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sexta-feira, 25 de maio de 2018

Greve dos caminhoneiros: as lições não aprendidas


O tempo passa e as pessoas acabam por não recordar as verdadeiras causas de certos acontecimentos, que infelizmente são recorrentes, ainda que intermitentes. Por ocasião das reivindicações resultantes da primeira greve dos caminhoneiros ocorrida em 1999, as autoridades representativas da área na esfera federal não compreenderam as verdadeiras razões que as causaram e por decorrência as possíveis soluções para essas paralisações. Isto tem se repetido ao longo de todas essas paralisações realizadas pelos caminhoneiros, desde essa época. Trata-se na verdade de um cenário em que a composição econômica é relativamente simples compreender na sua formação, mas complexa na solução.

Em primeiro lugar é necessário entender o setor do transporte rodoviário de cargas, que segundo dados da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre), é composto por cerca de 144.000 empresas, 480.000 caminhoneiros autônomos e cerca de 1.300.000 veículos de transporte de cargas. Trata-se de um setor disperso, sem players significativos que possam exercer pressão ou influência favorável ou contrária às suas questões. Esse setor é formado por um grande número de empresas que contratam os serviços das transportadoras para levar os seus produtos e, além disso, a tecnologia é conhecida e acessível a todos. Em economia, este tipo de mercado é denominado de “concorrência perfeita” e a liderança não pode ser exercida por meio de custos, pois todos se equivalem, uma vez que a tecnologia que proporciona o nível de serviço desejado pelos clientes também é a mesma. O resultado é a prática das menores tarifas possíveis, e por decorrência os menores lucros de quase todos os setores significativos da economia nacional.

Os caminhoneiros autônomos, por sua vez, realizam o transporte de cargas excedentes às capacidades das frotas das transportadoras e o valor que eles recebem é resultante da lei de oferta e demanda. Isto significa que a existência de muita carga para ser transportada proporciona um alto valor pago aos caminhoneiros autônomos e este valor é reduzido caso exista pouca carga a ser transportada.

O Brasil vive uma grave recessão, que atinge em cheio a categoria dos caminhoneiros por diminuição drástica pelos serviços de transporte de bens, que se agravou a partir do término do envio da safra de soja e combinou-se com a desastrosa política de aumentos diários dos combustíveis. O fato de haver diminuição do volume de bens a transportar faz com que os caminhoneiros rodem vazios por muito mais tempo em busca de novos negócios e isto se evidencia de forma mais intensa no peso do custo do combustível e dos pedágios. Sem dúvidas uma receita de perfeita convergência para uma percepção conjunta de que algo precisa ser feito... E realmente precisa.

Uma rápida verificação das pautas de todas as greves faz saltar aos olhos que elas são as mesmas, desde a primeira grande paralisação de 1999: diminuição do custo combustível, diminuição do valor do pedágio, aumento no valor do frete, estradas melhores. Todas as reivindicações recaem direto sobre a necessidade de proporcionar condições de viabilidade econômica para essa atividade e a baixa rentabilidade pode ser constatada através da idade média da frota de longo curso, que são de 24 e 19 anos, dependendo do tipo de veículo. Em resumo, a atividade de caminhoneiro autônomo não gera resultado sequer para a troca do caminhão.

Qualquer solução para a paralisação passa diretamente por uma atitude do Governo Federal, no sentido de diminuir o preço do óleo diesel e diminuir as tarifas dos pedágios e não deve permanecer apenas nestas importantes atitudes. A categoria necessita de soluções estruturais e não apenas conjunturais como a erradicação do PIS/Cofins e CIDE até o final do ano, como está ocorrendo nas negociações.

Muitos apontam para a solução baseada em investimento em outros modais, o que não está incorreto desde que este investimento traga retorno maior do que o realizado no modal rodoviário. Também é necessário que se avalie o equilíbrio do sistema logístico de transportes do país, pois qualquer retirada de cargas desse modal desenvadeará um movimento semelhante ao que ora ocorre: diminuição do valor do frete e por decorrência novas paralisações.

O problema é muito sério sob o ponto de vista de estratégia de competitividade do país e deve ser profundamente estruturado, analisado e ter as possíveis soluções simuladas de forma a proporcionar resultados para a sociedade e os profissionais da categoria, desde que se tenha aprendido a lição.





