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quarta-feira, 23 de agosto de 2017

MERCADO ESTÁ PRONTO PARA ABSORVER SEGUROS?




Falar em maturidade no mercado de seguros brasileiro requer avaliações sob alguns pontos de vista. Porém, em linhas gerais, é possível dizer que temos, sim, um mercado maduro, mas, ainda, com  muito potencial a ser explorado, se bem entendido e atendido.

Em 2016, o setor, que é supervisionado pela Susep, registrou uma trajetória consistentemente ascendente: 5,7% até maio, 6,5% até julho, 7,2% até setembro e 8,2% até novembro. Como um todo, o mercado de seguros arrecadou R$ 291,5 bilhões. Esses números demonstram o dinamismo do segmento e a sua capacidade de crescer mesmo em um ambiente econômico desfavorável. Para 2017, a previsão é de um crescimento consolidado entre 9% e 11%.

Visto isso, o que esperar das empresas seguradoras? Será que além dos seguros individuais, o mercado está preparado para trabalhar com mais empenho nos seguros empresariais? Há, nessa área, um grande campo a ser trabalhado. Imagine que dados do setor apontam que apenas 9% das empresas brasileiras têm algum seguro atualmente. Ora, se pensarmos que hoje temos mais de 19 milhões de empresas ativas no país, há aí um mercado interessantíssimo, correto?

Ter um seguro pode ser vital para uma empresa independente da área de atuação, porte ou quantidade de colaboradores. Vimos recentemente alguns casos impressionantes. Um supermercado em São Paulo que pegou fogo e infelizmente nada pode ser salvo. Uma universidade no Rio de Janeiro, que também sofreu um incêndio e teve instalações danificadas. Se o prejuízo é grande nesses casos – de empresas/instituições maiores e teoricamente com a possibilidade de reconstrução – imagine no caso de PMEs?

Interessante, neste aspecto, é trabalhar e disseminar a cultura do seguro empresarial. Principalmente porque vemos, especialmente entre os donos de PMEs, uma percepção de que ter um seguro não é algo possível ou viável para eles. Quando, na realidade, é possível e necessário que estejam protegidos tendo, por exemplo e minimamente, um seguro empresarial, um seguro auto (em caso de frota própria), um seguro de responsabilidade civil e um seguro de transportes e benefícios para retenção de talentos (como seguro de vida, saúde, odontológico e previdência privada).

Para sermos práticos e objetivos: existem seguros empresariais para micro negócios que cobrem tanto os pertences da residência quanto os equipamentos da empresa por singelos R$ 100/ano! E seguros de vida que oferecem não só a realização de serviço funerário como também indenização mediante invalidez por acidente, uma das maiores preocupações do brasileiro, por outros R$ 50/ano para uma pessoa de 45 anos. Será que os donos de PMEs têm consciência dessa realidade, isto é, pode-se ter proteção do negócio a preços justos? Ou alguém, em sã consciência, diria que estes custos não cabem no bolso da maior parte dos brasileiros?

Claro, as soluções vão variar de acordo com a área de atuação e particularidades de cada empresa. Mas eu diria que é vital que pequenos e médios varejistas, industriais e até artesãos (porque não?), possam ter garantias sobre seus patrimônios, muitas vezes conquistados com todas as economias da família. Que tal pensar no assunto?





Richard Freitas - sócio-diretor da protect, microfranquia especializada em seguros e soluções administrativas para PMEs, que pode ser operada home based




Região Sul possui a menor concentração de analfabetos do país, segundo levantamento da UnitFour



Estudo indica interesse de compra em e-commerces e afinidade com serviços de crédito pessoal, além de estimar escolaridade e classe social da região 


A UnitFour, empresa fornecedora de dados para o mercado, realizou um levantamento sobre a região Sul, a menor do Brasil e que corresponde a 6,76% do território nacional. População dividida por gênero, interesses em obter crédito pessoal e empréstimo bancário, e escolaridade foram alguns dos pontos analisados.


Gêneros

O estado com mais habitantes é o Paraná, seguido por Rio Grande do Sul. Santa Catarina fica em último lugar, possuindo a menor concentração de pessoas. Segundo o estudo, a população do Sul é 51% feminina e 48% masculina, sendo dividida da seguinte forma: 25% dos paranaenses são mulheres e 23% são homens e os gaúchos representam 21% e 18%, respectivamente. Já os catarinenses têm maior equilíbrio, com 6% de ambos os gêneros. 


