Tratamentos também foram incorporados ao rol de terapias da ANS
Os brasileiros
diagnosticados com Asma Grave têm motivos para comemorar. Após ganhar a
cobertura obrigatória dos planos de saúde, em abril deste ano, tratamentos à
base de imunobiológicos passarão a ser disponibilizados gratuitamente no país.
Este é mais um importante passo na ampliação do acesso às terapias inovadoras
para o controle da doença. Um grande avanço.
A Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) aprovou o
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Asma no Sistema Único de
Saúde (SUS). O documento insere novas tecnologias no tratamento da doença, bem
como mecanismos de controle clínico, acompanhamento e verificação de resultados
terapêuticos a serem seguidos pelos gestores da rede pública de saúde.
O superintendente da
associação de pacientes Crônicos do Dia-a-Dia (CDD), Gustavo San Martin Elexpe
Cardoso, reforça a importância da aprovação do PCDT. "Ao longo dos
últimos oito anos, período em que o PCDT não foi atualizado, o tratamento da
Asma evoluiu muito. Durante esse período, a asma vitimou cerca de 7 indivíduos
por dia no Brasil. A atualização do PCDT passa a oferecer opções para todos os
tipos de pacientes, o que é um preditivo positivo para reduzir esse alarmante
dado. Disponibilizar tratamentos que controlem a doença, sobretudo no asmático
grave, permite reduzir efeitos colaterais e melhorar a qualidade de vida do
indivíduo e de toda a família", afirmou Gustavo.
A atualização do PCDT
é um importante passo e um marco na evolução do tratamento da doença no Brasil.
A maioria dos pacientes serão beneficiados pelas opções terapêuticas e
critérios de diagnóstico e tratamento atualizados.
Para a presidente da
Associação Brasileira de Asma Grave (Asbag), Raissa Cipriano, "a falta
de informação e o direcionamento tardio para um especialista são obstáculos na
jornada do paciente com Asma Grave". Enquanto as crianças levam, em
média, um ano entre os primeiros sintomas e o diagnóstico, os adultos demoram
cerca de 4 anos.
G., 8 anos, filha de
Raissa, sofre dos sintomas desde os primeiros meses de vida, mas só teve o
diagnóstico de Asma Grave aos 2 anos. "Passamos por vários médicos,
inúmeras crises, 32 internações e a necessidade de uso constante de oxigênio.
Foi apenas com 4 anos que ela recebeu o tratamento adequado. Hoje, tem uma vida
normal, corre, brinca, vai à escola, mas antes se cansava para falar, ir do
sofá da sala ao banheiro e não conseguia alcançar a irmã mais nova nas
brincadeiras", conta Raissa. "Estamos sempre em busca de
tratamentos mais eficazes e a liberação dos imunobiológicos representa uma
revolução no controle da doença, permitindo ao paciente ter melhor qualidade de
vida e saúde, maior liberdade para realizar as atividades que deseja e traz
maior conforto aos pais, afinal só quem têm crianças com Asma Grave sabe como
os cuidados começam do raiar do dia e seguem muitas vezes pela madrugada",
acrescentou a mãe.
Sobre a Asma Grave
Segundo a Organização
Mundial da Saúde, em 2021, 300 milhões de pessoas no mundo vivem com Asma,
sendo que de 3% a 10% desses pacientes têm Asma do tipo Grave. No total,
ocorreram mais de 46 mil mortes relacionadas à doença globalmente. No Brasil,
cerca de 20 milhões de pessoas convivem com diferentes formas desta doença
respiratória, de origem inflamatória. A Asma é a terceira ou quarta causa de
hospitalizações pelo SUS, conforme o grupo etário, tendo em média 350.000
internações anualmente. Uma das principais medidas para o controle da Asma é o
tratamento adequado de acordo com a gravidade da doença e a adesão do paciente
ao tratamento.
Os
imunobiológicos mudaram o manejo de várias doenças crônicas, caso da Asma
Grave. De última geração, os medicamentos biológicos são indicados para tratar
os casos da doença que não respondem ao tratamento convencional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário