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segunda-feira, 28 de junho de 2021

Ergonomia em coworking: qual a importância e como ela pode afetar diretamente na relação com os clientes

 Uma infraestrutura adequada pode ajudar no bom desempenho profissional e empresarial


Os coworkings vêm se destacando cada vez mais no mundo corporativo, além de todos os benefícios que oferecem às empresas, como flexibilidade e baixo custo, é muito importante que os escritórios compartilhados pensem também na ergonomia de seus espaços, afinal, essa área que estuda a relação entre pessoas e o ambiente e o trabalho, tem grande relevância quando se pensa no conforto, bem-estar e até na segurança de quem frequenta o local. Exemplos disto são a qualidade da cadeira ergométrica, o barulho, móveis e limpeza, questões importantes e consideradas um diferencial para muitas empresas e trabalhadores que estão em busca de um lugar para realizar suas tarefas.

Esses fatores podem interferir diretamente na produtividade e qualidade de vida dos coworkers. Essa questão é tão importante que, aqui no Brasil, existe a Norma Regulamentadora 17 (ou NR 17), que define parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo conforto, segurança e desempenho eficiente. Nos coworkings é um daqueles elementos que podem ser responsáveis pelo sucesso e parceria com os clientes a longo prazo.

O Club Coworking é um exemplo de local que possui uma boa estrutura em suas unidades e oferece desde uma boa iluminação até o posicionamento adequado dos equipamentos de trabalho, garantindo um melhor rendimento e confiança aos empresários e colaboradores. “Projetamos o Club justamente pensando na ergonomia e organização dos ambientes do coworking. Temos desde sofás confortáveis para relaxar no momento do expediente, cadeiras ergométricas de qualidade e que não causam dores na coluna, até mesas colocadas na altura ideal para que o trabalhador possa ter uma postura adequada ao utilizá-las. Aqui o cliente mantém o foco total no crescimento do negócio enquanto nós cuidados dos detalhes para a saúde de seus colaboradores", conta Patricia Coelho, Diretora de Operações e novos negócios do Club Coworking.

A segurança com relação a ergonomia do trabalho vai muito além de reduzir acidentes, ela também protege a integridade de todos que estão no ambiente. E devido a pandemia do coronavírus, esses cuidados aumentaram ainda mais, pois agora os coworkings precisam se preocupar com a higienização e proteção para que seus ambientes estejam totalmente limpos e seguros. Um local que mostre preocupação neste quesito vem chamando a atenção das organizações. “Logo no início da pandemia, incluímos dentro dos nossos protocolos sanitários máquinas de ozônio e UV, que mantem os ambientes esterilizados durante todo o dia, fazendo a higienização frequente dos ambientes e garantindo a limpeza total de todas as salas, principalmente as que podem ser compartilhadas, como por exemplo as de reuniões”, afirma Patricia.

Outro tema importante dentro deste aspecto é a acústica, pois para obter concentração e privacidade, as salas privativas precisam ser equipadas de maneira correta para não ocorrer desconforto entre clientes. Alguns coworkings, como o Club Coworking, possui cabines acústicas e soluções de isolamento nas salas, com vidro antirruído ou vidro duplo, onde há vidros com duas espessuras diferentes para isolar o som evitando que a comunicação externa afete o local que deve ser mais reservado. “Aqui todo espaço é pensado para facilitar o meu trabalho. Tenho uma ampla proteção e sigilo que a minha própria sala oferece por meio das cadeiras ergométricas e excelente acústica com vidro duplo que isola totalmente o som, garantindo tranquilidade e privacidade em um espaço reservado e seguro. Gosto muito da qualidade dos serviços e não penso em sair daqui tão cedo”, conta Mayra Fragiacomo, Managing Partner da Job Transition Consultoria em RH, cliente do Club Coworking.

A decoração do ambiente também faz parte da NR-17, pois empresas modernas e inovadoras sabem que um local de trabalho decorado com bom gosto é muito mais acolhedor e motivador. Afinal, a apresentação do escritório faz parte de uma boa estratégia de branding, pois transmite aos clientes qualidade e credibilidade. “As unidades do Club Coworking foram construídas sob o comando de uma equipe de arquitetos e designers focados na missão de promover bem-estar para os clientes, de forma a colaborar com o crescimento de negócios e com a credibilidade de empresas e startups”, revela Patricia.

