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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

A prática de atividades é essencial para o tratamento de doenças respiratórias



Especialista indica que a prática de esportes seja incorporada ao tratamento de pacientes com asma e DPOC para reabilitação pulmonar e aumento da qualidade de vida

A realização de exercícios físicos é benéfica para fortalecer a musculatura, aumentar a resistência física, proporcionar melhora na postura corporal e é importante no tratamento de doenças crônicas como depressão, diabetes e asma. De acordo com Dr. Clystenes Odyr Soares Silva, pneumologista professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a prática de atividades físicas regulares traz inúmeras vantagens: “Diversos estudos mostram que a vida sedentária não é boa e que a pessoa que se exercita é mais saudável, vive mais, adoece menos e tem uma melhor qualidade de vida”.

Ainda é comum acreditar que pessoas acometidas por doenças respiratórias devem evitar realizar esforço físico e que a prática de esportes seja perigosa. Porém, Dr. Clystenes esclarece que os exercícios são indicados: “Tudo depende da condição de saúde do paciente, mas na maioria dos casos as atividades físicas são indicadas como parte do tratamento para melhorar o condicionamento físico e a capacidade respiratória. A prática de exercícios físicos pode ser uma grande aliada para diminuir os riscos de complicações, crises e internações de pacientes com doenças respiratórias”.

Confira abaixo as dicas e recomendações do especialista para incluir atividades físicas no cuidado com as doenças respiratórias crônicas.


ASMA
A asma caracteriza-se pela inflamação crônica dos brônquios de causa alérgica e leva à falta de ar e chiado no peito. É uma doença crônica, comumente diagnosticada na infância, mas que pode afetar pessoas de todas as idades, culturas e localizações geográficas. Quando tratada adequadamente, os sintomas da asma podem ser controlados e não ocasionam impactos na rotina do paciente. Porém, é comum que os asmáticos considerem que a doença está sob controle, ainda que sintam limitações ao realizar atividades no dia a dia.

Essa percepção equivocada leva frequentemente ao tratamento inadequado da doença, que pode se agravar e causar crises de falta de ar, internação e até mesmo o óbito. Dados recentes do DATASUS[i] (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil) mostram que três pessoas com idades entre 5 e 64 anos morrem a cada dia por asma no Brasil, somando mais de 2 mil óbitos entre 2009 e 2013. Dr. Clystenes explica: “A pessoa com asma controlada não deve perceber nenhuma limitação e pode realizar quaisquer atividades que uma pessoa que não tem asma, sem dificuldades. Para isso, é imprescindível acompanhamento médico e tratamento medicamentoso com broncodilatadores de uso contínuo”. 

A prática de exercícios físicos também pode auxiliar no controle da asma, mas é necessária atenção quanto às condições da prática esportiva. É importante considerar o local a realizar a atividade, pois poluentes e mudanças de temperatura podem ser gatilhos para crises. Veja as dicas do especialista sobre os principais cuidados:  


·         Na cidade: “Em grandes cidades, por exemplo, não é recomendado realizar exercícios em avenidas movimentadas onde há grandes índices de poluição”. 

·         Ao ar livre: “Em parques e praças, há maior qualidade do ar, mas a preocupação é com a temperatura. Evite se expor a altas temperaturas, principalmente nos meses de verão e em horários entre 10h e 14h”. 

·         Na academia: “É o local mais indicado, pois é possível ter mais controle sobre o ambiente. Atente para o ar condicionado com temperaturas muito baixas, que diminuem a umidade”. 


Mas como saber se asma está controlada?

Segundo o GINA (Global Initiative for Asthma)[ii], é possível saber que a asma não está controlada caso a pessoa tenha sentido um dos itens listados abaixo nas últimas quatro semanas:

  • Sintomas diurnos mais de duas vezes por semana;
  • Qualquer despertar noturno causado pela doença;
  • Uso de medicamentos para alívio da falta de ar mais de duas vezes por semana;
  • Se a asma estiver limitando as suas atividades cotidianas.


DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica)

Causada principalmente pelo tabagismo, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, ou DPOC, é o termo usado para denominar o conjunto de duas doenças que causam a obstrução crônica das vias aéreas dentro dos pulmões: a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. A bronquite é a inflamação dos brônquios e bronquíolos e o enfisema se caracteriza pela destruição do pulmão e surgimento de bolhas, com aprisionamento de ar nas cavidades, o que dificulta a respiração e leva ao cansaço ou falta de ar. A DPOC é diagnosticada quando o paciente apresenta a sobreposição das duas doenças e pode causar tosse, chiado no peito, falta de energia, falta de ar e dificuldade para realizar atividades diáriasiii.

