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quinta-feira, 20 de abril de 2023

Estresse e Saúde Ocular: descolamento de retina pode ser causado por fatores emocionais; saiba mais

Um levantamento da Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse Brasil (ISMA-BR) apontou que 70% da população brasileira apresenta algum sinal de estresse. Preocupações do dia-a-dia relacionadas ao trabalho, faculdade, escola ou família podem gerar consequências muito graves para o corpo humano, incluindo os olhos. Indivíduos que são submetidos a situações de estresse elevados, podem ter sua visão afetada de várias formas, ao ponto de causar sintomas como coceira, dores de cabeça, visão turva, tremor nas pálpebras, derrame ocular dentre outros.

Segundo a médica oftalmologista do Núcleo de Oftalmologia, Danielle Costa, se manifestado de forma elevada, o estresse pode afetar a visão de uma forma ainda mais profunda. “Em alguns casos extremos, a sobrecarga emocional pode afetar a retina, estrutura neurológica situada interiormente no globo ocular responsável pela recepção de luz e formação de imagens em alta definição, induzindo o aparecimento de uma doença chamada Coriorretinopatia Serosa Central ou simplesmente Serosa Central”, aponta Dra. Danielle Costa.

Conhecido como hormônio do estresse, o cortisol é responsável, dentre outras, pela ativação do corpo para dar respostas rápidas em situação de emergência. Passada a situação de perigo, todo o corpo volta à sua normalidade. Entretanto, a sensação constante de alerta, típica dos indivíduos estressados, faz com que os vasos sanguíneos, presentes na região posterior à retina, se dilatem promovendo vazamento de líquido. Este, por sua vez, gerará “bolhas” que acabam por elevar as camadas da retina e provocar o descolamento da mesma, exatamente onde se encontra a mácula, ou seja, na região central.

A Serosa Central geralmente ocorre em homens entre 20 e 50 anos e se manifesta com perda ou distorção súbita da visão central. Outras queixas comuns incluem micropsia (ver os objetos menores do que são) e/ou uma mancha na visão central. 

O tratamento desta alteração ocular deve ser orientado apenas por um médico oftalmologista. A ida regular a um consultório deste profissional é primordial para a manutenção e prevenção de sintomas como esses, de acordo com a Dra. Danielle. “O ideal é que haja um equilíbrio na saúde emocional associado à prevenção na saúde ocular para que situações como essas não ocorram”, aconselha.

 

Núcleo de Oftalmologia

 

Abril Azul-Claro conscientiza sobre o câncer de esôfago

Atenção para os casos de refluxo gastroesofágico de longa duração. Na dúvida, consulte o médico.

 

O câncer de esôfago tem cerca de 11 mil novos casos a cada ano e já atingiu personalidades como a apresentadora de TV transexual Mamma Bruschetta, que teve tumor retirado em cirurgia em 2019. O Abril Azul-Claro busca a conscientização sobre esse tipo de câncer que tem entre os principais fatores de risco, o tabagismo, o refluxo gastroesofágico e o esôfago de Barrett, associados a hábitos de vida. 

“O fumo, o consumo de bebidas alcoólicas com muita frequência, a obesidade e a infecção pelo HPV podem influenciar no desenvolvimento desse câncer”, diz o Dr. Clóvis Klock, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), especialidade que faz diagnóstico de doenças como o câncer. 

O esôfago é um tubo muscular oco, com cerca de 25 cm de comprimento, localizado entre a traqueia e a coluna vertebral, ligando a garganta ao estômago para transportar os alimentos. O esfíncter, um músculo localizado na porção final do esôfago, controla a passagem dos alimentos e líquidos e também impede o retorno do ácido estomacal e das enzimas digestivas por esse tubo.

Em geral, o câncer de esôfago ocorre em pessoas acima de 50 anos, sendo mais prevalente em homens. Os dois principais tipos desse câncer são o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma. “A existência do refluxo gastroesofágico pode provocar o chamado esôfago de Barrett, uma lesão considerada pré-cancerosa que acomete principalmente pessoas obesas e com histórico de refluxo gastroesofágico durante muito tempo”, explica o Dr. Klock.

