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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Setembro Vermelho: 29 de setembro – Dia Mundial do Coração

FIBRILAÇÃO ATRIAL É A ARRITMIA MAIS PREVALENTE NO MUNDO


Doença é uma taquiarritmia cardíaca que aumenta em até 5 vezes o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC)

 

Dados recentes da Sociedade Europeia de Cardiologia demonstram que a Fibrilação Atrial (FA) é a mais prevalente das arritmias cardíacas e atinge cerca de 46 milhões de pessoas em todo o mundo. Em alguns países, considerando-se todas as diferentes formas de manifestação da doença, chega a acometer um em cada três indivíduos.

Trata-se de uma arritmia (distúrbio no ritmo e frequência dos batimentos cardíacos) que tem mostrado incidência crescente, inclusive no Brasil, onde estima-se que 5 a 10% dos brasileiros terão este tipo de arritmia, segundo dados da SOBRAC (Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas). Fatores como idade avançada, doenças cardiovasculares pré-existentes, como insuficiência cardíaca e hipertensão arterial, distúrbios na tireoide, histórico familiar, tabagismo e os excessos na alimentação e no consumo de álcool acabam sobrecarregando de alguma forma o coração e, portanto, representam fatores de risco. 

Na Fibrilação Atrial, as câmaras superiores do coração (os átrios), que fazem parte do mecanismo de cada batimento cardíaco, impulsionando o sangue para fora do coração, deixam de se contrair por causa de impulsos elétricos rápidos e irregulares. Isso, por si só, já provoca uma certa sobrecarga dos ventrículos (as câmaras inferiores do coração, que efetivamente bombeiam o sangue para o funcionamento do corpo humano), pois entre 20 e 30% da força total dos batimentos vem do “impulso” proporcionado pelos átrios. Além disso, a falta da contração das câmaras atriais provoca uma alterção no fluxo do próprio sangue, que permite a formação de pequenos coágulos, ainda dentro do coração. Esses coágulos podem se deslocar e, ao sair do coração, podem bloquear artérias que levam o sangue oxigenado a qualquer órgão do corpo. Infelizmente, a situação mais frequente ocorre nas artérias cerebrais que, quando obstruídas por um coágulo desses, levam ao AVC (acidente vascular cerebral).

Especificamente, a Fibrilação Atrial é uma arritmia que aumenta o risco global de um AVC em até 5 vezes. E, dependendo da existência de outros fatores de risco junto à Fibrilação Atrial (principalmente hipertensão arterial, problemas de função renal e idade avançada), esse risco pode ser ainda maior.


Diagnóstico e tratamento

Identificar a Fibrilação Atrial e iniciar o tratamento que melhor responde à condição dos pacientes, ambos de maneira mais precoce possível, são os principais desafios que os cardiologistas devem superar. Afinal, a FA pode ser silenciosa e intermitente, o que dificulta o diagnóstico.

Atualmente, os recursos utilizados, além do eletrocardiograma tradicional, são registros contínuos do eletrocardiograma do paciente, como o conhecido “Holter” de 24 horas, mas também o “Holter” de sete dias e o “Loop Recorder” ou “Looper”, um monitor especial, que pode ser inclusive implantado no corpo do paciente e registra continuamente o ritmo cardíaco, gravando com detalhes (hora da ocorrência, duração e gravando o eletrocardiograma) todos os episódios relevantes de alteração do ritmo, principalmente nos momentos em que o paciente apresenta algum sintoma, como palpitação, fraqueza ou fadiga.

“Colocar o coração do paciente no ritmo adequado, fazendo com que exerça suas funções adequadamente, também evitando a formação de coágulos, é o principal caminho para tratar este fator de risco para os AVC”, explica o cardiologista Luciano Jannuzzi Carneiro. “A tecnologia evoluiu de uma maneira que, hoje, implantar no paciente um dispositivo minúsculo que grava detalhes do ritmo cardíaco, já é possível e ainda por cima é um procedimento ambulatorial, pois nem precisa de internação”, completa.

As possibilidades de tratamento são bastante amplas e vão desde o controle farmacológico (com remédios) do ritmo e da coagulação sanguínea (para evitar a formação dos coágulos), até tratamentos invasivos (como a ablação por cateter de rádio-frequência ou cirurgia cardíaca corretiva). Tudo para tentar reestabelecer ou controlar o ritmo dos batimentos cardíacos e evitar as complicações, das quais a mais temida certamente é o AVC.

“Mas nada, nada mesmo, beneficia mais o paciente do que o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo conseguimos identificar os episódios de FA, que muitas vezes são intermitentes e silenciosos, maiores são as chances de iniciarmos um tratamento que evite qualquer complicação, aí sim trazendo o real benefício na qualidade de vida das pessoas”, finaliza o Dr. Luciano.

 


BIOTRONIK


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