Mauro Roberto Schlüter - mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1999), graduado em Administração de Empresas pela Universidade Luterana do Brasil (1995). Atualmente é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie em Campinas e da FATEC de Americana. É pesquisador das áreas de Logística Empresarial, Logística de Transportes e Operações Aplicada a Logística.

A crise dos combustíveis


O debate desta semana na Câmara dos Deputados, e no Brasil todo, foi o preço dos combustíveis e o movimento de paralisação dos caminhoneiros. De um lado, temos a Petrobras, que mudou sua política de reajuste de preços porque a anterior estava equivocada. A estatal era usada por motivos políticos e, muitas vezes, para conter a inflação e garantir votos nas eleições.

A empresa perdia e toda a sociedade também era prejudicada com isso. Então passou-se a praticar o reajuste diário de preços, seguindo o mercado internacional, baseado na cotação do dólar e no preço do petróleo no mundo. Mas é preciso que este reajuste seja feito com parcimônia e cuidado.

O que estamos defendendo é que os valores não sejam reajustados diariamente, mas em prazos maiores para garantir mais previsibilidade nos preços e, consequentemente, nos contratos de frete para o transporte de bens e mercadorias pelo Brasil. 

Uma das principais questões levantadas pelos caminhoneiros é justamente a imprevisibilidade dos gastos que terão em sua viagem. Aquele que chega a viajar cinco dias para transportar a carga parte pagando um preço no diesel. Este valor, reajustado diariamente, vai subindo ao longo do trajeto e impede que possa ser feito um cálculo antecipado da despesa com abastecimento.

Desde que a Petrobras mudou sua política de ajuste de preços, em 3 de julho do ano passado, as flutuações do câmbio impactam no preço da gasolina e do óleo diesel. A variação no dólar perante o real impacta no preço do petróleo repassado à refinaria. Depois, ainda há as distribuidoras e só então os postos de abastecimento.

O preço tabelado pela estatal acumula um aumento de quase 60% nos dois combustíveis desde a metade de 2017. No caso do diesel, o peso dos tributos, de 28%, é menor do que na gasolina, em que chega a 44%.

O ICMS (imposto sobre mercadorias e serviços), que varia de um Estado para o outro, tem grande impacto —a alíquota sobre a gasolina em São Paulo é de 24%, e no Rio, 34%. No diesel, varia de 12% a 25%. Trabalho para que tenhamos uma unificação de alíquotas de ICMS. 

As manifestações atingem 23 Estados, com 253 pontos de protesto. O direito de greve dos caminhoneiros é indiscutível, mas até o limite em que não comprometa serviços essenciais. A paralisação deve ser entendida como uma relação entre produtores e distribuidores de combustíveis e caminhoneiros, sem transferir exclusivamente a responsabilidade ao governo.
Na Câmara dos Deputados, votei e retiramos o PIS/Cofins sobre o combustível, o que será um importante alívio da carga tributária.  

Afora o grande papel concentrador da Petrobras, quase um monopólio, temos uma cadeia viciada em que o repasse dos aumentos que vêm da Petrobras e, por exemplo, dos produtores de etanol e biodiesel, são automáticos. Mas quando há queda de preços, os distribuidores não fazem o repasse nem imediato nem integral e aumentam seu lucro.
Não estamos diante apenas de fatores nacionais. A previsão não é das melhores: o preço da gasolina está subindo pelo mundo devido à valorização global do dólar. Também influenciaram a alta o colapso da produção na Venezuela e turbulência na relação dos Estados Unidos com o Irã. As cotações subirão ainda mais neste ano.

De qualquer forma, a crise dos combustíveis mostrou um problema grave, que é a nossa dependência do combustível fóssil. Destaca também a imperiosa necessidade de estimularmos os biocombustíveis como o etanol e o biodiesel como alternativas importantes para que o Brasil não dependa tão fortemente do petróleo. 

Também deixa clara a necessidade de investimento em logística: o Brasil depende fortemente do transporte rodoviário para transportar bens, pessoas e produtos - inclusive matérias-primas e insumos como os combustíveis.  

