Dia Internacional dos Povos Indígenas está
entre os destaques da programação com práticas e ensinamentos do povo Guarani
Mbya;
O espaço que funciona de terça a domingo
oferece ingressos gratuitos às quintas-feiras; as reservas devem ser feitas
previamente pela internet
Exposições, palestras,
performance artística e debates fazem parte da programação de agosto do Museu
das Culturas Indígenas (MCI), na capital paulista. Um dos destaques fica por
conta da “Preparação do início do tempo novo – Ara Pyau”, que vai ocorrer no
Dia Internacional dos Povos Indígenas (09/08). O espaço funciona de terça a
domingo, das 09h às 18h, com entrada gratuita sempre às quintas-feiras, que
também tem horário estendido até as 20h.
Instituição da Secretaria de
Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, o MCI é gerido pela
Organização Social de Cultura ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao
Museu Casa de Portinari) em parceria com o Instituto Maracá. O MCI tem como
objetivo promover o diálogo intercultural, permitindo que diversos povos originários
compartilhem mensagens, ideias, saberes, conhecimentos, filosofias, músicas,
artes e histórias comuns à cosmovisão indígena. A seguir confira a programação
do mês:
Celebração
Em 09/08, Dia Internacional
dos Povos Indígenas, o MCI realizará um evento especial. Na ocasião, serão
compartilhados com o público as práticas e os ensinamentos tradicionais dos
Guarani Mbya, que marcam a passagem do tempo velho (Ara Ymã) para o tempo novo
(Ara Pyau).
De acordo com a cosmovisão
indígena, o tempo está relacionado ao ciclo da natureza (estações do ano) e, ao
mesmo tempo, com a caminhada realizada pelos povos Guarani, suas mudanças
físicas e espirituais. O evento, gratuito, vai das 09h às 17h. Para participar,
os interessados devem se inscrever pelo e-mail contato@museudasculturasindigenas.org.br.
Palestras e debates
O “Papel da Tecnologia na Organização
Social dos Povos Indígenas e de Pessoas em Movimento nas Américas” será
o tema de um debate em 05/08, das 10h ao meio-dia. A proposta é abordar
experiências de ativistas com o uso de tecnologias na luta de mulheres
indígenas na Guatemala e no fortalecimento da defesa de direitos e dos
territórios.
Os palestrantes, Andrea
Isabel Ixchiú Hernández e Federico Etiene Zuvire Cruz, discutirão sobre o tema
“A comunicação digital como forma de fortalecer a luta das mulheres indígenas
na Guatemala”. Angela Solis levantará debate acerca de “A tecnologia que
constrói e a que destrói: como trabalhadores migrantes usam a tecnologia para
lutar por seus direitos frente a grandes corporações tecnológicas” e Narrira
Lemos falará a respeito do “Papel da segurança digital na proteção dos povos
indígenas em suas lutas pela defesa do seu território”.
Ministrada pelo cacique e
professor Ubiratã Gomes, a palestra
“Povos Indígenas e Educação Intercultural: Propostas Pedagógicas para a Quebra
de Estereótipos” será realizada em 20/08, a partir das 10h. O
objetivo é desfazer equívocos relacionados as culturas indígenas brasileiras,
bem como informar quem são e como vivem algumas dessas comunidades no país –
abordando, principalmente, os povos inseridos no estado de São Paulo e na
capital paulista.
Durante a palestra o público será
convidado a interagir por meio de perguntas e respostas sobre a temática
indígena. O evento é especialmente voltado para profissionais da educação.
No dia seguinte, 21/08, Luiz
Karaí, aborda a história da resistência do povo Guarani, cujo espírito de luta
se depara com as dificuldades relativas à apropriação da língua portuguesa em
diferentes contextos, inclusive na cidade de São Paulo. A atividade intitulada “A Resistência do Povo Guarani:
História, Língua e Cultura” também contará com uma performance
de dança das kunhataingue, mulheres das etnias Kaiowá e Guarani. Começa às 15h.
As vagas para as atividades,
todas gratuitas, são limitadas e devem ser reservadas pelo e-mail contato@museudasculturasindigenas.org.br.
Exposições
A exposição temporária
coletiva “Ocupação
Decoloniza – SP Terra Indígena”, espalha diferentes linguagens
artísticas por todo o espaço do MCI. Com olhares descolonizais sobre os
perímetros urbano, periférico e comunidades, artistas indígenas desconstroem
narrativas equivocadas sobre as culturas dos povos originários.
Na mostra “Ygapó: Terra Firme”,
o artista e curador Denilson Baniwa convida o público para uma imersão na
floresta Amazônica por meio de experiências sensoriais. A exposição conta com
produções contemporâneas, tradicionais, sonoras e visuais de músicos indígenas.
