21 de março é o
dia Internacional da Síndrome de Down. Levantar questões que conscientizam e
informam é fundamental para a qualidade de vida deles.
Causada pela presença de três cromossomos 21 nas
células de um indivíduo, a síndrome de Down, têm 47 cromossomos em vez de 46
como a maior parte da população, o que faz com que ela possua algumas
características diferentes. Estima-se que um em cada 700 nascimentos possui a
trissomia do cromossomo 21 e embora possuam características físicas e
intelectuais semelhantes, carregam semelhanças físicas dos seus familiares,
além de adquirirem comportamentos do meio em que vivem.
Pessoas com necessidades específicas como a
síndrome de Down, podem desenvolver algumas limitações por conta das condições
genéticas. Crianças, por exemplo, podem apresentar hipotonia orofacial e podem
ter mais dificuldade em desenvolver uma mastigação efetiva, o que faz com que
se torne seletiva com os alimentos, e em casos mais graves, recusando-se a
ingerir com alimentos sólidos. Por conta disso, é extremamente importante
iniciar um trabalho para para adequar o sistema sensório motor oral e aceitar
diversas texturas em sua boa, principalmente alimentos mais duros e sólidos.
A criança com síndrome de Down pode apresentar
acometimentos motores e funcionais graves em regiões relacionadas ao processo
da deglutição em decorrência das características morfológicas. Outro fator é que
em muitos casos, a exposição frequente a cirurgias corretivas de defeito
cardíaco congênito podem possuir complicações e necessitarem de ventilação,
internação por período prolongado, uso de sonda para alimentação, entre outros.
Essas tornam-se condições de risco para problemas de disfagia, podendo causar
déficits nutricionais, desidratação, comprometimento sensório-motor e aspiração
traqueal, a qual representa risco para o estado de saúde geral do paciente.
Embora a recusa seletividade alimentar não seja uma
característica exclusiva das pessoas com Síndrome de Down, essa é uma
dificuldade de muitos pais no período da introdução alimentar. De acordo com a
dra. Carla Deliberato, fonoaudióloga especialista em motricidade oral, com
experiência em recusa alimentar, existem vários fatores capazes de prejudicar
essa fase, porém com crianças que tem a trissomia há fatores fisiológicos.
“Tenho um caso prestes a receber alta de uma criança com down que se alimentava
com todos os alimentos, porém em sopas e bem triturados. Cozidos e cortado em
pedaços não aceitava. Com o tratamento passou a mastigar e já aceita os
alimentos fibrosos e duros. Um alívio para os pais que já não encontravam
soluções efetivas” – comenta.
É importante ressaltar que pessoas com 47 cromossomos
fazem exatamente as mesmas coisas que as que possuem 46 cromossomos (estudam,
trabalham, brincam, entre outros), elas apenas possuem características
diferentes e devem ser tratadas normalmente como qualquer outro ser humano.
Porém, como possuem problemas relacionados ao processo da deglutição em
decorrência das características morfológicas, é muito importante que os pais
iniciem o tratamento de dificuldade alimentar com a supervisão de um
profissional, para que possam se desenvolver e obter a qualidade de vida que
necessitam.
Para que a experiência da criança com down seja
agradável a Dra. Carla criou em seu consultório um ambiente com diversos
recursos que atraem a atenção e despertam a curiosidade da criança, inclusive
uma cozinha dando a ela autonomia para conhecer o alimento e ressignificá-lo em
sua vida de forma respeitosa e confortável, criando junto com eles receitas
deliciosas como sorvetes, bolinhos entre outras delicias que garantem
resultados incríveis na jornada da introdução alimentar.
Dra. Carla Deliberato (CRFa 2-13919)
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