Embora pareça um tema já muito explorado, ainda precisamos falar sobre o papel da mulher no mercado de trabalho, especialmente na indústria, onde as mulheres representam 32% da força de trabalho.
Na América Latina, empresas com
diversidade de gênero em sua equipe têm 14% mais chance de superar a
performance de seus pares na indústria, segundo estudo da McKinsey. Outro
levantamento importante, esse realizado pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT), mostra que a cada quatro empresas que promovem essa diversidade
em cargos de direção, cerca de três têm aumento no lucro.
Esses são apenas alguns dos dados que mostram a
força do protagonismo feminino no gerenciamento de áreas estratégicas de
qualquer negócio. No entanto, embora a liderança das mulheres esteja cada vez
mais presente na agenda corporativa, ainda falta muito para que o cenário se
equilibre de forma justa.
Para termos uma ideia, de acordo com o IBGE, as
mulheres respondiam por 38% dos cargos gerenciais no país, em 2019. É muito
pouco se analisarmos os grandes exemplos de profissionais que estão no topo da
decisão de empresas e inspiram a transformação no mercado de trabalho.
Sabemos que uma boa liderança não ter a ver com
gênero, mas o que defendemos é justamente que as mulheres tenham as mesmas oportunidades
do que os homens. Por isso, acima de tudo, uma equipe com diversidade é o que
sempre traz os melhores resultados.
Se voltarmos à Revolução Industrial, onde houve a
absorção do trabalho feminino pelas indústrias como mão-de-obra barata - o que
inseriu definitivamente a mulher na cadeia produtiva, as profissionais cumpriam
jornadas absurdas de até 17 horas em condições insalubres. Além disso, recebiam
salários até 60% menores que os dos homens.
Ainda que a isonomia salarial esteja muito longe
do ideal, é fundamental olhar para as mulheres em postos de liderança e
perceber o quanto são determinantes para o desenvolvimento da indústria, não
por serem mulheres, mas exatamente por serem extremamente qualificadas e
dedicadas.
Estamos evoluindo, afinal, a participação feminina
nas empresas industriais cresceu 14,3% em 20 anos, de acordo com dados do
Ministério do Trabalho e Emprego. Não é o número que gostaríamos, mas é um
avanço importante. O que as mulheres em cargos de liderança devem fazer é
mostrar às outras mulheres que a indústria também é um grande potencial para
desenvolvimento profissional.
E, claro, fazer com que o mercado de trabalho não
diferencie mais homens e mulheres baseado no grande mito de que os primeiros
possuem vantagem biológica. Não se trata disso, mas sim de oportunidades iguais
para ambos e da garantia de que somente o indivíduo mais preparado para
executar a função determinada é quem ficará com o cargo.
Giane Danielli - Gerente de exportação e marketing da Nutrire.
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