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quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Prevenção ao câncer também passa pela coluna

Doença é a terceira causa mais frequente de problemas na região

 

Janeiro verde, outubro rosa, novembro azul: são muitos os meses e cores para conscientizar a população a respeito de uma doença que pode afetar diferentes órgãos do corpo e, em sua totalidade, 625 mil brasileiros entre 2020 e 2021. Mas no próximo dia 04, marcado como o Dia Mundial do Câncer, a prevenção também deve se voltar a um dos principais pilares do corpo humano, a coluna vertebral.

Isso porque os tumores de coluna são o terceiro tipo de problema mais comum na região, atrás das doenças degenerativas e traumatismos, e apresentam alta frequência de malignidade quando surgem. 

“Esse é um ponto que ainda confunde muitas pessoas. O tumor benigno é aquele com origem na própria coluna e com menos chance de infiltrar outros órgãos quando diagnosticados e tratados precocemente. metástase. Já os tumores secundários, que partiram de fora da coluna e chegaram até ela por metástase, são característicos da malignidade e geralmente migram das mamas, pulmão, estômago, intestino, entre outros”, explica o neurocirurgião com foco de atuação em coluna e mestre pela UNIFESP, Dr. Alexandre Elias.

 

Diagnóstico precoce é chave para vida sem sequelas

Os tumores malignos na coluna podem ser bastante perigosos. Entre suas consequências está a compressão da medula espinhal, impactando a movimentação de braços e pernas ou até mesmo, em episódios mais graves, a tetraplegia.

Este quase foi o caso do ator Michael J. Fox, estrela do filme “De volta para o futuro”, que precisou passar por uma cirurgia para remover um tumor antes que afetasse sua mobilidade. “Por isso, um diagnóstico precoce é fundamental não só para controlar os quadros dolorosos, mas para impedir que haja sequelas e evitar agravantes como a metástase óssea”, pontua o especialista.

Os sintomas do câncer na coluna comumente envolvem a dor nas costas, característica que se confunde às manifestações de outras patologias observadas na mesma área. Assim, é preciso também estar atento a sinais como dor na coluna ou nos membros, formigamento, paralisia momentânea dos braços ou pernas ou rápido emagrecimento.

“Ao notar um ou mais destes indícios, é essencial buscar a ajuda de um profissional com atuação em coluna. Ele deverá pedir alguns exames de imagem, como raios-x, ressonância magnética e tomografia, para confirmar a presença da doença”, conta Dr. Alexandre. Ainda podem ser indicadas análises como a cintilografia e PET-CT, que permitem a avaliação do estágio do tumor pelo oncologista.

 

Tratamento varia de acordo com localização e estágio da doença

Cada paciente terá demandas específicas no tratamento dos cânceres de coluna. Em alguns quadros, medicação, quimioterapia e/ou radioterapia podem ser suficientes para controlar os sintomas e curar ou conter a progressão do tumor.

Em outros, que não respondem às terapias tradicionais, diversos tipos de procedimentos cirúrgicos podem ser realizados para alcançar o mesmo objetivo e devolver a movimentação ao indivíduo. “Hoje, com o avanço da medicina, há técnicas com menos cortes e rápida recuperação do paciente. Muitos deles já vão para casa no dia seguinte à cirurgia, colhendo como resultados muito mais conforto e qualidade de vida”, finaliza o especialista.

De toda forma, é indicado que haja uma frente multidisciplinar de reabilitação para recuperar o bem-estar e autonomia, reunindo o neurocirurgião, oncologista, psicólogo, fisioterapeuta, nutrólogo, entre outros.

 

 

Fonte: Dr. Alexandre Elias - neurocirurgião de coluna com foco em cirurgia minimamente invasiva, especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), pela Sociedade Brasileira de Coluna Vertebral (SBC), mestre pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e research fellow em cirurgia da coluna vertebral na University of Arkansas for Medical Sciences (EUA).

 

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