá mais dinheiro disponível. Isso porque os bancos que concederem crédito a esse perfil poderão multiplicar o valor financiado por 1,2 para abater o cumprimento da exigência de usarem 65% da poupança para crédito à casa própria. Por último, vem a possibilidade de as instituições financeiras usarem outros índices para correção dos contratos (hoje o indicador está restrito apenas à TR). “Isso deve trazer mais garantia aos credores e estimular os bancos a repensar o percentual dos juros para o setor imobiliário”, avalia Daniele.


 

Com a ampliação do acordo Brasil – Chile, o país pode se tornar o 4º mercado a reconhecer a Cachaça como um produto distinto do Brasil



Para o Instituto Brasileiro da Cachaça, Chile é um dos mercados prioritários do novo Projeto Setorial de Promoção às Exportações da Cachaça

Uma das novidades do recente acordo comercial firmado entre Brasil e Chile, que traz novas diretrizes para a comercialização entre os dois países que não existem com os demais integrantes do bloco do Mercosul, é a possibilidade do reconhecimento mútuo entre a Cachaça e o Pisco (Chileno) como indicações geográficas e bebidas distintivas de cada país. Para Carlos Lima, diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), a iniciativa é de extrema importância para o fortalecimento desses dois símbolos nacionais, além de contribuir para aumentar os fluxos de comércio e investimentos entre os dois países.

O Chile é o segundo principal parceiro comercial do Brasil na América do Sul. Em 2017, o intercâmbio comercial bilateral alcançou US$ 8,5 bilhões, incremento de 22% em relação ao ano anterior. O acordo Brasil – Chile que, segundo o Itamaraty, é o pacto comercial mais abrangente já firmado, engloba ainda compromissos em comércio eletrônico, práticas regulatórias, transparência em anticorrupção, cadeias regionais e globais de valor, gênero, meio ambiente e assuntos trabalhistas.

No âmbito da exportação de bebidas, Lima esclarece que o Chile é um dos 08 (oito) mercados prioritários da nova proposta de Projeto Setorial de Promoção às Exportações da Cachaça e, uma vez concluído o reconhecimento, as ações de promoção terão um papel importante para o aumento das exportações do destilado brasileiro para o Chile que, em 2017, somaram US$ 209.322,00 (124.169 litros). O montante representa cerca de 2% do volume total de Cachaça exportado em 2017.

“A ampliação das ações de promoção da Cachaça, a exemplo do que outros países desenvolvem com os seus destilados típicos e tradicionais, contribuirá para a geração de receita e ainda mais empregos para o país, além dos mais de 600.000 empregos diretos e indiretos que a categoria já proporciona. Além disso, resultará na inserção de mais empresas nacionais, em especial micro e pequenas, no mercado externo, gerando assim, mais receitas para essas empresas e para o país”, ressalta Lima.

Para ter validade, o compromisso com o Chile ainda precisa ser assinado pelos dois governos e, depois, ratificado pelos parlamentos dos dois países. Michel Arslanian Neto, diretor do Departamento de Integração Econômica Regional do Ministério das Relações Exteriores (MRE), explica a comercialização das bebidas: "para comercializar no Chile, vai ter de ser um produto brasileiro. Não pode ser um chileno que vende o produto cachaça e a mesma coisa com o pisco".

A concretização de mais acordos bilaterais de proteção internacional e a ampliação das exportações do destilado genuinamente “verde e amarelo” é uma das iniciativas pleiteadas no Manifesto da Cachaça, lançado no último dia 20 de setembro, em São Paulo, pelo IBRAC.

Outras importantes iniciativas que constam no Manifesto da Cachaça são:
- A reavaliação da carga tributária da Cachaça; e
- O combate a clandestinidade e a informalidade.

Com a escolha do novo Presidente da República, o IBRAC espera mais apoio do Governo Federal para que o setor da Cachaça volte a crescer e possa continuar a contribuir com a geração de emprego e renda no país.


Cenário da Cachaça

Em 2017, as exportações de Cachaça representaram cerca de 1% da produção total, números baixos se comparados com bebidas típicas de outros países, como a Tequila, que tem 70% de seu volume de produção comercializado para mais de 190 países, gerando ao México uma receita anual superior a 1 bilhão de dólares.

Entre 2016 e 2017, a exportação da cachaça para mais de 60 países gerou uma receita de US$ 15,80 milhões de dólares (8,74 milhões de litros) ao Brasil. Esses números representam crescimento de 13,43% em valor, e 4,32% em volume, em comparação a 2016.