A incidência do câncer de esôfago varia ao longo dos estados. Para cada 100 mil habitantes, estima-se 3,07 casos em São Paulo, 2,63 casos no Rio de Janeiro, 6,05 casos no Rio Grande do Sul, 6,19 casos em Minas Gerais e 4,85 casos no Ceará. Essas estimativas, referentes a 2023, são disponibilizadas pelo INCA.


Sintomas 

Nos estágios iniciais, o câncer de esôfago não manifesta sintomas. Mas, é importante estar atento a manifestações como: dificuldade de engolir alimentos sólidos e líquidos, desconforto na região do peito, sensação de queimação, indigestão, náuseas, rouquidão, tosse persistente e perda de peso sem motivo aparente. 

A investigação diagnóstica se inicia com exames como a endoscopia ou a tomografia e, caso sejam identificadas lesões no esôfago, realiza-se uma biópsia, que consiste na retirada de um pequeno fragmento. A análise das células da lesão é realizada pelo médico patologista, que emite o laudo anatomopatológico com o diagnóstico. “E, se detectado o tumor, esse laudo trará as características do câncer, para que possa ser definido o melhor tratamento”, diz o Dr. Klock.


Prevenção e Tratamento 

A melhor prevenção é não fumar, eliminar o uso excessivo de bebidas alcoólicas, incluir na dieta diária a ingestão de frutas e vegetais, além de fazer atividade física e controlar o peso.

Após feito o diagnóstico e a definição do estágio do câncer de esôfago, várias modalidades de tratamentos podem ser empregadas, de forma combinada ou isolada, como a cirurgia, a radioterapia e tratamentos sistêmicos como quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia. 

 

Sociedade Brasileira de Patologia (SBP)

 

Abril pela Segurança do Paciente: eventos adversos causam mais mortes do que os acidentes de trânsito

Estudo aponta que falhas involuntárias no atendimento à saúde são a terceira maior causa de mortes nos Estados Unidos


Qualquer incidente que resulte em dano à saúde do paciente é considerado evento adverso. São falhas involuntárias que geram complicações não relacionadas à evolução natural da doença de base. Nos países de baixa e média renda, como no caso do Brasil, evidências obtidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sugerem que 134 milhões de eventos adversos ocorrem anualmente e contribuem com cerca de 2,6 milhões de mortes – quase o dobro do total de óbitos em acidentes de trânsito por ano no planeta. Estudo realizado nos Estados Unidos aponta que falhas humanas no atendimento à saúde são a terceira causa de morte no país.

Os danos evitáveis no atendimento à saúde deram origem à campanha “Abril pela Segurança do Paciente”, instituída pelo Ministério da Saúde. O objetivo da ação é estimular que trabalhadores da saúde, serviços de saúde, universidades, escolas e gestores compartilhem experiências exitosas e aperfeiçoem os processos de atenção ao paciente.

Todos os procedimentos são criados para assegurar que o paciente não sofra danos, salienta o oncologista clínico André de Moraes, do Centro de Oncologia Campinas. Trata-se de um sistema complexo e fundamental para estabelecer o bem-estar e o atendimento seguro. “São muitos processos e barreiras de checagem desenvolvidos para impedir que os erros aconteçam”, reforça o especialista.

Moraes cita como exemplos de processos de segurança a guarda dos estoques farmacêuticos, a dispensação dos estoques para tratamento e a aplicação correta do medicamento. “Temos de obedecer pontos de checagem desde a identificação do paciente e da prescrição médica até a intervenção que ele vai sofrer e a necessidade de orientá-lo. São muitas ações envolvidas nessas barreiras de proteção, todas criadas para a segurança dos pacientes e profissionais”.

Os procedimentos para assegurar a inexistência de eventos adversos começam ainda na identificação do paciente, para que receba a intervenção que foi a ele destinada. “Depois disso tem a avaliação médica, o encaminhamento para uma intervenção ou terapia, a prescrição que é conferida pelo farmacêutico e enfermeira. Se houver alguma discrepância em doses, esses profissionais precisam tomar atitudes e confirmar. Enfim, todo tipo de conferência é essencial no procedimento de atendimento”, acentua.


 Cine pela Segurança

O Centro de Oncologia Campinas, cuja qualidade e segurança dos serviços foram reconhecidas pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), a principal avaliadora do País, utiliza durante o mês de abril o “Cine Pela Segurança” como canal de condução ao debate e ao reforço dos processos de segurança dos pacientes.

