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sexta-feira, 1 de abril de 2016

Descaso do poder público causa fechamentos sistemáticos de pronto-socorro infantil do Hospital do Mandaqui





Centro de referência sofre com falta de médicos e alta demanda por conta de doenças como H1N1 e Dengue

O fechamento recorrente do pronto-socorro infantil do Hospital do Mandaqui, na Zona Norte de São Paulo, está causando episódios de revolta na população. Foram relatados casos de agressões a médicos e depredação da estrutura do hospital, colocando em risco a integridade física das equipes que atuam na assistência à saúde.

A falta de médicos pediatras nos serviços de pronto-atendimento de baixa complexidade da prefeitura, somada às recentes epidemias de H1N1 e Dengue, está gerando um fluxo maior de pacientes ao Hospital do Mandaqui. Entretanto, o hospital não consegue atender esse aumento significativo na demanda, uma vez que a unidade não conta com um número suficiente de médicos.

Esse desfalque na equipe médica é um problema de longa data. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (SIMESP), Eder Gatti, a situação é resultado da escassez de concursos públicos e à baixa atratividade da carreira oferecida pelo Estado. “Essa situação precisa ser urgentemente revista. 

Os médicos estão há mais de três anos sem reajustes, com uma perda salarial acumulada em quase 25%. Quem mais sofre com isso é a população, que não consegue um atendimento mais rápido”, afirma.

As longas filas de espera no atendimento do Hospital Mandaqui tem causado revolta na população, causando tumultos e episódios de violência, colocando os profissionais em risco. “O Hospital deve tomar providências quanto a segurança da equipe médica e dos demais profissionais”, finaliza Gatti.


Sindicato dos Médicos de São Paulo (SIMESP)
Fundado em 1929, o Sindicato defende a atividade médica, a luta pela dignidade no exercício da medicina e o acesso à saúde como direito do cidadão. Aborda temas como planos de saúde, Sistema Único de Saúde (SUS), organizações sociais (OSs) e salário dos médicos, entre outros.

Censo Escolar 2015 mostra que três milhões de alunos entre 4 e 17 anos estão fora da escola





ABFIAE alerta que projetos que reduzem preço de materiais escolares continuam esquecidos pelo Governo

O Ministério da Educação (MEC) acaba de divulgar os dados do Censo Escolar de 2015, que mostram que as matrículas diminuíram em todas as etapas de ensino, menos na creche, que atende as crianças até os 3 anos de idade. No total, são três milhões de crianças e jovens de 4 a 17 anos fora das salas de aula, e que, por lei, deverão ser incluídos até este ano. Os números refletem a queda da população, em geral, que tem reduzido entre criança e jovens, além dos desafios para o sistema educacional.

O censo ainda mostra que, as idades mais críticas são 4 anos, 690 mil de crianças não são atendidas, e 17 anos, em que 932 mil adolescentes deixaram os estudos. Outro dado importante, se refere à pré-escola, voltada para crianças de 4 e 5 anos, que teve uma redução de 1% de matrículas em relação a 2014, passando de 4,96 milhões para 4,92 milhões, aproximadamente. Foi a primeira queda desde 2011. O ensino médio, que já reduzia as matrículas pelo menos desde 2010, teve, desde então, a maior queda, entre 2014 e 2015, de 2,7%. O número de estudantes passou de 8,3 milhões para 8,1 milhões.

“Em um País, que se intitula Pátria Educadora, isso é inadmissível. Outro fato que é inaceitável, é o esquecimento, por parte do Governo Federal, do Projeto de Lei 6.705/2009, aprovado no Senado em 2009 e da PEC 24/2014, que dispõem sobre o fim dos impostos sobre os materiais escolares, e que aguardam votação. A aprovação destes projetos seria uma solução imediata para a redução da absurda carga tributária sobre material escolar existente no País”, explica Rubens Passos, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) .

Recentemente, o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) divulgou que esses artigos são taxados em até 47%, como no caso das canetas. Itens como apontador e a borracha escolar têm alíquota de 43%; caderno universitário e lápis, 35%. 

“Em um país onde os governantes cansam de afirmar que educação é prioridade, é uma vergonha convivermos com uma carga tributária superior a 40% que incide sobre canetas, borrachas, lápis, apontadores  e outros materiais básicos. Ainda nos dias de hoje 25% dos estudantes não completam o ensino básico! Continua-se a construir um Brasil desigual, pois famílias de menor renda têm dificuldades em formar seus filhos. A aprovação destes projetos seria uma forma de demonstrar que nossos parlamentares e governantes realmente levam a sério o tema da educação”, finaliza Passos.

