Planejadores financeiros CFP® analisam cenário econômico e explicam como evitar situações indesejadas causadas por gastos excessivos durante o segundo ano de isolamento social
A pandemia do
novo coronavírus trouxe transformações para além do home office e das novas
práticas sanitárias: mudou também a maneira como o brasileiro lida com suas
finanças. Um levantamento do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getúlio Vargas) revela que uma em cada quatro famílias possui alguém
com dívidas em atraso. Nesse contexto, os planejadores financeiros certificados
(CFP®) pela Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros
destacam a importância de equilibrar gastos e contar com o apoio de
profissionais qualificados para assessorar o manejo do capital.
Liquidez imediata
O mesmo estudo
da FGV salienta que mais de 50% das pessoas com alguma situação de
inadimplência creem que tal situação está relacionada à pandemia – fatores como
perda de emprego e redução de salário são apontados. De acordo com o planejador
financeiro CFP®, Hugo Ferraz, que pertence ao time consultivo da Planejar, os
consumidores continuam receosos. “No ano passado, a caderneta de poupança
cresceu 20%, segundo a Anbima. Esse modelo reflete que o brasileiro teme as
incertezas, optando por algo com liquidez imediata. Os investimentos também
aumentaram significativamente, mas é importante ter em mente que podemos ser
bem mais assertivos nesse quesito, quando guiados corretamente”, ressalta.
Da mesma
opinião compartilha a planejadora financeira CFP® Eliane Tanabe, que faz parte
da mesma equipe da Planejar. “Com orientação profissional, pode-se fazer a
reserva de segurança de maneira mais estratégica e menos intuitiva. Um
planejador poderia fazer essa revisão a fim de diversificar esse retorno,
tornando-o mais eficiente, sem renunciar à liquidez e à disponibilidade do
recurso”, complementa.
Incremento virtual
Ferraz
compreende que, com o notável avanço do e-commerce durante a pandemia, as
pessoas certamente gastaram mais, ao mesmo tempo em que também pouparam. “Esse
perfil de caderneta se enquadra no modelo emergencial. É a precaução
tradicional do brasileiro que opta pela estabilidade reconhecida quando o
alerta soa”, comenta.
A respeito do
boom do comércio eletrônico, Tanabe complementa que as pessoas vão às compras
não porque precisam. “É um ato de lazer, sentimos prazer nisso. No isolamento,
foi uma válvula de escape – logo, é preciso ver com imparcialidade. O consumo
online é evidente. Existe a extrapolação, mas há também a aquisição necessária,
sob a premissa da segurança – isto é, comprar de casa para se proteger – e
impulsionada pelo comércio com horário restrito”.
Cautela no segundo ano de pandemia
Em contato com
clientes diariamente, Ferraz notou que o endividamento pode não estar
diretamente relacionado à má gestão dos recursos. “Observei que muitos
prorrogaram as dívidas no ano passado e tiveram seus orçamentos mais pesados
para este ano. Com isso, o lazer acaba ficando em outro plano”. Ao observar o
mercado, o planejador afirma que apesar do endividamento ter aumentado, a
inadimplência diminuiu. “Esse cenário sinaliza que as pessoas estão
controladas, mas ainda estamos no meio da situação e temos que observar. Meu
conselho é manter a disciplina, por mais que a vacinação avance”.
Eliane Tanabe
complementa que os consumidores estão apertando os cintos neste ano com
diversas despesas, como celular, supermercado e viagens. “Em 2020, foi aquele
baque e as decisões foram mais emocionais, afinal, ninguém sabia o que viria
pela frente. Agora, sabemos lidar de outra maneira, ainda que com muitos
desafios. As pessoas estão priorizando suas escolhas com cautela e agindo mais
racionalmente”, destaca.
Diante desse
momento que ainda demanda precaução, a Planejar indica medidas a serem tomadas
em termos de compras durante o período de isolamento social: ter cuidado com as
fraudes no modelo online, observando como e com que compartilha informações
estratégicas; acompanhar e monitorar seu orçamento com um profissional para
evitar desperdício; e estar atendo à ilusão da compra, afinal, uma dívida pode
durar mais do que a satisfação emotiva gerada no instante do clique.
Olhar profissional
O planejador
financeiro CFP® desempenha um papel de ser realmente um apoio concreto,
trazendo racionalidade para as decisões, tornando-se um parceiro, inclusive,
para desabafos e orientações. “Às vezes, as pessoas estão na iminência de tomar
uma decisão crucial e precisam falar sobre isso. Nossa orientação vai para um
lado mais prático e, em alguns momentos, beira à atividade terapêutica, porém
com uma calculadora na mão”, afirma Tanabe.
Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros
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