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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

"Olho seco" ligado a síndromes de dor crônica



Dados recentes mostram que a suscetibilidade ao olho seco e a outras síndromes de dor crônica, como dor generalizada crônica, síndrome do intestino irritável e dor pélvica, podem compartilhar fatores hereditários comuns



Pesquisadores da Universidade de Miami encontraram uma ligação entre as síndromes do olho seco e as síndromes de dor crônica - um achado que sugere que seja necessário um novo paradigma para diagnóstico e tratamento para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

“O estudo indica que alguns pacientes com olho seco têm disfunção da via somatossensorial da córnea, o que seria melhor descrito como dor ocular neuropática. A dor ocular neuropática devido ao olho seco é associada a múltiplas síndromes de dor crônica comórbida, informa o estudo publicado recentemente no Journal of Pain da American Pain Society”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

Uma abordagem multidisciplinar usada para o tratamento da dor crônica também poderia beneficiar os pacientes com olhos secos. Para chegar a essas conclusões, a equipe de pesquisa avaliou 154 pacientes com olhos secos do Miami Veterans Affairs Hospital. Pacientes com olhos secos do estudo relataram níveis mais elevados de dor ocular e não ocular associadas às múltiplas síndromes de dor crônica e apresentaram maiores escores de depressão e índices menores de qualidade de vida consistentes com um transtorno de sensibilidade central.  Os pesquisadores também suspeitaram que a dor ocular neuropática pode compartilhar fatores genéticos causais com outras condições de dor crônica sobrepostas.

O American Eye Institute estima que o olho seco afeta cerca de 3 milhões de americanos todos os anos. Quando os olhos não produzem um suprimento adequado de lágrimas ou as lágrimas evaporam-se rapidamente da superfície da córnea, os pacientes desenvolvem uma sensação de "coceira" ou dolorosa. Sem tratamento, o olho seco pode levar à inflamação, úlceras ou cicatrizes na córnea. “Os olhos dos pacientes podem se tornar hipersensíveis aos estímulos, como ao vento e à luz. Os pacientes  têm dor espontânea, como uma sensação de queimação, que geralmente está associada à lesão do nervo”, afirma a oftalmologista Sandra Alice Falvo, que integra o corpo clínico do IMO.

Tradicionalmente, os oftalmologistas tratam o olho seco com lágrimas artificiais ou medicamentos tópicos para a superfície da córnea. No entanto, mesmo que estes tratamentos melhorem alguns sintomas de olho seco, muitos pacientes continuam a relatar dor ocular e não ocular subjacentes. “Nosso maior desafio é educar os médicos no sentido de que o olho seco representa uma condição de dor crônica sobreposta. Consequentemente, uma abordagem multidisciplinar deve ser considerada no diagnóstico e no tratamento da dor dos pacientes com olho seco”, defende Sandra Falvo.





IMO, Instituto de Moléstias Oculares




Em oito meses, número de cirurgias eletivas cresceu 39,1% no Brasil



Balanço da pasta mostra que em janeiro deste ano foram realizados 109.720 procedimentos eletivos. No mês de setembro, o número saltou para 152.632. 


O número de cirurgias eletivas no Brasil cresceu 39,1% em oito meses este ano, passando de 109.720 em janeiro para 152.632 no mês de setembro. São procedimentos cirúrgicos de média e alta complexidade de todas as especialidades médicas, agendadas, sem caráter de urgência e emergência. Esses procedimentos fazem parte da rotina dos atendimentos oferecidos à população nos hospitais de todo o país, de forma integral e gratuita, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados fazem parte do balanço apresentado pelo Ministério da Saúde durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), realizada nesta quinta-feira (30), em Brasília.

Em maio deste ano, o Ministério da Saúde, em uma ação conjunta com os estados e municípios, adotou modelo de lista única para cirurgias eletivas em todo país. Foi feito um levantamento inédito de toda a demanda do SUS por estado para organizar a rede de saúde, acelerar o atendimento do cidadão e reduzir o tempo de espera. Para isso, além do valor repassado mensalmente, foram garantidos R$ 250 milhões extras. Parte desse valor já foi liberado para realização de mutirões, equivalente a R$ 41,6 milhões.

