Medidas paliativas não são suficientes para a erradicação por
completo do Aedes aegypti no meio urbano; solução soma recursos estratégicos
para o monitoramento de vetores e para a gestão da saúde pública
De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS), a dengue é uma doença de grande impacto epidemiológico,
apresentando-se como uma problemática crescente para a saúde pública. Segundo
dados do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, da Universidade de São
Paulo (USP), nos últimos dois anos, o Brasil apresenta baixo indicador de casos
de contaminação por dengue. Entretanto, a previsão para 2019 é de aumento nos
números de casos, principalmente pela carência de medidas eficazes de combate
ao mosquito Aedes aegypti.
“A dengue é endêmica no Brasil e
em muitos municípios a doença passa por ciclos epidêmicos. Mas a situação da
dengue ainda é complicada, pois não é toda a população que está imune aos
quatro tipos de vírus da dengue (sorotipo 1, 2, 3 e 4) ”, afirma Ana
Venturatto, analista sênior de Relacionamento com o Cliente da Ecovec, empresa
responsável pelo desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras de combate
ao mosquito e controle de epidemias.
Com base nas informações do último Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), em outubro de 2018, cerca de 504 munícipios brasileiros apresentaram alto índice de infestação do mosquito, com possível risco de epidemias. Foram 5.538 munícipios analisados, isto é, 96,2% de todas as cidades do país. Além das cidades em risco de surtos epidémicos, o relatório apresenta outras 1.881 cidades que, atualmente, encontram-se em situação de alerta.
Com base nas informações do último Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), em outubro de 2018, cerca de 504 munícipios brasileiros apresentaram alto índice de infestação do mosquito, com possível risco de epidemias. Foram 5.538 munícipios analisados, isto é, 96,2% de todas as cidades do país. Além das cidades em risco de surtos epidémicos, o relatório apresenta outras 1.881 cidades que, atualmente, encontram-se em situação de alerta.
Cidades em situação de alerta e com risco de infestação
O último boletim publicado pelo Ministério da Saúde apresenta índices que indicam a real situação de cidades que podem ou não ter casos de proliferação do mosquito Aedes aegypti. Conforme os dados, as cidades de Manaus (AM), Recife (PE), Campo Grande (MS) e Juazeiro do Norte (CE) apresentam situação de alerta. O levantamento aponta também cidades com risco de epidemia pelo mosquito, entre ela, Palmas (TO), Boa Vista (RR) e Manhuaçu (MG).
O resultado indica a necessidade
de investimentos em ações de combate ao mosquito, com o objetivo de reduzir
casos de contaminação e óbitos por arboviroses. Em consonância com o plano de
Estratégia Global para a prevenção e controle da dengue, 2012-2020, proposto
pela OMS, as medidas de combate ao Aedes incluem vigilância efetiva de
casos de contaminação, monitoramento do impacto de comportamentos sociais e
rastreamento de populações de mosquitos em áreas de risco. O objetivo
primordial da OMS é reduzir a carga da doença e o número de óbitos nas áreas de
impacto.
“A prevenção é o melhor caminho.
Reeducar a população e investir na educação em saúde são ações essenciais. Além
disso, é necessário que os setores de vigilância em saúde sigam com a sua
programação das metodologias do PNCD, como a visita casa a casa, LIRAa e o
combate mecânico, biológico e/ou químico (esse em situações) ”, explica Ana
Venturatto.
Inovação e tecnologia no combate ao Aedes aegypti
O ciclo de vida do mosquito é muito rápido, o que dificulta a erradicação por completo do Aedes aegypti no meio urbano. Dessa forma, é fundamental o desenvolvimento de ações de combate somadas a uma participação social efetiva, como o monitoramento por meio de armadilhas (mosquitrap, ovitrampa, larvitrampa etc). Assim, é possível averiguar se a efetividade das ações de prevenção e combate foram, de fato, efetivas.
“É necessário investir em ações preventivas a longo prazo. Os usos de químicos (larvicidas, fumacê) são medidas paliativas, ou seja, funcionam apenas para reduzir a população de mosquitos adultos naquele momento, não resolvendo a causa (disponibilidade de criadouros para mosquitos). É importante pensar em formas de prevenção que não sejam prejudiciais ao meio ambiente e à saúde da população”, complementa.
Uma iniciativa do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com a Ecovec soma tecnologia e ações preventivas para o combate à proliferação do mosquito. O MI-Aedes, agora em sua versão 2.0, apresenta produtos e serviços aplicados ao monitoramento e controle de vetores do mosquito Aedes. A solução permite o diagnóstico da circulação viral e de possíveis casos humanos, em tempo real. “O MI permite análises mais profundas sobre os mosquitos capturados e sobre as arboviroses. Atualmente, já é possível visualizar mapas sobre a circulação dos mosquitos Aedes albopictus e Culex spp., permitindo a identificação imediata de áreas infestadas”, afirma Lucas Zanandrez, analista pleno de Relacionamento com o Cliente da Ecovec.
Segundo Zanandrez, a tecnologia
permite também a identificação de zonas de circulação do vírus em humanos, a
análise de dados coletados e a identificação de possíveis “hotspots”, locais
com infestações recorrentes. “Além de gerar economias nos locais onde há o MI
Aedes (a plataforma tem o custo benefício de R$6 a cada R$1 investido), a
solução permite identificar pontos de maior infestação, dessa forma, a tomada
de decisão é mais eficaz e pode ser feita antes que esses focos se tornem
criadores de mosquitos”, completa.
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