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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Hipertensão e hipotensão: entenda sintomas, diferenças e riscos

Pressão alta ou baixa? Veja o que é cada condição de saúde, suas causas e consequências

 

O dia 26 de abril é conhecido por ser o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, e de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 36 milhões de brasileiros têm hipertensão, e o controle do quadro de pressão alta depende da mudança de hábitos e cuidados diários com o estilo de vida. Os índices saíram de 22,6% de hipertensos em 2006 para 26,3% em 2021, segundo o relatório Vigitem Brasil 2006-2021 publicado naquele ano. A hipertensão não é a única condição de saúde relacionada à pressão arterial, já que existe também a hipotensão ou pressão baixo. Abaixo, o EU Atleta traz os riscos e as distinções entre a pressão alta e pressão baixa, com ajuda de especialistas. Confira!

 

O que é?

 

Hipertensão 

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica, caracterizada por níveis elevados da pressão sanguínea dentro dos vasos, e é definida por níveis de pressão maiores ou iguais a 140x90 mmHg. A doença pode afetar o sistema renal, hormonal, cardiovascular e neurológico. 

As recomendações sobre estilo de vida e terapia farmacológica são muito semelhantes, e incluem o uso de bloqueadores do sistema renina-angiotensina, antagonistas do cálcio e tiazídicos. 

A última diretriz da Sociedade Brasileira de Hipertensão classificou a hipertensão como uma doença crônica não transmissível (DCNT) definida por níveis pressóricos, em que os benefícios do tratamento (não medicamentoso e/ou medicamentoso) superam os riscos.

 

Hipotensão 

A hipotensão é definida quando os níveis de pressão arterial estão abaixo ou iguais a 90x60 mmHg. É um quadro transitório gerado pelo sistema nervoso autônomo (SNA), caracterizado por um conjunto de sintomas onde a pressão arterial pode ter valores inferiores ao padrão. A pressão é influenciada pelo sistema nervoso autônomo, simpático e parassimpático, este último representado pelo nervo vago, cuja função é reduzir a pressão arterial. Quando qualquer destes sistemas está em desequilíbrio, a pressão arterial pode reduzir.

 

Causas 

Hipertensão 

A hipertensão, de acordo com a médica cardiologista Aline Azevedo da Silveira, é uma doença multifatorial. Entre as causas estão: herança genética, idade avançada (onde ocorre o enrijecimento da parede arterial dos grandes vasos), colesterol alto e fatores modificáveis como sobrepeso e obesidade, alimentação inadequada (rica em alimentos industrializados) e sedentarismo. 

A nutricionista Nemesis Monteiro explica que a condição é dependente de fatores genéticos, epigenéticos, ambientais e sociais, podendo ter causas endócrinas ou não endócrinas. 

- Obesidade, apnéia obstrutitva do sono, sedentarismo, consumo elevado de bebida alcoólica, sexo, etnia, estresse, tabagismo e dieta rica em sódio, com o excesso de sal contido em temperos industrializados ou alimentos ultraprocessados, podem desempenhar um papel no desenvolvimento da hipertensão arterial em pessoas que têm uma tendência genética - comenta. 

Além dos fatores de risco, estudos apontam que o número de casos aumenta com o envelhecimento, podendo ser maiores em indivíduos do sexo masculino com até 50 anos de idade e em mulheres após os 50 anos, em consequência da menopausa e da queda de estrogênio. Por fim, a obesidade e o sobrepeso podem acelerar em até dez anos o aparecimento da doença.

 

Hipotensão 

Segundo Aline, as causas são inúmeras. Entre elas estão: diminuição do volume sanguíneo circulante (desidratação, sangramentos), alguns medicamentos, disautonomias (como diabetes e doença de Parkinson), mudanças posturais, reações alérgicas, exposição ao calor, valvopatias, infarto agudo do miocárdio, choque séptico, tromboembolismo pulmonar, entre outras. Pessoas saudáveis podem ter pressão baixa sem que isso esteja relacionado a alguma doença. 

Todavia, também pode vir acompanhada de um conjunto de fatores sem causa específica, acometendo o indivíduo em situações comuns como: pós-raquianestesia em parto cesariano; permanecer longo tempo em pé; estar em local fechado e com temperaturas elevadas (metrô, ônibus, avião ou elevador); perdas sanguíneas agudas e perdas sanguíneas menores, como em exame de sangue ou doação de sangue em indivíduos hipotensos. 

Existem as causas menos comuns: uso de anti-hipertensivos, ansiolíticos, antidepressivos, diuréticos e analgésicos; gravidez, principalmente pelo aumento da progesterona provocado pela própria gestação; uso abusivo de álcool; arritmia cardíaca; hipotireoidismo; indivíduos diabéticos (hipoglicemia); infecção grave (choque séptico) e em reação alérgica grave (choque anafilático); problemas emocionais.

 

Sintomas 

Hipertensão 

Os sintomas da hipertensão costumam aparecer apenas quando a pressão fica muito alta. Nesse caso, a pessoa hipertensa pode sentir: 

·         Dor no peito;

·         Dor de cabeça;

·         Tontura;

·         Zumbido no ouvido;

·         Fraqueza;

·         Visão turva;

·         Sangramento nasal.

 

Hipotensão

 

A hipotensão em boa parte das vezes pode ser assintomática. Entretanto, Nemesis aponta que quando a queda de pressão é abrupta, o indivíduo pode sentir: 

·         Dores de cabeça;

·         Náuseas;

·         Tontura;

·         Fraqueza;

·         Sensação de desmaio.

 

Riscos

 

Hipertensão

 

De acordo com as especialistas, os riscos da hipertensão não controlada incluem a doença renal crônica, acidente vascular encefálico, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e renal, diminuição da acuidade visual. As complicações nos órgãos-alvo, fatais e não fatais, incluem: 

·         Coração: doença arterial coronária, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e morte súbita;

·         Cérebro: acidente vascular encefálico, isquêmico ou hemorrágico, demência;

·         Rins: doença renal crônica, que pode evoluir para necessidade de terapia dialítica;

·         Sistema arterial: doença arterial obstrutiva periférica.

 

Hipotensão

 

Quando a hipotensão é severa e associada a sintomas, é fundamental a avaliação médica devido à possibilidade de doenças como infarto agudo do miocárdio, tromboembolismo pulmonar e, principalmente, complicações severas como choque.

 

Os riscos mais temidos por especialistas são a perda de consciência ou traumas mais graves relacionados ao crânio (traumatismo pela queda da própria altura), fraturas em membros superiores ou inferiores, AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico e parada cardíaca. Em casos mais graves o choque hipotensivo é gerado por infecções como pielonefrite ou uma infecção urinária não tratada.


 

Pode levar à morte?

 

Hipertensão:

 

Sim, pois por se tratar de condição frequentemente assintomática, a hipertensão arterial costuma evoluir com alterações estruturais ou funcionais em órgãos como coração, cérebro, rins e vasos. Segundo o Ministério da Saúde, a hipertensão arterial sistêmica é a principal causa de morte no país: anualmente são 300 mil óbitos, 820 por dia, 30 por hora e um a cada 2 minutos.

 

A pressão alta é o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e contínua para doenças cardiovasculares, doença renal crônica e morte prematura. Associa-se a fatores de risco metabólicos para as doenças dos sistemas cárdio circulatório e renal, como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes melitus.


 

Hipotensão:

 

A hipotensão também pode levar ao óbito, principalmente se acometer indivíduos mais debilitados como gestantes, idosos, pacientes com doenças neurológicas, pessoas muito magras ou com doenças associadas. Isso pode ocorrer principalmente pelo risco da queda e possíveis ferimentos que podem acometer o indivíduos, o tempo que ficará sem assistência ou até mesmo a falta de oxigenação cerebral, neste último os danos podem ser irreversíveis.


 

Quais os riscos para atletas?

 

Hipertensão:

 

A cardiologista explica que em pessoas com pressão normal, o exercício aeróbio induz a um aumento da pressão máxima ou sistólica, proporcional ao aumento da intensidade de exercício, e isso é fisiológico. Quando a doença não é diagnosticada de forma adequada ou não há o tratamento adequado, níveis de pressão elevados no pico do esforço podem favorecer complicações como arritmias e acidente vascular encefálico.

