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sexta-feira, 19 de maio de 2017

Lentes de contato e coçar os olhos podem levar à queda da pálpebra



Coçar os olhos pode parecer um hábito inofensivo, mas não é. Isso porque pode levar ao desenvolvimento de uma condição chamada blefaroptose, também chamada de ptose palpebral. Ela ocorre quando há queda da pálpebra superior abaixo do nível normal e o músculo elevador da pálpebra superior é incapaz de realizar o movimento de elevação da estrutura. O uso prolongado de lentes de contato também é uma das principais causas da ptose palpebral.

Segundo Dra. Tatiana Nahas, oftalmologista, especialista em cirurgia de pálpebras e Chefe do Serviço de Plástica Ocular da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, a ptose palpebral causada por lentes de contato está ligada à manipulação excessiva e à dificuldade de colocar e retirar as lentes de contato. “Estudos sugerem que a ptose induzida por lentes de contato seja a principal causa desta condição em jovens e adultos de meia idade”, explica a médica.


Por que a ptose acontece?
“Em uma pálpebra normal, temos os músculos chamados de orbicular e elevador. Eles agem em sincronia para permitir os movimentos rápidos e contínuos quando piscamos. A ptose acontece quando há problemas nesses músculos, levando à queda da pálpebra”, afirma Dra. Tatiana.

A ptose palpebral pode ser congênita, ou seja, a pessoa já pode nascer com a condição ou ser adquirida ao longo da vida por diversos motivos. “Entre as adquiridas temos a ptose involucional, que está relacionada ao processo natural do envelhecimento e costuma aparecer depois dos 60 anos. A mais comum entre as ptoses adquiridas é ptose aponeurótica, que ocorre quando há uma desinserção do músculo que eleva a pálpebra. Entre as causas deste tipo de ptose, como já falamos, estão o hábito de coçar os olhos, uso prolongado de lentes de contato, como resultado transitório de pós-operatório de cirurgia de catarata ou ainda devido a alguma inflamação ocular crônica”, explica.

Segundo a médica, há outros tipos de ptose que podem ter como causas lesões ou traumas no músculo elevador da pálpebra, danos do gânglio cervical superior simpático ou ainda no nervo que controla o músculo. Em geral, nestes casos, a ptose palpebral é um sintoma de outra doença, como o diabetes, tumores e miastenia gravis. Algumas drogas também podem causar a ptose, como opióides, morfina e seus derivados.


Ptose pode afetar a visão
“Ao contrário do que se possa pensar, a ptose palpebral não é uma questão somente estética. Ela também pode afetar a funcionalidade da visão, pois algumas pessoas apresentam perda do campo visual superior ou oclusão do eixo visual. Essas condições podem levar a pessoa a entortar a cabeça para enxergar melhor, o que pode causar dores musculares e problemas de postura”, diz Dra. Tatiana.


Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da ptose palpebral deve ser feito pelo médico oftalmologista. O tratamento é cirúrgico, principalmente quando afeta o campo visual. O médico oftalmologista especializado em cirurgia de pálpebras é quem normalmente realiza esse tipo de cirurgia, por conhecer muito bem as estruturas do olho e da órbita. Este especialista realiza a cirurgia visando ao resultado estético, como também à preservação de estruturas nobres no olho, em prol de uma boa acuidade visual e conforto do paciente.

“Na maioria dos casos, o resultado da correção cirúrgica é satisfatório. Com o uso de técnicas cirúrgicas modernas, o paciente não fica com cicatriz aparente, já que o corte é feito em uma prega palpebral. A visão tende a voltar ao normal e há melhora da aparência”, conclui Dra. Tatiana.


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