Além de prejudicial ao bem-estar físico e emocional, o excesso de tempo gasto na internet deixa aquela sensação de que o tempo é curto.
A sociedade atual vive um tempo frenético, correm sempre e algumas vezes sem motivo evidente. Com isso, as pessoas ficam com a falsa sensação de que o tempo passou mais rápido. A busca por interações e conhecimento é desenfreada e por mais que se alimente de muita informação, ela nunca parece suficiente.
A facilidade de interações,
acesso à informação e ao conhecimento deveria dar as pessoas mais tempo de
lazer e maior qualidade de vida, mas não é isso que acontece. Pois, ainda que
as tecnologias tragam facilidades, que poupem o tempo, com aplicativos de
banco, de deliverys, mensagens de voz instantânea, entre inúmeros outras.
Em contradição temos cada vez menos tempo.
Dinâmica tempo e conhecimento
A dinâmica tempo e conhecimento tem sido amplamente discutida em meios acadêmicos e científicos. Muitos dos estudiosos futuristas reconhecem os benefícios do acesso à informação e ao conhecimento, mas também alertam para os problemas da má administração das nossas vidas.
Segundo Alvin Toffler, escritor e futurista norte-americano, doutor em Letras, Leis e Ciência, conhecido pelos seus escritos sobre a revolução digital, a Humanidade caminhou por 3 grandes períodos. A primeira onda compreende atividades no setor rural, de forma rudimentar e durou cerca de 10.000 anos. Já a segunda veio com a Revolução Industrial, que surgiu na Inglaterra lá no final dos anos 1700. Por sua vez, a terceira onda é a da tecnologia e da informação.
Por mais contraditório que pareça, a onda da tecnologia é a que mais valoriza o ser humano, seu conhecimento e suas competências. Segundo Toffler, a partir daí se originou a Era do Conhecimento. Isso, porque, as novas tecnologias de informação e aquisição de conhecimento possibilitam que as pessoas tenham acesso a milhares de informações tanto próximas como distantes de sua realidade, o que pode ser útil para gerar saberes e conhecimentos científicos, porém, as pessoas permanecem grudadas nos aparelhos, mesmo quando está carregando.
A internet, principal meio de aquisição de informação e conhecimento,
deve ser usada como uma ferramenta de auxílio na obtenção de informação que
gera conhecimento. Segundo a TIC Domicílios 2020, pesquisa que estuda
o uso das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) nas residências
brasileiras, apontou que há cerca de 152 milhões de usuários de internet no
Brasil, o que corresponde a 81% da população acima de 10 anos de idade do país.
Afinal, porque o tempo parece tão curto?
Seguindo a ideia de Toffler, o professor, engenheiro e analista de
sistemas Lenilson Naveira e Silva, lançou o livro “A 4a. ONDA: Os
Novos Rumos da Sociedade de Informação”, onde afirma que essa deve
ser a etapa do autoconhecimento.
Porém, ele alerta que para continuar avançando na disputa pela tecnologia desenvolvida, é indispensável investir no homem, no indivíduo, ou seja, explorar a intimidade do ser, a fim de melhorá-lo para poder conviver com as tecnologias, sem ser superado por elas, ou fazer mau uso das mesmas.
O próprio avanço tecnológico vem conduzindo à “democratização de conhecimentos”. O que é isso? É quando uma soma considerável de conhecimentos, está à disposição de muitos, possibilitando assim, a manipulação das altas tecnologias, capaz de destruir a vida no planeta 10 vezes.
Em sua obra, o professor Lenilson conclui que se os esforços não se
voltarem para o interior das pessoas, para os valores morais, para a ética,
torna-se muito perigoso de elas se autodestruírem e destruir o mundo. A
necessidade do momento é investir no conhecimento mais aprofundado do próprio
homem.
O risco do excesso de tecnologia
Especialistas alertam: há um
limite entre o cansaço e os perigos do excesso de atividades. Quando essa linha
é ultrapassada sua saúde pode estar em risco. Não é à toa que os casos clínicos
de estresse e ansiedade tem aumentado.
Você já ouviu falar no termo burnout?
É uma forma de estresse profundo que tem
impacto na saúde num nível gravíssimo, que incapacita a pessoa a trabalhar. O
problema é que se cruza uma linha do estresse administrável para o indivíduo e
só se percebe que passou para o outro lado quando há sintomas físicos. É como
queimar um fusível.
O vilão não é o tempo, somos
nós mesmos que não sabemos lidar com ele e deixamos que ele nos escravize. A
dificuldade de definir e gerenciar nossas prioridades gera angústia. Costumamos
usar o termo “administrar o tempo”.
O termo “administrar o tempo” é um pouco
problemático. Primeiro porque nós humanos não conseguimos (pelo menos ainda
não) manipular o tempo, logo, literalmente o termo não está correto. O termo
correto deveria ser “administrar a vida”. É sobre a sua vida que você tem
controle, não sobre o tempo.
A palavra de ordem é equilíbrio. O
equilíbrio das atividades diárias, isto é, saber distribuir responsabilidades e
lazer dentro do tempo que você tem. É esse equilíbrio que gera produtividade e
qualidade de vida simultaneamente.
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