Os colaboradores da instituição, após assistirem trechos selecionados de dramas médicos produzidos para a televisão, debatem em cima dos erros e acertos mostrados pela série. Profissionais médicos reforçam questões pertinentes, destacam erros e as formas de corrigi-los e abrem espaço para discussões que agregam conhecimento e reforçam processos.

“Organizamos quatro sessões do Cine pela Segurança para engajar todos os colaboradores, do administrativo aos médicos. Tivemos uma resposta muita boa dos participantes, muito envolvimento e questionamentos. As regras dos processos e a segurança das informações são essenciais e essas questões também foram abordadas”, detalhou Solange Oliveira, coordenadora de Qualidade e Gestão de Riscos do COC, salientando que a segurança do paciente é prioridade dentro do COC desde o momento em que é atendido na recepção.

Os oncologistas e diretores do COC, André de Moraes, Mary da Silva Thereza e Fernando Medina, também coordenador do Núcleo de Segurança do Paciente do COC, participam dos encontros e abordam questões que reforçam a necessidade da atenção aos cuidados dos pacientes. A segurança depende sempre de uma estrutura de processos organizados para reduzir riscos de forma consistente e também minimizar impactos de danos evitáveis, se eles ocorrerem.

“Fazemos um movimento dentro do nosso cenário, envolvendo principalmente as pessoas que cuidam de outras pessoas, no sentido de reforçar nosso compromisso com a segurança do paciente. Destacamos as atitudes que a gente tem de tomar prontamente para evitar que um erro ocorra ou se repita”, explica André de Moraes.


 Segurança no mundo

A importância da questão da segurança do paciente no mundo é dimensionada por variados trabalhos desenvolvidos ao longo dos anos. Pesquisadores do Departamento de Cirurgia da Johns Hopkins University School of Medicine divulgaram estudo, publicado pelo British Medical Journal (BMJ), que avalia os erros médicos – definição globalizada para eventos adversos – e a relação de óbitos.

Pela análise, entre 210 mil e 400 mil mortes anualmente são associadas a erros médicos envolvendo pacientes hospitalizados. A taxa média anual de 251.454 óbitos, sugere o estudo, coloca o erro médico como a terceira causa mais comum de morte nos EUA, atrás dos óbitos por doenças cardíacas e câncer.

Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente no Brasil descreveu que, em média, 10% dos pacientes internados sofrem algum tipo de evento adverso, sendo que metade deles seria evitável.

Os cuidados inseguros na área da saúde são um crescente problema global. Trabalho emblemático publicado pelo Instituto de Medicina dos Estados Unidos, ainda em 1999, ajudou a voltar o foco às questões relacionadas aos eventos adversos no atendimento à saúde. Já naquele ano, o relatório “Errar é humano: construir um sistema de saúde mais seguro” apontava que até 98 mil pessoas morreram em hospitais do país anualmente como resultado de incidentes evitáveis.

A incidência de pacientes que sofrem alguma espécie de evento adverso quando hospitalizados pode chegar a quase 17%, dependendo do estudo realizado.

 

COC - Centro de Oncologia Campinas

Rua Alberto de Salvo, 311, Barão Geraldo, Campinas.

telefone (19) 3787-3400. 

 

Hipertensão arterial não controlada é um sério risco para a saúde vascular

Jovens também estão sendo acometidos por conta do estresse diário associado a outros fatores, como sedentarismo e má alimentação


O Dia Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Hipertensão Arterial, instituído em  26 de abril, é uma data que tem como objetivo conscientizar a população sobre os riscos e cuidados necessários para prevenir e controlar a pressão alta, uma das principais causas de doenças vasculares. O bom funcionamento do sistema circulatório é fundamental para o bem-estar geral e qualidade de vida, uma vez que é responsável por transportar o oxigênio e os nutrientes para todos os órgãos do corpo.

Os níveis pressóricos elevados da pressão arterial podem causar lesão direta no revestimento interno dos vasos, chamados de endotélio, e levar a disfunção desse segmento tornando-o mais suscetível a formar placas de ateroma, assim como aumentando a chance de desenvolver processos trombóticos, além de outras doenças.

Conforme o diretor Científico da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular da Regional São Paulo, Dr. Marcone Lima Sobreira, a hipertensão arterial sistêmica (HAS), quando não controlada, pode levar a complicações graves, como doença arterial periférica, que tem como consequência à amputação de membros, aneurismas, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e renal, e lesão na retina que pode ocasionar a diminuição da acuidade visual, inclusive levar à cegueira.