Muito mais que criar relacionamentos interpessoais e ter um clima organizacional agradável, os fatores físicos e concretos dos coworkings, como mobiliário, qualidade dos recursos tecnológicos até a decoração são importantes, pois um ambiente de trabalho humanizado e confortável tem o poder de motivar e engajar as pessoas. Por isso, os escritórios compartilhados devem adotar soluções técnicas eficientes e que faça sentido para cada lugar, pois cada um tem suas necessidades especificas e que devem ser consideradas para que ele seja, realmente, ergonômico.




Club Coworking

https://clubcoworking.com.br/ @clubcoworkingbr

https://www.facebook.com/clubcoworkingbr/

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Empresas que investem no bem-estar dos seus funcionários são 235% mais eficientes


  
A preocupação com o bem-estar dos funcionários e colaboradores faz parte da rotina das empresas que buscam uma maior produtividade e melhores resultados. O recente estudo “Linking Workplace Best Practices and Organizational Financial Performance”, publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine, realizado nos Estados Unidos, revelou que as companhias que investem no bem-estar dos trabalhadores são até 235% mais eficientes.

Importante ressaltar que é crescente essa corrente empresarial para uma melhor qualidade de vida de seus funcionários. É visível a preocupação dos empresários com o bem-estar dos colaboradores. Em muitos casos, a empresa detecta que problemas da vida pessoal afetam diretamente na produtividade.

Entre os vários problemas que provocam a improdutividade no meio ambiente laboral, as finanças pessoais têm uma representatividade expressiva. Segundo pesquisa realizada pela PWC, em uma amostra de 1.600 colaboradores, 46% alegam ter problemas ou desafios em suas finanças.

Vale ressaltar que no estudo 70% das pessoas não conseguem pagar o cartão de crédito e as contas do mês. São fatores que estão entre os maiores causadores do chamado “Estress Financeiro”.

Para se ter uma ideia de como o problema no “bolso” afeta o trabalhador, na pesquisa 28% dos entrevistados alegaram que o maior impacto dos problemas financeiros é na saúde. Já 23% indicaram que as contas no vermelho levam a problemas em seu relacionamento com a família. Outros 22% afirmaram que a produtividade no trabalho é afetada diretamente e; 12% faltam no trabalho por conta do desequilíbrio nas finanças.

Os dados são alarmantes, uma vez que um funcionário passa aproximadamente 44 horas semanais dentro da empresa. E indicam que o efeito do estresse financeiro na produtividade do trabalhador é preocupante.

Outros indicadores do estudo também chamam atenção: 30% dos funcionários são distraídos pelas suas finanças durante o trabalho e 46% dos profissionais distraídos gastam 3 horas ou mais toda semana lidando com problemas de finanças pessoais.

E o resultado é que os problemas financeiros dos trabalhadores nos Estados Unidos representam uma perda estima em US$ 3,3 milhões por ano, provocada pela queda na produtividade.

Sem dúvidas, os números podem ser ainda mais dramáticos no Brasil, considerando que os norte-americanos já têm uma maturidade financeira. Essa questão desenvolve um fenômeno chamado de presenteísmo, no qual o funcionário está de corpo presente em seu posto de trabalho, mas por uma razão ou motivo não consegue produzir. Ou seja, a pessoa está fisicamente presente, porém a sua mente não está focada na produção.

Existe um movimento por parte das empresas na busca pela educação financeira, tanto lá, quanto cá. O investimento no planejamento financeiro pode render um ganho direito e também indireto, visto que a pesquisa revelou que 28% dos trabalhadores alegam ter impacto na saúde. Dado que representa um aumento no uso e no custo dos planos de saúde, impacto que pode ser sentido pela própria empresa na renovação com as operadoras de saúde. E provoca também outros gastos como, por exemplo, horas extraordinárias para outros empregados. E também representará um efeito negativo da diminuição da produtividade do outro empregado por acúmulo de tarefas e custos para garantir uma ajuda temporária. E o reflexo final desse ciclo pode ser o de perda de negócios e/ou clientes insatisfeitos.

E quais as vantagens que a empresa tem em investir em um “Programa de Bem-Estar Financeiro” para seus colaboradores?