Grau de Escolaridade e Classe Social

O levantamento revelou ainda que essa região possui a menor concentração de analfabetos do país, com uma taxa de 12%. Além disso, é o segundo melhor colocado na quantidade de pessoas com o ensino superior completo, ficando atrás apenas do Sudeste. Analisando os graduados em cada estado, a empresa constatou que o Paraná conta com o maior número de pessoas com ensino superior completo (49%), seguido pelo Rio Grande do Sul (37%) e Santa Catarina (14%).

Ao abrigar grande parte da população com o ensino básico, o Sul é composto por pessoas das classes A e B, divididas em 17% e 20%, respectivamente. A classe C representa 16% da população e a D, 10%. Apenas 13% não tiveram a classe social identificada.


Afinidades financeiras

A pesquisa detectou que a localidade possui um dos maiores índices de interesse em efetuar compras on-line, obter empréstimos bancários e crédito pessoal, conforme tabelas:
 

É importante destacar que as informações foram levantadas pela base de dados da UnitFour, que por meio de cálculos de estatística, estimou a representatividade e o impacto das informações em cenário nacional, porém que não têm relação com as fornecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Em um comparativo direto, a região Sul possui o segundo maior interesse em crédito pessoal, ficando atrás apenas do Sudeste, que concentra 53% das pessoas com afinidade nesse tipo de transação financeira. Na sequência, vêm o Nordeste (15%), Centro-Oeste (9%) e, por último, o Norte (5%).




UnitFour



Qual cultura de crédito queremos para o Brasil?



Recentemente, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello, anunciou um programa de crédito para ajudar as microempresas, em que o Governo Federal vai injetar R$ 100 bilhões de recursos anuais – portanto dinheiro do contribuinte -, para uma espécie de “funding” rápido direcionado para empresas com faturamento de até R$ 90 milhões. Mas, antes mesmo desse anúncio, o próprio BNDES já havia divulgado outro programa, o “Canal do Desenvolvedor MPME”. É uma plataforma exclusiva para micro, pequenas e médias empresas, transportadores autônomos de carga e produtores rurais, que faturam até R$ 300 milhões.

Nós, SCMEPPs - Sociedades de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte, entidades reguladas e supervisionadas pelo Banco Central do Brasil, nos perguntamos: “quem deve repassar este crédito na ponta”? Ora, se nascemos com um único objetivo, que é ser um canal formal e exclusivo de repasse de recursos em massa as Micro e Pequenas Empresas, esse trabalho deveria ser de nossa incumbência.

O papel do BNDES é, sem dúvida, fundamental para o desenvolvimento social e econômico do País, assim como outras instituições que auxiliam na capacitação e qualificação de micro e pequenas empresas. Mas, sabemos também, que o microcrédito é algo específico e que deve ser concedido por instituições financeiras especializadas, experientes em identificar as necessidades dos microempreendedores, avaliar riscos e a quem ofertar esse capital.

A relação próxima do cliente, além de inibir o risco de fraudes, ajuda a criar um círculo virtuoso que força a instituição a entender o “DNA do cliente”, considerando a comunidade, linguagem, necessidade e entorno. A sociedade é beneficiada integralmente. Entendemos que, assim, o microcrédito incorpora o seu real objetivo de ser, de existir e gerar valor social. “Estatizar e subsidiar o microcrédito”, é ineficaz para o País, sobretudo nesse momento de ajustes das contas públicas em que o Governo está empenhado, pois levará a um desperdício de dinheiro, aumentará ainda mais as taxas de inadimplência e viciará o cliente em algo artificial e, normalmente, de curtíssimo prazo.

As dificuldades enfrentadas pelas SCMEPPs são inúmeras, como a falta de autonomia e autorização para captar recursos diretamente do mercado, ou, ao menos, de investidores qualificados, como já pleiteado. É necessário que o governo aperfeiçoe o atual marco regulatório, respeitando o princípio da auto sustentabilidade do modelo. Criar novos canais de oferta de crédito, quando já existe um outro, não contribui para a eficiência do sistema. Melhor seria aperfeiçoar os canais já existentes, dando mais liberdade para que as instituições financeiras cumpram melhor seu papel socioeconômico, permitindo, por exemplo, a exploração de toda a cadeia de valor dos meios de pagamentos, a antecipação de recebíveis de cartão de crédito e assim por diante.

Sabemos que a concentração bancária e a alta taxa de juros limitam o acesso ao crédito das MPMEs e isso, definitivamente, não desenvolve a economia e nem a vida empreendedora do País.






Ricardo Assaf - presidente da ABSCM – Associação Brasileira das Sociedades de Microcrédito




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