Pesquisa aponta
que a maior parte dos brasileiros dorme mal, um problema sério que pode gerar
inúmeros malefícios à qualidade de vida destas pessoas
O sono é uma parte importante de nossa vida e de
nossa saúde. Diariamente precisamos dedicar algumas horas para este processo
fisiológico que “recarrega nossas baterias”, sejam elas físicas ou mentais.
Mas, infelizmente, não temos dormido bem: uma pesquisa recente da Associação
Brasileira do Sono mostrou que 65% dos brasileiros relatam problemas durante o
seu período de descanso, um número alarmante que reforça a necessidade de
cuidarmos daquele que é o momento no qual nosso corpo executa uma série de
funções específicas e importantes para nos manter saudáveis, felizes e
produtivos.
O neurologista credenciado da Paraná Clínicas,
empresa do Grupo SulAmérica, Dr. Emanuel Cassou (CRM-PR: 39.342, RQE 28.188)
explica de forma didática o que é o sono do ponto de vista médico: “Este é um
processo fisiológico natural em todos os seres humanos. Nele ocorre uma série
de atividades neurológicas, hormonais, químicas e de sinalização elétrica que
reduzem a atividade de algumas regiões do córtex cerebral que são responsáveis
por nos manter acordados. Isso possibilita que nosso corpo possa executar
várias funções importantes durante aquele período em que estamos dormindo”,
explica.
Este “período de manutenção” diário do organismo
tem influência direta em vários processos fisiológicos imprescindíveis. Várias
funções mentais, endócrinas e cardiovasculares só podem ser executadas enquanto
dormimos. Quem não consegue descansar de forma adequada acaba apresentando
maior risco de doenças em relação a pessoas que possuem uma rotina de sono
saudável.
Mas, afinal, como podemos saber se estamos dormindo
de forma satisfatória? O Dr. Cassou explica que fazer esta análise é uma tarefa
relativamente simples: “Podemos fazer esta avaliação a partir de dois aspectos,
pela quantidade e qualidade de sono. O principal sinal é a maneira como a
pessoa acorda no dia seguinte: se ela desperta disposta, com vontade de estar
acordada ou sentindo que teve uma noite revigorante, isso é um marcador
positivo de saúde. Do contrário, quando ela acorda indisposta, bocejando
excessivamente, apresentando períodos constantes de sonolência e manifestando
vontade de dormir em momentos do dia que não deveria, este é um indício de que
o sono foi ruim ou insuficiente”, conclui.
O tempo recomendado de sono costuma variar de
pessoa para pessoa, mas geralmente está atrelado à idade. Crianças e
adolescentes apresentam uma maior necessidade de períodos de descanso, algo em
torno das 10 horas. Adultos, normalmente, demandam aproximadamente 8 horas de
sono. Por fim, idosos são os que precisam dormir menos: na maioria dos casos,
seis a sete horas de descanso podem ser suficientes.
Ainda assim, DR. Cassou ressalta que a quantidade
de sono por si só não garante que o descanso tenha sido suficiente ou saudável.
“Nosso foco não deveria ser tanto na quantidade de horas que o indivíduo dorme,
mas na qualidade do sono. Uma pessoa que dorme mal, que tem 10 horas ruins de
descanso, vai sentir mais cansaço do que alguém que dormiu algumas horas a
menos do que o recomendado, mas com um sono de boa qualidade”, afirma o neurologista.
A importância de estar atento a estes sinais é
enorme. São inúmeros os problemas decorrentes de sono ruim ou insuficiente por
períodos prolongados: alterações de humor, redução da capacidade de memória e
de atenção, sonolência durante o dia – que pode afetar várias atividades que
demandam alto grau de atenção como dirigir e trabalhar, diminuição da
capacidade de raciocínio lógico, desregulações hormonais, perda do controle do
apetite, pressão alta, diabetes e aumento no risco de doenças cardiovasculares
como AVC e infarto.
Dicas para dormir melhor
Embora cada pessoa tenha suas peculiaridades na
hora de adormecer, Dr. Cassou explica que uma das estratégias mais eficientes
para nos ajudar a melhorar a qualidade do sono é mais simples do que a maioria
de nós imagina: a rotina. “Nosso cérebro é muito acostumado com repetições e
gosta muito quando fazemos as mesmas coisas antes de irmos dormir. Neste
sentindo, alguns hábitos como vestir o pijama sempre no mesmo intervalo de
tempo antes de ir deitar, repetir rituais, usar roupas leves, e dormir e
acordar nos mesmos horários são ótimas dicas para melhorarmos nosso sono”,
afirma o médico.
Além de hábitos rotineiros, é importante não abusar
de estímulos luminosos, visuais ou sonoros perto do período de descanso. Neste
sentido, devemos ficar especialmente atentos ao uso de smartphones, TV’s e
computadores na cama, um hábito comum, mas que atrapalha o sono por fazer nosso
cérebro interpretar aquilo como um sinal para se manter ativo e em estado de
atenção. Outros cuidados importantes são evitar o consumo excessivo de bebidas
estimulantes como cafés e energéticos, optar por refeições leves e não praticar
atividades físicas de alto grau de intensidade perto do período reservado para
descanso.
No caso da apresentação frequente de sintomas que
indiquem que o descanso do indivíduo é ruim ou insuficiente, é importante
procurar um médico que tenha formação para lidar com problemas relacionados a
doenças do sono. Há especialistas de diferentes áreas que podem tratar o
problema: neurologistas, otorrinos, psicólogos e psiquiatras, entre outros, que
estão aptos a avaliar as causas do distúrbio do paciente e encaminhá-lo para a
área de tratamento mais adequada para sua situação.
Paraná Clínicas
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