Cirurgia endoscópica da coluna reduz riscos para pacientes
Quantidade
de tecido não interfere na cirurgia endoscópica, diferentemente da tradicional
O
sobrepeso é um dos fatores de risco para o aparecimento de hérnia de disco
lombar. “Considerando que o amortecimento do impacto nas vértebras é a
principal função do disco intervertebral, é lógico pensar que a sobrecarga
nessas articulações pode levar a problemas em seu funcionamento”, explica o Dr. Marcelo Amato, médico neurocirurgião, especialista em
endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva.
O
que ocorre nestes casos é que o ânulo fibroso – camada mais grossa e externa do
disco intervertebral – sofre abaulamento constante produzido pelo excesso de carga
e, como consequência, surgem pequenas fissuras nas fibras do ânulo fibroso, por
onde o núcleo pulposo (parte interna do disco) pode sair e causar compressão
das estruturas nervosas.
No
entanto, a obesidade não é o único fator associado ao surgimento de hérnia de
disco. Sedentarismo, tabagismo e o próprio processo de envelhecimento podem
comprometer os discos intervertebrais, além da predisposição genética.
O
tratamento inicial para os pacientes obesos, com hérnia de disco, não difere
dos demais casos. Normalmente, recomenda-se repouso relativo e uso de medicação
sintomática e anti-inflamatória. Em situações em que a doença está em estágio
mais avançado, diferentes tipos de fisioterapia podem ser indicados, assim como
educação postural e conscientização corporal. Além disso, orientação
nutricional e o acompanhamento conjunto do endocrinologista são recomendáveis.
“Por causa da dor, os pacientes são estimulados as atingir seus objetivos de
emagrecimento e estilo de vida mais saudável”, comenta o Dr. Amato.
Casos de cirurgia
As cirurgias de hérnia de disco lombar são indicadas em casos em que a dor não cessa com tratamento clínico ou que há déficit neurológico, tais como, como perda de força, formigamentos, dormências e, também, dor insuportável.
Intervenções cirúrgicas tradicionais em obesos podem ser muito trabalhosas para o cirurgião e arriscadas para os pacientes, mas a cirurgia endoscópica da coluna traz uma enorme vantagem, pois tecnicamente não há diferença em operar um indivíduo magro e um com obesidade mórbida, precisando-se apenas um endoscópio (instrumento) mais curto ou mais longo. Isso acontece porque a “câmera” pode ser posicionada no ponto de interesse da coluna, independentemente da quantidade de tecido que há ao redor.
O alívio da dor nesses pacientes é essencial para que consigam iniciar o quanto antes, atividades físicas que auxiliem na perda de peso, bem-estar e prevenção de novos problemas da coluna, afirma o Dr. Amato
Dr. Marcelo
Amato - Graduado pela USP Ribeirão Preto e
doutor pela USP São Paulo, o médico neurocirurgião Marcelo Amato é especialista
em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva de crânio e coluna.
Doutor em neurocirurgia pela Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Especialista
em neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e pela
Associação Médica Brasileira (AMB). Neurocirurgião referência do Hospital de
Força Aérea de São Paulo (HFASP) desde 2010. Possui publicações nacionais
e internacionais sobre endoscopia de coluna, neurocirurgia pediátrica, tumores
cerebrais, cavernomas, cistos cerebrais, técnicas minimamente invasivas, entre
outros. É diretor do Centro Cirúrgico do Amato – Hospital Dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário