Pesquisar no Blog

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Câncer de pele em homens: remoção cirúrgica pode ser o melhor tratamento




O cirurgião plástico, Dr. Alexandre Audi reforça a importância do protetor e informa que a remoção cirúrgica, muitas vezes, é a única forma de acabar com a doença



No clima do Novembro Azul, não podemos deixar de lado que o câncer de pele é o câncer mais incidente nos homens, mais ainda que o de próstata. Estima-se que corresponda a 30% dos tumores malignos registrados no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa de novos casos para 2016 é de 5.760 pacientes, sendo 3 mil homens e 2.670 mulheres.

“As causas para o carcinoma basocelular (CBC), o mais frequente, e o carcinoma espino-celular (CEC) estão ligadas à exposição excessiva e desprotegida ao sol. Quanto ao melanoma, o tipo mais grave e eventualmente fatal de câncer de pele, não sabemos exatamente todos os fatores que exercem influência em seu surgimento, visto que são registrados casos da doença em regiões do corpo onde não há exposição solar, como plantas dos pés, nádegas e órgãos genitais”, explica o cirurgião plástico Alexandre Audi.

O câncer de pele, depois de diagnosticado, tem na remoção cirúrgica o procedimento mais indicado. Para os tipos CBC e CEC, a cirurgia significa a cura. Em muitos casos são necessárias técnicas da cirurgia plástica para a reconstrução do tecido que foi afetado pelo câncer. Já no caso do melanoma, é preciso que o tecido retirado seja analisado para verificar necessidade de tratamentos complementares, como quimioterapia. 


Protetor solar - “Ao sair de casa é indispensável o uso do protetor solar nas áreas expostas, mesmo em dias frios e nublados, reaplicando o produto a cada quatro horas em dias comuns e a cada uma hora em caso de suor excessivo em praias e piscinas. Também é importante que se utilize proteção nos lábios”, aconselha o cirurgião plástico Alexandre Audi.





DR. ALEXANDRE AUDI - Formado pela Faculdade de Medicina da USP-SP, é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC), especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, cirurgião plástico do Hospital da Aeronáutica de São Paulo e do Núcleo de Feridas Complexas do Hospital Sírio-Libanês. Realizou internato médico com equivalência na conceituada Harvard Medical School em Boston, e em Microcirurgia Reconstrutiva e Reconstrução Mamária, no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, após o término da residência médica de cirurgia geral e cirurgia plástica neste mesmo hospital.


Exame de toque e PSA devem ser feitos anualmente por homens acima dos 50 anos





O câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens brasileiros, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados mais de 61 mil novos casos da doença e quase 14 mil mortes somente este ano. Ainda assim, o índice de sobrevida desse tipo de câncer chega a 96% e se apoia fortemente no diagnóstico precoce. Daí a importância de campanhas como Novembro Azul – que estimula homens com mais de 50 anos a fazerem anualmente exames de toque e PSA.

Para a investigação de câncer de próstata, o exame de toque não oferece altas taxas de sensibilidade quando realizado isoladamente. Por outro lado, quando associado ao exame PSA (antígeno prostático específico), a dupla oferece 92% de acerto no diagnóstico. Por isso é tão importante conhecer em detalhes esse exame laboratorial. Quanto maior o nível de PSA no sangue, maior também é a chance de o paciente ter câncer de próstata. De acordo com o médico urologista e ultrassonografista Leonardo Piber, do CDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo, é fundamental que homens entre 50 e 75 anos se submetam a esse simples rastreamento todos os anos. 

“Pesquisa realizada em nosso serviço mostrou casos de pacientes com exame de toque alterado, ou seja, evidenciando nódulo, mas que apresentavam um PSA dentro dos limites de normalidade. Nestes casos, a ultrassonografia transretal confirmou a presença do nódulo e a biópsia diagnosticou câncer. Isso ressalta a extrema importância do exame de toque. Sabemos que o habitual é ocorrer alteração do PSA, mas há casos em que isso não acontece. Essa pesquisa foi apresentada no Congresso Sul Brasileiro de Urologia em junho deste ano”, diz Piber.

Conhecer os fatores de risco para o câncer de próstata contribui muito para evitar negligência ou alarmismo, garante o médico. “A maioria dos casos acontece por volta dos 65 anos, mas a investigação diagnóstica deve acontecer entre 50 e 75 anos. Quando há parentes diretos que já enfrentaram a doença, é recomendado iniciar os exames anuais mais cedo, a partir dos 40 anos. Trata-se também de um tipo de câncer particularmente agressivo para homens obesos ou com uma dieta rica em gorduras”. 

Piber afirma que, quando a análise do sangue detecta alteração importante, normalmente o médico do paciente solicita novos exames de imagem para eventualmente diagnosticar o câncer de próstata em fase inicial, já que a doença oferece boas chances de cura quando tratada logo no começo. “O PSA é uma proteína encontrada em grandes quantidades no sêmen e em pequena quantidade no sangue, mas é o suficiente para indicar quando há risco. Pode acontecer de o nível de PSA estar alto por conta de alguma inflamação ou infecção, ou ainda pelo aumento benigno da glândula prostática. Daí a importância de o médico fazer o toque retal e encaminhar o paciente para exames de imagem, considerando idade, histórico familiar, medicamentos de uso contínuo e até mesmo determinados suplementos que afetam o tamanho da próstata”.

Quando o toque retal e o nível de PSA apontam para o câncer de próstata, Leonardo Piber diz que outros exames costumam contribuir para chegar a um diagnóstico preciso, como o ultrassom transretal e a biópsia. “A ressonância magnética também costuma ser empregada para sabermos a localização exata do tumor, bem como se ele se espalhou pela próstata”.  Independentemente dos exames que serão realizados, o médico chama atenção para o fato de que inicialmente a doença costuma ser assintomática, ou seja, não apresenta sintomas relevantes. Mesmo assim, o paciente pode começar a sentir dificuldade ou dor ao urinar, urgência em urinar (principalmente à noite), urinar em pouca quantidade e mais vezes, verificar sangue na urina, e sentir dor persistente nas costas ou nos quadris.

“Em casos mais graves, quando o câncer de próstata atinge outros órgãos, o paciente também pode ter dor nos ossos, fraqueza generalizada, perda de peso sem motivo aparente, anemia e falência renal. Por se tratar de uma doença com ótimo prognóstico quando diagnosticada e tratada logo no início, é importante que os homens levem a sério os exames preventivos, principalmente essa dobradinha entre toque retal e exame de PSA assim que atingem a meia-idade”, adverte o médico especialista.




Fonte: Dr. Leonardo Piber, médico urologista e ultrassonografista do CDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo (www.cdb.com.br ) e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia e do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.



Novembro Azul é papo sério



Câncer de próstata é a segunda maior causa de óbito oncológico no sexo masculino


Apesar dos índices não serem bons, a saúde do homem nem sempre é colocada em pauta. O Novembro Azul vem, justamente, para discutir uma das doenças mais comuns no público masculino: o câncer de próstata. Listada entre as três patologias mais incidentes, a doença apresenta dados alarmantes. Segundo pesquisa realizada pela Coalizão Internacional para o Câncer de Próstata - IPCC, 47% dos homens com a doença em estágio avançado desconhecem e/ou não dão importância aos sintomas. De acordo com a ONG britânica Cancer Care,1,1 milhão de homens são afetados pelo câncer de próstata e a enfermidade provoca 307 mil mortes no mundo, todos os anos. Só no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA)estima um total de 61.200 novos casos/ano.

Recentemente, o ator Ben Stiller, com apenas 50 anos, declarou ter tido a doença. Segundo Stiller, o que o levou a falar sobre o assunto foi, justamente, alertar os homens sobre a necessidade de fazer os exames de prevenção com frequência, para obter o diagnóstico precoce. O ator ainda revelou que, além de não ter histórico familiar da doença, não teve nenhum sintoma antes de saber que estava doente. 

A campanha do Novembro Azul vem, portanto, para alertar sobre a necessidade da prevenção, já que o sucesso do tratamento depende do estágio em que a doença é diagnosticada. “Quando a enfermidade é descoberta cedo, as chances de cura são muito altas, podendo chegar a mais de 90%”, afirma Leonardo Pimentel, radio-oncologista da Radiocare, Centro Avançado de Radioterapia, Hospital Felício Rocho. Segundo o médico, homens a partir dos 50 anos devem discutir com seu médico sobre fazer exames de próstata anualmente. Já aqueles que possuem histórico familiar, devem iniciar o controle a partir dos 45. Aqueles homens que possuem mais de um parente de primeiro grau com câncer de próstata devem começar a serem testados aos 40. “Ainda existe muita resistência em fazer os exames para detectar a doença. Apesar de alguns serem incômodos, o checkup anual é necessário para manter a saúde em dia. Após a primeira checagem e, dependendo dos resultados, a frequência dos testes deve ser discutida com cada um dos pacientes considerando os seus valores pessoais e as suas expectativas”.


Sintomas
O câncer de próstata se manifesta de forma silenciosa, por isso a necessidade da prevenção para que seja descoberto em estágio inicial. “Existem exames que podem ser realizados em pessoas que não possuam indícios ou sintoma da doença, os exames de rastreamento. Como o câncer de próstata usualmente só causa sintomas quando em estágio avançado, somente a prevenção pode detectar a doença de forma mais precoce" afirma o urologista e professor adjunto da Faculdade de Medicina da UFMG, Bruno Mello. Em fases iniciais, a patologia é assintomática. Em estágios mais avançados, o indivíduo pode ter dificuldade para urinar, alterações da frequência urinária e, ainda, ter sangue nas fezes ou urina, ou dores ósseas quando já em situação de metástase (quando o câncer se espalha para outros órgãos).

Diagnóstico
Quando há suspeita do câncer de próstata, seja pelo exame de toque retal, seja pela dosagem sanguínea do PSA (antígeno prostático específico), pode se indicar a biópsia prostática, exame feito sob sedação, guiado por ultrassonografia. Caso se confirme a doença, as alternativas de tratamento devem ser discutidas individualmente com cada paciente, dependendo da agressividade da doença, da idade e da condição de saúde do paciente. “Para essa discussão, o envolvimento de mais de um especialista torna-se interessante, pois dará ao paciente uma visão diferenciada de acordo com a experiência de cada profissional”, opina Mello. “Geralmente os pacientes ouvem a opinião de seu urologista, além de um radioterapeuta e de um oncologista”.


Tratamentos
O tratamento varia de paciente para paciente e depende do estágio da doença, idade, probabilidade de cura e expectativa de vida. Cirurgia, radioterapia e terapia hormonal são os procedimentos mais indicados.

Ao ser detectado precocemente, a observação é um dos procedimentos mais recomendáveis para tumores de características pouco agressivas. Outras opções são a realização da cirurgia ou de radioterapia. Quando optado pela observação, o médico acompanha de perto o paciente para indicar algum tratamento específico, nos casos em que os exames mostrem uma possível piora dos parâmetros do câncer. Para aqueles que descobrem a doença em estágio avançado, cirurgia, radioterapia e hormonioterapia são aplicadas individualmente ou combinadas. Já em fase metastática, o tratamento é feito pela terapia hormonal. “Existem técnicas que, por uma série de fatores, são aplicáveis para alguns e para outros não. Cada organismo reage de uma forma”, assegura Leonardo Pimentel.


Riscos de disfunção erétil e infertilidade?
A maior preocupação masculina é que seja acometido pela incontinência urinária e impotência sexual. Realmente, devido a alguns tratamentos, existe essa possibilidade, por isso a importância do diagnóstico precoce. “Quanto mais cedo ele for diagnosticado, menos agressivo será o tratamento e, logo, menos riscos de ocorrer a disfunção erétil”, orienta Leonardo. Ainda, segundo o especialista, a braquiterapia é um dos recursos que pode ser utilizado para o tratamento da doença e também está entre os que causam menor índice de disfunção erétil, em comparação com a cirurgia. O procedimento é benéfico pelo fato de levar a radiação de forma mais localizada. “É feita uma distribuição de pequenas sementes de iodo radioativo por toda a próstata do paciente, com o objetivo de  erradicá-lo por completo”, conta o radio-oncologista.

A cirurgia, chamada prostatectomia radical, pode ser feita de várias formas. A via aberta, por meio de uma incisão abaixo do umbigo, é a mais tradicional. Mais recentemente, surgiram novas técnicas, minimamente invasivas, de se realizar a prostatectomia: por acesso laparoscópico e acesso laparoscópico assistido por robô (robótica). “São procedimentos que acrescentam, às excelentes taxas de cura da cirurgia, as vantagens de incisões menores: menor tempo de internação, menos dor e retorno mais precoce ao trabalho”, destaca Bruno Mello. Após a cirurgia, deve ser feito acompanhamento do paciente para reabilitação da continência urinária e da função erétil, além do controle do câncer.


Posts mais acessados