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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Reserva ovariana: especialista em reprodução humana explica como investigar e quais são os exames indicados


Marcador de fertilidade da mulher, a reserva ovariana corresponde a quantidade de folículos armazenados nos ovários, segundo explica o médico Nilo Frantz

 

A reserva ovariana é o principal marcador da fertilidade da mulher. Nesse sentido, ela representa a quantidade de folículos presentes nos ovários, que vai diminuindo progressivamente com o avanço da idade.

Mas por que a reserva ovariana muda ao longo da vida? Qual o momento certo para investigar? Quais os exames que avaliam o estoque de óvulos da mulher? O médico especialista em reprodução humana, Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, explica todos esses questionamentos sobre a fertilidade da mulher.

Segundo o especialista, denomina-se reserva ovariana a quantidade de folículos (estruturas que contêm os óvulos) armazenados nos ovários da mulher.

"Nesse sentido, é importante esclarecer que a mulher já nasce com um número pré-determinado de folículos, pois eles são produzidos ainda durante a vida intrauterina. Desta forma, após o nascimento não há mais produção de óvulos, e os ovários vão perdendo progressivamente este estoque até chegar à menopausa", explica o especialista.

Se a mulher tem planos de ser mãe ou não está conseguindo engravidar, é importante que ela tenha dados da sua reserva ovariana. Com estas informações, o médico pode avaliar como está a sua fertilidade. 


Como a reserva ovariana muda ao longo da vida?

O médico explica que, ao contrário dos homens que produzem espermatozoides durante toda a vida, as mulheres já nascem com uma reserva ovariana determinada. Nesse sentido, todos os óvulos que a mulher terá ao longo dos anos são produzidos enquanto ela ainda é um bebê, dentro do útero materno.

"Sabe-se que até a metade da gestação a menina tem de 6 a 7 milhões de óvulos. Já quando nasce, este número cai para 1 a 2 milhões e, deste momento em diante, não para mais de perdê-los", ressalta Dr. Nilo Frantz.

Ele aponta que na adolescência, por volta dos 12 ou 13 anos, quando costuma ocorrer a primeira menstruação, só restam em torno de 400 ou 500 mil óvulos, e a partir daí, a reserva ovariana vai diminuindo progressivamente.

Isto porque a cada ciclo menstrual o corpo feminino disponibiliza cerca de mil óvulos, mas apenas um ovula de fato. Os outros são perdidos por atresia (morte celular), mesmo tomando anticoncepcional ou durante uma gestação.

"Por esta razão, o ovário vai se esvaziando até que, no fim dos 30 e início dos 40 anos, o estoque de óvulos no corpo feminino está praticamente zerado. Assim, com os passar dos anos a fertilidade feminina vai diminuindo até a mulher entrar na menopausa", expõe o especialista em reprodução humana.

 

Qual a importância da reserva ovariana?

Segundo Nilo Frantz, a reserva ovariana tem grande importância para quem pretende ser mãe, pois as mulheres dependem dela para a realização do sonho da maternidade.

"Sabe-se que por volta dos 35 anos, a queda na reserva ovariana começa a ser significativa. Já nos 40 a diminuição é ainda maior, e os óvulos que são liberados têm mais chance de apresentar defeitos genéticos, o que pode causar abortos espontâneos", informa.

A consulta com um especialista é importante para que as mulheres possam saber como está a situação da sua fertilidade, através de consultas e exames de reserva ovariana.

Ele ressalta que existem algumas situações que indicam uma maior necessidade de realização dos exames. São elas:

 

Mulheres de até 35 anos que não engravidaram depois um ano de tentativas; Mulheres com mais de 35 anos que não engravidaram depois de 6 meses de tentativas; Pacientes que passarão por tratamento de Reprodução Assistida; Mulheres que querem postergar a maternidade realizando o congelamento de óvulos; Pacientes que serão submetidas à cirurgia de retirada de cistos nos ovários: Pacientes que farão alguma cirurgia de endometriose e mulheres que passarão por tratamento de quimioterapia ou radioterapia.

Segundo o médico, a medicina possui três exames capazes de avaliar a reserva ovariana da mulher: a ultrassonografia transvaginal, o FSH Basal e o Hormônio antimülleriano. Desta forma, os resultados são importantes para a definição da abordagem terapêutica mais adequada para cada paciente.

Confira abaixo os detalhes de cada exame.

 

Ultrassonografia Transvaginal

A ultrassonografia transvaginal é feita entre o 2º e o 3º dia do ciclo menstrual. Nesse sentido, o exame permite que o médico observe imagens dos folículos antrais e conte quantos a mulher tem naquele mês específico. É bom lembrar que os folículos são as estruturas ovarianas nas quais os óvulos se desenvolvem. Desta forma, quanto maior o número de folículos, maior a reserva ovariana.

Vale salientar ainda que a contagem de folículos está muito relacionada à idade da mulher. De modo geral, com o passar dos anos, a quantidade deles diminui. Contudo, em casos excepcionais, há mulheres mais velhas que ainda possuem uma boa reserva ovariana, porém estes óvulos são de baixar qualidade.

 

FSH Basal

O FSH Basal é um exame de sangue realizado entre o 2º e o 5º dia do ciclo menstrual. Nesse sentido, ele serve para medir a quantidade do hormônio folículo-estimulante (FSH), indutor natural dos ovários.

