Fumar esporadicamente pode ser tão ruim
quanto recorrer ao cigarro sempre; chance de sofrer morte prematura dobra e
risco de ter câncer de pulmão aumenta 9 vezes
Um item que contém
cerca de 4.7 mil substâncias tóxicas, entre elas material radioativo, monóxido
de carbono - o mesmo que é expelido pelo escapamento dos veículos –, gases
venenosos e a famosa nicotina, responsável pela dependência química, não
deveria despertar o interesse de ninguém; no entanto, no mundo, cerca de 1
bilhão de pessoas faz uso dele, o cigarro. Destas, existem aquelas que podem
ser classificadas como fumantes ocasionais. Não consomem altas quantidades,
fumam apenas esporadicamente. Mas engana-se quem pensa que esse hábito é menos
nocivo. "Não existe margem segura para o consumo de cigarro. Fumar
ocasionalmente não protege as pessoas das doenças decorrentes desse
vício", afirma o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Cícero
Matsuyama.
Um estudo feito pelo
Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (NCI) constatou que fumar um
cigarro ou menos por dia aumenta em 9 vezes as chances de morrer de câncer de
pulmão, e 64% de sofrer uma morte prematura.
"Os riscos para essas pessoas
são muito semelhantes aos daquelas que fumam em quantidade maior. Se houver
predisposição genética para certas doenças, como tumores, as chances aumentam
ainda mais", explica o médico. As enfermidades relacionadas ao cigarro são
inúmeras: entre as mais perigosas estão os cânceres de garganta, pulmão, mama,
enfisema pulmonar e doenças cardiovasculares.
O tabagismo é a
maior causa de morte evitável do mundo, de acordo com a Organização Mundial de
Saúde (OMS). Por isso o ideal é ficar longe desse hábito.
Muitos dos fumantes
ocasionais, por exemplo, recorrem ao cigarro quando estão estressados. Para esses,
o especialista lista algumas atitudes que podem ajudar a combater a vontade de
fumar. "Algumas manobras para deixar as mãos ocupadas, tais como o
artesanato, a pintura, e mesmo atividades físicas, como artes marciais e
pilates, podem ser úteis para acabar com a necessidade de fumar", diz.
Vale lembrar que os
danos do cigarro à saúde são cumulativos. Ou seja, cada dia alimentando esse
vício é contabilizado negativamente no organismo. Já que não existe margem
segura, o melhor é evitar o cigarro, a todo custo. "As pessoas que querem
reduzir as chances de adquirir doenças degenerativas ou tumorais do sistema
respiratório não devem fumar e nem usar nenhuma substância inalável, pois não
importa a quantidade ou frequência, o cigarro sempre vai fazer mal", finaliza.
Instituto CEMA
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