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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Tratamento pode reduzir cegueira infantil





Falta de correção visual e prescrição errada aumentam a cegueira funcional.

Pesquisa mostra que óculos melhoram o rendimento escolar, comportamento e a concentração das crianças. 



A última pesquisa sobre deficiência visual do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e  Estatística) mostra que no país até a idade de 14 anos 66,4 mil crianças são cegas e  297 mil têm grande dificuldade de enxergar. 

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier em Campinas, os problemas de visão são a maior causa de baixo rendimento escolar. Prova disso, é o resultado de uma pesquisa  realizada com 36 mil crianças que receberam consultas e óculos no hospital. Após um ano usando a correção visual 51% melhoraram  o rendimento escolar  e 57% o comportamento e a  concentração. 


Olho Preguiçoso

O problema é que a dificuldade para enxergar não dói, nem altera a aparência dos olhos e a criança não sabe relatar quando tem alguma alteração na visão  Por isso, muitas vezes passa  despercebida pelos pais e professores. Isso explica porque  8 em cada 10 pré-escolares nunca foram ao oftalmologista. O médico afirma que a falta de acompanhamento oftalmológico faz a ambliopia ou olho preguiçoso ser a maior causa de cegueira monocular na infância. Isso porque, explica, o desenvolvimento da visão acontece até os oito anos de idade. “Qualquer bloqueio neste período faz a criança usar mais o olho de melhor visão, comprometendo o desenvolvimento do mais fraco” afirma. O resultado é a ambliopia. A terapia para sanar o problema  consiste em ocluir o olho de melhor visão para estimular o desenvolvimento do outro. Caso o tratamento não seja feito antes da idade de oito anos a deficiência no olho de menor visão se torna permanente.


Sinais
O especialista afirma que não é só aproximar muito o rosto da TV ou dos livros que sinaliza problema de visão em crianças a partir de seis anos.. Uma pesquisa feita pelo médico mostra que 30% das que usam muito o computador têm dor de cabeça. Á dor só está relacionada a vício de refração em 1% das crianças.  Mas pode também sinalizar, destaca, risco de desenvolver miopia acomodativa. Trata-se  da dificuldade temporária de enxergar de longe por causa do esforço concentrado para perto que mantém os músculos ciliares contraídos por muito tempo.

Até os dois anos, o oftalmologista diz que os país devem estar atentos ao lacrimejamento excessivo, olhos vermelhos ou com secreção, falta de interesse pelas pessoas e ambientes, pupilas muito grandes, opacas ou de cor acinzentada.

Dos 3 aos 5 anos os sinais de algo errado com a visão são tombar a cabeça para um lado, coçar muito os olhos, fechar um dos olhos em ambientes ensolarados, desviar os olhos para dentro ou para fora.


Na gaveta
Queiroz Neto conta que durante um mutirão realizado este ano com 3,5 mil pessoas que receberam consultas e óculos gratuitos no hospital foi constatado que 12% usavam óculos com prescrição errada feita dentro de ópticas e outros 18% dos participantes por falta de condições financeiras para comprar os óculos engavetaram as receitas, número bem maior que os 10% estimados pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia. A soma desses índices revela o crescimento da cegueira funcional no país e uma urgência da parceria entre o poder púbico e a indústria para que seja criado o óculos social com preços acessíveis à maioria da população. É bem verdade, ressalta, que a falta de óculos não piora a visão, mas uma pessoa com vício de refração moderado que não tenha acesso à correção visual correta sofre limitações importantes nas atividades. 