A úlcera hipertensiva, que também é uma consequência da HAS, é uma situação em que ocorre abertura de úlceras nas extremidades inferiores, que aparecem na face lateral da perna e costumam ser rasas, com fundo limpo, mas é uma doença extremamente dolorosa. Essa condição pode ser tratada com controle rigoroso da pressão arterial (PA), além de outras medidas clínicas e com acompanhamento médico.

A pressão pode ser medida manualmente por meio de manguito, geralmente fixado no braço, com o estetoscópio, ou com aparelhos digitais que fazem a leitura e aferem a PA com boa precisão. Segundo Diretrizes Brasileiras da Hipertensão Arterial – 2020, o valor considerado normal da PA é 120 x 80 mmHg. Acima de 140x90 mmHg é considerado hipertenso e o valor intermediário de 130-139 x 85-89 mmHg é classificado com pré-hipertensão.

O avanço da idade, obesidade e o tabagismo, e a presença de fatores já citados, são riscos adicionais que somam ao prejuízo já causado pela HAS e podem acelerar e agravar doenças e lesões vasculares. É importante reforçar a adoção de hábitos saudáveis como a atividade física periódica, que ajuda a controlar os níveis glicêmicos e o diabetes, colabora para baixar os níveis de colesterol e o controle do peso. A dieta equilibrada, com baixos níveis de sal, gordura e de açúcares são benefícios potencializados para controlar a pressão arterial, além auxiliar no controle de outras comorbidades. Evitar o consumo de tabaco, em suas diferentes formas, e bebida alcoólica em excesso também são primordiais para proteger a saúde.

Hoje, especialistas têm observado que pessoas mais jovens também estão sendo acometidas com HAS e doenças cardiovasculares com mais frequência e crescente. Geralmente, o início dos sintomas sugerem risco de evolução mais grave das doenças. “Provavelmente o estresse diário associado a outros fatores como sedentarismo, má alimentação e doenças preexistentes, quando presentes, podem ser justificativas para o comprometimento das faixas etárias mais jovens”, conclui Dr. Marcone.

Cuidar da pressão arterial e da saúde vascular é essencial para manter uma vida saudável e prevenir complicações em longo prazo. É fundamental realizar check-ups regulares e seguir as orientações médicas, especialmente para quem tem histórico familiar de hipertensão ou outras condições de doenças vasculares. Vale lembrar que pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença na saúde e a recomendação é sempre consultar o especialista para orientações e cuidados personalizados.

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram). 



Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP
www.sbacvsp.com.br

 

A importância do plasma para salvar vidas de pacientes com EII

Campanha #plasmajabrasil visa sensibilizar autoridades para a captação de plasma e produção de imunoglobulina

 

#juntostrazemosmudanas

                                      #plasmajabrasil

 

“Juntos, Trazemos Mudanças”. Esse é o tema da Semana Mundial de Erros Inatos da Imunidade (EII) deste ano, que acontece de 22 a 29 de abril, e a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) reforça a importância no diagnóstico dos EII e, assim, um tratamento precoce, diminuindo as sequelas e aumentado a qualidade de vida do paciente. Erros Inatos da Imunidade (EII) são defeitos genéticos em algum setor do sistema imunológico que predispõem a uma maior chance de desenvolver infecções comuns de forma recorrente, como otites, pneumonia, sinusites, entre outras infecções graves ou por microorganismos incomuns, assim como doenças alérgicas graves, autoimunes, inflamatórias e câncer.

 

São aproximadamente 500 doenças que fazem parte do grupo dos EII, mas o desconhecimento por parte dos médicos do mundo todo é uma grande barreira para se chegar ao diagnóstico precoce. Estima-se que cerca de 70% a 90% dos pacientes ainda não estejam diagnosticados. Além disso, há a subnotificação. Apenas 2 mil pessoas com EII no Brasil constam no registro da Sociedade Latino-americana de Imunodeficiências.

