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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Congresso da SBPC/ML discute obrigatoriedade do jejum






Estudos orientam não ser mais necessário jejuar antes de exame de colesterol e triglicerídeos por exemplo. Congresso da SBPC/ML discute o tema em prol de um consenso entre os laboratórios brasileiros

O fim do jejum para exames laboratoriais é tema de mesa redonda durante o 50º Congresso da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), que ocorreu entre os dias 27 e 30 de setembro, no Rio de Janeiro. A questão esquentou quando um recente estudo realizado por cientistas da Universidade de Copenhagen, junto a pesquisadores dos Estados Unidos e do Canadá, afirmou não ser necessário jejuar para exames de sangue destinados a verificar níveis de colesterol e triglicerídeos. Segundo os pesquisadores, não estar em jejum para esses testes não provoca alterações significativas nos resultados.

A não obrigatoriedade do jejum para esses exames traria maior comodidade ao paciente e deve ser sugerida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia em breve, segundo informou o diretor de ensino da SBPC/ML, Carlos Eduardo Ferreira, e também coordenador médico do departamento de química clínica do laboratório clínico do Hospital Albert Einstein.

O laboratório do Hospital Albert Einstein, por exemplo, passou a seguir as diretrizes europeias e já não exige jejum dos pacientes que vão realizar exames de colesterol total e frações. “Isso muda a cultura dos laboratórios e melhora a qualidade de vida  dos pacientes”, diz Ferreira, lembrando o desconforto que é ficar 12 horas em jejum, ainda mais no caso de um diabético e/ou idoso, que faz uso de muitos medicamentos por dia.

Caso as novas diretrizes se estabeleçam, os valores de referência de alguns exames podem sofrer alterações, já que foram definidos em indivíduos saudáveis que estavam em jejum antes da coleta de sangue.

“Desde que os laudos de exames contenham o tempo de jejum do paciente e que os valores de referência sejam readequados, é possível realizar exames sem jejum”, explica o presidente da SBPC/ML e patologista clínico, Dr. Alex Galoro.

Exigência de jejum
O período de jejum habitual para a coleta de sangue de rotina é de 8 horas, podendo ser reduzido para 4 horas para a maioria dos exames. Até o presente momento, o jejum de 12 horas é uma exigência formal para a coleta do perfil lipídico, e para o exame de glicose no sangue para o diagnóstico do diabetes, o tempo em jejum exigido é de 8 horas. Na análise do perfil lipídico do paciente para avaliação de risco cardiovascular, o jejum era recomendado devido às variações dos níveis de triglicérides após as refeições.

Como estudos recentes demonstraram um maior risco cardiovascular para pacientes com triglicérides elevado no pós-prandial, o fim do jejum contribuirá para identificar este grupo de pacientes. Com a vantagem de refletir as condições fisiológicas do dia a dia e de evitar o desconforto e possíveis complicações do jejum prolongado. Além disso, há um consenso europeu que afirma que as pequenas variações observadas entre dosagens com e sem jejum para definição de valores de risco cardíaco poderiam ser corrigidas se fossem estabelecidos novos valores referenciais. A dosagem com jejum prolongado seria necessária somente quando o nível de triglicérides, fora do estado de jejum, encontra-se acima de 440 mg/dL.

Na tabela abaixo se encontram recomendações para coleta do perfil lipídico com e sem jejum:

Recomendações para avaliação do perfil lipídico com e sem jejum
Sem jejum
Na maioria dos pacientes, incluindo:
. Avaliação inicial do perfil lipídico
. Avaliação de risco cardíaco
. Paciente em internação por síndrome coronária aguda
. Crianças
. Se solicitado pelo paciente
. Pacientes diabéticos
. Idosos
. Pacientes em terapêutica estável
Com jejum
Indicada em:
. Triglicérides sem jejum > 440mg/dL
. Avaliação de especialista em paciente com hipertrigliceridemia conhecida
. Pacientes com pancreatite por hipertrigliceridemia
. Início de uso de medicações que cursam com hipertrigliceridemia severa
. Quando acompanhado de outros exames que necessitam de jejum
  

Recomendações para coleta do perfil lipídico com e sem jejum. Adaptado de Nordestaard BG et al.




LEUCEMIA: ENTENDA O CÂNCER QUE AFETA AS CÉLULAS SANGUÍNEAS



Segundo o INCA, o Brasil deve registrar até o final deste ano mais de 10 mil novos casos da doença; Entre crianças e adolescentes, este é o tipo de câncer mais prevalente, sendo responsável por 33% dos casos

Dos tipos de câncer que afetam o sangue, a leucemia é a mais conhecida. A idade de acometimento varia de acordo com o subtipo de leucemia, que, em linhas gerais, se divide em mielóide e linfóide, de acordo com a célula afetada. Em ambas as categorias, ela pode ser qualificada com sendo aguda ou crônica, considerando a velocidade de divisão dessas células e, portanto, a agilidade com a qual a doença se desenvolve.

As Leucemias Agudas podem ocorrer em todas as faixas etárias sendo que a LLA (Leucemia Linfóide Aguda) tem maior incidência na infância e juventude. Estima-se que a condição corresponda a 33 de cada 100 diagnósticos em pacientes de 0 aos 18 anos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Já a LMA (Leucemia Mielóide Aguda) é o tipo mais comum de Leucemia em adultos, correspondendo a 80% dos casos neste grupo. A ocorrência de LMA aumenta com a faixa etária (incidência maior acima de 65 anos). Se consideradas todas as faixas etárias, o Brasil deve registrar até o final deste ano 10 mil novos casos da doença.

"A leucemia afeta inicialmente a medula óssea – tecido mole que fica dentro dos ossos e é responsável por produzir glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas -, fazendo com que as células sanguíneas passem a se reproduzir de forma descontrolada e gerando o comprometimento da fabricação normal do sangue. Sendo assim, ocorre anemia, diminuição da imunidade e aumento do risco de sangramentos", explica a Dra. Mariana Oliveira, hematologista do Centro Paulista de Oncologia - CPO, do Grupo Oncoclínicas.

Segundo a especialista, não se trata de uma condição hereditária, mas sim de uma doença que ocorre devido a alterações genéticas adquiridas e que acabam por desencadear o surgimento do câncer. "Não há como apontar causas exatas que permitam a prevenção para todos os indivíduos. Por isso, a melhor forma de deter o avanço da leucemia é o diagnóstico precoce", destaca a Dra. Mariana.

Fique atento aos sintomas
Alguns fatores, como a exposição a produtos químicos, principalmente os derivados de benzeno, e à radiação em altos níveis, assim como algumas doenças genéticas como anemia de Fanconi e outras que afetam o sangue, podem elevar o risco de incidência da doença. Ainda assim, estes são apenas fatores que podem contribuir para o surgimento da leucemia, mas não são regra. Diante disso, o principal conselho da hematologista é que seja dada atenção aos sinais que podem ser indícios da doença.

"Os sintomas das leucemias agudas incluem palidez, cansaço e sonolência, uma das consequências da queda na produção de glóbulos vermelhos (hemácias) e consequente anemia. Manchas roxas que surgem aparentemente sem traumas, pequenos pontos vermelhos na pele e/ou sangramentos mais intensos e prolongados após ferimentos leves também podem surgir em decorrência da diminuição na produção de plaquetas", diz a Dra. Mariana.

A redução na imunidade ocasionada pela baixa quantidade de glóbulos brancos faz ainda com que a pessoa apresente infecções constantes e febre. "Dores ósseas e nas juntas, que podem dificultar a capacidade de locomoção, e dores de cabeça e vômitos são outros possíveis sintomas que não devem ser ignorados. Outro indício da doença pode ser ainda a perda de peso", afirma.

A Dra. Mariana frisa, contudo, que as leucemias crônicas são comumente descobertas por alterações identificadas no hemograma - exame de sangue que deve ser realizado periodicamente como parte da rotina, já que dificilmente apresentarem alterações evidentes à saúde. "Apenas em estágios mais avançados podem ocorrer sintomas similares aos casos agudos", pontua a especialista do CPO.

Para fechar o diagnóstico, é recomendada a coleta de medula óssea para exames específicos (mielograma, biópsia, imunofenotipagem e cariótipo). Outros estudos complementares podem ser então sugeridos, de acordo com a subclassificação a ser estabelecida e análise de risco, para que seja assim definido o tratamento a ser adotado. Em geral, as leucemias são tratadas com quimioterapia. De acordo com os resultados obtidos com a quimioterapia, pode ser indicado o transplante de medula óssea.




Sobre o CPO
Fundado há mais de três décadas pelos oncologistas clínicos Sergio Simon e Rene Gansl, o Centro Paulista de Oncologia (CPO) - Grupo Oncoclínicas, oferece cuidado integral e individualizado ao paciente oncológico. Com um corpo clínico com mais de 50 oncologistas e hematologistas e uma capacitada equipe multiprofissional com psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos, enfermeiros e fisioterapeutas, conta com consultas médicas oncológicas e hematológicas, aplicação ambulatorial de quimioterápicos, imunobiológicos e medicamentos de suporte, acompanhamento multidisciplinar ambulatorial, além de um serviço de apoio telefônico aos pacientes 24 horas por dia e acompanhamento médico durante internações hospitalares.
O CPO possui a acreditação em nível III pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e a Acreditação Canadense Diamante (Accreditation Canada), do Canadian Council on Health Services Accreditation, o que confere ao serviço os certificados de "excelência em gestão e assistência” e qualifica a instituição no exercício das melhores práticas da medicina de acordo com os padrões internacionais de avaliação. A insituição conta com uma parceria internacional como Dana Farber Institute / Harvard Cancer Center, que garante a possibilidade de intercâmbio de informações entre os especialistas brasileiros e americanos, bem como  discussão de casos clínicos e, ainda, proporciona a educação continuada do corpo clínico do CPO, com aulas, intercâmbios e eventos com novidades em estudos e avanços no tratamento da doença.

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