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sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Causas, sinais e prevenção: como evitar o parto prematuro

 

Mudanças na secreção vaginal, pressão pélvica, dor lombar, cólica com ou sem diarreia podem ser sinais de trabalho de parto precoce

 

A ONG Prematuridade.com, como membro da Rede Mundial de Prematuridade (World Prematurity Network), une-se todo ano aos esforços globais da EFCNI e da March of Dimes para promover a campanha do Dia Mundial da Prematuridade, que acontece durante o mês de novembro, o chamado Novembro Roxo, concentrando ações principalmente no dia 17.

 

A taxa de nascimentos prematuros no Brasil apresentou queda nos últimos 10 anos. Em 2010, cerca de 12% do total de nascimentos acontecia de forma precoce. Esse número passou para 11,1% em 2020, segundo o relatório “Nascido cedo demais: década de ação contra o parto prematuro” (Born Too Soon), divulgado durante a Conferência Internacional de Saúde Materno Infantil (IMNHC) 2023, na África do Sul.

 

A queda, além de pequena, ainda deixa o país como uma das nações com maior taxa de nascidos prematuros na América Latina, figurando na terceira posição dessa lista.

 

“Além do risco alto de mortalidade, crianças que nascem precocemente podem ter dificuldades no desenvolvimento digestivo, respiratório, de linguagem e do desenvolvimento global”, pontua Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, médico do Hospital Albert Einstein, membro da FEBRASGO e especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein.


 

Causas do parto prematuro


Bebês prematuros são aqueles que nascem antes de 37 semanas de gestação, cuja duração completa é entre 37 e 42 semanas, ou 9 meses. Já a prematuridade extrema ocorre quando o bebê nasce com menos de 28 semanas de gestação, enquanto a prematuridade tardia acontece entre 34 e 36 semanas e seis dias. No entanto, todos os casos podem gerar complicações. As principais são:

 

- Bolsa rota/ruptura prematura de membrana (RUPREME ou ROPREMA)


- Hipertensão crônica


- Pré-eclâmpsia


- Síndrome de Hellp


- Insuficiência istmo-cervical


- Descolamento prematuro da placenta


- Placenta prévia


- Malformações uterinas


- Infecções uterinas


- Gestação múltipla


- Malformações fetais

 

“Além disso, outros fatores podem levar ao parto prematuro: ausência do pré-natal, fumo, álcool, drogas, estresse, sangramento vaginal, diabetes, obesidade, baixo peso, distúrbios de coagulação e gestações muito próximas (menos de 6 a 9 meses entre o nascimento de um bebê e ficar grávida novamente)”, explica Carlos Moraes.


 

Sinais do trabalho de parto prematuro


Sintomas como contrações a cada 10 minutos ou mais, mudanças na secreção vaginal, pressão pélvica, dor lombar, cólicas menstruais, cólica abdominal com ou sem diarreia podem ser sinais de trabalho de parto precoce.


 

Como prevenir o parto prematuro


Algumas medidas simples podem evitar que o bebê nasça antes do tempo. São elas:

 

- Assim que o resultado der positivo, avise seu médico imediatamente. Quanto antes o pré-natal for iniciado, melhor para a mãe e para o desenvolvimento do feto.

 

- Revele ao médico o seu histórico de saúde. Doenças crônicas e reações alérgicas que você já apresentou, história familiar, assim como o histórico de saúde do pai do bebê.

 

- Mantenha-se numa faixa de peso adequada. Converse com o obstetra e, se preciso, faça acompanhamento com nutricionista.

 

- Evite bebidas alcoólicas. Durante a gestação, o álcool pode ter efeitos bastante nocivos para a criança, incluindo retardo mental, dificuldades de aprendizagem, defeitos na face e problemas de desenvolvimento.

 

- Não fume. O cigarro aumenta chances de parto prematuro, do bebê nascer com baixo peso e da morbimortalidade dos recém-nascidos.

 

- Não se automedique. Mesmo que seja uma simples dor de cabeça ou um enjoo, consulte seu médico para saber o que pode tomar.

 

- Se não houver restrições, faça atividade física. De preferência, com acompanhamento profissional.

 

- Mantenha seu calendário de vacinação atualizado. Converse com seu obstetra sobre o assunto, pois algumas vacinas são contraindicadas na gravidez, enquanto outras necessitam de reforço.

 

- Não se esqueça do ácido fólico e da vitamina B12. Eles evitam que o bebê desenvolva malformações e danos no sistema nervoso. O consumo do ácido fólico deve ser iniciado antes mesmo da concepção do bebê.

 

- Esteja alerta para sangramentos e observe líquidos e secreções vaginais.

 

“A prevenção da prematuridade se inicia antes mesmo da gestação, com o planejamento familiar adequado, seguido do acompanhamento pré-natal, garantindo o bom desenvolvimento da gravidez, a saúde materna e um parto bem-sucedido”, finaliza Carlos Moraes.

 

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