Ygapó é uma metáfora da resistência indígena, que mesmo em constante ameaça
externa, mantém a coletividade e o compartilhamento de saberes, por meio da
dança, do canto e do fazer com as mãos.
Por fim, em “Invasão Colonial ‘Yvy Opata’ A Terra
Vai Acabar” o artista Xadalu Tupã Jekupé traz, com sua estética
na arte urbana contemporânea, a demarcação dos deslocamentos territoriais com
múltiplas linguagens e o território identitário indígena ameaçado pela
sociedade ocidental. Sua obra denuncia como que os territórios originários em
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, estão sendo engolidos pelo cimento da
cidade, que devora terras e vidas. A emergência e a necessidade de visibilidade
da diáspora Guarani é uma denúncia da população indígena, expulsa pela expansão
da especulação imobiliária e invisibilizada no contexto urbano.
Os ingressos para as
exposições devem ser reservados previamente pelo site.
Performance artística
Edivan Fulni-ô, cantor,
compositor, ator, fotógrafo, performer e ativista indígena da etnia Fulni-ô de
Pernambuco, apresentará em 13/08 o trabalho que vem desenvolvendo no campo da
moda e das artes do corpo. A performance está marcada para as 15h, dentro da
exposição "Ygapó - Terra Firme".
Seja na fotografia, por meio
de performances ou qualquer outra linguagem artística, Edivan busca dialogar
com a cosmopolítica dos povos originários, promovendo a quebra dos estereótipos
criados sobre a figura do indígena. Na música, seu mais recente trabalho é o EP
"Segura Minha Mão", fruto de campanha de financiamento colaborativo e
realizado de maneira coletiva e independente na Casa Amarela de Cultura
Coletiva.
Os ingressos para conferir o
evento podem ser agendados no site.
SERVIÇO
Museu das Culturas
Indígenas
Funcionamento: De terça a domingo, das 9h às 18h;
às quintas-feiras até às 20h; fechado às segundas-feiras (exceto feriados)
Ingressos: R$15,00 (inteiro) e R$7,50
(meia entrada); gratuito às quintas-feiras
Agendamentos: https://bileto.sympla.com.br/event/74784/d/149212.
Local: Museu das Culturas Indígenas (R.
Dona Germaine Burchard, 451 - Água Branca, São Paulo/SP)
Informações: (11) 3873-1541
Site: www.museudasculturasindigenas.org.br
Redes Sociais:
A gratuidade no Museu
é estendida para os seguintes grupos:
- Indígenas;
- Crianças até 7
anos (mediante apresentação de documento comprobatório);
- Grupos de
escolas públicas e de instituições sociais sem finalidades lucrativas que
atuam com pessoas com deficiência e/ou em situação de vulnerabilidade
social; profissionais da educação de escolas públicas e funcionários da
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, com apresentação do
holerite do mês corrente ou anterior (impresso ou digital);
- Policiais
militares, civis e da Polícia técnico-científica da Secretaria de
Segurança Pública do Estado de São Paulo, com apresentação do holerite do
mês corrente ou anterior (impresso ou digital);
- Profissionais
dos Museus Estaduais e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do
Estado de São Paulo, mediante apresentação do crachá;
- Guias de turismo
credenciados;
- Profissionais
filiados ao ICOM, mediante apresentação de carteirinha.
- Gratuidade
estendida ao cônjuge ou companheiro(a), filhos e menores tutelados ou sob
guarda que os acompanharem na visita.
A meia-entrada é
destinada para:
Estudantes; Jovens de baixa
renda, com idade de 15 a 29 anos, mediante apresentação do ID Jovem; Pessoas
com idade a partir de 60 anos; Aposentados; Pessoas com deficiência
(meia-entrada estendida a 1 acompanhante).
Sobre o MCI
O Museu das Culturas Indígenas é uma instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari) - Organização Social de Cultura em parceria com o Instituto Maracá, associação sem fins lucrativos que tem como finalidade a proteção, difusão e valorização do patrimônio cultural indígena. O MCI apresenta uma proposta inovadora de gestão compartilhada a ser construída ao longo da experiência, com o fortalecimento do protagonismo indígena. É em espaço de diálogo intercultural, pluralidade, encontros entre povos indígenas e não-indígenas, onde a memória da ancestralidade permitirá aos diversos povos originários compartilharem suas mensagens, ideias, saberes, conhecimentos, filosofias, músicas, artes e histórias. Uma conquista dos povos indígenas, ainda em processo de construção, neste território na cidade, aberto para que o público entre em contato com sua própria história, e com outras histórias do Brasil.
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