Ocorrências aumentam no fim do ano e, mesmo quando não há vítimas fatais, as consequências podem ser graves, alerta Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico
Com a chegada do mês de dezembro, boa parte
das pessoas planejam viajar para desfrutar do período de festas e férias. E é
justamente no fim do ano que os números de acidentes e mortes no trânsito
aumentam. 2023 nem acabou e 10.060 pessoas perderam a vida por lesões em
acidentes de trânsito, de acordo com dados preliminares do Ministério da Saúde,
até outubro.
Em 2019, período pré-pandemia, foram
registrados 31.945 óbitos por lesões no trânsito. Mesmo durante o período
pandêmico, observou-se um aumento nas estatísticas, nos anos de 2020 e 2021,
com 32.716 e 33.813 mortes, respectivamente. Já em 2022, de acordo com os dados
preliminares do Ministério da Saúde, foram 32.174 casos.
Mesmo quando o acidente, felizmente, não
resulta em vítimas fatais, as consequências podem ser graves, em função do
politraumatismo, quando duas ou mais partes do corpo são lesionadas, explica o
presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (TRAUMA), José Octavio
Soares Hungria. “É comum que acidentes de grande impacto resultem em sequelas,
impactando para sempre a vida da pessoa. Lesões permanentes, cicatrizes,
incapacidade motora parcial ou total, aposentadoria compulsiva são só alguns
dos prejuízos trazidos por essa situação”, fala.
O especialista pontua, ainda, que um quadro
de politraumatismo pode levar o indivíduo a uma condição de esgotamento da
capacidade fisiológica de equilíbrio orgânico, “tornando-se potencialmente
fatal”.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF),
quase 80% dos acidentes poderiam ser evitados por mudanças de conduta dos
motoristas. Nos primeiros meses de 2023, por exemplo, 77% dos acidentes
ocorridos no período tiveram como causa escolhas erradas por parte dos motoristas,
de acordo com os dados apresentados pela Diretoria de Operações da PRF. São
exemplos desse tipo de conduta evitável as ultrapassagens indevidas, velocidade
incompatível, ingestão de álcool, falta de atenção e desobediência às leis de
trânsito.
Além da prudência ao dirigir, respeitando o
limite da via e demais normas locais, o uso do cinto de segurança é
imprescindível para todos os passageiros, incluindo os do banco traseiro.
"A força recebida em uma batida é cerca de 35 vezes o peso da pessoa, tornando
o uso do cinto fundamental. Em batidas laterais ou capotamentos, o cinto de
segurança protege os ocupantes, impedindo que sejam arremessados contra si ou
para fora do carro", fala o especialista.
Já para crianças, cadeirinhas ou assentos de
segurança conforme recomendado para cada idade e tamanho devem ser instalados
corretamente de acordo com as instruções de fabricantes, para garantir a
proteção dos pequenos.
“São tempos festivos, de diversão e para que
isso seja mantido, o poder está nas mãos de cada um de nós. Com
responsabilidade, atenção e respeito, teremos um longo caminho a percorrer,
trilhados por bons momentos a serem compartilhados junto aos nossos entes
queridos. Como aquele dito popular mesmo diz: devagar e sempre”, conclui.
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