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domingo, 29 de janeiro de 2017

Cidade Branca




Nem grafitada, nem cinza, tampouco com pichações que refletem cérebros corrompidos. Branca como é, ou como um dia será, a alma de todos seus moradores. Não só os espaços públicos. Também as casas dos industriários, dos comerciários, dos operadores dos serviços, dos médicos, advogados, jornalistas, empresários, políticos, prostitutas, proxenetas, estelionatários. Todos a demonstrar que somos todos amantes da paz, ainda que longínqua. 

Lembrem-se dos "pueblos blancos" da Andaluzia e de seus intermináveis olivais, que não são latifúndios e não têm cerca, admirável contraste da natureza e compreensão entre os homens. Motoristas de táxi adquirem pedacinhos de plantações e não precisam cercá-los, todos respeitam o que é próprio e alheio, tudo é de todos nós. Para alguns mais, para outros menos, é a história da natural e insuperável diversidade do homem. Essa representação coletiva é o branco. 

Se há algo transcendental, é a arte. Para uns, uma imagem de grafite, uma tela, um romance, um conto, um poema, crava-se profundamente em sua sensibilidade. Para outros nada diz. Se uma obra escrita nada lhe diz, deixe-a, dizia Borges. A arte só pode complementá-lo e fazê-lo mais humano, mais você mesmo e mais o outro. Leva-o, muitas vezes, a por as meias entre as botas e meter os pés no barro (Witman). Reversamente, pode deprimi-lo. Segue-se que a arte é a arte do observador. As garras apreensoras da razão e do sentimento de cada um é seu dono, não a produção ou o objeto em si. Sob tal aspecto parece-nos infértil contestar Kant, Schopenhauer e outros. 

Somente o branco, diáfano, cria a cidade de todos, dos paulistanos de origem, paulistas, essa massa heroica de nordestinos, negros, imigrantes europeus, asiáticos. Se ainda não geramos o mínimo de igualdade econômica e justiça social, deixemos que nosso inconsciente coletivo, no mínimo, se guie por essa imagem primeva da igualdade e da paz.

O preenchimento dos espaços públicos por um artista grafiteiro, por mais genial que possa ser observado pela crítica, não é democrático. Um só observador, ou alguns, a quem as pinturas provoquem o nada ou o ruim, já justifica o argumento de desprestígio às liberdades democráticas. Ainda que se organize um concurso e os vencedores tenham redobradas razões para sê-lo, não há garantia alguma de que aqueles que, muitas vezes diariamente, passam por essas ruas, sejam amavelmente impressionados. Quadros que revelem a história da cidade não fariam mal, mas a reiteração diuturna dessa imagem face a nossas visões se tornam negativamente reiteradas. Melhor foram os painéis - não nos recordamos da gestão municipal - montados sobre nossa história na Praça da Sé - junto a um público imenso -  e nenhum vandalizado. 

Não posso, você também, ninguém pode, ser obrigado a enxergar todos os dias o mesmo trabalho artístico. Não só nós não o suportamos, como se trata de uma injustiça, uma desigualdade relativa aos demais trabalhadores da arte. Imaginem uma escola que nos obrigasse a ler, todos os dias, um só poema. Ou ler partes de uma peça teatral de Shakespeare.  Para os que cruzam a Avenida 23 de maio às primeiras horas do dia, importa "Testemunhar a alvorada! A luz débil enfraquece a sombra diáfana e imensa, O ar tem um gosto bom para o meu paladar". E os que retornam às suas casas exaustos das refregas, "Eu sou aquele que caminha com a noite que cresce brandamente, clamo à terra e ao mar, em parte abraçados pela noite" (Witman). Deixem-me fora da visão diária obrigatória, deixem-me usar meu chapéu como quero, dentro e fora de casa. 

Politicamente corretos dizem tratar-se de higienismo, subrepticiamente nazismo. 

Derrapagem. A arte imposta a milhões é que carrega o vírus das ditaduras, como as produções manipuladas pelo Estado todo poderoso em nossa história recente.

Importa divulgar a cultura para todos e como um todo. A criação é boa ou ruim, não raro vem de subterrâneos divinos, da periferia, da zona leste, norte, oeste e sul, dos jardins que são jardins e dos jardins das profundezas de Santo Amaro. 

Todos os muros da cidade merecem o branco. E todas as casas. Anualmente repintadas com o barato cal, que repele o calor, como naqueles "pueblos". Não por leis de força, mas premiais. E a cidade plena de centros culturais de todas as espécies e professores da arte postos à disposição do povo. Se creio, ainda, em São Paulo, tais considerações são parte de minha crença.      



                                  
                   
Amadeu Roberto Garrido de Paula - poeta e autor do livro "Universo Invisível". Advogado e membro da Academia Latino-Americana de Ciências Humanas.  




10 dicas para começar 2017 com o pé direito nas finanças



O ano de 2016 foi um período difícil para muitos brasileiros: com os altos índices de desemprego e inflação, reduzir gastos e manter as contas em dia não foram tarefas simples. Tanto para quem se empolgou nos gastos e ultrapassou os limites do próprio salário, quanto àqueles que acumularam dívidas por conta de demissões, uma palavra é a chave para um ano com mais sustentabilidade, equilíbrio e saúde financeira: organização.

Como é possível organizar-se, na prática? Por onde se deve começar? Primeiramente, recomenda-se a identificação das despesas realizadas durante o mês e sua classificação em três categorias: gastos que devem ser mantidos; despesas que necessitam de redução; e custos a serem eliminados.