Desta forma, os níveis de FSH aumentam conforme a mulher se aproxima da menopausa. Portanto, ele é um marcador efetivo da baixa reserva ovariana e, consequentemente, da baixa resposta à estimulação ovariana na Fertilização in Vitro. Sendo assim, quanto mais altos forem os níveis de FSH, menor será a possibilidade de sucesso de gravidez.

Contudo, embora o FSH indique uma baixa reserva ovariana, ele não é um marcador da qualidade dos óvulos. Dessa forma, em alguns casos, mesmo que a reserva ovariana seja baixa, a gravidez é possível.

 

Hormônio antimülleriano (AMH)

O exame que testa o hormônio antimülleriano é um exame de sangue mais moderno e eficaz na verificação da reserva ovariana.

O AMH é produzido pelas células dos ovários onde se desenvolvem os folículos antrais e pré-antrais. Sendo assim, quanto maior o número dos folículos no ovário, maior a reserva ovariana e a concentraçã sanguínea de AMH. Este hormônio, diferente do FSH, não sofre variação expressiva dentro do ciclo menstrual.

No entanto, ele só pode ser realizado a partir da puberdade, quando a capacidade reprodutiva da mulher está completa. Antes desta idade ele é indetectável.

 

O que se considera uma baixa reserva ovariana?

A partir dos exames realizados é possível verificar como está a reserva ovariana de cada mulher. Desta forma, o médico pode fazer uma análise de todos os índices e orientar a melhor conduta para alcançar a gravidez.

 

É possível engravidar com baixa reserva ovariana?

Dr. Nilo enfatiza que a baixa reserva ovariana não é um fator impeditivo para uma gravidez. Desta forma, enquanto a mulher estiver ovulando ainda existe a possibilidade de gerar um filho.

"O que vai dificultar mais a gestação é a idade da mulher. Uma paciente mais jovem, mesmo com a reserva ovariana baixa, tem mais condições de engravidar do que a mais velha. Isso ocorre porque além da diminuição dos folículos, a mulher com a idade mais avançada tem uma piora significativa na qualidade dos óvulos", finaliza o médico.


Mesmo após segunda dose de vacina contra Covid, 76% das pessoas afirmam ter medo de novas variantes

Pesquisa realizada pela Doctoralia busca entender comportamento dos brasileiros após esquema vacinal completo

52% dos entrevistados que tomaram a segunda dose se sentem confortáveis em estar na presença de grupos com mais de dez pessoas

 

Pesquisa realizada pela Doctoralia aponta que 76% das pessoas têm medo de novas variantes do Sars-CoV-2, mesmo após estarem 100% imunizadas contra o vírus. 1.726 pessoas foram entrevistadas, a maioria do sexo feminino, entre 36 e 45 anos. Mundialmente, cerca de quase mil variantes do coronavírus já foram detectadas e uma média de 60 a 100 circulam no Brasil.

Atualmente, existem quatro variantes do coronavírus classificadas como preocupantes: alfa, beta, gama e delta. Outras cinco são chamadas de "variantes de interesse", como a Mu, a última identificada que, inclusive, tem mutações que podem indicar resistência às vacinas, assim como a beta.

Porém, um dado que chama atenção na pesquisa da Doctoralia é que mesmo com a insegurança em meio às variantes do vírus, 52% dos entrevistados responderam que, após completarem o esquema vacinal, se sentem confortáveis em estar na presença de grupos com mais de dez pessoas. Até 17 de setembro, 78.819.237 brasileiros brasileiros completaram o esquema vacinal, o que corresponde a 36,95% da população.

No entanto, ter tomado duas doses da vacina não dispensa os cuidados e as precauções com a pandemia. "O ideal é evitar aglomerações, uma vez que estamos falando de uma doença de transmissão respiratória e nenhuma vacina é 100% eficiente", explica Ricardo Paul Kosop, infectologista e membro da Doctoralia.

O especialista também alerta para a importância de não deixar de lado as medidas de segurança, no intuito de diminuir a circulação do vírus até que a maioria da população esteja vacinada e, consequentemente, a pandemia esteja sob controle. "Caso opte por encontrar outras pessoas, dê preferência a pequenos grupos e, se puder, que seja ao ar livre ou com o uso de máscaras bem ajustadas ao rosto", completa.

Na pesquisa, quando questionados sobre as medidas de prevenção que seguiriam tomando, 37% afirmaram que não abonarão o uso da máscara mesmo após a imunização completa, 34% continuarão utilizando álcool em gel, 28% respeitarão o isolamento social e apenas 1% não pretende tomar nenhuma medida de prevenção. Aqui, mais de uma opção poderia ser selecionada.

Por último, outro dado que surpreendeu positivamente no levantamento diz respeito à vacinação contra gripe, o qual aponta que 60% já se vacinou. Até 17 de setembro, 67% da população recebeu o imunizante, segundo dados da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza. "Isso é muito bom, já que a imunização contra a gripe evita a contaminação com outro vírus que também pode ser perigoso, além de facilitar o diagnóstico de quem desenvolver a Covid-19, uma vez que os sintomas são semelhantes", pontua o infectologista.