 

Nunca é demais divulgar os Sinais de Alerta em crianças e adultos para que o diagnóstico seja feito precocemente para salvar vidas. Neste sentido, a inclusão da contagem de TREC e KREC no Teste do Pezinho Ampliado, que já é realidade em algumas cidades brasileiras pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tem se mostrado um dos grandes aliados. Permite o diagnóstico e tratamento precoce de defeitos imunológicos mais graves, podendo evitar a morte e proporcionar qualidade de vida ao paciente e sua família. O Teste do Pezinho deve ser realizado entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê e a vacinação contra BCG deve aguardar o resultado, pois, pacientes com EII graves desenvolvem complicações após sua aplicação.

 

Com a melhora do diagnóstico, os pacientes precisarão do tratamento. A reposição de imunoglobulina é necessária em até 2/3 dos pacientes identificados com EII. A Dra. Anete Grumach, Coordenadora do Departamento Científico de Erros Inatos da Imunidade da ASBAI, reforça ainda a campanha criada pela Associação: Plasma Já Brasil. Ela conta que os pacientes sofrem com o fornecimento irregular de imunoglobulina humana, medicação de extrema importância para quem tem EII, e a pandemia fez agravar a falta do insumo. “No Brasil, a situação é particularmente complicada, pois não temos sistema de captação de plasma para produção nacional da imunoglobulina, nem a partir de sangue total doado, tampouco de doação específica de plasma. O produto é 100% importado”, comenta Dra. Anete

 

10 sinais de Alerta para Erros Inatos da Imunidade (EII) em Crianças

(Fundação Jeffrey Modell)

1) Quatro ou mais novas otites em um ano;

2) Duas ou mais sinusites graves em um ano;

3) Dois ou mais meses em uso de antibióticos, com pouco efeito;

4) Duas ou mais pneumonias em um ano;

5) Dificuldade para ganhar peso ou crescer normalmente;

6) Infecções cutâneas recorrentes, profundas ou abscessos profundos;

7) Candidíase persistente em cavidade bucal ou infecção fúngica cutânea persistente;

8) Necessidade de antibioticoterapia venosa para tratar infecções;

9) Duas ou mais infecções generalizadas incluindo septicemia;

10) História familiar de imunodeficiência primária. 

 

10 sinais de Alerta para Imunodeficiências Primárias em Adultos (Fundação Jeffrey Modell)

1) Duas ou mais novas otites em um ano;

2) Duas ou mais novas sinusites em um ano, na ausência de alergia;

3) Uma pneumonia em um ano, por mais de um ano;

4) Diarreia crônica com perda de peso;

5) Infecções virais recorrentes (respiratórias, herpes, verrugas, condiloma);

6) Necessidade recorrente de antibioticoterapia venosa para tratar infecções;

7) Abscessos profundos e recorrentes de pele ou órgãos internos;

8) Candidíase oral persistente ou infecção fúngica persistente em pele ou outros locais;

9) Infecção por micobactérias normalmente não patogênicas;

10) História familiar de imunodeficiência primária.

 



ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
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Vacinação é principal ferramenta no combate à meningite

Doença endêmica grave preocupa especialistas e autoridades da saúde frente à queda da cobertura vacinal em todo o país

 

Caracterizada por uma inflamação das meninges, as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, a meningite é uma doença grave e contagiosa, causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos, dentre outros, e agentes não infecciosos como, por exemplo, traumatismo.

Meningites de origem infecciosa, principalmente as causadas por bactérias e vírus, são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública, pela magnitude de sua ocorrência e potencial de produzir surtos. Devido à relavância do tema, a data de 24 de abril, marcada como o Dia Mundial de Combate à Meningite, visa destacar a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.

Geralmente, a transmissão das infecções virais e bacterianas ocorre por meio do contato com saliva e secreções respiratórias de um indivíduo contaminado, havendo necessidade de contato íntimo, como entre residentes da mesma casa, pessoas que compartilham o mesmo dormitório, creches, escolas entre outros.

Conforme a pediatra Rafaela Bellotti, que atua no Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, gerido pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, nos períodos mais frios, a incidência maior é de meningite bacteriana, devido às aglomerações em espaços fechados. Já a meningite viral é mais frequente no verão, já que o agente causador é transmitido por via oral.

