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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Fertilização In Vitro (FIV): verdades e mentiras sobre a técnica de reprodução assistida

FIV e inseminação artificial são a mesma coisa? Esclareça este e outros mitos com a ajuda do especialista ginecologista especialista em reprodução humana Dr. Alfonso Massaguer

 

As mulheres têm decidido engravidar cada vez mais tarde. Com a ajuda da tecnologia, a gravidez após os 40 é uma realidade. A atriz Leandra Leal (41) é o mais recente caso de uma famosa que optou pela FIV nesta fase da vida. Grávida de 5 meses, ela passou pelo processo de fertilização in vitro dos seus próprios óvulos congelados anos atrás. 

A quem se vê com dúvidas sobre o procedimento, o Dr. Alfonso Massaguer, ginecologista especialista em reprodução humana, diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado), explica os mitos e verdades sobre a reprodução humana assistida.

 

1.A FIV é uma garantia de gestação

MITO.

"A FIV jamais pode ser considerada uma garantia de gestação. Até mesmo em mulheres jovens, o método tem suas limitações. No 'melhor dos mundos' alcança-se 70-80% de sucesso por ciclo, mas, na grande maioria das vezes, essa proporção fica em torno de 50-55%. Os resultados dependem muito da idade do óvulo, qualidade do embrião e dos fatores ligados à infertilidade."


2.O procedimento é indicado apenas para casos de infertilidade

MITO.

"Há diversas indicações, como o estudo prévio de doenças genéticas. Outra indicação é para mulheres próximas ou acima dos 40 anos que têm medo de engravidar espontaneamente, mulheres que buscam ser mães solo e, cada vez mais casais homoafetivos querem ter seus filhos nas novas constituições familiares."

 

3.As chances de gravidez múltipla na FIV são maiores do que em uma gestação via métodos naturais.

MITO.

"Atualmente, buscamos a transferência de um único embrião por vez, a fim de garantir uma gestação saudável. Na FIV, o número de embriões transferidos pode ser controlado, diferentemente de alguns casos de indução da ovulação para coito programado ou inseminação intrauterina, nos quais o número de óvulos por ciclo pode ser maior que um."

 

4.É possível escolher o sexo do bebê

MITO.

"No Brasil, de acordo com as resoluções do CFM (Conselho Federal de Medicina), o tratamento de FIV para sexagem é proibido."

 

5.A FIV é diferente da Inseminação Artificial

VERDADE.

"Na FIV, retira-se os óvulos e fertiliza-se com espermatozoides em laboratório, o conhecido 'bebê de proveta'. O embrião é analisado e transferido para o útero, onde tentará se implantar e gerar uma gravidez.

Na inseminação artificial, apenas preparamos o sêmen e colocamos dentro do útero no período fértil, e então espera-se que a gravidez se consolide.

 

6.A técnica pode reduzir o risco do nascimento de bebês com doenças hereditárias

VERDADE.

"Na FIV, podemos analisar os embriões para qualquer cromossomo ou gene conhecido, e colocar no útero apenas aqueles sem alterações."

 

7.É possível fazer a fertilização in vitro em qualquer situação

MITO.

"Não diria qualquer situação, mas para aquelas em que a gravidez natural ou outros métodos não funcionam."

 

8.Mulheres com idade acima de 40 anos podem fazer a FIV

VERDADE.

"A FIV com mais de 40 anos é muito utilizada, mas tem como principal limitação a redução da qualidade dos óvulos. Isto se reflete em menos embriões com boa qualidade e, consequentemente, menor taxa de gravidez.

Na FIV, unimos matéria-prima, óvulo e espermatozoide. Se algum destes for ruim, não teremos um bebê."

 

9.Quanto mais embriões utilizar, maiores as chances de sucesso.

VERDADE.

"Mulheres com mais óvulos de qualidade e bons embriões terão uma maior taxa de gravidez. A maioria das pacientes transfere apenas um embrião, com o objetivo de uma gravidez única”.

 

Dr. Alfonso Massaguer CRM 97.335 - Ginecologista especialista em Reprodução Humana. Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas; Diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) especializada em reprodução assistida; Membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); Membro das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM); Diretor técnico da Clínica Engravida; Autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina, com passagens em centros na Espanha e Canadá.

 

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