COMO ENSINAR AS CRIANÇAS A ATUAR COM TOLERÂNCIA EM UM MOMENTO DE TOTAL INTOLERÂNCIA





Brigas entre manifestantes, discussões acaloradas em redes sociais, amizades rompidas por questões políticas. O cenário recente de debate não só gera incômodos, mas mostra também a falta de tolerância no dia a dia do brasileiro. Nem as crianças passam incólumes, o que fica claro em brigas no recreio e piadinhas em sala de aula.  

“As crianças têm sentido o efeito da crise e da polarização. Sentimos isso claramente em nosso dia a dia”, explica Marco Gregori, criador da rede viaE, método educacional vivenciado por cerca de três mil alunos na Grande São Paulo, cuja proposta é estimular competências e habilidades demandadas para o século 21, como empreendedorismo, tecnologia, colaboracionismo e a própria tolerância.

“Quando mais educação, maior a tolerância, que, muitos confundem, não é se adaptar ao que os outros querem, mas sim ter a capacidade de compreender, lidar com avaliações diferentes e conviver com estas opiniões divergentes de modo respeitoso”, explica Gregori.
Segundo ele, assim como a capacidade de pensar criticamente e de resolver problemas, a tolerância é essencial para os jovens que desejam estar preparados para a vida e as demandas do futuro.

“Certamente os pais sentem de modo intenso a necessidade de serem tolerantes em seu dia a dia. O motivo é que esta não é uma habilidade qualquer, mas algo que o mercado de trabalho e a vida pedem. Um líder tolerante, por exemplo, tende a ser muito mais valorizado. Eles conseguem formar equipes de trabalho mais efetivas ao reunir gente diferente, com pensamentos e lógica distintas, o que garante uma visão maior do mundo, maior capacidade de solução de problemas e de pensar fora da caixa”, diz.

E como desenvolver esta habilidade nas crianças? “Este é um ensinamento que passa pela educação focada em empatia, respeito, resiliência e pensamento crítico”, diz Gregori. “Por isso, a educação que traga não apenas elementos tradicionais, como matemática e gramática, mas também itens emocionais é a melhor opção”, completa.

Abaixo, as dicas de Gregori para promover a tolerância entre as crianças:

1.      Dê o exemplo: mostre que você – mãe, pai, avó, avô, tio, tia, padrinho, madrinha - pode lidar com opiniões distintas da sua, com maturidade e respeito.

2.      Ensine empatia: é fundamental ajudar as crianças a pensar no que se passa na cabeça do outro, apoiá-las no ato de se colocarem nos sapatos alheios e entenderem que há lógicas distintas. Explique que é impossível ser o outro, mas o exercício de tentar, com certeza, é rico.

3.      Lembre situações positivas de tolerância – traga à memória dos pequenos casos em que eles lidaram com gente de posição diferente, sem estresse. Pode ser o amiguinho de outro time, o primo de outra religião, não importa: o que se busca é que ele tenha em mente uma lembrança positiva de um momento de tolerância.

4.      Fundamente no pensamento crítico: ajude as crianças por meio da adoção da racionalidade. Pergunte se faz sentido que elas maltratem outras crianças por conta de questões políticas ou posições sobre o cenário econômico que são de seus pais. Ao pensar racionalmente, a resposta fica obvia.

5.      Contextualize e pacifique – a crise do Brasil é ampla. Não será resolvida por brigas e discussões. Explique e lembre isso aos pequenos e o incentive a ter uma posição construtiva. “Se todos adotarmos essa linha de raciocínio, teremos um ótimo começo”, finaliza Gregori. 


Marco Gregori - empreendedor e CEO da holding educacional Eduinvest e da Rede VIAe – método de aprendizagem que promove e estimula competências e habilidades em sintonia com as demandas do século 21 na educação básica e técnica. Também é investidor e conselheiro do Canal Revisão - que leva pelo YouTube temas didáticos aos estudantes de modo transdisciplinar e inovador - e fundador do Programa Futuro, projeto que prepara adolescentes por meio de práticas colaborativas e de cunho social. Formado pelo ITA, Gregori tem extensão por Harvard e MBA em estratégia de negócios e empreendedorismo pela Wharton Business School. Acredita que a educação precisa ser revista e priorizada para ser o eixo da revolução que transformará a sociedade e isso o motiva a atuar na formação de jovens e a promover educação que os faça protagonistas da sua própria vida e carreira.

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