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quarta-feira, 5 de abril de 2023

No Dia Mundial de Combate ao Câncer, SOBOPE esclarece dúvidas sobre o tratamento oncológico de jovens e crianças

 O Câncer infanto-juvenil é hereditário? A prática de atividades esportivas e até a ida à escola são permitidos durante o tratamento? Entidade reforça pontos importantes para o sucesso do tratamento



A data de 8 de abril é marcada como o Dia Mundial do Combate ao Câncer. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que no triênio 2023/2025 ocorrerão, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e jovens de 0 a 19 anos de idade. Mesmo diante desses números, ainda existem inúmeras dúvidas acerca daquilo que o público infantojuvenil em tratamento oncológico deve ou não fazer. A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), além de reforçar a importância da atenção aos sinais e sintomas para o diagnóstico precoce, esclarece alguns mitos e verdades sobre o tema.

A primeira dúvida é justamente sobre a origem do câncer. Muitos acreditam que o câncer infantil é somente de natureza hereditária, o que não é verdade, segundo Dr. Neviçolino de Carvalho, médico oncologista e presidente da SOBOPE. “Embora o câncer infantil não esteja diretamente ligado a hábitos alimentares e ausência de atividade física, não se pode atribuir a predisposição genética como o único fator de risco. De fato, menos de 10% dos casos pediátricos são causados por herança genética - a maioria ainda é de origem desconhecida”, afirma.

Outra dúvida muito recorrente é sobre a frequência escolar. Segundo o presidente da SOBOPE, a participação presencial nas aulas dependerá da fase de tratamento do paciente e da decisão de seu oncologista. "Há etapas do tratamento em que há maior risco de infecções devido à queda das células de defesa causada pela quimioterapia e radioterapia. Neste caso, o recomendado é não frequentar a escola. O melhor momento de voltar às aulas deve ser orientado pelo oncologista que trata a criança", pondera o oncologista.

Considerada de fundamental importância, a prática de atividades esportivas também deve ser avaliada caso a caso. De acordo com o oncologista, a terapia contra o câncer pode provocar anemia e diminuição das plaquetas e, nesse contexto, as atividades físicas não são recomendadas. “Novamente, cabe uma avaliação do profissional que acompanha o tratamento”, reforça. Poder ou não frequentar piscina e praias é mais um ponto que gera dúvidas. "Em geral, a maioria dos pacientes tem cateteres centrais e, em muitos momentos do tratamento, estão vulneráveis à infecção. A pele fica mais sensível. Portanto, o recomendado é não liberar até que o quadro evolua e o oncologista permita", responde o presidente da SOBOPE.

Apesar de administrar restrições durante o tratamento, é essencial que os responsáveis ajudem a garantir uma boa formação social e educacional para crianças e adolescentes com câncer. Para o Dr. Neviçolino Pereira, “na medida do possível, eles não devem deixar de ter suas experiências. Caso surjam janelas de oportunidade, vale conversar com o médico. Por mais cuidados que devamos ter, é necessário, até mesmo para o sucesso do tratamento, que elas continuem brincando, se relacionando entre si e realizando suas atividades habituais, sempre que o tratamento permitir”, finaliza.


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