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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Fatores ambientais e comportamentais derivados da pandemia podem provocar puberdade precoce

Houve aumento na incidência e evolução das puberdades 


Estudo conduzido na Itália (link aqui) sugere que fatores ambientais causados pelo confinamento em razão da pandemia interferem na puberdade precoce e/ou sua rápida evolução, em pacientes do sexo feminino, mas especula-se que a mesma associação possa afetar o sexo masculino. A pandemia evidenciou três importantes fatores desencadeantes da puberdade: 1. adiposidade; 2. gatilhos psicológicos; 3. uso exagerado de aparelhos eletrônicos. Em relação ao último desencadeante, acredita-se que o excesso de tela e de luminosidade possa reduzir a melatonina, gerando gatilhos hormonais para o desenvolvimento hormonal precoce.

 

Entre os fatores para o diagnóstico nesta população estão o aumento do Índice de Massa Corporal (IMC) - já que crianças confinadas passaram a ter mais acesso aos alimentos calóricos - e aumento do uso de dispositivos eletrônicos, uma vez que o confinamento causado pela pandemia as levou para um comportamento mais sedentário.

 

“Em meio ao novo cenário da pandemia causada pelo Sars-Cov-2, houve aumento nos encaminhamentos dos casos de puberdade precoce aos consultórios e ambulatórios, o que levantou a hipótese se tal aspecto era, de fato, um aumento na incidência e evolução das puberdades ou apenas uma coincidência, já que os pais estavam mais próximos de seus filhos e mais atentos ao seu amadurecimento”, comenta Dra. Adriana Siviero Miachon, médica da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

 

O estudo de caso-controle avaliou 49 meninas caucasianas, com puberdade precoce central (PPC) e que foram divididas em dois grupos: Casos novos e casos previamente diagnosticados, que apresentaram progressão. “Foram avaliados diversos parâmetros clínicos, antropométricos, hormonais, além de um novo parâmetro: tempo de exposição aos aparelhos eletrônicos, avaliado por meio de questionário. O número de casos novos de PPC foi significativamente maior que a média no mesmo período, considerando os cinco anos anteriores à pandemia”, explica Dra. Adriana. 

A médica afirma que ainda são necessários mais estudos para esclarecer a interação dos fatores ambientais, evidenciados pela pandemia, além de sua real relação com o desenvolvimento puberal. “Mas esse estudo nos coloca em posição de alerta sobre as consequências desta pandemia na evolução das puberdades”, conclui Dra. Adriana.



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