Vale citar pelo menos 10 bons exemplos:

- Manutenção da produtividade em patamar estável;

- Redução do absenteísmo;

- Diminuição do presenteísmo: colaborador focado e motivado;

- Maior retenção de talentos e queda de turnover: menor rotatividade para se diferenciar no mercado;

- Redução de acidentes de trabalho: estar bem fisicamente e mentalmente para ter atenção;

- Menor sinistralidade do plano de saúde;

- Melhorias na atração e retenção de talentos;

- Maior chance de promoção do trabalhador na empresa pelo seu tempo de dedicação e serviço;

- Menor custo com horas extras e contratação temporária;

- Menos sobrecarga de trabalho para aqueles que ficam no setor.

Portanto, é importante reforçar que a causa do absenteísmo no trabalho, na maioria das vezes, extrapola o âmbito da responsabilidade financeira pela presença de múltiplos fatores associados, demandando a cooperação de todos para seu adequado tratamento. E a empresa pode e deve ser o principal ambiente de cooperação e proliferação de educação financeira.



Sheila David Oliveira - diretora de Novos Negócios - In Company da Empresa GFAI, especializada em planejamento financeiro, pós-graduada em Psicologia Positiva e MBA em Gestão de Pessoas.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

ESG e Copa do Mundo: qual a relação?

 

O jornal americano The New York Times divulgou uma matéria relatando o número de mortes registradas no Qatar, desde o início das preparações para o mundial, que varia entre 12 e 15 mil mortes, em razão de condições indignas de trabalho. Infelizmente, essa não é uma realidade distante do Brasil.

Segundo dados do Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho, da OIT e do Ministério Público do Trabalho, o Brasil registrou 2.500 óbitos e 571 mil comunicações de Acidente de Trabalho (CATs), em 2021.

Diante deste cenário, a prevenção é a melhor alternativa para diminuir custos e danos corporativos e sociais, além de otimizar o ambiente laboral e maximizar a produção dos colaboradores. Ou seja, o resumo da agenda ESG.

A sigla ESG, do inglês, Environmental, Social and Governance, é conhecida em português como ASG (Ambiental, Social e Governança), sendo hoje o principal indicador de transparência, qualidade e solidez nas empresas.

Podemos dizer, então, que ESG ou ASG é um conjunto de boas práticas implementadas para medir o comprometimento da organização sob as óticas ambiental, social e corporativa, avaliando o trabalho das empresas em prol dos objetivos sociais, além do combate à corrupção através do compliance, que deve ser suporte a todos os indicadores ESG.

Implementar as práticas de ESG é uma estratégia essencial para o crescimento das empresas, já que a sociedade tem, cada vez mais, avaliado a ética e a transparência com que as empresas exercem suas atividades e prestigiam as boas práticas corporativas.

O indicador ambiental faz referência à sustentabilidade e preocupação com a preservação do meio ambiente, como emissão de CO2, poluição, etc. O indicador social preza pelo trabalho digno, inclusivo, com processos equânimes. Já o indicador governança, guarda relação com estratégias de integridade criadas para a empresa se relacionar com interessados e investidores, cuidando sempre da imagem e reputação.

Desse modo, fica nítido que investir na prevenção de doenças e acidentes ocupacionais e operacionais é um caminho que deverá ser trilhado por todas as empresas, indústrias ou comércios, qualquer que seja a área de atuação.

A legislação sobre Segurança e Saúde no Trabalho é um dos pilares norteadores, mas que precisa das boas práticas e participação de todos os membros da instituição para gerar bons resultados.

As empresas que efetivamente adotam práticas de ESG, fugindo apenas do marketing de aparência, têm se diferenciado no mercado em todos os âmbitos.

A adoção do ESG como cultura organizacional, aliado ao compliance, principal ferramenta de governança corporativa, traz o alinhamento total entre melhores práticas de sustentabilidade, ética e transparência, pois hoje, o objetivo de uma corporação ética deve ir muito além da maximização de lucros.

A inteligência jurídica nesse direcionamento da aplicação das práticas de ESG é fundamental, assegurando que todas as medidas legais sejam observadas, a fim de minimizar o passivo trabalhista e potencializar os demais resultados das corporações.

 

 Bruna Zampieri - advogada trabalhista do escritório Marcos Martins Advogados.


