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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Dias ensolarados e claros exigem mais cuidado com os olhos




Com a agressão ao meio ambiente aumentando, as pessoas têm sido afetadas pelos raios ultravioleta de forma severa. O uso diário de fotoprotetor com fatores acima de 30 é muito importante para a prevenção do câncer de pele. Mas, em termos de saúde ocular, muitas pessoas ainda falham ao sair de casa sem proteger os olhos com óculos de sol. “Esse cuidado relativamente simples pode fazer toda a diferença na qualidade da visão no longo prazo”, diz Renato Neves, oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo.

A exposição aos altos índices de raios ultravioleta provoca degeneração macular – doença que afeta a parte central da retina, membrana posterior dos olhos onde as imagens são transmitidas para o nervo óptico. “Como não existe tratamento eficaz para alterações retinianas, a prevenção ainda é o melhor remédio. Daí a importância de investir em óculos de sol de boa procedência, com proteção UVA e UVB nas lentes, e jamais cair na tentação de comprar modelos ‘baratinhos’, de origem duvidosa”, alerta o especialista.

Neves afirma que nem o modelo, nem o material importam muito, desde que sejam confortáveis e o usuário sinta-se encorajado a colocar os óculos de sol sempre que sair de casa, ainda que o dia esteja nublado ou a pessoa vá sair apenas de carro. “Por outro lado, a qualidade das lentes é muito relevante, já que a irregularidade da superfície das lentes de procedência duvidosa pode causar desconforto visual, dor de cabeça e astigmatismo (deformidade da córnea que torna a visão desfocada para perto e para longe), entre outros problemas visuais”.

Além do câncer ao redor dos olhos, a exposição exagerada aos raios solares pode causar, no mínimo, nove doenças oculares: câncer de pele, câncer da conjuntiva (membrana mucosa e transparente que reveste e protege o globo ocular), pinguécula (espessamento da conjuntiva), pterígio (fibrose da conjuntiva), ceratite (inflamação da córnea), catarata (opacificação do cristalino), degeneração do vítreo (responsável por manter a forma esférica do olho), retinopatia solar (queimadura da retina) e degeneração macular (deterioração da visão central).

De acordo com o oftalmologista, a fotoceratite implica na queimadura dos tecidos que revestem a parte externa dos olhos. “Trata-se de um problema muito recorrente entre pessoas que vão esquiar na neve e se esquecem de proteger a visão. Também pode acontecer em praias de areia branca, já que o sol é rebatido em direção aos olhos da pessoa. Vale ressaltar que olhos claros são sempre mais vulneráveis a esse tipo de ocorrência”.

Outro problema pouco mencionado é a pinguécula. “Trata-se de lesão amarelada que se espalha pelo globo ocular e em determinados casos pode se tornar espessa e incomodar a visão – necessitando de remoção cirúrgica. Assim como o aparecimento de manchas de pele ou verrugas em decorrência do sol, a pinguécula é resultado do acúmulo de sol – e, portanto, acomete pacientes depois da meia-idade”, diz o médico – chamando atenção para o fato de que alguns remédios e antibióticos também podem deixar os olhos mais sensíveis ao sol. “De modo geral, alguns remédios têm impacto sobre a visão, como medicamentos usados para combater a acne, os anti-histamínicos, os corticosteroides, remédios usados no tratamento de malária, do câncer, de disfunção erétil e doenças na próstata, entre outros”.

Na opinião do oftalmologista, além de cuidar preventivamente da saúde ocular e consultar um especialista sempre que sentir alterações importantes na visão, é possível fortalecer os olhos através de uma boa alimentação. “Frutas de várias cores e verduras de tonalidade verde-escuro (espinafre, couve e brócolis, por exemplo) contribuem para ter boa visão. Elas contêm antioxidantes que protegem os olhos, reduzindo os danos provocados pelos radicais livres. Ovos, milho verde, mamão, laranja e kiwi também contêm luteína, substância fundamental no combate à degeneração macular relacionada à idade. A esses alimentos, acrescentamos cenoura e abóbora, que também são ricas em vitamina A e contêm muita vitamina C”.