Dados do Ministério da Saúde estimam que a DPOC afete mais de 7 milhões de pessoas no Brasil[iii] e seja responsável pela morte de 40 mil brasileiros todos os anos[iv]. Segundo Dr. Clystenes, isso acontece porque os sintomas da doença são frequentemente negligenciados “É comum que as pessoas confundam os sintomas da DPOC, como tosse e cansaço, com sinais comuns do envelhecimento e por isso demorem a procurar atendimento médico”.

Segundo o Gold – Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – um programa mundial que atua com objetivo de sistematizar, padronizar e orientar o diagnóstico e tratamento da DPOC[v], existem cinco perguntas básicas que ajudam o profissional de saúde a identificar pacientes que podem ter a doença:


·         Possui mais de 40 anos

·         Fumante ou ex-fumante

·         Tosse frequente

·         Expectoração ou “catarro” constante

·         Cansaço ou dificuldade para respirar, como subir escadas ou caminhar

A DPOC é uma doença sem cura, mas existem tratamentos avançados que são capazes de controlar os sintomas. “Aliar o uso contínuo de broncodilatadores inalatórios com a prática de esportes é importante para garantir uma melhor qualidade de vida aos pacientes, pois diminui os riscos de exacerbações”, explica Dr. Clystenes. “Por ser uma doença mais grave e que atinge pessoas com mais idade, exige um acompanhamento médico mais próximo. O profissional deve realizar uma avaliação cardiorrespiratória, por meio do exame de ergoespirometria, e ponderar se o paciente necessita de oxigenação complementar durante os exercícios, complementa o especialista.

Sejam esportes aeróbicos, aquáticos, de alto ou baixo impacto, em equipe ou individuais, a recomendação é não levar uma vida sedentária. “O sedentarismo está atrelado a diversas doenças e o paciente não pode deixar que condições crônicas sejam justificativas para não realizar atividade física. Com tratamento adequado e conhecendo suas limitações, a prática de atividade física é essencial para manter e aumentar a qualidade de vida”, reafirma o Dr Clystenes.





Grupo Boehringer Ingelheim

 

[i] DATASUS. Informações de Saúde (TABNET) [Internet]. [Acesso em 30 Mai 2016]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br

[ii] Global Initiative for Asthma. 2016 GINA Report, Global Strategy for Asthma Management and Prevention [Internet] 2016. [Acesso em 15/Agosto/2016] Disponível em: http://ginasthma.org/2016-gina-report-global-strategy-for-asthma-management-and-prevention/

[iii] Ministério da Saúde do Brasil. [Internet]. [Acesso em 13/Abril/2016] Disponível em: www2.datasus. gov.br/DATASUS/index.php?area=02033

[iv] Bronquite crônica causa 40 mil mortes a cada ano, revela dados do DATASUS. [Acesso em 09/ago/2016] Disponível em: www.datasus.saude.gov.br/noticias/atualizacoes/564-bronquite-cronica-causa-40-mil-mortes-a-cada-ano-revela-dados-do-datasus

[v] Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease. Global Strategy for the Diagnosis, Management and Prevention of COPD [Internet] 2015. [Acesso em 07/Abri/2016] Disponível em: www.goldcopd.org/guidelines-global-strategy-for-diagnosis-management.html




Atividades físicas podem reduzir risco de morte em até 30%



Além da função preventiva, a prática de atividades físicas ajuda no controle de doenças crônicas, como diabetes e obesidade, e reduz o risco de morte prematura


A prática regular de atividades físicas é considerada pelos especialistas uma das melhores formas de prevenção e controle de problemas de saúde, principalmente quando se trata de doenças crônicas, como obesidade e diabetes. E o melhor: não é necessário ser um atleta de alta performance para perceber esses benefícios. É o que demonstra um estudo recém-publicado no periódico científico JAMA Internal Medicine. De acordo com o levantamento, aqueles que se exercitam apenas uma vez por semana já conseguem perceber melhora no desempenho cardiovascular e respiratório e na resistência física, além de estarem mais protegidos contra o risco de morte prematura¹, que foi reduzida em 30%. Esse resultado representa um incentivo a mais para quem gostaria de praticar alguma atividade física, mas não tem tempo ou disposição para adotar um ritmo regular de treinos.

