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terça-feira, 25 de julho de 2017

VOCÊ JÁ TEVE CATAPORA? SAIBA SE É HORA DE SE PREOCUPAR COM A HERPES-ZÓSTER



Vacinação é a melhor forma de se prevenir da doença causada pela reativação do vírus da varicela, na fase adulta


herpes-zóster, também conhecida como "cobreiro", é causada pelo mesmo vírus que, na infância, atinge muita gente provocando a catapora. O que pouca gente sabe é que o vírus nunca mais vai embora. Fica latente no organismo, podendo reativar uma nova infecção na fase adulta. A doença é resultado dessa reativação. Geralmente isso acontece quando há uma queda no sistema imunológico da pessoa. O envelhecimento sozinho já provoca isso. 

Mas a Dra. Melissa Palmieri, coordenadora médica de vacinas do Grupo Hermes Pardini, alerta que existem alguns cuidados simples para evitar a baixa na imunidade e, consequentemente, a enfermidade. São eles: fazer atividade física, alimentar-se bem, cuidar do estresse. Três fatores que podem, indiretamente, ajudar e prevenir a doença. Já a única forma efetiva de prevenção é a vacinação. Mesmo quem não teve catapora deve ir atrás da imunização porque 90% das pessoas têm o vírus Varicela-zóster, ainda que não saibam. Só no Brasil, são mais de 2 milhões de casos por ano da doença. Isso que ela é mais frequente após os 50 anos. 

Mas a especialista avisa que há pessoas que não podem ser vacinadas: são os pacientes imunodeprimidos e em uso de corticoides em altas doses. "Para as demais, a imunização vale a pena. Os efeitos colaterais, quando sentidos, são leves e de pouca duração, sendo que o risco de desenvolver a herpes-zóster é muito alto", explica. "Aplicada em dose única, a vacina tem eficácia comprovada em cerca de 70% dos casos", complementa.

A doença está associada a uma série de complicações. São elas:

- neuralgia pós-herpética (condição dolorosa que afeta as fibras nervosas e a pele)*,

- cicatrizes,

- superinfecção bacteriana,

- paralisia neuronal motora,

- pneumonia,

- encefalite,

- síndrome de Ramsay Hunt,

- comprometimento visual e

- perda de audição.

O tratamento é feito com antiviral, mas ele deve ser usado em até 72 horas da reativação do vírus para se ter uma melhor resposta. Analgésicos sistêmicos ou tópicos e anticonvulsivantes também são utilizados, mas para tratar sintomas e não a infecção. A própria vacina é mais uma aliada para diminuir a intensidade da dor e prevenir neuralgia pós-herpética em caso de reincidência. Mas, justamente por isso, a médica chama a atenção para que a imunização seja feita logo após o adulto atingir os 50 anos. "Vemos muitos pacientes nos procurarem depois da ocorrência da doença pois não querem passar novamente pelo sofrimento e pelo risco de uma nova reativação. Entretanto, a pessoa só poderá ser vacinada um ano depois do episódio".

herpes-zóster é geralmente caracterizada por erupção cutânea unilateral, dolorosa e vesicular, com distribuição que acompanha os dermátomos (raízes nervosas). Apesar de a erupção bolhosa ser a manifestação mais característica da doença, o sintoma debilitante mais frequente é a dor, que pode ocorrer antes do surgimento das vesículas, na fase eruptiva aguda e na fase pós-herpética da infecção. Durante a fase eruptiva aguda, relata-se dor local em até 90% dos pacientes.

A coordenadora alerta, no entanto, para uma confusão que muita gente faz. A de uma suposta relação entre a herpes-zóster com a herpes labial e/ou genital. "Tratam-se de vírus diferentes e, assim, nada indica que quem tem um possa estar mais sujeito a ter o outro", conclui a Dra. Melissa. 

  
*Neuralgia pós-herpética

A NPH é a complicação grave mais comum e a causa de morbidade relacionada à herpes-zóster. A frequência e a gravidade da NPH aumentam com a idade. Descrita como dor em queimação, pulsátil, perfurante, penetrante e/ou aguda, a NPH pode resistir por meses ou mesmo por anos. É descrita como um dos piores e mais debilitantes tipos de dor. Além disso, como em outras doenças crônicas, a NPH pode acarretar depressão, alteração do humor e disfunção psíquica e física como consequência da dor persistente.





DraMelissa Palmieri - coordenadora médica de vacinas do Grupo Hermes Pardini e membro da Sociedade Brasileira de Imunizações. Foi diretora da regional de São Paulo no período de 2012 a 2013. Pediatra com aperfeiçoamento em infectologia, trabalha com vacinas há 13 anos e é pós-graduada na FGV em Administração Hospitalar e Serviços de Saúde. Atua, ainda, na Vigilância Epidemiológica do Município de São Paulo. 