Depois dessa tarefa, consumidores de todas as faixas de renda podem garantir muitos benefícios para o próprio perfil financeiro. Veja dez atitudes fundamentais a serem seguidas após a fase de “classificação” das despesas: 


1) Mude de gastador para investidor. Invista somente em comprar o que realmente precisa e que vai levá-lo a um propósito de mais realização.


2) Caso esteja com dívidas, não se desespere, apenas se responsabilize. Parece difícil, mas assim como elas foram criadas, podem ser solucionadas ao longo do tempo.


3) Coloque as dívidas em ordem de prioridade. A organização pode variar: da mais cara para a mais barata, ou da mais fácil de pagar para mais difícil, por exemplo. O importante é ter em mente que, à medida que paga uma dívida, a autoestima tende a melhorar e, com isso, a motivação para continuar liquidando débitos também cresce. 


4) Negocie com seus credores. Se não é possível pagar a dívida completa de uma só vez, converse com seus credores para averiguar um valor a ser pago mensalmente. Dessa forma, é possível evitar o acúmulo ainda maior de juros e o efeito “bola de neve” sobre as dívidas atuais.


5) Afaste-se de créditos que o deixam ainda mais endividado. Empréstimos, cheque especial e cartão de crédito parecem excelentes alternativas quando o salário acaba, mas os altos juros que exigem não colaboram em nada quando o assunto é redução de dívidas, uma vez que o “pagamento mínimo” de faturas ou até mesmo a realização de gastos maiores do que o próprio salário são facilmente atingidos – colaborando para aumentar ainda mais o volume de dívidas. 


6) Avalie o que você já possui. Compradores compulsivos geralmente gastam montantes abusivos em itens que são facilmente esquecidos instantes após a compra. Para não cair nessa armadilha, organize tudo o que é prioridade no seu dia a dia e avalie o que realmente é necessário adquirir. 


7) Identifique novas oportunidades de gerar receita. Desde a venda de artigos usados até a busca por novas oportunidades de emprego, é fundamental estar atento às novas chances que podem surgir para conseguir fazer o dinheiro durar até o final do mês. Negociar descontos e condições especiais de pagamento também é uma ótima oportunidade nesse caminho. 


8) Cuide do seu crédito para não voltar a se endividar. Depois de saldar as dívidas, continue mantendo a casa em ordem para não perder de vista o limite de gastos. Tenha sempre em mente que seu crédito é seu patrimônio. 


9) Faça seu dinheiro trabalhar por você. Depois de saldar as dívidas, tenha sempre em mente um valor fixo a ser aplicado em algum tipo de investimento. Nesse caminho, a periodicidade é mais importante do que a quantidade: mesmo que pareça insignificante investir com retornos que muitas vezes não passam de centavos, não perca o foco e continue guardando seu patrimônio. 


10)Tenha disciplina e foco até alcançar o objetivo de gastar menos do que ganha. A principal estratégia não está em quanto se ganha, mesmo diante de crises. E sim encontrar o equilíbrio entre o que se ganha, investe e se gasta. 






Dirlene Costa - Vice-Presidente Administrativo-Financeiro na MultiCrédito





Equiparação a bancário – veja quem tem direito!



A profissão de bancário ainda é vista por uma grande parcela da população como um grande sonho de carreira, isso por diversos motivos, dentre os quais se destacam os muitos direitos e um salário razoável. Mas, o que poucos sabem é que em profissões análogas a essa, se obtém os mesmos direitos.

Isso, se deve ao fato de que são considerados bancários, para fins trabalhistas, aqueles que trabalham em instituições bancárias (bancos), ou em instituições financeiras equiparadas.

Com base nesse fato, estão equiparados em direitos trabalhadores de lotéricas, factorings, corretoras (seguro, câmbio, ações), representações bancárias, cooperativas de crédito, assessorias financeiras, consórcios, agências do correio com banco postal, dentre outros diversos casos.

Para se ter uma proporção, segundo decisões já dadas pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), até mesmo os empregados de empresas de processamento de dados, que prestam serviços de modo exclusivo a banco e integrante do mesmo grupo econômico, são bancários, para os fins trabalhistas.

Esse direito está embasado no seguinte trecho da lei: “consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros”.

Dentre os benefícios que esses trabalhadores obtêm está a carga horária de 30 horas semanais distribuídas nos dias úteis durante seis horas contínuas. Além disso, também dispõe que a duração normal do trabalho estabelecida deve ficar compreendida entre 7 e 22 horas, assegurando-se ao empregado, no horário diário, um intervalo de 15 minutos para alimentação.

Se o trabalhador é considerado bancário, segundo a jornada diária estará reduzida, obrigatoriamente, a seis horas. Ultrapassado esse limite, deverá haver o pagamento de horas extras (7ª e 8ª horas).

É importante saber que sobre as horas extras refletem em férias, 13º, FGTS, PLR e outras verbas, alcançando valores significativos ao bancário. Logo, há grande prejuízo quando esses não as recebem. Isso tudo, sem contar é claro da equiparação salarial.

Enfim, para os trabalhadores das áreas citadas acima, são muitos os benefícios em buscar esse direito, cabendo uma análise se realmente é válido a busca desses direitos e caso a resposta seja possível, ir buscar um advogado especializado para auxílio.





Gilberto de Jesus da Rocha Bento Jr - É titular do Bento Jr Advogados. Advogado com vasta experiência e atuação nas áreas empresarial, tributária, trabalhista e relações de consumo.





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