Evento virtual

Para esclarecer dúvidas sobre o tema, a Doctoralia promoverá uma live com o infectologista Ricardo Paul Kosop, no dia 28 de setembro, às 18h30, no Instagram da plataforma https://www.instagram.com/doctoralia_br/. O bate-papo é aberto para questionamentos e abordará os principais temas envolvendo Covid-19 e imunização.


Doenças cardiovasculares: Seconci-SP orienta sobre as formas de prevenção

De acordo com a OMS, elas são a principal causa de mortes no mundo, representando mais de 30% do total de óbitos

 

Por ocasião do Dia Mundial do Coração (29 de setembro), o cardiologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), dr. George Fernandes Maia, alerta sobre os riscos das doenças cardiovasculares. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), elas são responsáveis por cerca de 18 milhões de mortes no mundo, o que corresponde a mais de 30% do total de óbitos. No Brasil, elas causam mais de 300 mil mortes todos os anos.

“Doenças cardiovasculares é o termo genérico que designa todas as alterações patológicas, que afetam o coração e/ou os vasos sanguíneos. Nesse grupo está a hipertensão, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, cardiopatia congênita, endocardite, arritmia cardíaca, angina, miocardite e as valvopatias”.

O cardiologista explica que, muitas vezes, elas não apresentam sintomas claros. “Como o paciente desconhece que tem uma doença cardiovascular, aumenta o risco, por exemplo, de ter um AVC, o Acidente Vascular Cerebral”. Os exames periódicos, exigidos anualmente pelas empresas podem ser um importante aliado para detectar este e outros problemas de saúde.

“Além da avaliação clínica, devem ser feitos exames complementares, como eletrocardiograma, ecocardiograma, raio-x de tórax e teste ergométrico. A pandemia da Covid-19 trouxe consequências graves. O medo de se contaminar com o novo coronavírus, levou muitos pacientes a não procurarem os serviços de saúde, seja para diagnóstico, como para tratamento. Estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, em parceria com as Universidades Federais do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, apontou um aumento de 132% no número de mortes nos meses de março a maio de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019”, destaca dr. Maia.

O tratamento das doenças cardiovasculares é medicamentoso e requer consultas regulares ao cardiologista e a realização de exames laboratoriais e de imagem. “Mas é fundamental que haja também uma mudança de hábitos, com a prática de atividade física, alimentação saudável e evitar o tabagismo e o consumo de álcool. Aquele jogo de futebol só no final de semana é contraindicado e pode ser inclusive prejudicial. O correto é fazer pelo menos 90 minutos de exercícios distribuídos pelos dias da semana”.

Dr. Maia lembra que o Seconci-SP dispõe de equipe multidisciplinar composta por cardiologista, endocrinologista e nutricionista, além de estrutura de exames. “Porém é preciso que haja o compromisso do paciente, seguindo hábitos saudáveis e tomando a medicação como prescrita pelo médico, sem suspendê-la por conta própria, como algumas vezes acontece”.


Hospital do GRAACC lança campanha #UmFlashSalva para orientar sobre a importância do diagnóstico precoce em casos de câncer nos olhos

 Quando diagnosticado em estágio inicial e tratado em centros especializados, as chances de cura da doença superam 90%

 

O Hospital do GRAACC, referência no tratamento de casos de alta complexidade do câncer infantojuvenil, acaba de elaborar uma cartilha digital (https://bit.ly/retinoblastoma-graacc) e uma campanha para as redes sociais (#UmFlashSalva) com informações sobre alguns sinais de alerta para diagnóstico do retinoblastoma, câncer ocular infantil que registra cerca de 250 novos casos diagnosticados por ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Se detectado em estágio inicial e tratado em centros especializados, as chances de cura passam de 90%.

"O diagnóstico precoce é imprescindível em qualquer tipo de câncer, pois quanto mais cedo for descoberto maiores são as chances de cura. No caso do retinoblastoma, em mais de 60% dos casos, o tumor pode causar leucocoria, que é um reflexo anormal da pupila quando exposta à luz conhecido como ‘reflexo do olho de gato’. É perceptível em fotos com flash por meio de um brilho branco diferente no olho da criança", comenta a Dra. Carla Macedo, oncologista pediátrica do GRAACC.

O Hospital do GRAACC possui um dos mais modernos centros de tratamento do retinoblastoma, comparado aos principais serviços existentes em países da Europa e nos Estados Unidos. Experiência de 10 anos na aplicação da quimioterapia intra-arterial, procedimento minimamente invasivo que injeta a medicação diretamente na artéria oftálmica agindo direto no foco da doença, com mais de 1500 quimio-cirurgias realizadas. "Esse procedimento, juntamente com a quimioterapia sistêmica, quimioterapia intraocular e as demais técnicas de tratamento local, reduz, em média, para 20% as necessidades de enucleação, que é a remoção do globo ocular", afirma Dr. Luiz Teixeira, oftalmologista do GRAACC.


CAMPANHA

Com o conceito #UmFlashSalva, a campanha convida influenciadores, entre fotógrafos, pais e mães de crianças pequenas a usarem as mídias sociais para conscientizarem a população sobre como identificar de forma precoce a doença. Partindo de um elemento cotidiano da vida das pessoas, o flash da câmera fotográfica, os influenciadores trarão situações do dia a dia com dicas de como usar o flash como ferramenta do diagnóstico.

A ideia é mostrar que o câncer infantil de olho pode ser diagnosticado por meio de uma simples foto com flash, bastando prestar atenção no aspecto do olho da criança ao ter contato com o flash. Todas as postagens serão repostadas no Instagram do GRAACC disseminando o conceito da importância do diagnóstico precoce. A campanha também terá o reforço de uma personagem infantil de peso. Em parceria com a série Show da Luna!, o GRAACC vai trazer em seu canal no Instagram a personagem e sua família em um tutorial simples e lúdico, que mostrará que um flash pode fazer muito mais do que apenas iluminar fotos.

Os TikTokers também foram convidados para fazer o desafio da dança com o flash do celular ligado. A ideia é viralizar a ação para que as pessoas sigam esse movimento e, principalmente, descubram que existe uma campanha de conscientização além da performance de dança proposta, usando a popularidade da rede social em prol do combate do câncer infantojuvenil.


PRINCIPAIS SINTOMAS

Os cuidados com os olhos, desde os primeiros dias de vida da criança, são fundamentais. "O exame de fundo de olho é o mais indicado na rotina de consultas com o pediatra para diagnosticar em estágio inicial qualquer alteração ocular nos bebês. Independente do surgimento ou não de sintomas aparentes é muito importante também que pais e responsáveis levem a criança para avaliação de um oftalmologista no primeiro ano de vida", alerta a oncologista pediátrica.

Alguns sintomas podem revelar alterações oculares que devem ser investigadas. Os mais comuns são:

Reflexo branco na pupila: (reflexo do olho de gato). Pode ser percebido quando o olho da criança aparece com um brilho branco diferente em fotos tiradas com flash e, também, por meio de um exame oftalmológico. É considerado um dos principais sinais de retinoblastoma.

Estrabismo: desvio ocular que pode acontecer por conta da fraqueza do músculo que controla o movimento do olho, sendo o retinoblastoma uma das raras causas.

Proptose: deslocamento anterior do olho na cavidade da órbita.

Outros sinais também merecem atenção como, por exemplo: problemas de visão; aumento do tamanho do olho, dor nos olhos; vermelhidão da parte branca do olho e sangramento na parte anterior do olho.


TRATAMENTO

Como centro de referência no tratamento do câncer infantojuvenil, o Hospital do GRAACC possui equipe multidisciplinar especializada e todas as modalidades terapêuticas necessárias: quimioterapia intravenosa, quimioterapia intra-arterial, intravítrea, braquiterapia, laser e crioterapia.

"Um dos grandes avanços no combate ao retinoblastoma é a quimioterapia intra-arterial. Um microcateter é introduzido, normalmente em um acesso na virilha, e por meio de micronavegação é posicionado na artéria oftálmica do olho onde será injetada a medicação quimioterápica que tem concentração 80 vezes maior que a quimioterapia sistêmica. Geralmente são suficientes de 3 a 5 sessões para a remissão do câncer", explica Dra. Carla.

O tratamento varia de acordo com cada caso e pode contemplar também: quimioterapia sistêmica que combina medicamentos administrados por via oral ou intravenosa; radioterapia; braquioterapia com dispositivos contendo material radioativo; terapia a laser; crioterapia e, como último recurso, a enucleação para a extração cirúrgica do globo ocular.


RETINOBLASTOMA

Apesar de raro, é o tipo mais comum de câncer no olho em crianças, independentemente de sexo ou etnia. É formado na retina e 95% dos casos ocorre em crianças de até 5 anos. A maioria dos casos o retinoblastoma é unilateral, ou seja, se manifesta em apenas um dos olhos. 30 a 40 % restantes afetam os dois olhos (bilaterais). Também pode ser hereditário, o que ocorre em aproximadamente 40% dos casos.


Quem deve fazer check-up do coração?

Especialistas do Hospital São Camilo de SP reforçam importância de retomar cuidados com a saúde do órgão para pacientes que tiveram Covid-19 e outras doenças graves


A pandemia da Covid-19 elevou os riscos à saúde geral da população em diversos âmbitos. Seja pela falta de acompanhamento aos tratamentos para inúmeras doenças, seja pelas sequelas provocadas pela doença, a queda na realização de exames de rotina impede que doenças graves sejam diagnosticadas precocemente, impactando o sucesso dos tratamentos e a qualidade de vida das pessoas.

O cenário provoca uma reação em cadeia, conforme explica a Dra. Sueli Vieiras, cardiologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. “Não sabemos o curso que a pandemia terá no futuro, mas cuidar da saúde do coração neste momento é mais importante do que nunca.”

A preocupação da médica reflete uma realidade no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte entre os brasileiros. Dados apontam que cerca de 300 mil indivíduos sofrem anualmente de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), levando a óbito 30% destes casos.

Além disso, um estudo promovido pela International Atomic Energy Agency (IAEA, em português Agência Internacional de Energia Atômica) sobre o impacto da Covid-19 no diagnóstico de doenças cardíacas aponta para uma estimativa de que mais de 700 mil exames de diagnóstico por imagem para detecção de doenças cardiovasculares deixaram de ser realizados em todo o mundo entre março e abril de 2020, uma redução de 42% em relação ao mesmo período no ano anterior.

