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sexta-feira, 31 de março de 2017

Insistir na carreira ou começar tudo de novo?




Em algum momento da vida, você, certamente, já se fez a seguinte pergunta: “devo insistir em algo ou desistir e começar de novo?”. É preciso ser persisten­te, dedicado, comprometido e paciente quando se tem um bom processo em andamento - e isso vale para um relacionamento afetivo, aplicações financeiras, estudo, emprego, carreira e amizades. No entanto, também há o outro lado da moeda, o de insistir em apostas erradas para tentar recuperar o prejuízo.

Uma boa carreira costuma demorar pelo menos dez anos para dar resultados consistentes. Não se consegue um ótimo emprego sem merecimento e, quando conquistado, precisa de manutenção diária para gerar bons frutos (promoção, au­mento de salário, reconhecimento) no futuro. Mesmo um bom relaciona­mento afetivo demanda tolerância com as diferenças alheias e precisa ser construído aos poucos.

Agora, quantas vezes você já insistiu em algo só por teimosia, medo de ficar sem nada ou vergonha de admitir o erro? Às vezes, mantemos posições equivocadas para tentar reverter uma tomada de decisão infeliz, e continuar investindo tempo, dinheiro e energia em situações das quais deveríamos desistir só piora o prejuízo.

Falando especificamente da vida profissional, muitas vezes, o problema não está no emprego, pois a pessoa está na carreira ou profissão errada. Outras vezes, a carreira é ótima, mas o emprego é ruim. Em outras, ainda, a vida afetiva atrapalha tanto na carreira quanto no emprego.

Se gosta do que faz na carreira, tem perspectivas de evolução nos próximos anos, consegue usar seus talentos com frequência, está motivado para continuar aprendendo, não se vê fazendo outra coisa, você está no caminho certo, com uma carreira promissora, e deve investir toda sua energia para que fique ainda melhor. 

Agora, se você odeia o que faz, tem pouca perspectiva de evolução, usa pouco seus talentos, seus pontos fracos atrapalham muito, acha a profissão desagradável, sente-se desmotivado a maior parte do tempo, seu dia a dia profissional é monótono, pensa com frequência em fazer outra coisa e nunca recebe novas propostas de trabalho, é hora de repensar sua carreira. O que está errado? É uma fase ruim (conjuntura, economia fraca, cansaço, emprego ruim) ou um problema mais grave? É possível melhorar alguns desses itens?

Ao analisar esses prós e contras, você pode ter entrado em um dilema ainda maior. Nesse caso, sugiro que concentre seus esforços na parte positiva e tente ajustar, dentro do pos­sível, a parte negativa. Mudança de carreira é coisa séria e complexa, por isso você deveria fazer o máximo para ajustá-la antes de tomar uma drástica decisão de mudar. Não existe carreira perfeita, pois sempre haverá dificulda­des, fases ruins, decisões equivocadas e gente desagradável. Mas também haverá fases ótimas, boas decisões, gente inte­ressante e resultados positivos.

Faz parte do jogo conviver com altos e baixos. Entretanto, tome cuidado com excesso de indecisão: é muito ruim ficar dividido por um tempo pro­longado, pois a dúvida paralisa, trava a tomada de decisões e prejudica os resultados. Logo, não fique em cima do muro. Siga em frente com sua carreira e melhore um pouco a cada dia ou desenvolva um plano B para começar em uma nova profissão, mais próxima de seus ideais.






Eduardo Ferraz - consultor em Gestão de Pessoas há mais de 25 anos e autor do recém-lançado “Gente que convence”, pela Editora Planeta.




Desoneração da folha de pagamentos. Qual a saída?



A partir de 2011 algumas empresas deixaram de recolher os 20% sobre a folha de pagamentos e passaram a pagar entre 1% e  4,5% sobre o faturamento. Tal medida trouxe algum alívio tributário para alguns setores industriais e de serviços. Porém, isso contribuiu fortemente para o déficit orçamentário do governo, que este ano deve chegar a R$ 139 bilhões. A desoneração da folha vai tirar do caixa da União neste ano R$ 16 bilhões.

O governo cogita acabar com a desoneração da folha para minimizar o rombo financeiro, mas as empresas argumentam que a medida prejudica o setor produtivo no atual cenário de recessão.

A alternativa para os dois lados seria acabar com os 20% da contribuição sobre a folha de salários para todos os setores e também a alíquota cobrada sobre o faturamento para os segmentos já isentos do INSS e no lugar desses tributos haveria uma Contribuição sobre Movimentação Financeira (CMF) entre 0,5% e 0,6%. Tal medida seguramente reduz custos para todas as empresas e ajuda na recuperação delas.

Da mesma forma a União reduz o tamanho do rombo orçamentário e garante uma fonte de receita de baixo custo e difícil de ser sonegada e que é mais estável que o atual INSS patronal e a tributação sobre o faturamento, mais suscetíveis a crises econômicas. 






Marcos Cintra - doutor em economia pela Universidade de Harvard e professor titular de economia na FGV – Fundação Getulio Vargas. Foi deputado federal (1999-2003, eleito pelo PL) e é autor do projeto do Imposto Único. É presidente da Finep.

 

Sem benefício clínico significativo, pesquisa com fosfoetanolamina é suspensa



Estudo foi realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de SP em 10 tipos de tumores diferentes


            O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), maior centro oncológico da América Latina, ligado à Faculdade de Medicina da USP, decidiu suspender a inclusão de novos pacientes nos testes da fosfoetanolamina sintética no tratamento do câncer.

         A medida foi adotada depois que os resultados iniciais da pesquisa clínica não indicaram o benefício clínico esperado aos pacientes que fizeram uso da substância na dose do estudo.

         Ao todo, 72 pacientes, de 10 diferentes grupos de tumores, foram tratados até hoje no estudo da fosfoetanolamina. Destes, 59 já tiveram suas reavaliações,  e 58 não apresentaram resposta objetiva. Apenas um paciente do grupo de melanoma apresentou resposta ao tratamento. 

         O grupo de câncer colorretal foi o primeiro a completar a inclusão de todos os pacientes previstos nesta fase, e foi encerrado, pois nenhum paciente apresentou resposta objetiva ao tratamento. 

         Como os resultados de reavaliação estão sendo  muito inferiores ao desejável, em todos os grupos, a inclusão de novos pacientes está suspensa e o protocolo será cuidadosamente reavaliado antes de qualquer continuidade.

         O estudo teve início em julho de 2016 e, desde então, os pacientes incluídos estão em avaliação por uma equipe especializada e com larga experiência em testes clínicos.

            Nessa segunda fase, o plano era de inclusão de 20 participantes em cada um dos 10 grupos diferentes, totalizando 210 pessoas em acompanhamento. O objetivo primário dessa etapa seria a observação de pelo menos dois pacientes com “resposta objetiva”, ou seja, com diminuição do tumor em cada grupo.

         Nesses últimos oito meses, todos os pacientes inseridos passaram por avaliações periódicas, com retornos entre 15 e 30 dias, para a realização de consultas médicas e exames, dentre eles a avaliação da doença por tomografia, o que permite aos médicos acompanhar de perto a evolução do câncer em relação ao uso da substância.

         Os pacientes envolvidos no projeto vão continuar em tratamento no Icesp normalmente, com acompanhamento da equipe de oncologia.


 Histórico
         No primeiro semestre de 2016, o Icesp recebeu da Fundação para o Remédio Popular (Furp), laboratório oficial da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, cápsulas suficientes da substância para realizar a pesquisa.

         A sintetização da fosfoetanolamina foi feita pelo laboratório PDT Pharma, localizado no município de Cravinhos, interior paulista. A Furp encapsulou a substância e entregou ao Icesp.

A primeira fase, com duração de dois meses, teve o objetivo de avaliar a toxicidade da droga, acompanhando 10 pacientes, a fim de assegurar que não havia risco de eventos adversos graves associados ao uso da substância. Já a segunda fase da pesquisa, que abrangeu um número maior de participantes, foi realizada para determinar se, de fato, a fosfoetanolamina apresentava eficácia em um dos 10 tipos de tumor: cabeça e pescoço, pulmão, mama, cólon e reto (intestino), colo uterino, próstata, melanoma, pâncreas, estômago e fígado.

Por iniciativa do governo de São Paulo, a pesquisa conduzida pelo Instituto do Câncer foi pioneira na história, com a realização de testes em humanos de uma substância que já é utilizada pela população, há mais de 20 anos, sem comprovação científica.










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