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segunda-feira, 22 de abril de 2024

Biópsia embrionária é aliada da medicina reprodutiva na análise de doenças cromossômicas

 

Embriologista da Origen BH explica como é feito o procedimento, balizado pelo Conselho Federal de Medicina 


A biópsia embrionária, cujo objetivo é selecionar embriões geneticamente normais, é uma especificidade da medicina reprodutiva muito relevante nos processos de fertilização in vitro. Isso porque os exames permitem aos médicos e embriologistas analisarem cromossomos e buscar por doenças genéticas já conhecidas pela ciência.  “Essa seleção ocorre por meio de testes genéticos préimplantacionais. Esperase, com isso, uma diminuição dos riscos de doenças genéticas e um aumento das taxas de implantação em fertilização in vitro”, diz a embriologista da clínica Origen BH, Renata Bossi que acaba de participar em São Paulo do lançamento do livro 30 anos da embriologia no Brasil, do qual participou escrevendo sobre a análise genética do embrião. A publicação foi lançada durante o congresso da Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida (REDLARA) e da Associação Brasileira de Embriologistas em Medicina Reprodutiva (Pronúcleo), e contou com a presença de especialistas da Origen e de outras clínicas brasileiras.  

Segundo Renata, os exames são autorizados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) - o que não está autorizado, do ponto de vista ético, é analisar os embriões só para selecionar o sexo do bebê. “Do ponto de vista legal, não podemos realizar a manipulação genética nem em gametas (óvulos e espermatozoides), muito menos em embriões”, explica a embriologista, acrescentando que não pode haver nenhuma tentativa, nem modificação do material genético usado no processo de fertilização in vitro.  

Os exames ou testes genéticos pré-implantacionais existentes na atualidade são três: o PGTA, em que se faz a busca da quantidade dos cromossomos; o PGTM, quando existe uma doença gênica na família, como fibrose cística, esclerose lateral amiotrófica ou anemia falciforme, dentre outras, que estão associadas à alterações em regiões específicas de cromossomos específicos; e o PGTSR, usado em embriões de pacientes que sabidamente têm alterações nos números ou modificações de algum cromossomo e não querem passar para os embriões uma doença ou uma condição de portador.

De acordo com Renata Bossi, o objetivo maior dos testes genéticos é ter embriões saudáveis para transferência para o útero. E ela é taxativa ao dizer que não existe recomendação para os futuros pais realizarem exame genético antes de tentar tratamento de reprodução assistida. “Há indicações médicas para fazer exames prévios ao tratamento, em caso de três abortamentos ou mais ou em casos de doenças genéticas presentes em familiares. As chances de o casal ter alguma mutação ou alteração é pequena em relação às outras causas de infertilidade. E quem irá analisar a necessidade desse tipo de exame é o médico que acompanha o processo da reprodução assistida”, diz.

Segundo ela, o PGTA não vai atrás de uma doença específica, mas faz uma sondagem no número dos cromossomos em busca de alguma alteração genética que possa acarretar doença para o futuro bebê. “Os testes genéticos realizados no embrião têm uma eficácia de 98%, o que não quer dizer que a criança vai ser livre de qualquer doença, pois ainda existem as doenças de origem não genética, que podem levar à alterações no desenvolvimento do bebê. Isso é muito importante ressaltar, pois os testes fazem uma varredura nos cromossomos dos embriões para identificar alguma perda ou ganho em alguma região dos cromossomos, que pode levar a doenças”, acrescenta a embriologista.

  

Clínica Origen de Medicina Reprodutiva


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