Data
importante para lembrar que igualdade da mulher no acesso à saúde tem um longo
caminho até ser alcançada
Um exemplo é
câncer de mama no Brasil, em que as taxas de mortalidade estão relacionadas ao
acesso aos serviços de saúde e à qualidade da assistência ofertada às mulheres
com esse tipo de tumor
“Quando falamos sobre o câncer de mama no cenário
brasileiro, por exemplo, as taxas de mortalidade estão fortemente relacionadas
ao acesso aos serviços de saúde e à qualidade da assistência que é ofertada às
mulheres com esse tipo de tumor. No mundo, as estimativas de sobrevida em cinco
anos mostraram uma tendência de aumento em países desenvolvidos; no Brasil,
principalmente entre as mulheres que dependem da saúde pública, isso não é
observado”, afirma.
Dados do importante estudo Concord-3 (ALLemANI,
2018) mostram que, no Brasil, as estimativas de sobrevida em cinco anos foram
de 76,9% (75,5 - 78) para o período de 2005 a 2009 e de 75,2% (73,9 - 76,5)
para o período de 2010 a 2014.
“Algumas diferenças são reveladas quando os casos
são comparados por regiões do país nos últimos três anos de atualização da base
de dados. A proporção de casos de tumor classificados como doença avançada
(estádios III e IV) antes do início do tratamento é maior na região Norte
(50,1%). Nas regiões Sul e Sudeste, a proporção de mulheres que chegam ao hospital
com doença inicial (estádios 0, I e II) é de 66,6% e 65,1%, respectivamente”,
comenta Sasse.
O especialista explica ainda que quando são
analisadas as informações considerando a escolaridade da mulher o cenário muda
consideravelmente. “Conforme aumenta o nível de escolaridade, cresce
a proporção de casos que iniciam o tratamento em até 60 dias após o
diagnóstico. Claramente, as mulheres com mais acesso às informações e aos
serviços de saúde recebem mais rapidamente o tratamento”, afirma.
Dados
O câncer de mama é um dos desafios no cenário atual
de envelhecimento populacional e enfrentamento das doenças crônicas não
transmissíveis no Brasil. É o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no
Brasil e segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) as estimativas de
incidência para o ano de 2019 são de 59.700 casos novos, o que representa 29,5%
dos cânceres em mulheres. É também o tipo de câncer que mais mata. Em 2016,
foram registrados, no Brasil, 16.069 óbitos por câncer de mama em mulheres.
André Deeke
Sasse - oncologista, professor de pós-graduação na
FCM-Unicamp, membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica
(SBOC), da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e da Sociedade
Europeia de Oncologia (ESMO). Fundador do Grupo SOnHe – Sasse Oncologia e
Hematologia e atua na coordenação da oncologia do Hospital Vera Cruz, do
Instituto do Radium e do Hospital Santa Tereza. André é coordenador da
Oncologia Clínica do Hospital PUC-Campinas e faz a preceptoria dos residentes
do hospital.
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