 

Nemesis alerta que o uso indiscriminado de suplementos estimulantes pode aumentar o risco pressão alta em atletas e praticantes de atividades físicas. Entretanto, observa-se baixa incidência de doenças cardiovasculares em indivíduos fisicamente ativos.


 

Hipotensão:

 

Guilherme Renke, endocrinologista e médico do esporte, observa que os treinamentos de força podem levar à pressão baixa por conta do sistema nervoso parassimpático, pois ele tem a função de fazer o organismo baixar a tensão, principalmente em iniciantes. No esporte aeróbico de baixa a média intensidade e longa duração, pode ocorrer pelo nível de sódio e água no suor, em casos de falta de reposição.

 

Os atletas precisam ter auxílio médico e realizar avaliações do metabolismo com frequência, como testes de VO2. A hidratação é fundamental, antes e durante o treino. Independentemente do papel na manutenção da pressão arterial, a hidratação mantém o funcionamento normal dos músculos.


 

Quais são as formas de prevenção?

 

Hipertensão:

 

Segundo a diretriz brasileira de hipertensão, algumas medidas de prevenção são pautadas no: 

·         Controle do ganho de peso;

·         Dieta saudável: em destaque está a dieta DASH e suas variantes com baixa quantidade de gordura, como as dietas mediterrânea, vegetariana/vegana, nórdica, low carb. Os benefícios podem ser maiores quando associados a uma redução de ingestão de sódio. Uma alimentação rica em frutas, verduras, legumes, cereais, alimentos integrais, leite e derivados, gorduras mono e polinsaturadas, gordura saturada de vegetal (abacate, coco e açaí), além de indicar menor quantidade de gordura saturada de origem animal e sal, pode contribuir com efeitos positivos sobre a pressão arterial favorecer o controle da obesidade e sobrepeso;

·         Controle do consumo de sódio;

·         Suplementação de potássio, sendo esta uma alternativa segura, sem importantes efeitos adversos, com impacto significativo na pressão arterial e pode ser recomendada para a prevenção do aparecimento da hipertensão. O consumo de alimentos pobres em sódio e ricos em potássio, como feijões, ervilha, vegetais de cor verde-escura, banana, melão, cenoura, beterraba, frutas secas, tomate, batata-inglesa e laranja, é incentivado;

·         Prática de atividade física regular: adultos devem ser aconselhados a praticar pelo menos 150 minutos por semana de atividades físicas moderadas ou 75 minutos por semana de vigorosas. Os exercícios aeróbicos (caminhada, corrida, ciclismo ou natação) podem ser praticados por 30 minutos em cinco a sete dias por semana. A realização de exercícios resistidos por dois a três dias por semana também é recomendada. Para um benefício adicional, em adultos saudáveis, recomenda-se um aumento gradual da atividade física para 300 minutos por semana de intensidade moderada ou 150 minutos por semana de atividade física vigorosa;

·         Controle do consumo de álcool: a ingestão de bebida alcoólica deve ser limitada a um máximo de 30 g de álcool por dia. Isso equivale a uma garrafa de cerveja (5% de álcool, 600 mL); ou duas taças de vinho (12% de álcool, 250 mL); ou uma dose (42% de álcool, 60 mL) de destilados (uísque, vodca, aguardente). Esse limite deve ser reduzido à metade para homens de baixo peso, mulheres com sobrepeso e/ou triglicerídeos elevados. Indivíduos abstêmios não devem ser induzidos a beber;

·         Fatores psicossociais: o manejo do estresse pode contribuir para a prevenção da hipertensão;

·         Suplementos alimentares: algumas substâncias cuja suplementação tem alguma evidência de discreta redução da pressão alta são: vitamina C, peptídeos bioativos derivados de alimentos, alho, fibras dietéticas, linhaça, chocolate amargo (cacau), soja, nitratos orgânicos e ômega;

·         Combate ao tabagismo: o fumo é o único fator de risco totalmente evitável de doença e morte cardiovasculares, e seu enfrentamento precisa ser feito e incentivado;

·         Espiritualidade: o conceito de espiritualidade, que transcende religiosidade, significa um conjunto de valores morais, emocionais, de comportamento e atitudes com relação ao mundo. Estudos apontam algumas evidências sobre os benefícios na redução do risco de mortalidade em doenças cardiovasculares e níveis de pressão. Segundo o estudo de coorte Black Women’s Health Study, as mulheres que lidavam com as situações de estresse (coping) usando a espiritualidade e a religiosidade tinham um risco menor de desenvolver hipertensão no seguimento de 10 anos, e essa associação era mais forte naquelas que relataram maior nível de estresse.