Doença pulmonar rara e com diagnóstico difícil atinge pessoas acima de 50 anos



Sintomas como cansaço constante, falta de ar e tosse são frequentemente confundidos com sinais de envelhecimento e podem ser indícios da Fibrose Pulmonar Idiopática


O suporte da família é muito importante para garantir que os idosos tenham acompanhamento médico e possam ser diagnosticados e tratados da forma mais adequada quando necessário. Com a idade, alguns sintomas como tosse, falta de ar, limitações para realizar atividades diárias e cansaço constante são frequentemente negligenciados por serem confundidos com sinais de envelhecimento[i], mas podem ser indicadores de problemas mais graves. É o caso da Fibrose Pulmonar Idiopática, ou FPI, doença progressiva e sem cura que acomete, em geral, indivíduos com idade superior a 50 anos[ii].

A FPI é uma doença rara, que provoca o enrijecimento dos pulmões por meio da formação de cicatrizes (fibrose). De causa desconhecida, tem como principais sintomas a falta de ar, a fadiga e tosse seca. “O diagnóstico da doença é complexo, porque os sintomas costumam ser negligenciados pelo paciente e por seus conhecidos, que deixam para procurar um médico quando a doença começa a causar limitações mais evidentes na rotina do paciente, ou seja, quando está em um estado avançado. Ainda assim, por se tratar de uma doença rara, geralmente o paciente tem dificuldades para receber um diagnóstico assertivo e ágil, o que acaba atrasando o tratamento adequado”, explica o Dr. Adalberto Rubin, pneumologista da Santa Casa de Porto Alegre (RS).

Apesar de ser menos conhecida, a FPI é grave e apresenta taxa de sobrevida pior do que muitos tipos de câncer, como o de mama e o de próstata. Estima-se que atinja cerca de 14 a 43 pessoas a cada 100 mil no mundoii. No Brasil, a estimativa de prevalência é de 13 a 18 mil pessoas[iii], mas o número pode ser ainda maior, já que a taxa de diagnósticos é extremamente baixa. Os pacientes com FPI apresentam um endurecimento progressivo dos pulmões, que perdem a elasticidade e a capacidade de expandir e oxigenar o corpo. Em função disso, se sentem constantemente cansados e podem ter dificuldade de realizar atividades simples do cotidiano.

Nem sempre as famílias dão a devida atenção a esse quadro, por pensarem que é natural que pessoas idosas tenham falta de ar e menos disposição, por exemplo. No entanto, o estereótipo do idoso dependente nem sempre corresponde à realidade. Elisabeth Pereira, 66 anos, é ativa no mercado de trabalho e valoriza muito a sua autonomia: “Após um longo período com muita tosse e cansaço que nunca passavam, frequentando vários médicos, descobri que tenho Fibrose Pulmonar Idiopática. Desde então, comecei um tratamento que tem me ajudado a ser mais independente da minha família, mas o apoio deles foi fundamental durante esse processo”.

A conscientização da população para atenção aos sintomas é o primeiro passo para um diagnóstico correto. Erros de diagnóstico iniciais são frequentes e ocorrem em cerca de metade dos pacientes[iv], porque os sintomas também podem ser confundidos com os de doenças mais comuns, como algumas doenças cardíacas e respiratórias. “É muito importante que a família esteja atenta à saúde dos idosos e, caso a tosse seca e o cansaço sejam permanentes, procure ajuda médica. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada e o tratamento iniciado, maior é a chance de se oferecer uma estabilização da doença. A Fibrose Pulmonar Idiopática pode levar ao óbito dentro de 2 a 3 anos sem o tratamento adequado”, afirma o Dr. Rubin.

A FPI não tem cura, mas existem tratamentos capazes de reduzir significativamente a sua progressão. “Em 2016, o nintedanibe, droga que desacelera em 50% a progressão da doença, foi lançado no Brasil. É importante ressaltar a necessidade de um tratamento contínuo, pois episódios de piora súbita da falta de ar podem acontecer e são imprevisíveis e muito graves. Com o tratamento, estes episódios podem ser reduzidos em quase 50%”, explica o Dr. Rubin.





Boehringer Ingelheim




[i] Raghu G, et al, ATS/ERS/JRS/ALAT Committee on Idiopathic Pulmonary Fibrosis
AnofficialATS/ERS/JRS/ALATstatement: idiopathic pulmonary fibrosis: evidence-based guidelines for diagnosis and management. Am J Respir Crit Care Med 183 (6), 788 - 824 (2011)

[ii] Raghu G, Weycker D, Edelsberg J, Bradford WZ, Oster G. Incidence and prevalence of idiopathicpulmonaryfibrosis. Am J Respir Crit Care Med 174 (7), 810 - 816 (2006)

[iii] Baddini-Martinez J, Pereira CA. Quantos pacientes com fibrose pulmonar idiopática existem no Brasil? J Bras Pneumol. 2015;41(6):560-561

[iv] Collard HR, Tino G, et al. Respir Med 2007;101:1350–4.




