Enfrentamos
tempos difíceis neste Brasil que tenta se consertar. Parece haver surgido, em
nosso país, uma fé na popularidade de forma incontrolável, a ponto de se
considerar um político que outrora fora popular, ou que poderá ainda sê-lo, uma
figura jurídica de inimputabilidade. Ora, sejamos francos, o ex-presidente Lula
nada tem de preso político. Passou pelo crivo do Judiciário em todas as
instâncias, e, ainda assim, a esquerda tenta a qualquer custo se aproveitar da
desinformação da grande maioria do povo brasileiro, que nem sequer lê jornal,
na maioria das vezes em função da pouca escolaridade. São 11,8 milhões de
analfabetos, um terreno fértil em que brotam as brechas ideológicas
esquerdistas para envolver num manto de vitimização o ex-presidente, alegando
ser ele um “preso político”, a fim de manipular os pobres incautos.
Contudo,
para ser considerado um preso político pela nossa legislação, é preciso ter
cometido um crime político previsto na Lei de Segurança Nacional, e isso é bem
claro. Senão, vejamos: A Lei de Segurança Nacional (L 7.170/1983) prevê como
crime político atos que "lesam ou expõem a perigo de lesão a integridade
territorial e a soberania nacional; o regime representativo e democrático, a
Federação e o Estado de Direito; e a pessoa dos chefes dos Poderes da
União".
Então vem a pergunta: Por acaso ele se enquadra nessa situação?
Evidentemente não. Ele foi, sim, condenado pelos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro. A grande verdade é que aqueles que fogem da leitura
eminentemente jurídica elaboram uma “manobra diversionista” com o intuito de
caçar incautos, alimentar-se da ignorância do povo brasileiro e fazer, acima de
tudo, brilhar a estratégia esquerdista, desqualificando o Judiciário brasileiro
e propagando o alarmismo político persecutório a um presidente que foi julgado
com todos os requisitos pertinentes ao Estado Democrático de Direito na sua
plenitude.
Como
se não bastasse, tenta a esquerda se valer de problemas internacionais para dar
visibilidade e veracidade ao que não é real. Portanto, o populismo na América
Latina, apregoado pelos representantes da velha esquerda, está perdendo espaço,
de tal forma que o conservadorismo surge como uma opção, e mais, perdeu-se a vergonha
de identificar como cidadão aquele que compactua com os ideais conservadores,
afinal, se pensarmos bem, transformar um condenado por corrupção em perseguido
político é a última cartada dos sonhadores de Marx, que afundaram o país nesta
imensa crise, tudo porque Lula é popular, e ser popular num país de
desinformados pode facilmente permitir que a pena por um crime se converta na
salvadora “perseguição política”.
Fernando Rizzolo - Advogado,
Jornalista, Mestre em Direitos Fundamentais