Christiana Kalache é a nova madrinha da Campanha #gravidezsemalcool



Mãe do pequeno Joaquim, de 3 anos, Christiana Kalache, a Kika, é a nova madrinha da campanha #gravidezsemalcool contra a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), edição 2017. A atriz tem seu currículo diversos sucessos do teatro e da televisão brasileira, como a peça Melodrama, o filme Lavoura Arcaica, novelas como América, Ti Ti Ti, Cheias de Charme, O Clone, e as séries Sob Nova Direção e Casos e Acasos.
A campanha #gravidezsemalcool visa conscientizar as futuras mamães sobre o risco da ingestão de qualquer quantidade de álcool durante a gestação. Evidências médicas demonstram que um só gole pode acarretar problemas graves e irreversíveis ao bebê.  
A iniciativa permanente estimula o combate à Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) e foi lançada nacionalmente há quatro anos, pela Sociedade de Pediatria de São Paulo. O apoio institucional é da Marjan Farma, com cooperação da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo SOGESP, Academia Brasileira de Neurologia, Associação Paulista de Medicina e Associação Brasileira das Mulheres Médicas. A partir de 2016 a campanha foi endossada pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
Kika deu à luz Joaquim com 42 anos. Ela conta as dificuldades e cuidados para seu bebê nascer saudável. “Resolvi ter filho tarde. Toda vez que pensava que era a hora aparecia um trabalho ou uma viagem e sempre acabava adiando o momento de ser mãe. Pensava que nos dias de hoje as pessoas pudessem ter filhos quando bem quisessem, mas não é assim. Aos 39 anos foi difícil engravidar. Recorri a FIV, fertilização in vitro, sofri grande desgaste emocional. para engravidar, minha primeira decisão foi levar uma vida mais saudável. Parei imediatamente de fumar e de beber. O que são nove meses de cuidado conosco para ter uma criança saudável? Tudo que toda mãe quer para o seu filho é saúde e confesso que não me senti privada de nada. O Joaquim nasceu saudável, com quase 4kg. Até parar com a amamentação não tomei uma só gota de álcool”.

Sobre a SAF
A exposição pré-natal a qualquer tipo e quantidade de bebida alcoólica pode acarretar problemas graves e irreversíveis ao bebê. Eles podem revelar-se logo ao nascimento ou mais tardiamente e perpetuam-se pelo resto da vida. A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) apresenta diversas manifestações, desde malformações congênitas faciais, neurológicas, cardíacas e renais, mas as alterações comportamentais estão sempre presentes. Contabiliza, mundialmente, de 1 a 3 casos por 1000 nascidos vivos. No Brasil não há dados oficiais do que ocorre de norte a sul sobre a afecção; entretanto, existem números de universos específicos.
Para ter uma ideia, no Hospital Municipal Maternidade-Escola de Vila Nova Cachoeirinha, um estudo com 2 mil futuras mamães apontou que 33% bebiam mesmo esperando um bebê. O mais grave: 22% consumiram álcool até o dia de dar à luz.
“É fundamental ressaltar que o melhor caminho é realmente a prevenção” completa a Dra. Conceição Aparecida de Mattos Ségre, do Grupo de Prevenção dos Efeitos do Álcool na Gestante, no Feto e no Recém-Nascido da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP). “Não há qualquer comprovação de uma quantidade segura de bebida alcoólica que proteja a criança de qualquer risco. Neste caso, a gestante ou a mulher que pretende engravidar deve optar por tolerância zero à bebida alcoólica”.

Características
O conjunto de efeitos decorrentes do consumo de álcool, em qualquer dosagem ou período da gravidez, é chamado de “espectro de distúrbios fetais relacionados ao álcool”, que inclui a SAF. A frequência dessas implicações varia conforme etnia, genética e até mesmo a quantidade ingerida. Isso não significa que todos os bebês expostos serão afetados, mas a probabilidade é alta.
“Bebês com SAF têm alterações bastantes características na face, as chamadas dismorfias faciais. Além disso, faz parte do quadro o baixo peso ao nascer devido à restrição de crescimento intrauterino, e o comprometimento do sistema nervoso central. Essas são as características básicas para o diagnóstico no período neonatal”, comenta Claudio Barsanti, presidente da SPSP.
No decorrer do desenvolvimento infantil, o dismorfismo facial atenua-se, o que dificulta o diagnóstico tardio. Permanece o retardo mental (QI médio varia de 60 a 70), problemas motores, de aprendizagem (principalmente matemática), memória, fala, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, entre outros. Adolescentes e adultos demonstram problemas de saúde mental em 95% dos casos, como pendências com a lei (60%); comportamento sexual inadequado (52%) e dificuldades com o emprego (70%).

Diagnóstico e Tratamento
Em São Paulo, o Grupo da SPSP cria ações para conscientizar os pediatras, com distribuição de material em eventos científicos, publicações disponíveis na internet aos associados da SPSP e cursos voltados para equipes multidisciplinares de capacitação para reconhecimento e condutas nesses casos.
Nos Estados Unidos e Canadá, existe um teste que identifica produtos do álcool no mecônio ou cabelo do recém-nascido. É uma técnica de alto custo, que ainda não está disponível no Brasil.
“Vale lembrar que os efeitos do álcool ocasionados pela ingestão materna de bebidas alcoólicas durante a gestação não têm cura, por isso vale a máxima: o quanto antes parar, melhor para o bebê, sua família e a sociedade. O diagnóstico precoce da doença e a instituição de tratamento multidisciplinar ainda na primeira infância podem abrandar suas manifestações”, completa a Dra. Conceição.

 

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