Entretanto, algumas questões de base impedem o desenvolvimento da Cachaça de forma sustentável, como a alta carga tributária  (de cerca de 82%) e a informalidade no mercado, em número de produtores, sendo superior a 85%. Os temas foram tratados durante o lançamento do Manifesto da Cachaça, que reuniu órgãos relacionados como ao setor, apreciadores, produtores, distribuidores e profissionais de serviço e bar.

Durante os últimos anos, o IBRAC foi responsável e articulador de importantes vitórias para o segmento da Cachaça, como o retorno da Cachaça ao SIMPLES NACIONAL e o reconhecimento da Cachaça nos Estados Unidos, Colômbia, México.



O impacto dos feriados na produtividade das empresas


Em comparação a outros países, o Brasil é uma das nações que mais tem feriados ao longo do ano. Embora bem vindos pela maior parte da população, essas datas por vezes representam um sério problema de produtividade para as empresas. Novembro, por exemplo, é um mês que possui dois feriados nacionais, e mais um que vigora apenas em algumas regiões. São, basicamente, três das quatro semanas do mês com um dia útil a menos. Isso quando não temos as emendas, que por vezes tomam mais alguns dias da produção normal.

O problema, no entanto, não é deixar o funcionário ter um dia de descanso a mais. Muitos dos direitos a feriados são conquistas sindicais e já não cabe ao gestor da empresa lidar com essa questão. A empresa precisa independer dessas situações, sobretudo por não ser nenhuma novidade, já que todo ano temos os mesmos feriados. A resposta, como quase sempre, é da mudança de paradigma que o próprio administrador precisa ter para gerir seu negócio contando com o desafio.

O maior problema enfrentado é o da perda de horas produtivas ao longo do mês. Seu impacto anual é considerável. Porém, quando se possui um bom planejamento e bons processos, há garantias de uma lida eficiente com a situação. Quando a empresa conhece e considera todos os feriados que o ano terá, sem surpresas, dentro do plano anual, ela consegue investir em ações que tornarão processos mais eficientes e independerão dos feriados para manter a produtividade. 

Isso não necessariamente significa mais horas de trabalho, mas pode demandar apenas reajustes nas metas diárias e intensidade desse trabalho cotidiano. Esse planejamento permite que o trabalho que seria realizado nos dias livres seja feito antes, garantindo a produção independente da folga. Pode sim haver a necessidade de algumas horas extras em alguns dias, porém o custo de horas extras é muito menor para a empresa, do que o custo de um dia extra, sobretudo quando ele é em um fim de semana, por exemplo. Até mesmo olhando pelo ponto de vista do funcionário o desgaste é menor. 

Outro fator interessante de se levar em conta é o da falta de engajamento da equipe na proximidade dessas datas, que ansiosa pela folga trabalha de forma menos atenta e até chega a trabalhar menos. É preciso ter um planejamento de RH que busque retomar e manter esse engajamento nos funcionários. O feriado não deve representar uma perda de atenção no resto do mês.

Existem, inclusive, pesquisas que apontam que há um número maior de acidentes em empresas pós feriado. Isso porque, muitas vezes, o funcionário exagera nos dias anteriores e chega no próximo dia útil sem sua total atenção ao trabalho. Isso pode ser perigoso para ele mesmo e seus colegas, sobretudo quando falamos de operadores de grandes maquinários, ou de funções chave que demandam muita atenção aos detalhes.

As empresas não podem ficar à mercê dessas situações. Uma gestão adequada de riscos e qualidade garantirá que a empresa lidará com os feriados da maneira mais produtiva possível, preservando a segurança de seus funcionários e de seu investimento. E isso não serve apenas para um tipo de negócio, vale para todas as empresas, independente do ramo ou tamanho.

Além disso, a parada do feriado também pode ser produtiva para a própria empresa. Máquinas, servidores e equipamentos de todos os tipos precisam de manutenção. O feriado pode ser justamente o momento de realizar essa manutenção, mesmo que ela seja preditiva. As empresas que realizam esses serviços, na maior parte das vezes, trabalham por demanda e já contam com atendimentos em dias assim. O devido cuidado com os equipamentos também poupa dinheiro e pode ampliar a produtividade.

Talvez os melhores conselhos para não deixar os feriados impactarem sua empresa sejam justamente esses: planeje, tenha bons processos, mantenha seu RH atento às necessidades dos funcionários, engaje o trabalho e aproveite bem o tempo que o feriado também proporciona à empresa para fazê-la melhor. Feito isso, não será preciso se desesperar com os feriados, mesmo em meses com tantos, como é o caso de novembro.








Alexandre Pierro - engenheiro mecânico, bacharel em física aplicada pela USP e fundador da PALAS, consultoria em gestão da qualidade.

 

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