Marcos Martins Advogados
https://www.marcosmartins.adv.br


quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

ESG e Copa do Mundo: qual a relação?

O jornal americano The New York Times divulgou uma matéria relatando o número de mortes registradas no Qatar, desde o início das preparações para o mundial, que varia entre 12 e 15 mil mortes, em razão de condições indignas de trabalho. Infelizmente, essa não é uma realidade distante do Brasil.

Segundo dados do Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho, da OIT e do Ministério Público do Trabalho, o Brasil registrou 2.500 óbitos e 571 mil comunicações de Acidente de Trabalho (CATs), em 2021.

Diante deste cenário, a prevenção é a melhor alternativa para diminuir custos e danos corporativos e sociais, além de otimizar o ambiente laboral e maximizar a produção dos colaboradores. Ou seja, o resumo da agenda ESG.

A sigla ESG, do inglês, Environmental, Social and Governance, é conhecida em português como ASG (Ambiental, Social e Governança), sendo hoje o principal indicador de transparência, qualidade e solidez nas empresas.

Podemos dizer, então, que ESG ou ASG é um conjunto de boas práticas implementadas para medir o comprometimento da organização sob as óticas ambiental, social e corporativa, avaliando o trabalho das empresas em prol dos objetivos sociais, além do combate à corrupção através do compliance, que deve ser suporte a todos os indicadores ESG.

Implementar as práticas de ESG é uma estratégia essencial para o crescimento das empresas, já que a sociedade tem, cada vez mais, avaliado a ética e a transparência com que as empresas exercem suas atividades e prestigiam as boas práticas corporativas.

O indicador ambiental faz referência à sustentabilidade e preocupação com a preservação do meio ambiente, como emissão de CO2, poluição, etc. O indicador social preza pelo trabalho digno, inclusivo, com processos equânimes. Já o indicador governança, guarda relação com estratégias de integridade criadas para a empresa se relacionar com interessados e investidores, cuidando sempre da imagem e reputação.

Desse modo, fica nítido que investir na prevenção de doenças e acidentes ocupacionais e operacionais é um caminho que deverá ser trilhado por todas as empresas, indústrias ou comércios, qualquer que seja a área de atuação.

A legislação sobre Segurança e Saúde no Trabalho é um dos pilares norteadores, mas que precisa das boas práticas e participação de todos os membros da instituição para gerar bons resultados.

As empresas que efetivamente adotam práticas de ESG, fugindo apenas do marketing de aparência, têm se diferenciado no mercado em todos os âmbitos.

A adoção do ESG como cultura organizacional, aliado ao compliance, principal ferramenta de governança corporativa, traz o alinhamento total entre melhores práticas de sustentabilidade, ética e transparência, pois hoje, o objetivo de uma corporação ética deve ir muito além da maximização de lucros.

A inteligência jurídica nesse direcionamento da aplicação das práticas de ESG é fundamental, assegurando que todas as medidas legais sejam observadas, a fim de minimizar o passivo trabalhista e potencializar os demais resultados das corporações.

 

Bruna Zampieri - advogada trabalhista do escritório Marcos Martins Advogados.

 

Marcos Martins Advogados

https://www.marcosmartins.adv.br

 

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Os impactos da pandemia na Justiça do Trabalho

A pandemia tem feito estragos em muitos setores. Temos acompanhado o fechamento de diversas empresas, a aceleração do desemprego e, consequentemente, uma busca cada vez maior pela Justiça do Trabalho. Segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho, tivemos 1.161.417 ações em 2020. Dessas, 86.058 tem causa direta com a Covid-19.

Entre as principais, estão os pedidos de verbas rescisórias, questões ligadas ao fornecimento inadequado de equipamentos de proteção individual, regras de home-office e redução da multa de 40% do FGTS. Cabe destacar que 43.820 – o equivalente a mais de 50% das ações ligadas ao Covid – são relativas a horas extras.

Antevendo os problemas, em março de 2020, logo no início da pandemia, foi aprovada a Medida Provisória 927/2020, que dispunha de medidas trabalhistas para o enfrentamento do estado de calamidade pública. A MP visava fornecer orientações específicas dada a situação emergencial.

Além dos cuidados básicos individuais, como o fornecimento de álcool em gel, luvas e máscaras, foi necessário possibilitar maneiras de o trabalhador evitar o transporte público. Nesse contexto, o home-office ganhou força, em especial entre trabalhadores do meio administrativo.

O tema já vinha sendo elucidado pela Justiça do Trabalho desde a reforma trabalhista, em 2017. Ainda assim, muitas dúvidas surgiram, em especial sobre quem deveria pagar as despesas extras com energia elétrica e internet e sobre os cuidados relacionados à saúde ocupacional, visto que muitos não dispõe de uma boa infraestrutura ergonômica para trabalhar em casa.

Com tantos questionamentos, o Ministério Público do Trabalho divulgou, em outubro, uma nota técnica com 17 práticas recomendáveis em relação ao teletrabalho. De acordo com a nota, os trabalhadores precisam ser instruídos a fim de evitar doenças físicas, mentais e acidentes de trabalho, bem como adotar medidas de segurança, como intervalos e exercícios laborais. Na prática, cada um tem seus direitos e deveres.

Outro ponto que gerou preocupação foi quando o Supremo Tribunal Federal eliminou um trecho da MP 927/2020 que definia que casos de infecção por Covid-19 não seriam considerados como doenças ocupacionais. Se antes a medida prejudicava trabalhadores diante da impossibilidade de comprovar a contaminação no ambiente de trabalho, a suspensão do trecho preocupou as empresas, que seriam totalmente responsabilizadas pelos casos de contaminação.

Apesar de abrir margem para que todos os colaboradores em atividade presenciais que desenvolvessem a doença pudessem se utilizar da lei para responsabilizar a empresa por sua enfermidade, a constatação depende de uma avaliação do INSS que comprove que o ambiente de trabalho realmente ofereceu risco para as equipes.

Mais recentemente, em fevereiro, eis que surge um novo imbróglio jurídico. O Ministério Público do Trabalho, estabeleceu que os trabalhadores que se recusarem a tomar a vacina contra a covid-19, sem justificativa médica, podem ser demitidos por justa causa.

O caso, obviamente, está gerando polêmica. Afinal, o artigo 7º da Constituição diz que o bem coletivo está acima do direito individual. No entanto, o artigo 5º garante a liberdade individual de cada cidadão.  Juristas estão divididos e, esse é um debate que deve se acentuar quando finalmente chegar o momento de vacinar pessoas em idade economicamente ativa.

Na prática, os problemas ainda estão apenas começando, haja vista que o trabalhador tem até dois anos para reclamar seus direitos na Justiça do Trabalho. Nesse momento, cabe às empresas tomar as medidas cabíveis e sempre criar registros de suas ações. Com o tempo, a tendência é que o volume de processos aumente de forma cada vez mais expressiva. É preciso se preparar.

 


Ariadne Fabiane Velosa - advogada do Escritório Marcos Martins Advogados.

 

Marcos Martins Advogados
https://www.marcosmartins.adv.br/pt/ 

 

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

O percurso do combustível até os postos de gasolina


CEO de transportadora de produtos perigosos ressalta os cuidados para o trajeto dessas mercadorias
 

 

Em todos os setores do mercado, há diversos riscos que podem afetar os profissionais e o local de trabalho. Nas atividades de logística, isso se torna ainda mais cauteloso quando é colocado em pauta o carregamento de materiais que se enquadram nas classes de produtos perigosos.

Quando ocorre um prejuízo financeiro, por exemplo, as empresas conseguem planejar estratégias que possam se recuperar com o tempo. Em contrapartida, quando o dano é causado por produtos químicos, isso pode afetar em maior escala não só a vida humana, como a do meio ambiente também.

Por ser responsável pelo transporte de mais de 80% das cargas do país (exceto grãos e minérios), o modal rodoviário também é o mais utilizado no deslocamento de produtos perigosos. São, aproximadamente, 1,5 milhão de quilômetros de rodovias.

Tendo isso em vista, é natural que as pessoas se perguntem como o combustível, um dos produtos mais perigosos transportados, chega até os postos de gasolina para a sua distribuição – afinal, com um grande risco de acidentes, a preocupação com a saúde e com o bem-estar do motorista e do meio ambiente é prioridade.

