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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

CISA alerta para armadilha dos drinks alcoólicos “fit” e de produtos caseiros com álcool vendidos principalmente no verão


Risco está no alto teor alcoólico das bebidas “low carb” e na falta de informação em preparações artesanais sobre procedência e tipo de álcool utilizado


A proximidade da estação mais quente do ano é motivo de atenção para o CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool. A busca por dietas de baixa ingestão calórica, mas sem abrir mão do consumo de bebidas alcoólicas, e o uso de álcool em produtos caseiros, como picolé e geladinho, são algumas das armadilhas apontadas pela instituição, que é referência no país para o tema álcool e saúde.

“O CISA vê com preocupação a indicação irresponsável, inclusive por alguns profissionais da saúde, de drinkslow carb’ ou ‘fit’, em razão de seu suposto baixo valor calórico, mas com alto teor alcoólico. Mesmo que consumidos em menor quantidade, é preciso que fique claro que os efeitos do álcool não dependem do volume, e sim da quantidade de álcool presente nos diferentes tipos de bebida, ou seja, uma dose de álcool (14 g) está presente em  45 mL de destilados, uma lata de cerveja de 350 mL ou uma taça de vinho tinto de 150 mL”, alerta a coordenadora do CISA, Dra. Erica Siu.

“Além disso, cada grama de álcool puro fornece 7 kcal, o que significa que beber um drink que contenha uma dose de destilado é o mesmo que comer uma barra de 30 g de chocolate ou um pão francês”, completa. Assim, independente de conter ou não açúcar no seu preparo, drinks alcoólicos sempre são fonte de calorias, provenientes do próprio álcool.

De acordo com a especialista em dependência química, o risco está em o indivíduo ultrapassar o limite proposto nas recomendações de consumo moderado de álcool* por considerar somente o fator calórico da bebida e não avaliar as consequências do uso excessivo do álcool, como envolvimento em acidentes e violência.

Outro agravante é a associação entre uso de álcool e dietas com restrição calórica. “A absorção do álcool é mais rápida quando o estômago está vazio, potencializando os efeitos da substância no organismo”. Em casos mais críticos, quando o indivíduo restringe significativamente a dieta para “poupar” calorias para que possa ingerir bebida alcoólica, pode levar ao quadro de drunkorexia – a sobreposição do consumo nocivo de álcool com tendências a transtornos alimentares.

E o que falar de picolés e geladinhos alcoólicos comercializados principalmente no verão? Criados como mais uma opção para refrescar e amenizar o calor das altas temperaturas, o perigo está na falta de indicação no rótulo da quantidade, tipo de bebida e teor alcoólico, principalmente quando produzidos artesanalmente.

“Sem essas informações, não há como ter certeza do que se está consumindo. Lembrando que, mesmo em quantidades pequenas, a ingestão de bebidas alcoólicas eleva o risco de acidentes, como afogamentos, quando consumida em praias, rios e piscinas”, destaca a Dra. Erica Siu. Ela explica que o aumento da concentração de álcool no sangue leva ao excesso de autoconfiança, diminuição da capacidade de discernimento, e, em geral, é associado a outros comportamentos perigosos, como nadar em locais de correnteza ou saltar de uma cachoeira.

Cuidado também com a procedência desses produtos, e desconfie se tiverem cheiro muito forte de álcool, o que pode ser um indicativo de irregularidades e utilização de matéria-prima imprópria para consumo.

Como mensagem final, o CISA reforça que o verão é uma época convidativa à confraternização e que deve ser curtida com responsabilidade. Da mesma forma que uma dieta equilibrada e prática regular de atividade física faz parte de hábitos saudáveis, o consumo de álcool deve ser ponderado, para que não haja riscos para a saúde.





CISA
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