Quando considerado apenas o mês de abril, a queda na realização deste tipo de exame foi ainda maior, de 64% em relação a abril de 2019.

Para a cardio-oncologista da Rede São Camilo Dra. Marina Bond, a saúde do coração merece ainda mais atenção no caso de pacientes com câncer. Essa subespecialidade da cardiologia tem como objetivo prevenir, diagnosticar e tratar as complicações cardiovasculares (cardiotoxicidade) relacionadas a cirurgias, quimio, imuno, radio e endocrinoterapia, que são realizadas no combate ao tumor.

“O tratamento para o câncer de mama, linfomas e sarcomas, por exemplo, pode causar insuficiência cardíaca, uma doença grave que requer acompanhamento, sobretudo porque trata-se de uma complicação que pode ocorrer muitos anos depois”, destaca a especialista.

Em reforço ao apelo das entidades de saúde para que a população retome os cuidados com a saúde geral, as especialistas frisam a importância do papel do check-up cardiovascular para detectar possíveis anormalidades o mais cedo possível.

Antes da pandemia, a orientação para realização dos exames cardiovasculares periódicos era, em geral, direcionada aos homens com mais de 45 anos ou mulheres após início da menopausa, além de pessoas com quadro de diabetes, obesidade, colesterol e triglicérides altos, fumantes e pacientes com histórico familiar ou que já fossem portadores de doenças cardíacas.

“Essa recomendação não mudou. No entanto, a falta de acompanhamento médico durante o longo período de isolamento social, somada aos riscos de sequela da Covid-19 àqueles que contraíram a infecção e ao aumento do sedentarismo, resulta em um cenário diferente, que nunca vivenciamos antes. Por isso, a atenção agora é maior”, alerta a Dra. Sueli.



Exames importantes do check-up cardiológico

Falta de ar, fraqueza, tontura, pernas inchadas, dor no peito e pontas dos dedos azuladas estão entre os principais sinais que indicam a possibilidade de algum comprometimento das funções cardíacas.

Além disso, caso a pessoa não tenha sintomas como estes, mas deixou de fazer exames durante a pandemia, reduziu a prática de atividades físicas e/ou percebeu aumento significativo de peso neste período, é recomendado realizar avaliação médica.

Confira abaixo quais são os exames que fazem parte do check-up:

Eletrocardiograma – verifica alterações no funcionamento do coração, identificando problemas como arritmias ou princípio de infarto.

Ecocardiograma – ultrassom que ajuda a diagnosticar patologias como sopros cardíacos, pericardites, endocardite infecciosa, cardiopatias congênitas e doenças valvulares, entre outras.

Exames de sangue para acompanhamento das taxas de glicemia, colesterol, triglicérides, troponina, creatinina, sódio, potássio, ureia, CPK e CK-MB.

Teste de esteira – avalia como o coração responde ao esforço físico.

Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) – fornece dados precisos com o monitoramento da pressão arterial por 24 horas.

Holter – checa alterações no ritmo cardíaco por meio de eletrodos, durante 24 horas.

A cardio-oncologista da Rede São Camilo ressalta que os exames são os mesmos para pacientes que têm câncer ou estão em remissão. “O importante é não deixar de fazer os exames de rotina, bem como o de rastreamento oncológico, uma vez que tanto o câncer quanto os problemas cardiovasculares têm muito mais chances de cura com o diagnóstico precoce”, finaliza.




Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp


Por que o uso de um medicamento "off label" tem chamado a atenção no Brasil nos tratamentos de obesidade?

O uso da semaglutida para perda de peso já foi liberado nos EUA, mas no Brasil a bula ainda restringe para pacientes diabéticos. Afinal, é permitido ou não utilizar para emagrecer?

 

A obesidade é uma doença crônica. Ao mesmo tempo que essa frase assusta, ela ajuda a explicar o interesse de milhões de brasileiros sempre que surge uma novidade na indústria farmacêutica em relação aos tratamentos para emagrecimento. Desde o ano passado tem gerado muito debate nas redes sociais e grupos de conversa o uso da semaglutida, conhecida comercialmente como Ozempic. “É uma nova medicação que chama a atenção pelos resultados, diferente de tudo que já existe no mercado. Há estudos que apontam uma perda de peso até 50% maior do que em outros medicamentos utilizados”, explica a médica nutróloga Patrícia Cavalcante, que é especialista em emagrecimento e Coordenadora da pós-graduação de Nutrologia da Sanar.

 

Embora os estudos sejam bem positivos, a especialista explica alguns contextos que pedem moderação no uso do medicamento. “Ele foi aprovado pela agência de vigilância americana, e no país já tem o uso totalmente autorizado para tratamento de diabetes e perda de peso. No Brasil a bula fala por enquanto apenas em uso para diabetes, que foi a primeira indicação da medicação”, pontua. No entanto, tem sido comum pacientes brasileiros fazerem o uso do remédio para emagrecer, já que os médicos que estudam a área podem fazer a prescrição no formato “off label”, ou seja, para uma doença ou condição diferente daquela indicada na bula. “Não há nenhuma irregularidade neste tipo de prescrição, é inclusive muito comum na medicina. Só precisamos deixar bem claro que isso só faz sentido se tiver o devido acompanhamento de um especialista no tema”, completa Patrícia.