Para isso, Antonio Lodi, CEO da Transportadora Andrade, conta como é o percurso dessa mercadoria e os principais cuidados. “Durante o carregamento, deve-se armazenar o combustível em tanques devidamente homologados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), podendo ser de aço carbono ou de inox. Nos postos, os tanques normalmente são de aço carbono, muitas vezes revestidos de fibra de vidro para conter a corrosão. Pode-se utilizar tanques subterrâneos ou aéreos e, em ambos os casos, deve-se aplicar inspeções periódicas para certificar a condição de armazenagem”.

Além disso, ainda segundo o empreendedor, o transporte deve respeitar as normas previstas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), bem como ser realizado por uma empresa devidamente legalizada para esse serviço.

Com isso, a atenção se redobra também para as equipes que conduzem esses produtos tóxicos e altamente inflamáveis. Na Transportadora Andrade, a capacitação é primordial: “Todos os colaboradores envolvidos nesse serviço precisam ter cursos específicos que habilitam a condução das atividades e enfocam a segurança de cada um. Entre eles encontram-se o NR 20, o NR 35 e o MOPP (Movimentação de Produtos Perigosos)”.

No setor de transporte de cargas, cada processo, desde armazenagem até o percurso para a distribuição, é devidamente analisado, preparado e capacitado para ser executado com qualidade. O assunto produtos perigosos pode assustar, mas o cuidado e o profissionalismo devem ser fatores essenciais para priorizar a segurança de todos os profissionais envolvidos e do meio ambiente.

 


Antonio Lodi - CEO da Transportadora Andrade, empresa fundada em 1967, Antonio Augusto Andrade Lodi é graduado em Engenharia Mecatrônica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais e pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Além disso, é coordenador da COMJOVEM Belo Horizonte. 

 

sexta-feira, 31 de março de 2023

TRT-15 recebe mais de um novo processo de assédio sexual por dia

Para a advogada Mirella Franco, do GBA Advogados Associados, número está relacionado ao incentivo às denúncias, como o recente programa Emprega + Mulheres 

 

Por dia, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, com sede em Campinas (SP), recebe mais de um processo de assédio sexual. Somente nos dois primeiros meses de 2023, foram 72 novas ações, 9% a mais que o mesmo período do ano passado, quando recebeu 66. 

Nos últimos cinco anos, o número de processos saltou de 337 (2018) para 459 (2022). “Esse aumento está diretamente relacionado ao incentivo às denúncias, como o recente programa Emprega + Mulheres, que exige ações concretas de empresas no combate e prevenção ao assédio no trabalho”, afirma a advogada Mirella Pedrol Franco, do GBA Advogados Associados. 

Mirella lembra que o assédio, tanto o moral quanto o sexual, infelizmente ainda é uma realidade no mundo corporativo. O tema ganha destaque no Mês da Mulher, e leis como a do Emprega + Mulheres são fundamentais ao estabelecer medidas de proteção. 

A lei, que completou seis meses no último dia 23 de março, estabelece que a empresa deve criar procedimentos, além de receber e acompanhar as denúncias, para que haja a apuração do caso, devendo aplicar as sanções administrativas aos responsáveis diretos e indiretos pelos atos de assédio e violência, garantindo o anonimato da pessoa denunciante. A norma diz, também, que as queixas corporativas não substituem uma eventual ação na Justiça.


“O ideal é que as denúncias de assédio sejam apuradas por um canal próprio, que assegure o sigilo e seja especializado no tema. Algumas companhias já têm comitês de mediação no caso de microagressões, tratando de casos mais leves e prevenindo problemas graves futuros”, complementa a advogada. Caso a empresa não cumpra o estabelecido, pode ser multada por infração às normas regulamentadoras, se flagrada pelo Ministério Público do Trabalho. 

Outra importante determinação da lei, é que as empresas deverão incluir temas referentes à prevenção e ao combate ao assédio e outras formas de violência nas atividades e nas práticas da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -- CIPA; e também obriga a realização, no mínimo a cada 12 meses, de ações de capacitação, orientação e sensibilização dos empregados de todos os níveis hierárquicos da empresa sobre temas relacionados a violência, assédio, igualdade e diversidade no ambiente de trabalho. “Essas ações devem ser feitas em um formato simples, acessível e de fácil compreensão”, explica a advogada. 