 

Hipotensão:

 

A prática de exercício físico pode ser uma boa estratégia de prevenção da pressão baixa, principalmente pela atividade física promover o ganho de massa muscular em membros inferiores, o que favorece o retorno venoso pela contração das panturrilhas. Em idosos, jovens e gestantes, são incentivadas atividades que fortaleçam as panturrilhas, a hidratação e o consumo de sal de forma equilibrada.

 

Também é favorável evitar as situações que levam o indivíduo a apresentar hipotensão através de uma boa hidratação, evitando períodos longos em pé ou locais fechados e quentes e praticando atividade física regular (especialmente exercícios isométricos).


 

Tratamentos:

 

Hipertensão:

 

O tratamento engloba medidas comportamentais e mudança de estilo de vida, incluindo alimentação adequada e orientada, atividade física regular, controle da respiração, estresse e espiritualidade. Quando indicado, há tratamento farmacológico com medicações visando a proteção cardiovascular.

 

Existem fortes evidências de que os seguintes fatores são importantes no tratamento: combate ao tabagismo; melhora do padrão alimentar; redução do consumo de sódio; aumento do consumo de alimentos fonte de potássio; consumo de laticínios e chocolate intensos com percentual acima de 70% cacau; manutenção de bons níveis de vitamina D; perda de peso; redução do consumo de bebidas alcoólicas; prática de atividade física regular com intensidade moderada; respiração lenta; controle de estresse; espiritualidade e religiosidade.


 

Hipotensão:

 

A nutricionista pontua que o tratamento é pautado em medidas básicas como: 

·         Melhora da hidratação oral ou endovenosa (em casos mais graves, para repor volume);

·         Consumo adequado de sal (em pessoas que não sejam hipertensas);

·         Consumo de frutas ricas em água;

·         Evitar chás diuréticos para minimizar os efeitos da perda de líquidos em excesso;

·         Evitar o consumo de bebida alcoólica que o seu consumo sem a hidratação adequada, que pode gerar o aumento da perda urinária e uma queda abrupta da pressão arterial;

·         Medidas como deitar-se com as pernas elevadas (principalmente em gestantes, idosos e jovens);

·         Uso de meias elásticas. 

A especialista em cardiologia finaliza ao dizer que é importante avaliar a causa da hipotensão. Na grande maioria dos pacientes, medidas comportamentais conseguem restabelecer os níveis de pressão normal. Entre elas, como hidratação, deitar com pernas elevadas, meias elásticas. Mas quando a pressão baixa é consequência de outra doença, o tratamento dessa doença deve ser prioridade, assim como a necessidade de ajuste medicamentoso quando este é a causa da hipotensão.







Fontes:


Aline Azevedo (@draalinecardio) - cardiologista ecocardiografista, afiliada do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais)/Cabo Frio. Especialista em clínica médica pelo HFAG, em cardiologista pela UERJ e em ecocardiografista pela UFRJ, com título de especialista pela sociedade brasileira de cardiologia.

Nemesis Monteiro nutricionista especialista em emagrecimento funcional aliado à reprogramação mental para mulheres. Graduada pela UERJ, palestrante, pós_graduada em Nutrição Clínica Ortomolecular, Biofuncional, Fitoretapia (Faculdade Redentor). Membro da Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade (SBMO), especialista em Emagrecimento Funcional aliado à reprogramação mental para mulheres.

Guilherme Renke (@endocrinorenke), sócio fundador do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), endocrinologista e médico do esporte, mestre em cardiologia. Sócio fundador do Instituto Nutrindo Ideais, médico formado pela Universidade Estácio de Sá, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Médico do Esporte com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, Pós Graduado em Cardiologia pelo Instituto Nacional de Cardiologia do Rio de Janeiro, Mestre em Cardiologia (INC). Também possui aprimoramento em Endocrinologia pela Harvard Medical School, Post Graduate Course Obesity Medicine (Boston, EUA) e pelo American Board of Obesity Medicine (EUA). Dr. Renke também é pesquisador aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - FAPERJ (Inovações no esporte 2012).


Retirado de: EU Atleta / Por Alberto Borges


Grave, meningite pode ser evitada a partir da imunizaçã

Especialista indica quais vacinas estão disponíveis para prevenir a doença

 

A meningite é uma doença caraterizada pelo processo de inflamação das membranas que envolvem o cérebro (meninges), dificultando o transporte de oxigênio às células do corpo. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 8.877 casos de meningite e 886 mortes pela doença em 2023. 

O número preocupa. Isso porque além de ser uma doença contagiosa, ela evolui rapidamente em crianças e adolescentes, causando sequelas em 20% das pessoas afetadas, de acordo com o Ministério.   

Gisele Abud, médica e diretora Técnica da UPA 24h Zona Leste, unidade gerenciada pela Pró-Saúde em Santos (SP), explica que a meningite é transmissível na maioria dos casos.   

“Mais comuns, a transmissão das meningites bacteriana e viral ocorrem pelo contato com gotículas e secreções das vias respiratórias. Além disso, também podem ser disseminadas ao entrar em contato com alimentos ou pessoas infectadas pelo vírus ou bactéria”, alerta a profissional. 

 

Imunização é essencial para prevenir a doença 

Em 2022, a cobertura vacinal contra a meningite tinha atingido apenas 47% do público-alvo no Brasil. Atualmente há recuperação do imunizante Meningocócica C (1ª dose e reforço) contra a doença.  

“A vacinação é a forma mais segura e eficaz de evitar a meningite. Hoje, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza sete imunizantes contra as principais causas da meningite bacteriana: meningocócica C, pneumocócica 10, 23 e 13-valente, pentavalente, meningocócica C e meningocócica ACWY”, indica Gisele. 

Outras formas de driblar o contágio também incluem evitar aglomerações e locais com pouca circulação de ar, manter os ambientes ventilados, usar máscaras de proteção em locais fechados e lavar as mãos com frequência. 


Combatendo a halitose por uma gestação saudável no Dia das Mães (12/05)

 

pexels

Cuidados da saúde dental em alta durante a gestação

 

A comemoração do Dia das Mães é um momento lindo onde vemos a importância da maternidade na sociedade, porém o momento de gestação é complicado e cheio de preocupação onde diversas dúvidas e desafios aparecem, mas a saúde bucal não deve ser deixada de lado nesse processo. Além dos cuidados tradicionais, como o pré-natal médico, as consultas odontológicas também devem ser prioridade.

A dentista Cláudia Gobor especialista em halitose traz algumas informações sobre este momento delicado. "Estudos científicos têm demonstrado que problemas periodontais em gestantes estão associados a maiores riscos de parto prematuro e baixo peso ao nascer. Por isso, as visitas regulares ao dentista são fundamentais para receber orientações personalizadas sobre higiene bucal, realizar limpezas e prevenir complicações que possam afetar tanto a mãe quanto o bebê."

"Embora a gravidez em si não seja diretamente responsável pelo mau hálito, algumas condições relacionadas ao período, como boca seca, consumo frequente de alimentos cariogênicos e falhas na higienização da língua, podem contribuir para o problema. O enjoo, comum durante a gestação, pode dificultar ainda mais a higienização adequada, exacerbando o odor bucal desagradável", diz a dentista Cláudia Gobor.

Para evitar esses problemas, é essencial manter uma boa higiene bucal, controlar a dieta, especialmente a ingestão de alimentos açucarados, e buscar acompanhamento odontológico especializado. A odontologia de precisão oferece um cuidado individualizado e seguro, garantindo um tratamento eficaz e uma comunicação constante com o obstetra da gestante.

Portanto, neste Dia das Mães, lembremos da importância de cuidar da saúde bucal durante a gestação, não apenas para garantir o bem-estar da mãe, mas também para promover um ambiente saudável para o desenvolvimento do bebê. Afinal, uma maternidade feliz começa com uma saúde bucal em dia.

 

Bom hálito Curitiba
Dra. Cláudia C. Gobor
Cirurgiã Dentista especialista pelo MEC no tratamento da Halitose
Ex-Presidente e atual Diretora Executiva da Associação Brasileira de Halitose
https://www.bomhalitocuritiba.com.br/
(41) 3022-3131 | (41) 99977-7087
@bomhalitocuritiba


Risco de Trombose Venosa Profunda em voos de longa duração pode ser evitado com medidas simples


 Especialista esclarece que o uso de meias de compressão graduada pode ser uma ação eficaz para evitar o problema. Saiba quais pessoas estão mais predispostas à doença


Viajar de avião por longas distâncias pode aumentar o risco de desenvolver Trombose Venosa Profunda (TVP), um problema sério, causado pela formação de coágulos sanguíneos nas veias das pernas, que pode levar à morte. Durante voos prolongados, diversas condições dentro da aeronave podem contribuir para esse quadro.

O cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Marcone Lima Sobreira, esclarece que a pressão atmosférica dentro da cabine é mais baixa do que a normal, o que pode desencadear, segundo alguns estudos, o aumento da chance de desenvolver a trombose. Além disso, a desidratação, comum durante viagens longas, (baixa ingesta de água, somada ao fato do consumo de bebidas alcoólicas, chá ou café), pode aumentar a viscosidade sanguínea, potencializando ainda mais o risco da doença.

Outro fator relevante é a posição em que se viaja, especialmente em assentos mais apertados, como os da classe econômica. O espaço restrito e a pouca possibilidade de movimentação podem aumentar o risco, sendo que evidências sugerem que os passageiros na poltrona da janela podem estar em maior vulnerabilidade devido à menor chance de mobilização.

O cirurgião vascular explica que algumas pessoas têm uma probabilidade maior de desenvolver Trombose Venosa Profunda durante viagens, como aquelas com histórico prévio da doença, pacientes com câncer recente, obesidade ou que fazem uso de anticoncepcionais ou terapia hormonal. Ele destaca que pacientes com cirurgia recente, especialmente nos primeiros 30 dias após o procedimento, apresentam uma chance de desenvolver trombose quase 20 vezes maior (link).

O especialista orienta que para diminuir os riscos de TVP durante voos, é necessário que o passageiro adote algumas medidas de prevenção como beber bastante líquido (diminuindo o consumo de bebidas alcoólicas), evitar ficar na mesma posição por muito tempo e fazer alguns exercícios simples, como esticar e flexionar os pés regularmente.

De acordo com informações de alguns estudos, como um recente publicado pela Cochrane Library (link) que compilou dados de quase três mil pacientes em voos de longa duração, que mostram que o uso de meia elástica de compressão graduada pode reduzir significativamente o número de casos de TVP sintomática. “Essa é uma medida que pode ser recomendada pelo cirurgião vascular antes da viagem. O ideal é que a pessoa passe por uma avaliação vascular para estipular a gravidade do seu risco”, afirma o especialista.

Dr. Marcone reforça a importância da consulta com um cirurgião vascular antes de qualquer viagem, para avaliar o risco individual e receber orientações específicas de prevenção. Além disso, as medidas de segurança durante viagens de ônibus ou carro são semelhantes, mas com a vantagem de ser mais fácil parar e movimentar-se durante os trajetos.

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram). 



Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP,
www.sbacvsp.com.br


FOP: doença genética ultrarrara transforma pessoas em ‘estátuas’

Pessoas com fibrodisplasia ossificante progressiva (FOP), que não tem cura, desenvolvem um extra esqueleto afetando sua mobilidade e qualidade de vida


Aos quatro anos, Janaína Kuhn, hoje com 40 anos, sofreu uma queda e, tempos depois, um osso começou a se formar na sua lombar. Somente por volta dos seus 22 anos, que ela finalmente descobriu a razão do seu corpo desenvolver um extra esqueleto sempre que se machucava e, posteriormente, rigidez dos seus movimentos: a fibrodisplasia ossificante progressiva (FOP), doença genética ultrarrara que afeta uma a cada um milhão de pessoas no mundo1 e tem o dia 23 de abril, como o Dia Nacional de Conscientização sobre a FOP.