“Ações como essas, em que estamos adiantando valores, são específicas, emergenciais e visam reforçar as estratégias de ampliação aos procedimentos eletivos. Queremos dar um fôlego financeiro e incentivar os gestores a diminuírem a lista de espera, mas é necessário que cada estado organize a própria regulação e utilize os recursos regulares e mensais já incorporados e repassados mensalmente para custear essas ações. O objetivo é diminuir a fila e não zerá-la, tendo em vista que sempre surgirão novas demandas”, destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Antes da unificação da fila, muitos pacientes estavam submetidos a espera de um único hospital de sua cidade ou mesmo entravam na fila de mais de um serviço. Com a unificação da lista, o cidadão terá um único cadastro e poderá ser atendido por todos os hospitais que prestam serviço em sua região. 


DEMANDA POR CIRURGIAS ELETIVAS - Em julho deste ano, quando foi fechada a primeira lista para cirurgias eletivas no SUS, haviam 804.961 solicitações. Com base nesses dados, o Governo Federal realizou uma análise detalhada das informações recebidas e constatou algumas inconsistências, como a existência de duplicidade dos cadastros. Após a avaliação, feita pela Ouvidoria do SUS por contato telefônico, chegou-se à conclusão de que havia 667.014 pacientes aguardando por algum procedimento eletivo no país.

As três cirurgias mais demandadas são as do aparelho digestivo, órgãos anexos e parede abdominal (185.666), aparelho da visão (137.776) e aparelho geniturinário (121.205). Além dessas, também estão na lista pequenas cirurgias, cirurgias de pele, tecido subcutâneo e mucosa, das glândulas endócrinas, do sistema nervoso central e periférico, das vias aéreas superiores, da face, cabeça e pescoço, cirurgias oftalmológicas e oncológicas, do aparelho circulatório e do aparelho osteomuscular.

Os procedimentos eletivos têm financiamento garantido pelo Governo Federal por meio do repasse mensal de recursos de média e alta complexidade, enviados mensalmente, de forma regular e automática, a todos os estados e municípios brasileiros, além dos valores extras liberados pelo Ministério da Saúde.

A definição dos municípios e serviços de referência são responsabilidade dos gestores locais, estabelecendo a programação assistencial de cada serviço e fluxos de regulação para acesso das pessoas que se encontram na fila.

“A informação sobre a fila de espera compartilhada entre municípios, estados e união será, sem dúvida, um mecanismo fundamental para a execução da estratégia de ampliação de acesso em 2017, mas é necessário ter precauções em relação à dinâmica da própria fila que, entre outros fatores, se altera com as oportunidades de acesso que surgem diariamente. Dessa forma, o maior desafio neste momento é manter a integração e a articulação nos estados com o objetivo de manter a fila única de cada estado e não replicar filas nos diferentes municípios e estabelecimentos de saúde. O objetivo é que o paciente seja atendido pelo sistema e não por um hospital”, completou o ministro Ricardo Barros. 




Gustavo Frasão
Agência Saúde




Você sabia que o sal pode ser medicinal? Conheça a haloterapia



Este método é aplicado em salas revestidas por sal nas paredes, no teto e no chão. É indicado para alergias, desconfortos respiratórios, alguns problemas de pele, ansiedade e estresse.

Conhecido como ingrediente indispensável no dia a dia da gastronomia brasileira, o sal está ganhando espaço e popularidade também como terapia complementar para doenças respiratórias como resfriado, sinusite, rinite, gripe, bronquite, asma, tosse, dentre outras. Além disso, esse método é indicado para combater alergias, alguns problemas de pele e questões de saúde mental. A Haloterapia, popularmente chamada de Terapia do Sal, é aplicada pela Halosal, empresa localizada na região central de São Paulo, no bairro da Consolação, e acontece em salas especialmente preparadas para o procedimento.
Essa terapia pode ser encarada como um método inovador e é realizada em um espaço acolhedor, indicado inclusive para crianças. “É um tratamento complementar e natural, feito dentro de uma sala totalmente coberta de sal ionizado para reproduzir o ambiente de cura, como se fosse uma caverna de sal. Esse espaço é seco, estéril e hermético, onde há cadeiras relaxantes e brinquedos para as crianças se divertirem enquanto se ouve música suave em um ambiente tranquilo. A pessoa tem também a oportunidade de fazer uma meditação silenciosa ou ler um livro. Cada sessão dura 45 minutos”, explica Ana Maria Nader, proprietária da Halosal.
A sala é toda revestida com sal, desde paredes, teto e até o chão, em um ambiente que não tem janelas, com temperatura e umidade controladas. No decorrer da sessão, pequenas partículas são lançadas de um objeto chamado Halogerador, formando uma névoa branca bastante fina, onde se respira um ar salgado. “A sala de sal da Halosal tem 11m² de área. Dentro dela, temos um espaço com brinquedos para crianças, além de oito cadeiras. No local, nossos clientes podem escutar uma música relaxante durante a sessão e desfrutar de imagens confortantes na TV, com muita natureza e tranquilidade”, relata Nader.
A haloterapia é benéfica para a maioria das pessoas, porém, existem algumas contraindicações pontuais. “O tratamento é indicado para quem tem alergias; desconfortos respiratórios como, por exemplo, asma, rinite, sinusite e bronquite; alguns problemas de pele; e questões de saúde mental, como estresse e ansiedade. É adequado para qualquer pessoa a partir dos seis meses de idade. Esse método é reconhecido há séculos como uma abordagem única para aliviar esses sintomas. No entanto, ele não é recomendado para pessoas em fase aguda das doenças (febre, conjuntivite, gripe e asma), com o sistema imunológico debilitado por estarem fazendo quimioterapia e hipertensos descompensados (que não estão sob cuidados médicos e sem controle de seu quadro clínico). Os hipertensos, sob cuidados médicos, podem fazer as sessões normalmente”, afirma a proprietária.
A aplicação desta terapia apresenta dois princípios básicos, que são o sal e os íons negativos. “O sal é um agente terapêutico que mata os vírus, fungos, bactérias e leveduras e tem um grau de pureza entre 97% a 99%, sem iodo. Ele é mucolítico, ou seja, promove a remoção do muco ou catarro acumulado nas vias aéreas liberando as mesmas e age promovendo a profilaxia do sistema respiratório. É um anti-inflamatório que diminui o edema ou inchaço das mucosas nasais aumentando o conforto respiratório, provocando uma sensação de alívio imediato. Já os Íons Negativos, ou Ânions, são também chamados de “vitaminas do ar” e produzidos na natureza por fenômenos naturais tais como cachoeiras, ondas, raios, regiões montanhosas, ventos e etc. Na sala de sal, os íons negativos são produzidos naturalmente pela quebra da partícula salina no Halogerador e numa sessão de 45 minutos esses íons aumentam numa razão de 800 vezes. Os íons negativos também provocam um profundo relaxamento, diminuem a depressão e melhoram o humor”, garante Nader.
A Haloterapia possui dados científicos que garantem sua eficiência. Uma pesquisa da Universidade de Medicina de São Petersburgo, na Rússia, reuniu 124 pessoas que tinham doenças respiratórias e os resultados descrevem evoluções clínicas nos indivíduos que utilizaram este tratamento. Já na Finlândia, no Hospital Central de South Karelia, concluiu-se que é benéfico o uso desse método como terapia complementar aos medicamentos convencionais diante de pacientes com asma. Por fim, na Universidade Jagiellonian, na Polônia, um levantamento foi realizado com 303 pessoas e a amostra afirma que, além de melhorias respiratórias, o tratamento contribui para o relaxamento. Outra análise da mesma faculdade confirmou que sintomas de rinite, como nariz escorrendo ou entupido, e espirros diminuíram depois de 24 dias de sessões.
Essa terapia surgiu quando o médico polonês Feliks Boczkowski, em 1839, notou que a permanência em cavernas de sal melhorava a saúde respiratória. Ele observou que a poeira de sal inalada pelos trabalhadores das salinas subterrâneas era benéfica, pois os homens tinham menos problemas respiratórios que o restante da população. Foi inspirado nisso que deu início a tratamentos na Mina de Sal, em Wieliczka, local que se tornou ponto turístico no país. Na década de 90, alguns cientistas tentaram replicar essas condições acima do solo e, posteriormente, foram abertos muitos sanatórios para asmáticos em cavernas de sal naturais, na Alemanha, Suíça, Hungria, Bulgária e Iugoslávia.
No Brasil, a haloterapia ainda é desconhecida, diferente de outras partes do mundo. Nos Estados Unidos, foi avaliada pelo FDA (Food and Drug Administration), que concluiu que não se trata de atividade médica, portanto, seu uso é liberado respeitando as boas práticas das terapias complementares. Já na Europa, esse método de tratamento é visto e liberado como terapia complementar, sendo que na Rússia e em alguns países do leste europeu, ele acompanha algumas diretrizes médicas. A recomendação é que os pacientes não devem parar de tomar os medicamentos tradicionais enquanto se tratam com a Haloterapia.



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