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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Recrutador dá dicas para candidatos com necessidades específicas conquistarem uma vaga de emprego


O assunto ainda é delicado quando se fala em vagas de emprego para pessoas com necessidades específicas. Pela legislação, são consideradas pessoas com deficiência as que apresentam perda ou irregularidade em sua estrutura, seja ela psicológica, fisiológica ou anatômica, que gere incapacidade ou dificuldade para o desempenho de atividades consideradas comuns. Dentro deste quadro, as empresas brasileiras que possuem de 100 a 200 funcionários, devem contratar, no mínimo, 2% de pessoas neste perfil. Acima de mil funcionários, o número sobe para 5%.

Segundo Cezar Antonio Tegon, presidente do Elancers Corporate e CEO do Vagas Online, no mercado há muitas chances para pessoas com deficiências (PCDs), porém há dificuldades diversas para preenchê-las. “Apesar de termos esta lei há 22 anos, ainda há muitas empresas que não cumprem as cotas e recebem multas pesadas. Podemos dizer que há vários fatores para este cenário como falta de engajamento das empresas em contratar pessoas com deficiência, preconceito de áreas e gestores que resistem à ideia de gerirem pessoas com deficiência, problemas de acesso as vias públicas e transporte, dificuldade na adaptação destes profissionais na empresa e o principal motivo, a baixa qualificação dos PCDs”, explica.

O recrutador ainda ressalta que o número de contratações por empresas que não são obrigadas por lei é ainda menor. “A grande questão é que infelizmente as empresas enxergam este tema como um grande desafio a ser vencido. Há necessidade de um trabalho bem mais profundo de desmistificação das deficiências e um melhor entendimento de como lidar com estas pessoas adequadamente. Fomos criados para não comentar ou não nos aproximarmos de pessoas deficientes, então essa “censura” dificulta há anos o acesso da sociedade a informações sobre este público”, ressalta.

Existem diversos motivos para os pessoas com deficiências encontrarem dificuldades no mercado de trabalho e, por isso, Cezar Tegon revela dicas importantes para reverter este quadro.


Qualificação: 61% dos deficientes não possuem nem o ensino médio completo. Apenas 6,7% possuem curso superior. Este fato se dá por vários motivos sendo a acessibilidade um dos principais impeditivos do acesso dos deficientes à qualificação.


Oportunidade: As pessoas só são contratadas por empresas que precisam desesperadamente cumprir a cota. Dificilmente encontramos uma empresa que realmente está engajada com esta causa. As oportunidades também são mais frequentes para pessoas que tenham deficiências leves que exijam pouca ou nenhuma adaptação da empresa para recebe-los. Portadores de deficiência física, visual, auditiva e mesmo intelectual são pessoas que encontram poucas oportunidades de trabalho infelizmente.


Currículo: Como os deficientes tem poucas oportunidades, dificilmente terão um currículo e experiências anteriores significativas para concorrer no mercado de trabalho, somado ao fato da baixa qualificação.


Continuidade: Há várias questões aqui. A continuidade às vezes não ocorre por decisão do PCD em virtude das dificuldades de acesso ou de adaptação à empresa, podendo também partir da empresa que não consegue gerir adequadamente aquele recurso em sua estrutura.


Incentivo: Há várias ONGs e empresas privadas que são hoje grandes facilitadores da introdução e qualificação destes profissionais no mercado de trabalho. As empresas precisam conscientizar-se de sua responsabilidade e efetivamente contratarem estes profissionais, implantarem uma cultura receptiva nas áreas, informando os colaboradores sobre como conviver adequadamente com estas pessoas. Não vamos esquecer que os PCDs são profissionais que têm suas aspirações, querem fazer um bom trabalho e obter reconhecimento. E neste ponto as oportunidades devem ser geradas na empresa com treinamento adequado, estímulo à integração com todas as áreas e criação de um ambiente receptivo e construtivo para esta iniciativa.







Cezar Antonio Tegon - Graduado em Ciências Sociais, Administração de Empresas e Direito. É Fundador e CEO da Elancers, multinacional brasileira no segmento de sistema de gestão de recrutamento e seleção, Fundador e CEO do Vagas Online e Sócio Diretor da Consultants Group by Tegon. Com experiência de 30 anos na área de RH, é pioneiro no Brasil em construção e implementação de soluções informatizadas para RH, como o VagasOnline.com.br, um dos maiores sites de emprego do País. Palestrante em vários congressos e universidades sobre temas relacionados à Gestão de Pessoas, Perfil Comportamental e Tecnologia da Informação.


Como o brasileiro pode reeducar seu financeiro?

Consultor de finanças do GetNinjas explica a importância da administração do dinheiro e do trabalho extra


A falta de educação financeira no Brasil não é segredo para ninguém. Dados da de uma pesquisa feita pelo Serasa Experian reforça a afirmativa. Segundo o estudo, mais de 62% dos brasileiros gastaram mais do que ganharam em 2018. Em decorrência dessa situação, o número de pessoas que buscam uma renda extra no Brasil cresceu no ano de 2018. Cerca de 23% buscou novas formas de inserção no mercado de trabalho, se tornando pessoas multitarefas.

