O ombro é a articulação mais móvel do corpo humano e isso faz com que esteja sempre
em risco. São quatro articulações envolvidas nessa área, sendo a principal onde
há o engate entre o osso do braço no osso da escápula (antiga omoplata). A
principal forma de deslocamento do ombro é após uma queda, principalmente em
atividade esportiva. Não ocorre somente em pacientes muito jovens, mas é a
principal etapa da vida em que mais acontece. Em praticamente todas as vezes
que alguém tem o ombro deslocado a primeira vez, o pronto-socorro é o destino
procurado.
Dor forte, deformidade visível no
ombro e aquela atitude clássica de segurar o braço demonstram claramente que o
“ombro saiu do lugar”. Depois de ser encaixado novamente, o paciente tende a
ter seus movimentos normais após alguns dias. O problema é que quanto mais novo
for, maior a chance de ter novos deslocamentos, não necessitando mais a queda
que teve quando luxou a primeira vez. É muito comum acontecer após alguns
movimentos, com exercícios com a mão no alto e em alguns casos, até dormindo.
Hoje, para pacientes mais jovens,
devido à chance de sair do lugar novamente ser alta, a cirurgia tem sido cada
vez mais considerada. Alguns estudos mostram taxas de aproximadamente 100% de
um segundo deslocamento do ombro quando a idade do paciente na primeira luxação
está entre 16 e 18 anos. Até porque, quanto mais vezes o ombro luxa, mais
lesões aparecem.
A cirurgia tem duração de
aproximadamente uma hora e tem como objetivo permitir a restauração da função
do ombro e evitar uma nova luxação. Ainda, outros fatores devem ser
considerados para que o paciente considere a opção cirúrgica. Ter uma luxação
em algumas atividades pode colocar em risco sua saúde.
Não se pode prever uma luxação.
Assim, dependendo do local e ocasião, o perigo fica evidente. Vejamos alguns
exemplos:
- estar em uma piscina ou no mar
sozinho;
- praticar escaladas ou atividades em
altura;
- estar no meio de uma competição;
- na academia fazendo supino e não
conseguir sustentar o peso quando o ombro deslocar;
- estar viajando para algum lugar com
difícil acesso a atendimento para que se encaixe o ombro novamente;
- praticar exercícios com barra no
alto no crossfit;
- ou até mesmo, estar dirigindo e ser
surpreendido com uma luxação.
Esses são alguns exemplos do
cotidiano e do que vemos no consultório. Mas certamente há muitas outras formas
de perigo evidente acompanhada de uma luxação do ombro. E muitas vezes os
pacientes deixam de fazer o que gostam porque sabem que o ombro pode luxar com
alguns movimentos. Assim, não se pode negligenciar o tratamento, mesmo após uma
única luxação do ombro.
Dr. Vagner Messias - ortopedista do
Hospital VITA, especialista em ombro.
Hospital VITA
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