Neves recomenda, também, incluir importantes fontes de ômega-3 e reduzir a ingestão de sódio. “Peixes, castanhas, óleo de linhaça e canola previnem contra a síndrome do olho seco – tão comum nas grandes cidades e na terceira idade. Vale lembrar que todas as dietas saudáveis devem incluir grandes quantidades de frutas, legumes e verduras frescas – que podem ser consumidas ao longo do dia. A ideia é aumentar a ingestão de vitaminas, minerais, proteínas saudáveis, ômega-3 e luteína. Com uma alimentação saudável, uso diário de óculos de sol e visitas regulares ao oftalmologista, é possível enxergar muito bem e por mais tempo”.




Fonte: Dr. Renato Neves - cirurgião oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos -  www.eyecare.com.br //  www.drrenatoneves.com.br



Dengue, Zika ou Chikungunya: como diagnosticar com precisão?



SBPC/ML reforça que tanto a solicitação quando à interpretação sejam feitas por um médico habilitado e estejam de acordo com as normas regulatórias vigentes

Casos de Dengue, Zika e Chikungunya devem aumentar no Brasil com a chegada do verão. Por serem causadas pelo mesmo transmissor (Aedes aegypti) e possuírem algumas semelhanças, é comum haver confusão na hora do diagnóstico, ainda mais em períodos endêmicos como os meses de dezembro a março.

Das três, a dengue é a mais conhecida e a que possui vacina. Já o Chikungunya e o Zika, com menos de dois anos de existência, ainda geram dúvidas em relação às formas de contágio, segundo Celso Granato, patologista clínico membro da SBPC/ML.

Ainda não existe um tratamento específico para nenhuma delas e a maior urgência do segmento, segundo Granato, é gerar educação para que os médicos saibam diagnosticar com maior precisão essas doenças, principalmente Zika e Chikungunya que não foram aprendidas na faculdade.

“Muitos não conhecem todas as ferramentas que os laboratórios disponibilizam para auxiliá-los na confirmação do diagnóstico”, diz. Dessa forma, o papel dos profissionais do laboratório passa a ser fundamental para suportar as decisões do médico em relação ao cuidado do paciente.


Regras gerais para o diagnóstico
Atualmente existem duas formas para o diagnóstico da Dengue, Zika e Chikungunya: o exame de sorologia, também conhecido como indireto, e os testes moleculares, que são testes diretos.

Entre os testes indiretos a detecção de anticorpos pode ser feita por diferentes metodologias, tais como o ELISA, Imunofluorescência indireta ou Imunocromotografia (teste rápido). Nestes procedimentos, os anticorpos contra o vírus podem ser detectados após quatro dias de infecção. Porém, é importante ressaltar que as metodologias indiretas podem apresentar resultados falso-positivos devido às reações cruzadas com outros vírus da mesma família, como é o caso do vírus da Dengue e da Febre Amarela.

Por isso, é importante que na interpretação dos resultados seja levada em consideração a sensibilidade e especificidade do teste utilizado, seguindo os parâmetros relatados pelos fabricantes. 

O patologista clínico esclarece, ainda, que o Chikungunya não costuma ter reação cruzada com Dengue e Zika. “A três doenças são transmitidas pela picada do mosquito, mas o Chikungunya é primo da Rubéola”, ressalta.

Já os testes moleculares são testes diretos, também conhecidos como PCR (Polimerase-Chain-Reaction ou Reação em Cadeia da Polimerase) e detectam a presença do vírus no sangue ou na urina do paciente por meio do seu material genético. “O PCR é o teste com maior precisão, porém é mais restrito aos laboratórios de grande porte”, afirma Granato.

O teste sanguíneo é capaz de detectar a doença do vírus nos primeiros sete dias de infecção, caso isso não seja possível, o ideal é realizar o teste de sorologia. No caso específico do Zika, o vírus pode ser detectado em amostras de urina, por PCR, por até 15 dias após a infecção. No entanto, o teste molecular negativo não exclui isoladamente a infecção, sendo necessário realizar a pesquisa de anticorpos no caso de suspeita clínica.

No caso das gestantes assintomáticas em relação às três doenças, a recomendação é realizar o teste sorológico. Se negativo, fica afastada a suspeita da infecção. As gestantes com sintomas devem seguir a mesma orientação das outras pessoas.

As grávidas precisam ficar atentas com relação ao Zika, pois é a única que pode resultar em má formação para o bebê, alerta o patologista. Fora do contexto da gravidez, o Zika já não é tão preocupante.

No caso da Chikungunya, de 30% a 50% dos infectados têm chances de desenvolver uma artrite crônica, o que pode dificultar a mobilidade da pessoa por até dois anos.

A dengue é considerada a mais grave no quesito mortalidade, tendo matado 419 pessoas em 2016. Apesar de ainda ser um número elevado de casos registrados este ano, em torno de 1.399.480, o número de óbitos diminuiu 47% em relação a 2015 (789 mortes).

Pela complexidade da oferta dos exames, a SBPC/ML reforça a importância de que tanto a solicitação quando à interpretação dos exames sejam feitas por um médico habilitado e estejam de acordo com as normas regulatórias vigentes, e que os laboratórios sigam as normas de programas de qualidade laboratorial, como o PALC – Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos, da entidade.




Diagnóstico tardio: o grande inimigo do combate ao câncer de próstata



Apesar dos avanços nos tratamentos e das campanhas de conscientização, dados mostram que cerca de 20% dos pacientes portadores da doença são diagnosticados em estágios avançados

É fato que o câncer de próstata é o tumor que mais acomete os homens – excluindo os tumores de pele não melanoma. No mês de novembro, quando muitas pessoas são impactadas por campanhas de conscientização sobre a doença, um dado alarmante da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostra que cerca de 20% dos pacientes portadores de câncer de próstata ainda são diagnosticados em estágios avançados – o que pode prejudicar fortemente as chances de cura do tumor.

Doutor Reinaldo Uemoto, urologista do Hospital Santa Catarina, esclarece que “50% dos casos fatais de câncer de próstata podem ser evitados se o tumor for diagnosticado precocemente. Todavia, apesar de as informações sobre a doença e os tratamentos serem difundidas mais rapidamente hoje em dia, o que atenua o pré-conceito sobre o assunto, ainda são registrados números altos de negligência por parte dos homens”.

Embora, de forma geral, a conscientização da população masculina sobre o câncer de próstata tenha evoluído, o especialista ressalta que “como o tumor não possui sintomas pré-definidos, o que dificulta sua percepção, muitos homens que sabem sobre a gravidade da doença não percebem que estão em uma zona de risco”.

O médico alerta que alguns sintomas podem ser percebidos para os homens que estão em fase avançada. “Levantar diversas vezes durante a noite para ir ao banheiro, ter dificuldades para urinar, jato urinário fraco, sentir dor óssea e insuficiência renal são sinais de que o organismo não está bem e merecem atenção especial. Procurar um médico imediatamente é sempre o mais indicado”, explica.
O exame de próstata é indicado para homens acima de 50 anos. Porém, como comenta doutor Uemoto, “há alguns grupos de riscos que são aconselhados a realizar os exames a partir dos 45 anos de idade: aqueles com histórico familiar de câncer, obesos e pacientes negros, que têm maior incidência de ter o câncer que pessoas com a pele branca ou amarela”.

Dados do Instituto Nacional do Câncer mostram que somente no Brasil a doença é responsável por mais de 13 mil mortes por ano – uma a cada 40 minutos. A entidade ainda estima que em 2016 devem ser registradosmais de 61 mil novos casos de câncer de próstata.



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