A toxina
botulínica paralisa os músculos que fazem a pessoa piscar descontroladamente e
a impede de realizar as atividades do dia
Piscar é importante para lubrificar
os olhos e limpar a córnea, expulsando microrganismos que poderiam
provocar infecções. Mas piscar de maneira descontrolada e em excesso é a
principal característica de uma doença chamada blefaroespasmo. A enfermidade
provoca um tipo de contração involuntária das pálpebras e da musculatura
facial. Além de causar incômodo e levar a um cansaço na área dos olhos,
pode provocar “cegueira funcional”, o que o incapacita a pessoa para atividades
normais do dia a dia. Apesar de não existir cura, a aplicação da toxina
botulínica alivia as contrações e melhora a acuidade visual em até 90%.
“O blefaroespasmo pode ser causado por cansaço
físico, traumas emocionais, problemas neurológicos, consumo excessivo de
cafeína e estresse. Mas também pode estar relacionado a doenças, como
blefarite, ceratite e síndrome do olho seco”, explica o
oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos Dr.
João Eugenio.
Normalmente, a doença atinge homens e mulheres a
partir dos 60 anos. Os sintomas começam de forma discreta e aos poucos vão se
intensificando até que a pessoa pisque tanto que a visão fica
comprometida e apresenta “cegueira funcional”. “A pessoa passa a ter sérias
dificuldades para ler, escrever, trabalhar, cozinhar, dirigir, praticar
exercícios, entre outras atividades”, comenta o médico.
Para o diagnóstico é necessário um minucioso exame
oftalmológico que determinará se se trata de blefaroespasmo essencial ou
secundário (provocado por problemas oculares). Muitas vezes a doença é confundida
com tremores palpebrais ou mioquimia (nome científico). “As contrações
involuntárias provocadas pelas duas doenças são semelhantes. No entanto, o
blefaroespasmo causa maior comprometimento do número de fibras musculares
fazendo com que o paciente pisque constantemente, o que não chega acontecer com
a mioquimia”, diz Hilton Medeiros.
Dormir, descansar e relaxar pode ajudar a diminuir
os sintomas. Quando o blefaroespasmo não é secundário a nenhuma outra causa,
aplica-se botox em pontos específicos nas pálpebras. O relaxamento muscular
ocorre entre 3 e 5 dias depois. A aplicação deve ser realizada a cada seis
meses. Outros tratamentos são o uso de medicamentos receitados por
neuro-oftalmologista ou neurologista.
Hilton Medeiros –
Oftalmologista
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