Mirella lembra que as empresas que ainda não se adequaram precisam, urgentemente, acionar o seu jurídico e a área de Recursos Humanos para que todas essas medidas sejam implementadas, evitando ações judiciais, risco reputacional, denúncias ao MPT, e multas por infração às normas regulamentadoras.

 

Marco de inclusão

Mirella destaca que o Programa Emprega + Mulheres é um marco nas medidas de inclusão de mães e mulheres no mercado de trabalho. Essa questão, ressalta a advogada, merece destaque e tem ganhado foco, sendo uma preocupação global. As empresas, hoje, acreditam que as práticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) são uma parte fundamental de suas estratégias. 

Segundo o estudo da consultoria e auditoria Deloitte, o qual mapeou avanços na estrutura e representatividade nos negócios, apenas dois em cada dez oferecem benefícios específicos. A análise também indicou que as empresas ainda levam mais em consideração a participação numérica de grupos minorizados do que os aspectos mais estratégicos, como desvios salariais, programas de inclusão, impacto à reputação, benefícios etc. “Assim, fica claro que ainda estamos caminhando a passos lentos, e que as empresas ainda precisam trabalhar em suas frentes de inclusão, construindo um ambiente seguro, sobretudo para as mulheres”, conclui.


segunda-feira, 3 de maio de 2021

POR QUE A ERGONOMIA É TÃO IMPORTANTE NA AUTOMAÇÃO?

Tanto na indústria como em outros setores da economia, a ergonomia é uma peça fundamental para manter o desenvolvimento de uma empresa. Ela, que pode ser dividida em três áreas, ergonomia física, organizacional e cognitiva, é responsável por elaborar medidas para reduzir possíveis riscos, sendo eles no ambiente de trabalho, dentro do espaço físico e até mesmo na organização de processos.

No Brasil, além da NR-12, que é a Norma Regulamentadora de Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos e ferramenta fundamental no planejamento de manufatura, já temos também a NR-17. Por meio delas, as indústrias conseguem definir referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores. É possível também estabelecer requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, bem como sua fabricação, importação, comercialização e exposição em todas as atividades econômicas.

Segundo o Índice de Automação do Mercado Brasileiro, realizado pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, entre 2018 e 2019, o nível de automação nas empresas cresceu 4%. Diante desse aumento cada vez mais frequente, percebe-se que essa preocupação precisa estar sempre presente no dia a dia do ambiente corporativo, independentemente do setor. Além disso, é preciso citar que as empresas que investem e se preocupam realmente com a ergonomia, se destacam e ganham muito em cima disso. Vale comentar ainda que todas as normas já presentes, não exclui o fato de funcionários adoecerem, visto que a idade também é um fator determinante para isso. Certificar que ela tenha médicos e responsáveis para monitorar é essencial para garantir que tudo funcione como os conformes estabelecidos.

Dentre os benefícios, posso citar o aumento da produtividade, redução de afastamentos e dos gastos com substituição de profissionais, prevenção de doenças ocupacionais, valorização dessas pessoas, melhoria na imagem corporativa e diminuição dos prejuízos financeiros. Então esteja apto para corrigir os problemas, aperfeiçoar o que for necessário e conscientizar seus funcionários, por meio da realização de treinamentos e palestras para que todos estejam alinhados com o mesmo propósito.

Dessa forma, concluo que a ergonomia continuará sendo relevante para as companhias, principalmente porque o setor industrial deve criar locais agradáveis, seguros e confortáveis para que as novas gerações, que estão cada vez mais exigentes encontrem o ambiente de trabalho ideal. Além disso, é muito importante que os profissionais levem em consideração o custo de afastamento temporário ou até permanente que um problema de ergonomia pode causar, pois ele pode ser muito mais alto do que o investimento em robotização. Sem contar que, muitos dos profissionais que voltam após uma lesão, precisam ser realocados em funções que - diversas vezes - não estavam acostumados, fazendo com que a companhia adapte toda a trajetória novamente. Então sem dúvidas, a implementação de robôs resolvem diversos problemas corriqueiros. Pense nisso!

 

Denis Pineda - gerente regional da Universal Robots na América Latina, empresa dinamarquesa líder na produção de braços robóticos industriais colaborativos.

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