De acordo com especialistas, além do seu papel preventivo, a prática de atividades físicas também apresenta benefícios no controle de doenças crônicas. “Quando são diagnosticados com diabetes tipo 1 ou 2, por exemplo, muitas pessoas acreditam que não poderão mais levar uma vida ativa, relacionando a prática de atividades físicas a crises de hipoglicemia (quando a taxa de açúcar no sangue diminui drasticamente). Porém, seguindo alguns cuidados simples que seu médico pode orientá-lo de acordo com a intensidade da atividade física e nível de açúcar no sangue, a prática de atividades físicas é benéfica e auxilia no controle da doença”, explica Marina Santorso, Gerente Médica de Diabetes da Novo Nordisk Brasil.

Apesar de o diabetes estar diretamente ligado ao risco de doenças vasculares, como infarto cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) e entupimento de artérias – estudos indicam que uma pessoa com diabetes tem 2 a 6 vezes mais chances de morte por eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdico – a prática de atividades físicas, associada a um tratamento adequado, pode até mesmo reverter esse prognóstico. “Os exercícios físicos melhoram o aproveitamento da glicose pelos músculos, ajudam a aumentar a sensibilidade à insulina e contribuem para a prevenção de doenças associadas, como insuficiência renal, neuropatia e retinopatia, além dos problemas cardiovasculares. Ao associá-los ao uso de uma medicação que ofereça proteção cardiovascular comprovada, estamos reduzindo o risco de complicações e aumentando a qualidade de vida”, afirma a médica.

As atividades físicas também são fundamentais para o controle da obesidade, problema que já afeta milhões de pessoas em todo o mundo e, atualmente, atinge 18% da população brasileira adulta. Apesar de ser constantemente relacionada à estética, a obesidade traz riscos à saúde que vão muito além do espelho: a obesidade é considerada fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares – responsáveis por mais de 70% das mortes no Brasil³.

De acordo com a endocrinologista e Gerente Médica de Obesidade da Novo Nordisk, Rocio Riatto Della Coletta, manter o organismo ativo é fundamental não só para o processo de perda de peso, mas especialmente para mantê-lo sob controle, grande dificuldade de quem passa pelo processo de emagrecimento. “A prática de atividades físicas não só acelera o metabolismo, mas também contribui para um maior gasto energético. Estudos demonstram que, independentemente do peso inicial, uma perda de 5-10% em pessoas com obesidade traz benefícios expressivos à saúde, incluindo melhoras dos níveis de glicemia sanguínea, da pressão arterial, dos níveis de colesterol e da apneia obstrutiva do sono4”. A médica ressalta que todas as modalidades oferecerem benefícios e que a escolha deve ser feita juntamente com o médico. “Alguns se beneficiam de atividades mais intensas, como corrida; outros preferem esportes de menor impacto, como natação. O importante é manter o corpo em movimento”, completa.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre os benefícios oferecidos pela prática de esportes e atividades físicas estão a melhora na aptidão muscular e cardiorrespiratória; melhora da saúde óssea; redução do risco de hipertensão, doença cardíaca coronária, acidente vascular cerebral, diabetes, câncer de mama e cólon; redução dos riscos de depressão; auxílio na redução e controle de peso5.




Novo Nordisk




Referências

1. O’Donovan, G.; Lee, I.; Hamer, M. “Association of ‘Weekend Warrior’ and Other Leisure Time Physical Activity Patterns With Risks for All-Cause, Cardiovascular Disease, and Cancer Mortality”. JAMA Intern Med. January 9, 2017. Disponível em http://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/article-abstract/2596007. Último acesso 7.2.2017.
2. Fitch K, Blumen H, Engel T.  Cardiovascular event incidence and cost in type 2 diabetes: A coomercial and Medicare claim based actuarial analysis. Milliman. Nov. 2016
3. Pesquisa Vigitel 2014 - Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas. Ministério da Saúde. Disponível em www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Materiais_por_assunto/2015_vigitel.pdf, último acesso: 08.02.2017.
4. Mann T, Tomiyama AJ, Westling E, et al. Medicare’s search for effective obesity treatments: diets are not the answer. The American Psychologist. 2007; 62:220-233.
5. Organização Mundial da Saúde – WHO. Fact-sheet “Physical activity”, disponível em www.who.int/mediacentre/factsheets/fs385/en/. Ultimo acesso: 06.02.2017.



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