A
ciência define envelhecimento como um conjunto de alterações fisiológicas,
morfológicas, bioquímicas e emocionais. A vulnerabilidade dos idosos aos
problemas decorrentes do uso de medicamentos é bastante alta e em grande
quantidade dando o nome à polifarmácia, ocasionando assim risco de reações
adversas, interações medicações e alguns sintomas comuns dores, alterações do
ritmo cardíaco ou respiratório, hipotensão ou hipertensão, sudorese, alergias,
queixas gastrointestinais entre outros.
No Brasil, é considerada idosa, a pessoa a partir dos 60 anos e segundo o IBGE
em 2030, o idoso representa 19% da população brasileira.
Com o processo de envelhecimento no idoso é comum termos alterações metabólicas
reduzidas, aumento do tecido adiposo e surgimento de doenças crônicas.
Devido a isso, se cria a necessidade do uso de vários medicamentos, onde
encontra-se a solução para equilibrar as deficiências funcionais aderindo assim
a polifarmácia. Porém, o grande número de medicamentos usando pelo idoso, pode
acarretar risco à sua saúde, pois eles são mais vulneráveis a complicações
farmacológicas devido à idade.
De acordo com a médica nutróloga Patrícia Santiago, a polifarmácia é o uso de
cinco ou mais medicamentos administrados devido policomorbidades ou
administração irracional dos mesmos pelo idoso.
“Podemos citar como exemplo as estatinas, drogas efetivas e seguras são
medicamentos muito utilizados no tratamento do colesterol alto. Entre as drogas
mais conhecidas podemos citar a sinvastatina, rosuvastatina, pravastatina e
atorvastatina. As estatinas, além de serem os fármacos mais efetivos no
controle do colesterol, são também aquelas com melhores resultados nos estudos
científicos sobre prevenção das doenças cardiovasculares”, disse.
De acordo com Patrícia, idosos em uso de estatinas é comum o quadro de
miopatias, caracterizada clinicamente por dor muscular, fraqueza e/ou câimbras,
principalmente em doses elevadas são aquelas com maior risco.
“As queixas de origem muscular são o principal efeito colateral das estatinas e
a causa mais comum de interrupção do tratamento. Em geral, a lesão muscular
pelas estatinas provoca um quadro de dor e fraqueza de forma simétrica.Esses
sintomas também podem ser descritos pelo paciente como fadiga ou cansaço dos
membros”, disse.
Normalmente, a miopatia desenvolve-se nos primeiros 6 meses de uso do
medicamento que atinge média 10% e precisa ser avaliado histórico de mialgia
antes da administração inicial.
“Existe uma diferença sutil entre risco e benefício do uso da polifarmácia. Se
por um lado o aumento do número de medicamentos, pode afetar a saúde dele,
devido aos efeitos adversos e as interações, por outro lado são esses fármacos
que ajudam a prolongar a vida deles. Diante disso podemos entender que não é
exclusivamente a polifarmácia que expõe os idosos a possíveis riscos e sim o
uso irracional dos medicamentos”, finalizou.
Patrícia Santiago - graduada
em medicina pela Universidade Estadual do Amazonas desde 2013, com pós
graduação em Nutrologia. Atua na área de emagrecimento e performance desde 2015
com ampla experiência no acompanhamento de pacientes bariátricas. No momento
desenvolvendo a comunicação digital para pacientes com foco em reeducação
alimentar, mudança de estilo de vida e alta performance.
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