 

Apesar das boas notícias, tem alguns pontos em relação ao medicamento que não são tão animadores assim. O primeiro é o preço, já que no Brasil varia entre R$800,00 e R$1.000,00, além da possibilidade do paciente sofrer efeitos colaterais, como dores de cabeça, tonturas e sensação de vômito. “Ainda é um medicamento pouco acessível. Mas diversos estudos feitos em vários lugares do mundo apontam que é uma droga extremamente segura e com poucas contraindicações”, comenta Patrícia Cavalcante. Sobre a espera do “milagre” a especialista é bem clara: “É importante entender que a obesidade é uma doença crônica que requer tratamento contínuo, envolvendo também hábitos alimentares e a prática de exercícios físicos. E, em muitos casos, mesmo após a perda de peso é necessário manter a medicação por um tempo”.

 


Patrícia Cavalcante - Médica Nutróloga e especialista em emagrecimento. É Coordenadora da Pós-Graduação em Nutrologia da startup Sanar e produtora de conteúdo sobre emagrecimento e vida saudável nas redes sociais. @dra.patriciacavalcante)


As diferenças entre erros e complicações nas cirurgias plásticas e o que você precisa saber antes de fazer

 

De acordo com levantamento recente da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o Brasil realizou 13,1% do total de procedimentos estéticos, seguido dos Estados Unidos, com 11,9%. Este é o segundo ano consecutivo em que a avaliação do ISAPS destaca a liderança brasileira. 

Em 2020, a pandemia de covid-19 impôs restrições à realização de cirurgias plásticas. Mas, já no início de 2021, os sinais de recuperação foram perceptíveis, com um aumento de quase 50% na procura por procedimentos estéticos, em comparação com o mesmo período do ano passado. 

Porém, antes de tomar a decisão de mudar o rosto ou o corpo, é preciso se atentar a vários fatores. “As cirurgias plásticas e os procedimentos estéticos possuem, em geral, baixo risco, desde que sejam realizados por médicos com especialização comprovada em cirurgia plástica e com título de especialista nas sociedades regulamentadas pela AMB (Associação Médica Brasileira)”, afirma o Dr. Luís Felipe Maatz, cirurgião plástico, com especialização em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês. 

Segundo ele, para realizar um procedimento com segurança, além de procurar um cirurgião plástico habilitado, o paciente deve estar em bom estado de saúde. No caso de cirurgias de médio ou grande porte, há necessidade de exames complementares (como exames de sangue e cardiológicos). Além disso, deve ser realizada em local adequado e com toda infraestrutura necessária (geralmente clínicas de grande porte e hospitais).

 

Quem pode realizar o procedimento

Os profissionais habilitados para procedimentos estéticos são os cirurgiões plásticos e dermatologistas. “Para cirurgias plásticas, somente o próprio cirurgião plástico. Há muitos médicos ou outros profissionais (como dentistas, biomédicos, farmacêuticos, enfermeiros, fisioterapeutas) que se intitulam especialistas em estética, mas não possuem formação para realizar os procedimentos de forma adequada e segura. Para minimizar os riscos, garanta que seu médico seja realmente especialista (você pode verificar essa informação nos sites da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e na Sociedade Brasileira de Dermatologia)”, alerta Luís Felipe Maatz.

 

Quando há erros

Os erros, geralmente, ocorrem em procedimentos realizados por profissionais que não possuem qualificação, em ambiente impróprio e com produtos ou técnicas inadequadas. “Cerca de 90% dos casos de queixas no Conselho Regional de Medicina (CRM), por possíveis erros médicos em procedimentos estéticos, são contra profissionais que não são especialistas em cirurgia plástica ou dermatologia. Se expandirmos os números para as queixas em geral, incluindo os profissionais não-médicos que se aventuram em realizar os procedimentos estéticos, chegaremos a uma parcela maior ainda”, relata o especialista.

 

Como diferenciar erros de complicações

Segundo Luís Felipe Maatz, a definição de erro é a conduta profissional que pressupõe inobservância técnica capaz de produzir um dano à vida ou à saúde de um paciente, caracterizada por imperícia, imprudência ou negligência. 

1- Imperícia: execução errada de um ato técnico profissional (falta de observação das normas ou despreparo do profissional). Por exemplo, realização de um procedimento estético por profissional não habilitado e sem a especialização adequada. 

2- Imprudência: quando o profissional age sem o cuidado adequado (atitudes precipitadas ou sem cautela). Por exemplo, a realização de uma cirurgia sem a equipe adequada. 

3 - Negligência: falta de cuidado ou de precaução ao se executar um ato profissional. Por exemplo, a realização de uma cirurgia em local inadequado ou sem os exames necessários. 

“Vale lembrar que todo e qualquer procedimento estético ou cirurgia pode acarretar em complicações, que são diferentes de erros. As complicações são eventos adversos ao resultado esperado, mas que podem ocorrer em qualquer procedimento, mesmo que o profissional tenha formação adequada e tome todas as precauções necessárias”. 

Luís Maatz complementa: “Há necessidade de que, durante a consulta, o médico explique as possíveis complicações e que o paciente esteja ciente de que elas possam eventualmente ocorrer, mesmo com o melhor médico, que utiliza da melhor técnica, no melhor ambiente e com o melhor produto”.

