Saiba como estimular o crescimento e o fortalecimento dos fios após
a doença
Várias pessoas têm relatado o aumento
da queda de cabelo depois de serem infectadas pela Covid-19. A hairstylist,
visagista e proprietária do salão de beleza Maison Rocha, Rosângela Rocha,
explica que isso ocorre devido a uma condição intitulada “eflúvio telógeno”.
“Desencadeado por situações de grande estresse, como a contaminação por doenças
viróticas, por exemplo, este processo inflamatório atinge todo o couro
cabeludo. Ele altera o ciclo capilar sinalizando para que os fios entrem em fase
de queda precocemente”, ressalta.
Rosângela aponta que o ciclo de vida da haste capilar é composto por três
etapas. “Na fase anágena, o fio cresce cerca de 1 cm mensalmente durante uns
três anos. Depois disso, ele permanece de duas a três semanas no período
catágeno e para de crescer. Em seu último estágio, o telógeno, que perdura por
três a quatro meses, o fio se desprende do couro cabeludo ao ser empurrado pela
raiz do novo cabelo que ocupará o mesmo folículo piloso. Quando o eflúvio se
faz presente, ele acelera essa dinâmica, antecipando a morte do fio”, revela.
De acordo com a hairstylist, a queda capilar estimulada pelos efeitos da
covid-19 em nossos corpos tem início de dois a quatro meses após a infecção,
pode durar entre 3 e 6 meses e sua intensidade pode variar em cada pessoa. “Ao
longo deste momento, o couro cabeludo pode ficar mais frágil e suscetível a dor
ao amarrar, pentear e prender. O ideal é repor proteínas, ácidos graxos, sais
minerais, lipídios e colágeno que são elementos essenciais para a suplementação
capilar. Eles restauram e revigoram o fio, além de regenerar a haste do bulbo”,
explica.
A fototerapia é uma ótima indicação para estes casos, pois impulsiona a
circulação sanguínea e colabora para que os nutrientes empregados na terapia
entrem e se conservem por mais tempo na camada papilar da derme. A ledterapia
com luz vermelha, por exemplo, ajuda a conter processos inflamatórios, atua no
selamento de cutículas, fortifica o fio, trata a queda e auxilia na
cicatrização do tecido, estimulando a síntese de colágeno.
“Um tratamento que aplicamos em nosso salão e se mostra bastante eficiente é a
terapia capilar em cabine, que é realizada por mim junto da terapeuta
Alessandra Henrique e da esteticista e cosmetóloga Daniela Amaral. Após a análise
dos fios, nós fazemos a anamnese de cada caso, indicamos a desintoxicação do
couro cabeludo e em seguida o uso do pente de alta frequência. Ele ativa a
irrigação sanguínea, finaliza a limpeza da área, cauteriza pequenas lesões
presentes na região, auxilia na absorção de produtos e atua no combate a
caspa”, comenta.
Outras técnicas também muito eficazes é a vacuoterapia – que por meio da
prática de sucção, desobstrui o bulbo capilar, promove a vasodilatação local e
a desincrustarão do couro – a intradermoterapia e o microagulhamento. “Nestes
dois últimos procedimentos são utilizadas medicações que vão atuar no folículo
agilizando o princípio da fase de crescimento do ciclo capilar, solucionando
assim a queda. Com o acompanhamento de um bom dermatologista especializado em
tricologia, as pessoas ainda podem avaliar a possibilidade de uso de
corticoides, minoxidil ou outras substâncias que propiciem um ambiente
favorável ao desenvolvimento dos fios”, recomenda.
Por fim, Rosângela alerta que para reverter a queda capilar também é
indispensável mudar alguns hábitos. “É preciso evitar lavar os cabelos com
muita frequência, mas quando isso acontecer, sempre usar um tônico após a
higienização para fortificar a saúde do fio. Além disso, é muito importante investir
em uma alimentação rica em ferro, proteínas, vitaminas C, D, E e F, dentre
outros. Estes componentes ainda podem ser repostos por meio da ingestão de
cápsulas de suplementação, que devem ser indicadas por um profissional
qualificado”, destaca.
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