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terça-feira, 17 de abril de 2018

Fertilidade: pesquisa mostra que medicamentos comuns para tratar alergia podem prejudicar a função testicular


 Os anti-histamínicos, comumente disponíveis sem receita médica e utilizados para tratar alergias, podem contribuir para a infertilidade masculina, de acordo com pesquisas recentes


Os autores do novo artigo argumentam que são necessários mais estudos que confirmem esta possibilidade e sugerem que as pessoas sejam avisadas sobre o excesso no uso dessas medicações. A coautora da pesquisa, a médica endocrinologista Carolina Mondillo, da Universidade de Buenos Aires (Argentina), relatou os resultados na revista Reproduction.  

Histamina é uma molécula que o corpo produz quando o sistema imunológico é ativado por uma ameaça percebida. Os histamínicos tentam remover as alergias do corpo induzindo espirros e demais secreções já conhecidas. Isso faz parte do sistema padrão de defesa do corpo – mas, em algumas pessoas, o sistema imunológico reage excessivamente a desencadeadores, como pólen, caspa ou poeira, e leva as histaminas a criar espirros. Os anti-histamínicos são os medicamentos mais utilizados para reduzir esses sintomas. No entanto, além de atuar sobre a histamina, também se descobriu que anti-histamínicos afetam outras áreas da saúde, criando efeitos colaterais indesejáveis ligados ao comportamento da função sexual e fertilidade.

Como as alergias estão se tornando cada vez mais comuns nos países industrializados, o uso de anti-histamínicos também está aumentando, por isso é importante que cientistas e médicos compreendam melhor os efeitos colaterais ligados a esses medicamentos sem receita médica.

"Infelizmente, na maioria das vezes, a investigação no homem só é iniciada quando as dificuldades para engravidar são percebidas pelo casal, que acaba procurando o médico ginecologista para exames de rotina. Entretanto, como muitos casais estão adiando a gravidez, levando à diminuição das chances de gestação quando a mulher completa 35 anos, recomenda-se que este homem faça uma investigação de sua fertilidade antes mesmo de decidir programar um filho", alerta o ginecologista e especialista em reprodução humana Arnaldo Cambiaghi, diretor do Centro de Reprodução Humana do IPGO.


Anti-histamínicos reduzem a qualidade do esperma

Pesquisadores do Instituto de Biologia e Medicina Experimental em Buenos Aires, Argentina, realizaram uma revisão sistemática de estudos em animais que investigavam associações entre histaminas e fertilidade. Eles analisaram os estudos de pequena e grande escala que ocorreram nas últimas quatro décadas.
A revisão descobriu que vários dos estudos relataram uma associação entre o uso de anti-histamínicos em animais machos e a função prejudicada dos testículos.

Os autores do estudo sugerem, então, que os anti-histamínicos parecem interferir na produção de hormônios sexuais nos testículos, levando a deformação e a baixa contagem de espermatozoides.

É importante ter em mente que todos os estudos feitos pela médica Carolina Mondillo e colegas foram conduzidos em animais. Estudos em seres humanos que analisam a associação entre o uso de anti-histamínicos e a fertilidade masculina são limitados, por isso é difícil generalizar esses achados.


São necessários mais estudos

Outras pesquisas também serão necessárias para entendermos quais os prejuízos causados para a fertilidade masculina. Segundo a médica, mais testes serão necessários para avaliar os possíveis efeitos negativos do anti-histamínico na saúde reprodutiva e sexual. Isso pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para aliviar os sintomas de alergia sem comprometer a fertilidade.

Os pesquisadores dizem que agora começarão a avaliar como as histaminas causam impacto nos tumores testiculares. Em estudos anteriores, outros medicamentos comuns também foram associados à infertilidade masculina, como bloqueadores dos canais de cálcio, antidepressivos tricíclicos e esteroides anabolizantes.

Em 2017 foi publicada uma característica sobre como a infertilidade pode afetar os homens. Nessa postagem foi analisado como algumas dicas de estilo de vida simples podem ajudar a reduzir o risco de infertilidade masculina. Elas incluíam itens como: alimentação saudável, manter o peso certo, reduzir o estresse e ser fisicamente ativo. Também se recomenda cortar o tabagismo, reduzir a ingestão de álcool e evitar roupas íntimas apertadas.

"Tanto para o homem quanto para a mulher, os exercícios moderados são úteis e ajudam a aumentar a chance de concepção do casal. Aqueles que não estão habituados a esta prática devem iniciar lentamente, supervisionados por profissionais especializados, aumentando progressivamente a carga e as atividades, e de acordo como o permitido pelo organismo; exageros não são bem-vindos", afirma Cambiaghi.

Segundo o médico, as atividades mais aconselháveis para as iniciantes são: caminhadas, natação, yoga, e ciclismo. São de baixo impacto tanto para a musculatura como para as articulações e devem com o tempo alcançar na mulher uma freqüência de 3 a 4 vezes por semana durante 30 minutos por vez. "Correr mais do que 16 quilômetros por semana é exagero nestes casos e podem ser prejudiciais. No homem podem ser acrescentados exercícios mais vigorosos que não ultrapassem de 20 minutos, 3 vezes por semana", finaliza o médico.






Arnaldo Schizzi Cambiaghi - diretor do Centro de reprodução humana do IPGO, ginecologista-obstetra especialista em medicina reprodutiva. Membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica, da European Society of Human Reproductive Medicine. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e pós-graduado pela AAGL, Illinois, EUA em Advance Laparoscopic Surgery. Também é autor de diversos livros na área médica como Fertilidade Natural, Grávida Feliz, Obstetra Feliz, Fertilização um ato de amor, e Os Tratamentos de Fertilização e As Religiões, Fertilidade e Alimentação, todos pela Editora LaVida Press e Manual da Gestante, pela Editora Madras. Criou também os sites: www.ipgo.com.br; www.fertilidadedohomem.com.br; www.fertilidadenatural.com.br, onde esclarece dúvidas e passa informações sobre a saúde feminina, especialmente sobre infertilidade. Apresenta seu trabalho em congressos no exterior, o que confere a ele um reconhecimento internacional.

Saiba quais são as chances de engravidar em cada idade


Especialista revela as possibilidades de gestação dos 20 aos 35 anos


Embora a medicina considere a faixa dos 20 aos 30 anos como a ideal para uma gestação, a gravidez tardia é uma tendência na sociedade moderna. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2005, 30,9% dos nascimentos se referiam às mães de 20 a 24 anos. Já em 2015, o percentual nessa faixa etária caiu para 25,1%. “Apesar da gestação tardia ser uma realidade, são necessários alguns cuidados. A idade da mulher deve ser considerada quando se decide calcular as possibilidades de gravidez de um casal. Isto porque, a idade afeta tanto a quantidade, quanto a qualidade dos óvulos”, alerta Renato de Oliveira, ginecologista responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis. 

Abaixo, o especialista indica as chances de engravidar em cada fase da vida:


20 anos - O período é considerado o ideal para a gravidez, pois nessa fase a fertilidade da mulher está em alta e há um risco menor de ter problemas gestacionais, como por exemplo, má formação genética, pois os óvulos são mais novos.  


30 anos - Para muitas mulheres, esse é o melhor período para pensar na maternidade, como explica Dr. Renato: “a decisão de postergar a gestação é consequência, principalmente, de fatores sociais, como a competitividade da vida profissional e a espera de uma melhor situação econômica. Nesse cenário, mulheres com 30 anos tem 15% de probabilidade de engravidar a cada mês de tentativa e 80% de chance de gravidez dentro de um ano”.  


Após 35 anos - Ao nascer, a menina já perde 70% dos oócitos, que são os gametas femininos, resultando em, aproximadamente, dois milhões de gametas. “Na menarca, ou seja, primeira menstruação, a mulher possui de 300 a 500 mil de oócitos. Aos 30 anos, estima-se que apenas 500 oócitos serão selecionados para serem ovulados. E, depois dos 35 anos, há uma queda importante tanto da quantidade quanto na qualidade dos oócitos maternos, que por possuírem a idade da mãe, ficam mais suscetíveis a alterações genéticas e erros na divisão celular quando fecundados. Assim, principalmente após os 38 anos, aumenta a probabilidade tanto de aborto quanto de nascimento de uma criança com alguma síndrome genética”, explica.    


TRATAMENTOS – Para as mulheres que desejam postergar a gravidez, os métodos de reprodução assistida, como a ovodoação e a preservação da fertilidade (congelamento de oócitos), são alternativas para a conquista da gravidez. Nos casos em que o desejo é preservar a fertilidade, a melhor técnica é o congelamento de oócitos pela vitrificação. “Os oócitos captados são congelados e as suas características, mesmo após o descongelamento, são preservadas. Quando a mulher decidir utilizar os seus gametas, eles serão descongelados e fertilizados. Os embriões formados serão transferidos para o útero e o teste de gravidez será feito em, aproximadamente, 12 dias”.       

Porém, o congelamento feito até os 35 anos de idade, apresenta resultados melhores. “Se a mulher pensa em ter filhos após essa idade, é essencial que converse com um especialista para avaliar a possibilidade de criopreservação dos óvulos, uma vez que sua chance de gravidez será compatível com a idade que tem quando congela os gametas”, finaliza Renato.





Criogênesis

Cárie deve ser levada a sério e tratada com rapidez


 Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) aponta que o tratamento deve começar assim que o problema for diagnosticado, para que o paciente evite o risco de perder o dente 


Crianças, adolescentes, adultos, todos estão sujeitos a desenvolver a famosa cárie, uma doença, que consiste na deterioração do dente, causada por diversos motivos, desde a ingestão excessiva de alimentos que promovem maior acidez da boca, principalmente o açúcar (refrigerantes, doces, balas, bolos etc.) até a má ou a falta de escovação dos dentes.

Por ser um problema comum e aparentemente fácil de tratar, muitas pessoas não valorizam a saúde bucal e não se preocupam em prevenir a doença, consultando regularmente o cirurgião-dentista. Em muitos casos, é só quando a dor surge que o paciente percebe como a cárie pode afetar sua saúde, alterando a sua qualidade de vida.

“Quando a dor é percebida, a cárie provavelmente já comprometeu parte importante da estrutura do dente e, mesmo com o devido tratamento, em algumas situações o paciente pode vir a perdê-lo, um órgão tão importante para a mastigação, para a fala, para a estética etc.”, explica a odontopediatra e diretora regional da Capital do CROSP, Helenice Biancalana.

No começo a cárie pode causar manchas brancas ou esbranquiçadas, amareladas até escurecidas, deixando o dente mais sensível. Inicialmente, a dor surge quando se ingere algo frio, gelado ou doce e, se não for tratada, a dor passa a ser com alimentos ou líquidos quentes, sintoma sugestivo que a polpa (nervo) pode estar inflamada e, muitas vezes, progredindo para a dor espontânea, sendo necessário o tratamento de canal. Isso porque já existe um processo de inflamação e infecção.

A polpa fica no interior do dente (canal) por onde passam os nervos e vasos sanguíneos, e com a necrose, pode se formar um abscesso, que é um foco de infecção. Ao chegar neste estágio, após a avaliação criteriosa do cirurgião-dentista e de acordo com exames clínicos e radiográficos, o profissional pode indicar o tratamento do canal e administração de medicamentos para combater e controlar a infecção”, aponta Biancalana

Além dos problemas bucais, a cárie, quando não tratada, pode acarretar outros ricos à saúde. A endocardite, inflamação das estruturas internas do coração, é uma delas.  “As bactérias do processo de infecção dos dentes e da gengiva podem entrar em contato com a corrente sanguínea e se instalar em outros tecidos do corpo, como o coração”, conta a odontopediatra.

De acordo com a gravidade da endocardite, o médico cardiologista e sua equipe indicarão o melhor tratamento para o paciente, indo desde antibióticos (via oral e endovenoso) até cirurgia.


PREVENINDO a cárie:

Cárie é uma doença grave e algumas medidas simples e importantes podem ajudar na sua prevenção:

- Ter uma alimentação saudável e controlar a ingestão de açúcar, que é o maior vilão da cárie (doces, biscoitos açucarados, bolos, refrigerantes etc.);

- Escovar os dentes após as refeições, utilizando escova de dente e creme dental com flúor;

- Passar o fio dental diariamente após as refeições;

- A prevenção se inicia muito cedo. As gestantes, bebês, crianças devem consultar o cirurgião-dentista periodicamente.

- Consultar regularmente o cirurgião-dentista.




Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

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