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sábado, 31 de março de 2018

Vida após os 60: 30 minutos de exercícios físicos por dia


Hábito esportivo, com supervisão profissional, melhora a saúde e atua como terapia na socialização entre pacientes


A prática de exercícios físicos é recomendada para todas as idades, mas após os 60 anos passa a ser uma necessidade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de idosos triplicará no Brasil em 2050. Isso representará quase 30% da população no país. Os dados ressaltam a necessidade de alertar a população sobre qualidade de vida e isso está diretamente relacionado a prática de exercícios físicos sob orientação profissional.

Everton Dombeck, cardiologista do Hospital Cardiológico Costantini, explica os benefícios dos exercícios, principalmente para os que têm mais de 60 anos de idade. "A atividade física contribui para a melhora dos níveis de colesterol, triglicerídeos e de glicose sanguínea (diabete). Com o fortalecimento muscular, as dores articulares secundárias a artrites e artroses também podem ser minimizadas. Além disso, ajuda a controlar a obesidade, melhora a flexibilidade, aumenta a capacidade aeróbica e ameniza as chances de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral), principais causas de mortes no Brasil", analista analisa o especialista.

Rafael Macedo, coordenador da Academia do Coração do Hospital Cardiológico Costantini, destaca que é importante ter a liberação médica antes de começar a as atividades físicas e explica que as aeróbicas como caminhar, pedalar, correr, nadar e exercícios de musculação - para combater a sarcopenia (perda de massa muscular) - são os mais indicados após os 60 anos de idade.

"Os exercícios são prescritos de forma individualizada, sempre com supervisão da nossa equipe, respeitando os critérios de especificidade, sobrecarga e reversibilidade do treinamento. A recomendação mínima é de 30 minutos por dia", analisa o profissional da Academia do Coração, que atende atualmente cerca de 350 pacientes com acompanhamento cardiológico.

"O coordenador enfatiza que a doença cardiovascular surge pela exposição do organismo a dois grandes grupos de fatores de risco, os modificáveis e os não modificáveis. Dentre os não modificáveis destacam-se a idade, o sexo (homens tem maior prevalência) e histórico familiar. Entre os modificáveis destacam-se a hipertensão, dislipidemia, diabetes, sedentarismo, obesidade, estresse, tabagismo e alcoolismo.

"Se o individuo tem mais de 60 anos e possui um fator de risco passa a ser ainda mais importante fazer exercícios. Com isso, vai melhorar sua a aptidão músculo esquelética , fundamental para a manutenção da independência funcional. 


Além dos programas de exercícios supervisionados, outro benefício atrai pacientes para a Academia do Coração: a socialização. "É um dos nossos principais benefícios para a terceira idade. Muitos pacientes motivam-se com os amigos que fazem na academia. É uma forma de terapia, um segue o exemplo do outro para superar os problemas de saúde", complementa o coordenador.


Especialista fala sobre o peso dos hábitos no envelhecimento


O envelhecimento assombra grande parte das pessoas. A perspectiva de adoecer ou de passar a depender dos outros para as mais simples tarefas do cotidiano faz com que muitos busquem na genética saídas para chegar à terceira idade com lucidez e com a saúde em dia. Mas, até que ponto, a genética é realmente a grande vilã para aqueles que sentem o peso da idade?

Pesquisas revelam que 75% da longevidade está relacionada aos hábitos e apenas 25% aos genes. Em relatório sobre envelhecimento saudável divulgado em 2015, a Organização Mundial da Saúde concorda, ressaltando que o ambiente é fundamental em um processo de envelhecimento com qualidade.

“A genética influencia bem menos na saúde e no envelhecimento que o meio ambiente. Isso porque fatores externos e ambientais podem alterar o funcionamento dos genes”, explica o patologista e neurologista Beny Schmidt.

Esta constatação faz com que seja fundamental nos atentarmos a estes hábitos ruins, que acabam por prejudicar o DNA, agredir o organismo e acelerar o processo de envelhecimento. “O que realmente deve importar é a maneira como vamos envelhecer, é a nossa qualidade de vida na terceira idade. E, para isso, há uma lista de bons hábitos que são essenciais e que fazem com que consigamos manter a saúde e a independência”, diz o especialista.

Entre estes fatores, o médico destaca a alimentação, os exercícios e a forma como se leva a vida. “A população está, hoje, sobrealimentada.É muito importante cuidar não só do que se come como também da quantidade que se come. Além da atividade física, outra preocupação determinante é com a atividade mental, que deve ser mantida sempre, independentemente da idade. Além disso, as pessoas devem viver em um ambiente saudável, baseado no amor e na leveza”, afirma Schmidt.

Seguindo esta lógica, o médico lista alguns vilões na busca pelo envelhecimento saudável, como a obesidade, o sedentarismo, o estresse e a solidão. “É preciso manter-se atento em relação a hábitos ruins, já que a maior parte das alterações que vão acontecendo em nosso organismo está diretamente ligada à maneira como nosso tempo foi vivido”, finaliza. 





Beny Schmidt - Ao receber do Conselho Regional de Medicina (CRM) o registro de qualificação de Especialista em Neurologia, em abril de 2016, Beny Schmidt tornou-se o único latino-americano a acumular os títulos de patologista e neurologista, um feito inédito na história da medicina brasileira. É chefe e fundador do Laboratório de Patologia Neuromuscular da Escola Paulista de Medicina e professor adjunto de Patologia Cirúrgica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele e sua equipe são responsáveis pelo maior acervo de doenças musculares do mundo, com mais de doze mil biópsias realizadas, e ajudou a localizar, dentro da célula muscular, a proteína indispensável para o bom funcionamento do músculo esquelético - a distrofina.  Beny Schmidt possui larga experiência na área de medicina esportiva, na qual já realizou consultorias para a liberação de jogadores no futebol profissional e atletas olímpicos. Foi um dos criadores do primeiro Centro Científico Esportivo do Brasil, atual Reffis, do São Paulo Futebol Clube, e do CECAP (Centro Esportivo Clube Atlético Paulistano). Foi homenageado pela Câmara Municipal de São Paulo com a entrega da Medalha Anchieta e do Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo, como agradecimento por todos os seus feitos em prol da saúde.  Seu pai, Benjamin José Schmidt, foi o responsável por introduzir no Brasil o teste do pezinho.

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