Temos poucas linhas de trens para escoar a produção - são 29 mil quilômetros de ferrovias, contra 86 mil km na China, 87 mil km na Rússia e 225 mil nos EUA. O resultado é que, hoje, 90% dos passageiros e 60% da carga que se deslocam pelo País são movimentados em rodovias, de acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Investimento em logística e fomento aos biocombustíveis são duas questões que defendo há muito tempo. Agora estamos vendo que chegou a hora definitiva de olharmos com mais atenção para hidrovias e ferrovias e combustíveis renováveis, amigos da natureza e da economia.

O Brasil não pode parar!




Arnaldo Jardim é deputado federal PPS/SP 



Trabalhar com o que ama ou com o que dá dinheiro?


Saiba quais diretrizes são capazes de te ajudar a responder essa que é uma das perguntas mais complexas da atualidade.


Habitualmente, a resposta é a própria pergunta. Trabalhe com o que ama, usufruindo de suas vocações e o dinheiro será a consequência. Se você ama sua carreira, já tem metade do que precisa profissionalmente. E considerar: talento, vocação, propósitos e valores; capacitar-se; ter equilíbrio emocional; encontrar oportunidades, estar pronto para assumi-las e as valorizar: mais 50%. É um todo matemático que torna grande a probabilidade de dar certo (alcançar lucros e rentabilidade). Porém sabemos que não é fácil. E ao falarmos de partes, metades e conjuntos, devemos somar, subtrair e pesar certos pontos. Precisamos pensar além do "habitual".


Sonhos e decepções

Desde criança somos condicionados a imaginar "o que queremos ser quando crescer". Os anos passam. Nos descobrimos, somos contagiados por experiências, vivências e contaminados bombardeadamente por responsabilidades. Tão explosivas às vezes, que acabamos adiando, atrasando e até mesmo, perdendo nossos sonhos ao longo do caminho. E ganhando frustrações. É uma ciência exata. Independe se você deixou a faculdade para trabalhar, o outro trabalho para cuidar dos filhos e eles para podê-los dar o melhor. Como diria João Guimarães Rosa, "viver é difícil e perigoso". E assim, os dias se multiplicam, e nem sempre temos carreiras, mas sim empregos, trabalhados que dão trabalho.


A ordem dos fatores


Dentre sonhos e frustrações. O mais comum é nos frustrarmos quando somos "levados" a realizar os sonhos "não realizados" de nossos pais, por exemplo. Quem nunca se deparou com uma situação assim? O mais importante é redescobrir-se, a cada insatisfação, analisar se possui as habilidades necessárias para exercício da profissão que escolheu e ser sincero ao perceber onde realmente você se encaixa, é crucial. 

Pese sua vida. Se pergunte se você deixou de fazer ou ser certa coisa para construir outra e se isso valeu a pena. O trabalho vem depois e o dinheiro por último em suas questões. Melhor do que eu ou qualquer outro profissional te direcionar ou responder, é fazer você se questionar. A auto-análise é fundamental no processo de coaching, para o crescimento pessoal, que irá refletir em benefícios na profissão e demais pilares essenciais da nossa vida.


O resultado

Se indague. Na verdade, nem sempre responderemos a nós mesmos, mas pelo menos tomaremos ciência de nossas ações. Não trabalhar com o que ama, mas ter conquistado outras dádivas como a casa própria, matrimônio ou uma família pode ser convertido em uma espécie de "trabalho" que você deve amar. Se esforçar e estudar uma profissão que você ama e exercê-la, tem tudo pra dar certo. Mas se por circunstâncias, não der: redescubra-se e reinvente-se. Mais importante do que amar o que faz, é amar o que se conquista.

Se, por ventura, em algum momento você sentir que "não cabe mais" na carreira ou profissão escolhida, não hesite em inovar, em se redescobrir. Afinal, o ser humano evolui diariamente com as suas experiências e superações. As mudanças acontecem o tempo todo no mundo inteiro e nós não devemos nos manter imutável! Devemos, como cidadãos, acompanhar a globalização, sempre a favor do nosso crescimento. Consequentemente, isso refletirá em todas as áreas de nossa vida.






Aline Salvi - Master Coach, formada em Direito, pós-graduada em Comunicação com o Mercado, Especialista em Programação Neuro Linguística (PNL), é Analista Comportamental, tem 37 anos, é casada e mãe.
Instagram: @alinesalvicoach
Facebook: Aline Salvi Coach
Youtube: Aline Salvi Coach


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