Além do trabalho principal, um freela ou até mesmo uma venda pela internet se tornaram rotina na vida de grande parte da população. Em muitos casos, a tecnologia pode ser uma boa aliada quando se trata de buscar uma nova forma de ganhar dinheiro para acertar as contas, sem deixar de lado o trabalho principal.

"Atividades que possam ser exercidas pela internet, nas poucas horas noturnas disponíveis, e que não exijam interação ou atendimento ao público em tempo real são as melhores opções, como a venda de produtos on-line, ou qualquer outra atividade que possa ser executada nas poucas horas úteis do início da noite e fins de semana", diz Jonatha Souza, consultor de finanças que atende pelo GetNinjas, maior plataforma de contratação do Brasil.

É importante também administrar a quantia do mês de acordo com as despesas pessoais para não haver confusão ao final do mês. Uma sugestão é que a renda fixa principal fique destinada às principais contas da residência como luz e água, por exemplo, e a extra pode ser a melhor solução para socorrer uma emergência, cobrir gastos imprevistos e até mesmo utilizar para as férias da família. Ser uma pessoa organizada e dedicada a controlar as finanças é essencial.

"Uma dica geral que posso passar para a organização pessoal é o registro. Os chefes da família, tendo uma segunda renda ou não, devem anotar e registrar religiosamente todos os gastos, todos os pagamentos, os valores das contas e faturas, seus vencimentos, e as datas em que foram pagas. Assim, em pouco tempo, eles passam a ter um domínio e conhecimento mais próximo de suas despesas. Geralmente eu recomendo o uso do Excel, que pode ser preenchido e editado com facilidade, utilizando uma aba para cada mês", completa Jonatha.





GetNinjas

sábado, 18 de agosto de 2018

OS INIMIGOS DAS ESCOLAS MILITARES


      Aproveito-me da analogia que o amigo Procurador de Justiça Fabio Costapereira tem traçado entre aspectos do setor público brasileiro e o fantástico mundo de Nárnia concebido pelo escritor C.S.Lewis para abordar alguns problemas da Educação no Brasil.
 Aqui na nossa Nárnia, o que está bem vai mal e o que está mal vai bem. Quem diverge, sustentando que para estar bem é preciso não estar mal e, simetricamente, que não pode estar mal o que vai bem, é imediatamente considerado fascista, filho de uma égua, inadequado à vida civil de uma sociedade em transformação.
        Há muitos anos, ao sul de Nárnia, houve um rei que, entre outros desatinos, decidiu investir contra o educandário militar conhecido como Colégio Tiradentes. Acumulavam-se ali três equívocos intoleráveis: não formava militantes, era dirigido pela Brigada Militar e era bom demais. Situação insustentável que levou o rei a agir rapidamente e com frieza. Cravou o punhal na comunidade escolar e transferiu o Tiradentes para a burocracia aparelhada da Secretaria da Deseducação. Uma tragédia. Foi necessário derrotar o rei em refrega, quatro anos mais tarde, para que a situação se normalizasse.
        Ano após ano, os educandários militares despontam entre os melhores do país. Pais os procuram e prestigiam, professores ensinam, alunos estudam e seu desempenho é superior à média. O que pode ser pior do que isso em Nárnia? Respondo: o profundo mal estar que suscita a evidência de certos problemas com o ensino público.
        Não cometeria a leviandade de desconsiderar as vantagens qualitativas que atuam em favor dos colégios militares. No entanto, posso afirmar que mesmo se essas desigualdades não existissem, tais colégios teriam desempenho superior à média em virtude de características que lhes são inerentes. Entre outras: disciplina de alunos e professores; respeito às autoridades escolares, à hierarquia, aos códigos de conduta e às tradições; ordem, civismo, meritocracia; professores que ensinam e alunos que estudam. Ora, onde a orientação pedagógica de Nárnia for freireana ou assemelhada, tendo por objetivo “formar cidadãos conscientes a serviço da transformação da sociedade”, o que descrevi acima está fora de cogitação.
        Recentemente, li um artigo crítico à educação nos colégios militares. O autor, professor de história, os acusa de não promover a crítica histórica da sociedade brasileira. “Crítica Histórica”, para quem não acompanha esses academicismos, é uma operação muito complexa, envolvendo, além da crítica propriamente dita, tarefas de heurística e hermenêutica. O filme, muitas vezes, termina longe de quaisquer certezas e o mais comum é que tudo seja relatado segundo o viés ideológico do sujeito que pilota o giz. Um bom militante cumprirá seu dever despertando nos alunos aversão à história do Brasil e aos fundamentos da civilização ocidental cristã, sentimentos de revolta ou de culpa e vergonha sobre nossa história, ao cabo dos quais sua identidade nacional rastejará em desconforto e autodesprezo.
        Não conheço outra nação cuja identidade tenha sido tão acossada por maligna ação interna quanto esta Nárnia onde se fala português. Tudo por obra daqueles que suscitam e operam com os piores sentimentos e condutas para, supostamente, construir de um mundo melhor. Coisas de Nárnia.




Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o Totalitarismo; Cuba, a Tragédia da Utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.

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