Na prática, isso quer dizer que os cinemas
terão que oferecer recursos para áudio-descrição e tradução em Libras para
todos os filmes.
Uma determinação da Agência Nacional
do Cinema, a Ancine, exige que a partir de 1º de janeiro do ano que vem todas
as salas de cinema do país serão obrigadas a oferecer aparelhos de
acessibilidade para deficientes visuais e auditivos. Na prática, isso quer
dizer que os cinemas terão que oferecer recursos para áudio-descrição e
tradução em Libras para todos os filmes.
O jornalista, palestrante e youtuber
Marcos Lima, de 36 anos, morador do Rio de Janeiro, é deficiente visual, e
afirma que a iniciativa é uma importante forma de inclusão social.
“Eu acredito que todas as iniciativas
de acessibilidade são muito importantes para o público alvo, que são as pessoas
com deficiência e para as pessoas que não tem deficiência saberem que existem
pessoas no Brasil que precisam de iniciativas de acessibilidade. Então, é muito
bom saber que os cinemas terão que ter equipamentos, disponibilizar serviços
para incluir as pessoas cegas e as pessoas surdas. O importante é que isso seja
divulgado, que as pessoas cegas consigam ir aos cinemas também. Acho muito
bacana”, comemorou.
De acordo com o locutor e
áudio-descritor Fernando Lander, com a aplicação da lei, a procura pelo serviço
deverá ter um aumento significativo.
“A gente faz mais para televisão.
Para cinema, é muito pouco. Com a lei sendo colocada realmente em prática, a
gente espera um aumento de pelo menos 50% na demanda”, conta.
Para a tradutora e intérprete de
Libras Suanne Corrêa, a medida vai beneficiar principalmente crianças e jovens.
“Essa acessibilidade em Libras nos
cinemas, nos filmes infantis, é importantíssimo! As crianças, na verdade,
quando falam sobre inclusão, elas sempre ficam a par. Falam inclusão em modo
geral, mas esquece um pouco da educação e do desenvolvimento da criança, da
linguagem da criança”, relata.
Segundo a Ancine, até 16 de setembro
deste ano, os exibidores precisam ter atingido a meta de 35% das salas dos
grandes complexos e 30% das salas dos grupos menores. Dados do IBGE mostram que
46 milhões de pessoas no Brasil têm algum grau de deficiência, o equivalente a
24% da população.
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