Pesquisar no Blog

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Como conviver com a tecnologia sem ter a saúde abalada por ela?

Além de prejudicial ao bem-estar físico e emocional, o excesso de tempo gasto na internet deixa aquela sensação de que o tempo é curto.

 

A sociedade atual vive um tempo frenético, correm sempre e algumas vezes sem motivo evidente. Com isso, as pessoas ficam com a falsa sensação de que o tempo passou mais rápido. A busca por interações e conhecimento é desenfreada e por mais que se alimente de muita informação, ela nunca   parece suficiente. 

A facilidade de interações, acesso à informação e ao conhecimento deveria dar as pessoas mais tempo de lazer e maior qualidade de vida, mas não é isso que acontece. Pois, ainda que as tecnologias tragam facilidades, que poupem o tempo, com aplicativos de banco, de deliverys, mensagens de voz instantânea, entre inúmeros outras.  Em contradição temos cada vez menos tempo.

 

Dinâmica tempo e conhecimento 

A dinâmica tempo e conhecimento tem sido amplamente discutida em meios acadêmicos e científicos. Muitos dos estudiosos futuristas reconhecem os benefícios do acesso à informação e ao conhecimento, mas também alertam para os problemas da má administração das nossas vidas. 

Segundo Alvin Toffler, escritor e futurista norte-americano, doutor em Letras, Leis e Ciência, conhecido pelos seus escritos sobre a revolução digital, a Humanidade caminhou por 3 grandes períodos. A primeira onda compreende atividades no setor rural, de forma rudimentar e durou cerca de 10.000 anos. Já a segunda veio com a Revolução Industrial, que surgiu na Inglaterra lá no final dos anos 1700. Por sua vez, a terceira onda é a da tecnologia e da informação. 

Por mais contraditório que pareça, a onda da tecnologia é a que mais valoriza o ser humano, seu conhecimento e suas competências. Segundo Toffler, a partir daí se originou a Era do Conhecimento. Isso, porque, as novas tecnologias de informação e aquisição de conhecimento possibilitam que as pessoas tenham acesso a milhares de informações tanto próximas como distantes de sua realidade, o que pode ser útil para gerar saberes e conhecimentos científicos, porém, as pessoas permanecem grudadas nos aparelhos, mesmo quando está carregando. 

A internet, principal meio de aquisição de informação e conhecimento, deve ser usada como uma ferramenta de auxílio na obtenção de informação que gera conhecimento. Segundo a TIC Domicílios 2020, pesquisa que estuda o uso das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) nas residências brasileiras, apontou que há cerca de 152 milhões de usuários de internet no Brasil, o que corresponde a 81% da população acima de 10 anos de idade do país.


Afinal, porque o tempo parece tão curto? 

Seguindo a ideia de Toffler,  o professor, engenheiro e analista de sistemas Lenilson Naveira e Silva, lançou o livro “A 4a. ONDA: Os Novos Rumos da Sociedade de Informação”,  onde afirma que essa deve ser a etapa do autoconhecimento. 

Porém, ele alerta que para continuar avançando na disputa pela tecnologia desenvolvida, é indispensável investir no homem, no indivíduo, ou seja, explorar a intimidade do ser, a fim de melhorá-lo para poder conviver com as  tecnologias, sem ser superado por elas, ou fazer mau uso das mesmas. 

O próprio avanço tecnológico vem conduzindo à “democratização de conhecimentos”. O que é isso? É quando uma soma considerável de conhecimentos, está à disposição de muitos, possibilitando assim, a manipulação das altas tecnologias, capaz de destruir a vida no planeta 10 vezes. 

Em sua obra, o professor Lenilson conclui que se os esforços não se voltarem para o interior das pessoas, para os valores morais, para a ética, torna-se muito perigoso de elas se autodestruírem e destruir o mundo. A necessidade do momento é investir no conhecimento mais aprofundado do próprio homem.

 

O risco do excesso de tecnologia 

Especialistas alertam: há um limite entre o cansaço e os perigos do excesso de atividades. Quando essa linha é ultrapassada sua saúde pode estar em risco. Não é à toa que os casos clínicos de estresse e ansiedade tem aumentado.

 Numa rotina inadequada, costuma-se pular refeições, dormir pouco e como consequência sente-se sempre cansado. As pessoas também estão protelando consultas médicas, não fazem check-up periodicamente. As atividades físicas também ficam em segundo plano, ou não são nem cogitadas. O tempo livre, não está mais livre.


Você já ouviu falar no termo burnout?

É uma forma de estresse profundo que tem impacto na saúde num nível gravíssimo, que incapacita a pessoa a trabalhar. O problema é que se cruza uma linha do estresse administrável para o indivíduo e só se percebe que passou para o outro lado quando há sintomas físicos. É como queimar um fusível.

O vilão não é o tempo, somos nós mesmos que não sabemos lidar com ele e deixamos que ele nos escravize. A dificuldade de definir e gerenciar nossas prioridades gera angústia. Costumamos usar o termo “administrar o tempo”.

O termo “administrar o tempo” é um pouco problemático. Primeiro porque nós humanos não conseguimos (pelo menos ainda não) manipular o tempo, logo, literalmente o termo não está correto. O termo correto deveria ser “administrar a vida”. É sobre a sua vida que você tem controle, não sobre o tempo.

A palavra de ordem é equilíbrio. O equilíbrio das atividades diárias, isto é, saber distribuir responsabilidades e lazer dentro do tempo que você tem. É esse equilíbrio que gera produtividade e qualidade de vida simultaneamente.

 

 Kelly Stak - consultora de RH e especialista em desenvolvimento de pessoas e escritora do livro "Rótulos Não Me Definem: Uma História de Resiliência"


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados