quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Próstese mamária de silicone pode causar Síndrome ASIA

Tratamento definitivo consiste na retirada do silicone

 

Você já ouviu falar da síndrome ASIA? É uma síndrome autoimune/inflamatória caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas como dor articular no corpo, cansaço, distúrbios no sono, perda de cabelo, entre outros, que também são observados em outras doenças.

A causa da Síndrome ASIA está relacionada, principalmente, a materiais como implantes mamários de silicone e até vacinas, mas podem estar relacionados a outros dispositivos médicos e produtos terapêuticos que normalmente são considerados seguros. Fatores genéticos, familiares com antecedentes de doença inflamatória e autoimune são mais propensos a desenvolver a doença.

Quando desconfiar da prótese mamária de silicone - Se os sintomas apareceram depois da colocação dos implantes mamários, deve ser avaliado pelo reumatologista para saber se a doença não foi causada pelo implante mamário.

“O diagnóstico dessa síndrome consiste na presença dos sintomas citamos acima, que apareceram depois da colocação do implante mamário de silicone ou do uso de algum outro dispositivo médico ou tratamento relacionado”, explica o cirurgião plástico Dr. Fernando Amato.

O especialista explica que medicações podem contribuir para o controle dos sintomas, mas o tratamento definitivo consiste na retirada em bloco do implante de silicone com toda sua cápsula íntegra.

“Possuir um implante de silicone já é um risco, independentemente se o implante é mamário ou em algum outro local do corpo. Pessoas com antecedentes familiares de doenças autoimunes (do sistema imunológico) possuem um risco aumentado”, alerta Dr. Amato.


Exames – Ainda não existe um exame específico que aponte o risco aumentado de desenvolver alguma doença relacionada ao silicone. A rotina de exames solicitada por muitos cirurgiões, para quem vai realizar uma mamoplastia de aumento com silicone, geralmente, consiste em exames de mama (mamografia e ultrassom), exames de sangue (hemograma, coagulograma, função renal), teste de gravidez, exame de urina.

“Existem trabalhos científicos propondo a coleta de exames específicos para avaliar a atividade inflamatória e a presença de autoanticorpos, porém sem benefícios comprovados até o momento. E devemos lembrar que cada paciente pode possuir um histórico diferente de doenças e poderá ser necessário algum exame específico e até a avaliação de um outro especialista”, alerta o cirurgião plástico.

 



Dr. Fernando C. M. Amato Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).

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