Hepatite C: dados e curiosidades relevantes



  Mais mortal, transmissível e infeccioso do que o HIV, o vírus causador da Hepatite C segue um desconhecido para a imensa maioria dos pacientes no Brasil e, em silêncio, pode estar causando uma doença sistêmica. No Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, entenda a situação e teste-se!



Estima-se que no Brasil existam entre 1,4 e 1,7 milhão de portadores de hepatite C. Grande parte desconhece seu diagnóstico e poucos sabem como ocorreu a transmissão ou que exista tratamento para a doença1.

 Conscientizar a população sobre prevenção, proteção e a necessidade de fazer o teste da Hepatite C são objetivos do Dia Mundial da Luta Contra as Hepatites Virais, celebrado anualmente em 28 de julho.No Brasil, dados epidemiológicos apontam que aproximadamente 80% das pessoas com o vírus da Hepatite C (HCV) estão acima dos 40 anos de idade2.

“Como o vírus só foi descoberto em 1988, os comportamentos e fatores de risco eram até então desconhecidos, o que favorecia infecções”, comenta Nelson Cheinquer, diretor médico da Gilead no Brasil, biofarmacêutica global que tem a Hepatite C como uma de suas principais áreas terapêuticas de pesquisa e desenvolvimento.

O fato de a doença ser assintomática em 80% dos casos faz dela um sério problema de saúde pública, podendo levar décadas para dar sinais e, normalmente, manifestando-se já em estágio avançado de comprometimento do fígado ou com quadros associados.

A Hepatite C é a maior causa de cirrose, câncer e transplante de fígado no mundo3. Além das complicações relacionadas ao fígado, ela pode desencadear uma verdadeira doença sistêmica. Estudos comprovam que o vírus da Hepatite C aumenta os riscos do aparecimento de outras doenças como a Diabetes do tipo 2 e do Linfoma, por exemplo4.

O HCV é transmitido por contato com sangue infectado, sendo que os principais meios de transmissão são reutilização e esterilização inadequada de equipamentos médicos e outros, compartilhamento de seringas e agulhas, práticas sexuais de risco e transmissão vertical (da mãe para o filho).

“Levar o próprio material para a manicure, utilizar seringas e agulhas descartáveis e usar preservativos em práticas sexuais de risco são medidas efetivas de proteção contra infecções”, explica Cheinquer.



HCV vs HIV

Estudos já demonstraram que o HCV é seis vezes mais transmissível do que o HIV5, estatística que pode ser explicada por características como a capacidade de sobrevida do vírus. Fora do corpo, ele permanece vivo por até quatro dias, podendo chegar a quase dois meses quando em ambiente fechado, como no interior de uma seringa, por exemplo.

Ainda no comparativo com o HIV, outros dois dados surpreendem. Desde 2007, a taxa de mortalidade por HCV supera a do HIV6. Só no Brasil, calcula-se em torno de 3 mil mortes associadas à Hepatite C anualmente. Além disso, o vírus HCV é 50 a 100 vezes mais infeccioso que o HIV.

A despeito disso, porém, a doença tem alta taxa de cura, inclusive quando descoberta em seu estágio mais avançado. “Mesmo pessoas com cirrose ou descompensação do fígado podem ser tratadas e o vírus erradicado. Nesses casos, contudo, o paciente pode precisar de outros tratamentos complementares e seguimento”, afirma Cheinquer.

Esse problema é evitável com a descoberta e início do tratamento rápido, se necessário. “Mesmo que você não se enquadre em nenhum dos fatores de risco, deveria fazer o teste para Hepatite C pelo menos uma vez. É inclusive uma recomendação do Conselho Federal de Medicina que todos sejam testados”, recomenda o médico. “Agora, se você tem ou teve alguma entre as experiências que configuram risco, uso de drogas injetáveis, práticas sexuais de risco desprotegidas, entre outras, é recomendado que faça o teste anualmente ou até a cada semestre”, completa.


Gilead Sciences 

Fontes:
1 - Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções – 27 de julho de 2015, 7
2 - Bruggmann, et al. Journal of Viral Hepatitis, 2014, 21, (Suppl. 1), 5–33
3 - Allison RD, et al.Increased incidence of cancer and cancer-related mortality among persons with chronic hepatitis C infection; J Hepatol 2015; 63:822-828
4 - World J Gastroenterol. 2016 Jul 21;22(27):6214-23; Negro, J Hepatol 2014



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