Voz e a audição nos jogos da Copa
Dia
de jogo é dia festa! Gritos, fogos, música, buzinas e junto com todas as
emoções das partidas aparecem também os primeiros sintomas de alteração vocal,
como cansaço, ardor ou dor ao falar, falhas na voz, mudança de tom, pigarro e
rouquidão, dor de garganta, dor de ouvido, zumbido e sensação de surdez. Para
driblar o problema e lidar com os prejuízos comuns nesta época festiva, o
médico otorrinolaringologista Bruno Borges de Carvalho Barros, da capital paulista,
revela algumas dicas e cuidados importantes.
Ele
afirma que quando a voz falha ou a rouquidão aparece não se deve sussurrar!
Isso porque o sussurro pode provocar um esforço extra nos músculos do aparelho
fonador e piorar as características da voz que já estão prejudicadas. Nesta
época festiva, é comum o consumo de álcool e dieta fora do padrão, o que pode
levar a refluxo gastro-esofágico. O refluxo associado ao abuso vocal, favorecem
às lesões nas pregas vocais.
“Em
casos de rouquidão ou afonia, poupe a voz, usando-a somente quando necessário,
procure articular bem as palavras, além disso é essencial hidratar-se
principalmente nos dias mais secos”, diz o especialista. Se a rouquidão
permanecer por mais de uma semana, é essencial a visita a um otorrinolaringologista.
A perda auditiva também está entre uma das deficiências mais comuns e que pode aparecer durante a Copa do Mundo. Dr. Bruno explica que todo mundo pode ter perdas auditivas por exposição excessiva ao ruído (fogos, cornetas, apitos e afins) -- mesmo que a festança dure apenas um mês. “O mais importante é cuidar da audição para que ela permaneça intacta e permita desfrutar todos os sons até que os jogos se acabem. Para isso, algumas dicas simples podem se tornar essenciais”, diz.
- Evite
ambientes barulhentos por muito tempo e se a festa for na sua casa não
abuse dos barulhos próximos das orelhas de seus familiares e convidados,
principalmente em lugares fechados -- vá às janelas ou até às portas para
tocar as buzinas, por exemplo;
- Para os mais
velhos é importante utilizar sempre os acessórios de proteção auditiva
(EPI) quando estiverem em exposição a ruídos mais intensos;
- Coloque a
música em volume abaixo da metade da capacidade dos aparelhos;
- Cuidado com a música em ambientes com ruído de fundo. Neste caso é
comum ultrapassar o limite saudável para os ouvidos.
- Após exposição ao ruído intenso, pode aparecer sensação de “ouvido
tampado”, zumbido e perda de audição.
- Se perceber dificuldade em entender ou grande necessidade em
aumentar o volume da televisão, procure um especialista para fazer um
exame de audição. Quanto mais cedo se cuidar, melhor!
Para finalizar, ele comenta que a prevenção é o melhor remédio. “Perdas de audição são irreversíveis e poucas mudanças de hábito já surtem excelentes efeitos benéficos para a saúde auditiva. Lembre-se de que ouvir é um privilégio”, finaliza.
FONTE: Bruno Borges de Carvalho Barros. Médico especialista em otorrinolaringologia pela
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e cirurgia cervico-facial. Mestre
e fellow pela Universidade Federal de São Paulo.
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