 

Um olhar atento para a Síndrome de Burnout

A síndrome de burnout (SB) é uma condição que pode se desenvolver em resposta a estressores constantes e prolongados no ambiente de trabalho. Engloba três dimensões: exaustão (sentimentos de falta de energia, esgotamento e fadiga crônica resultantes de demanda excessiva de trabalho e do estresse), despersonalização (sentimento de negativismo, sarcasmo e cinismo/descaso relacionados ao trabalho e distanciamento mental do trabalho; atitude apática ou desapegada em relação aos colegas e às atividades relacionadas ao trabalho) e redução da realização profissional (sentimentos de inadequação e baixa autoestima, decorrentes da crença de que os objetivos profissionais não foram alcançados, levando à perda de interesse e perda do significado do trabalho). 

Fatores ambientais, suporte social, ocorrência de transtornos psiquiátricos e características de personalidade interferem na resposta a eventos estressantes de forma adaptativa ou não; logo, podem ser fatores protetivos ou representar riscos para o desenvolvimento da SB. Uma estimativa precisa da prevalência de burnout teria implicações importantes nas políticas de saúde, mas a prevalência geral ainda é desconhecida. Estima-se que em profissionais nas quais há contato interpessoal contínuo e envolvimento emocional intenso, como profissionais da saúde, da segurança e da educação, as taxas de SB possam ser especialmente elevadas. 

 

Os fatores que podem aumentar o risco para o desenvolvimento da SB são internos e externos. Os fatores internos são: altas expectativas (idealistas de si), alta ambição, perfeccionismo; forte necessidade de reconhecimento; necessidade de agradar as outras pessoas, suprimindo as próprias necessidades; dificuldade em delegar tarefas; sobrecarga de trabalho e negligência das próprias necessidades; trabalho como única atividade significativa, trabalho como substituto da vida social; altos índices de neuroticismo (instabilidade emocional) e baixos níveis de abertura à experiência (inflexibilidade); presença de doenças crônicas e de transtornos psiquiátricos, sexo feminino, uso de medicação e insatisfação com a carreira.

 

Já os fatores externos compreendem fatores institucionais, alta demanda de trabalho, problemas de liderança e colaboração, instruções contraditórias, pressão do tempo; má atmosfera no trabalho, assédio moral; falta de liberdade para tomar decisões; falta de influência na organização do trabalho; poucas oportunidades para participar; baixa autonomia/direito de contribuir com opiniões; problemas de hierarquia; má comunicação interna (empregadores, funcionários); restrições administrativas; pressão de superiores por aumento de responsabilidade; má organização de trabalho; falta de recursos (pessoal, financeiro); regras e estruturas institucionais problemáticas; falta de oportunidades percebidas de promoção; falta de clareza sobre papéis; falta de feedback positivo; mau trabalho em equipe; e ausência de apoio social. 

As consequências para o bem-estar e a saúde dos trabalhadores são variadas. Diversos estudos prospectivos e de alta qualidade mostram consequências físicas, psicológicas e ocupacionais do burnout do trabalho. Ela pode ser um preditor significativo das seguintes consequências físicas: hipercolesterolemia, diabetes tipo 2, doença cardíaca coronariana, internação por transtorno cardiovascular, dor musculoesquelética, alterações nas experiências de dor, fadiga prolongada, dores de cabeça, problemas gastrointestinais, problemas respiratórios, lesões graves e mortalidade abaixo dos 45 anos. Os efeitos psicológicos podem ser insônia, sintomas depressivos, uso de psicotrópicos (psicofármacos) e antidepressivos, insatisfação no emprego, absenteísmo, precoce aposentadoria por invalidez, demandas negativas no emprego e recursos humanos e presenteísmo (ação de estar presente no local de trabalho, exercendo suas funções habituais, geralmente mais horas do que o suposto e de maneira improdutiva). Dentre outros desfechos relacionados à SB, podem-se citar: redução na qualidade do trabalho realizado; maiores taxas de condutas equivocadas e negligência; abuso e dependência de álcool e drogas, suicídio. 

Antes de se fechar um diagnóstico de SB, é preciso verificar a possibilidade de outra condição que possa estar gerando os sintomas, por exemplo, transtornos depressivos e bipolares; transtorno de ansiedade; transtorno de adaptação; transtornos de personalidade; além de condições médicas associadas a sintomas de fadiga e cansaço. Os impactos individuais e sociais do burnout destacam a necessidade de intervenções preventivas e identificação precoce dessa condição de saúde no ambiente de trabalho. É importante destacar que alguns sintomas de SB parecem se assemelhar aos da depressão e da ansiedade.  

Para o tratamento considera-se tratar os transtornos mentais concomitantes; psicoterapia (reestruturação cognitiva, resolução de conflitos, gerenciamento do tempo, desenvolvimento de habilidades de enfrentamento, reorientação profissional); e intervenções focadas no bem-estar e na resiliência (técnicas de relaxamento, mindfulness, desenvolvimento de redes de apoio social, exercício físico). Tanto estratégias individuais quanto estruturais ou organizacionais podem resultar em reduções clinicamente significativas no burnout entre os trabalhadores. Soluções individuais e institucionais proporcionam melhorias ainda maiores no bem-estar do trabalhador do que aquelas alcançadas com soluções individuais.