Janaína Kuhn e médica especialista em FOP, Patrícia Delai
(acervo pessoal)

Por menor que seja, qualquer trauma, como injeções, viroses, machucados, procedimentos odontológicos, cirurgias e até fisioterapia tradicional, pode desencadear a formação de estruturas ósseas entre os tecidos moles e conjuntivos, como músculos, tendões e ligamentos1,2, causando dores e limitações motoras para a pessoa com FOP. Aos 18 anos, foi submetida a uma cirurgia, o que gerou ainda mais complicações para sua qualidade de vida. “Eu era uma menina muito traquina, então, terminei o ensino médio sentada na carteira da escola, pois meu quadril já se encontrava totalmente ossificado”, conta ela. Mesmo internada, ela não perdia bom humor. “Dizia para o médico: ‘me dá uma roupa de espuma e me dá alta’”, brinca ela que, por conta de toda a experiência com a doença, se tornou presidenta da Associação Brasileira de Fibrodisplasia Ossificante Progressiva (FOP Brasil) e membra do Comitê Internacional de Presidentes (IPC) do International Fibrodysplasia Ossificans Progressiva Association (IFOPA).

 

A médica Patrícia Delai, especialista em FOP, explica que os traumas e processos inflamatórios sofridos pelos músculos geram a morte da fibra e em seu lugar um osso na região. “É uma doença muito desafiadora, pois transforma as pessoas em verdadeiras estátuas”, diz. Somente em 2006, os pesquisadores descobriram o gene responsável pela FOP. Denominado de ALK2/ACVR1, o gene estimula a produção de uma proteína que interage com as chamadas proteínas morfogenéticas ósseas ou BMPs, resultando na formação das estruturas ósseas.3,4 

Por anos, o diagnóstico era clínico por meio da identificação da malformação dos dedos grandes dos pés virados para dentro e nódulos incomuns na cabeça, pescoço ou na parte superior das costas.5,6 “Os exames de imagem como raio x e tomografia também ajudam a confirmar a FOP, mas hoje já existe exame genético. O diagnóstico precoce é essencial para que seja iniciado um manejo adequado da pessoa. Em caso de suspeita, é mandatório suspender todos os procedimentos cirúrgicos, injeções e vacinas intramusculares, pois qualquer trauma no músculo pode desencadear a formação de um novo osso”, explica a médica. 

São justamente os diversos traumas que definem a qualidade de vida das pessoas. “O diagnóstico não chegou a me assustar. A partir dele, comecei a investigar o que eu tinha e perceber que fazia tudo errado até os meus 22 anos, inclusive fisioterapia. Hoje me cuido. Estou dura, mas estou caminhando”, conta Janaina. Sua principal bandeira à frente da FOP Brasil é aumentar a conscientização sobre a doença, principalmente com profissionais de saúde para buscar reduzir o tempo até o diagnóstico e com isso dar o acompanhamento adequado para os pacientes. “Há um desconhecimento sobre a doença. Os médicos com quem consulto discutem comigo qual medicamento eu devo tomar, mas muitas pessoas ficam quietas diante dos médicos”, argumenta ela, que ainda tem a esperança de chegada de um tratamento específico para a doença. 

 



Referências

1 Baujat G, Choquet R, Boueé S, et al. Prevalence of fibrodysplasia ossificans progressiva (FOP) in France: an estimate based on a record linkage of two national databases. Orphanet J Rare Dis. 2017:12(1):123.

2 Kaplan FS, Shen Q, Lounev V, et al. Skeletal metamorphosis in fibrodysplasia ossificans progressiva (FOP). J Bone Miner Metab. 2008; 26(6):521–30.

3 Shore E, Kaplan FS. A recurrent mutation in the BMP type I receptor ACVR1 causes inherited and sporadic fibrodysplasia ossificans progressiva. Nat Genet. 2006; 38:525–7.

4 Shore EM, Kaplan FS. Inherited human diseases of heterotopic bone formation. Nat Rev Rheumatol. 2010; 6(9):518–27.

5 Pignolo RJ, Shore EM, Kaplan FS. Fibrodysplasia ossificans progressiva: diagnosis, management, and therapeutic horizons. Pediatr Endocrinol Rev. 2013;10(0 2):437–48.

6 Kaplan FS, et al. In: J Bilezikian et al., editors. Primer on the Metabolic Bone Diseases and Disorders of Mineral Metabolism. 9th ed. Washington, DC: American Society for Bone and Mineral Research, 2019:865–70.


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