 

 

Mônia Bresolin - psiquiatra e psicogeriatra que integra o corpo clínico do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC).


Dia Mundial da Retina: data alerta sobre os cuidados da saúde ocular

Segundo a OMS, 2,2 bilhões de pessoas têm alguma deficiência visual e 1 bilhão de casos poderiam ser evitados


Aos quatro anos, Sonny Pólito foi diagnosticado com miopia. Aos 10 anos soube que era portador de retinose pigmentar, doença genética que reduz a possibilidade de enxergar. Três anos depois, não conseguia ler. Ao contrário de Sonny, a falta de acesso ao tratamento oftalmológico e desconhecimento sobre as doenças oculares é um dos principais fatores que impossibilitam a reversão do quadro. Por isso, o dia 29 de setembro foi escolhido como Dia Mundial da Retina, para alertar sobre a importância da saúde visual.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) mais de 2,2 bilhões de pessoas têm uma deficiência visual no mundo. Deste total, 1 bilhão de casos poderiam ser evitados ou ainda não foram tratados. Além disso, a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é a principal causa da perda da visão em idosos, além de ser a terceira maior causa de cegueira no Brasil.

Sonny, que atualmente é líder do Movimento Bengala Verde Brasil, para quem tem baixa visão, presente em 14 países e fundador da Inclue, plataforma que auxilia pessoas com deficiência e idosos na experiência de compra no varejo, alerta sobre a importância da data. "Devido a falta de acesso à informação, muitas pessoas acabam desconhecendo a importância de cuidar da saúde ocular ou só procuram um especialista quando começam a ter um agravamento do quadro" comenta.


Acessibilidade e Inclusão

De acordo com Sonny, também é importante orientar e conscientizar a sociedade sobre a baixa visão. "É preciso ter mais políticas sociais para tratamento e acompanhamento dessas doenças. Além de melhorias na mobilidade urbana para pessoas com deficiência visual", comenta Sonny.


Mês de conscientização da Distonia: doença causa dores e contrações musculares involuntárias nos pacientes

O controle da distonia cervical envolve diferentes tratamentos e pode trazer mais qualidade de vida ao paciente

 

Setembro é o mês mundial de conscientização da Distonia, uma doença neurológica caracterizada por movimentos e contrações involuntárias que podem afetar qualquer parte do corpo, como mãos, pescoço, cabeça, cordas vocais e olhos¹. Os pacientes que apresentam essa condição têm dificuldade na realização de tarefas cotidianas, pois a Distonia Cervical vem acompanhada de dores, deformação de membro afetado e incapacidade funcional¹.

A Distonia Cervical pode ser idiopática, ou seja, tem a origem indeterminada, fazendo parte da genética do paciente ou pode estar associada a traumas, outras doenças neurológicas e uso de alguns medicamentos1.

Segundo a Dra. Monique Venturi, neurologista e neurofisiologista, os casos de Distonia são desafiadores, tanto para a equipe multiprofissional como para o paciente. "Em muitas situações, notam-se prejuízos sociais e emocionais, por isso a reabilitação precisa ser valorizada. Com diferentes técnicas e medicamentos, conseguimos proporcionar melhor qualidade de vida, independência e funcionalidade para esses pacientes", esclarece.

Para Nilde Soares, de 50 anos e fundadora do Instituto Distonia Saúde, o diagnóstico de Distonia aconteceu em 2011, mas os sintomas se iniciaram antes, quando ela estava com 40 anos. Curiosamente, o primeiro alerta foi feito por um colega de trabalho durante uma reunião. "Ele percebeu movimentos involuntários no meu rosto, mas só percebi quando fui me olhar no espelho", conta.

Depois desse alerta recebido por um colega, Nilde procurou ajuda médica. Neste momento, disseram a ela que os espasmos poderiam ser uma crise de ansiedade, e recomendaram uma consulta com um psiquiatra. A partir daí, Nilde seguiu a jornada de muitos pacientes: passou quatro anos em busca do diagnóstico correto para o seu caso. "Passei por sete neurologistas até identificarem a Distonia Cervical. No meu caso, comecei com movimentos involuntários leves, como caretas que passavam despercebidas, lembrando tique nervosos, mas essas contrações musculares intensificaram-se ao longo dos anos e se tornaram incontroláveis, provocando fortes dores", relata.

Além de acompanhamento com uma equipe multidisciplinar, com fonoaudióloga e fisioterapeuta, o tratamento de reabilitação da Nilde inclui aplicações de Toxina Botulínica A (TBA), indicadas para o controle dos espasmos e da dor. "Hoje aprendi a lidar com a Distonia, e a importância de seguir o tratamento recomendado pelo médico. O apoio do meu marido também foi essencial nesse processo", conclui.

Caso você apresente alguns dos sintomas, como por exemplo, espasmos musculares, posições anormais e movimentos involuntários na cabeça e no pescoço, procure um médico neurologista ou vá à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência.

 


Referência:

https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/doen%C3%A7as-do-movimento/distonia-cervical#:~:text=A%20distonia%20cervical%20%C3%A9%20caracterizada,distonia%20cervical%20%C3%A9%20geralmente%20desconhecida.


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