A especialista explica que, em todos os casos, a única forma de realmente combater a doença, evitando surtos que colocam em risco toda a população, é com ações contra a desinformação, principal fator que levou ao atual cenário de baixa adesão à vacinação no país. “O perigo maior está com as crianças, que são as principais vítimas fatais de uma doença que poderia ser evitada com vacina”, reforça.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a queda da cobertura vacinal nos últimos anos no Brasil foi preocupante: a aplicação da vacina meningocócica C (conjugada) em menores de um ano de idade caiu, em apenas cinco anos, de 87,4% para apenas 47%. Ao mesmo tempo, somente no ano passado, foram confirmados aproximadamente 6 mil casos da doença, com mais de 700 óbitos em diversas regiões do país.



Cobertura vacinal

O Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde fornece a vacina meningocócica C em três doses: aos 3 e 5 meses, com reforço aos 12 meses (que pode ser aplicado até antes dos 5 anos de idade). Já a vacina meningocócica ACWY (vacina conjugada quadrivalente) é realizada em dose única, para adolescentes entre 11 e 14 anos.

Dra. Rafaela ainda lembra que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza as demais imunizações fundamentais para evitar a contaminação da doença:

- Vacina BCG: em dose única ao nascer, a criança fica protegida contra a meningite tuberculosa.

- Vacina pentavalente: em três doses, aos 2, 4 e 6 meses, a imunização previne o bebê contra a meningite causada pela bactéria Haemophilus influenzae sorotipo b.

- Vacina pneumocócica 10: aplicada em três doses, aos 2 e 4 meses, com reforço aos 12 meses, esta vacina previne contra a meningite causada por 10 sorotipos da bactéria Streptococcus pneumoniae.

Atenção aos sintomas

A meningite se manifesta com sintomas como febre, intensa cefaleia, vômitos, rigidez na nuca, apatia e falta de apetite. “Quando a doença acomete recém-nascidos e bebês, pode ser mais difícil detectar esses sintomas, então os pais precisam ficar atentos caso a criança se mostre irritadiça, menos responsiva a estímulos, aparecimento de abaulamento da fontanela (percebida como um inchaço na moleira), tenha convulsões, demonstre dificuldade para comer e apresente vômitos”, frisa a pediatra.

Em caso de qualquer suspeita da doença, a orientação é procurar um médico pois, devido a sua gravidade, torna-se fundamental o rápido diagnóstico e início do tratamento com antibiótico venoso.

A médica salienta que o paciente com meningite requer internação imediata para evitar o agravamento. “Sobretudo nos casos mais graves, como o da meningite meningocócica, a rápida intervenção médica pode evitar que a doença evolua para o coma e, até mesmo, para o óbito”, alerta.

Dra. Rafaela destaca, ainda, que, além da vacina, os hábitos adquiridos durante a pandemia são muito importantes e eficazes para o controle tanto da transmissão da meningite como de qualquer outra doença viral ou bacteriana.

“Manter as mãos higienizadas e usar máscaras diante de sintomas de infecção, principalmente em ambientes fechados, podem salvar vidas”, finaliza.


CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”

 

Abril Marrom: veja 7 dicas de como manter a saúde dos olhos e prevenir a cegueira

Divulgação/ZEISS

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% das causas de deficiência visual podem ser tratadas quando diagnosticadas precocemente.

 

Catarata, retinopatia diabética, glaucoma e a degeneração da retina são algumas das doenças que levam milhões de pessoas à cegueira em todo o mundo. E, apesar da importância da visão, é comum que o acompanhamento periódico junto ao oftalmologista e até mesmo o tratamento de doenças oculares já identificadas sejam deixados de lado pelos pacientes, colocando em risco a sua qualidade de vida e capacidade de enxergar.

De acordo com a projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% das causas de deficiência visual poderiam ser tratadas precocemente. O relatório da entidade aponta ainda que aproximadamente 285 milhões de pessoas em todo o mundo têm a visão prejudicada, sendo que a maioria dos casos poderiam ser evitados ou dispõem de tratamento.

Criada para alertar a população sobre doenças oculares que podem levar à cegueira, a campanha Abril Marrom, discute a importância do diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação das doenças que afetam a visão. Referência mundial em soluções para a saúde da visão, a alemã ZEISS reforça a campanha e faz alerta para a importância dos cuidados adequados com a visão.

“O cuidado com a visão é parte do nosso DNA e por isso apoiamos as ações de conscientização da população sobre a importância da saúde ocular”, afirma Guilherme Haddad, diretor da divisão médica da ZEISS Brasil. “Muitas doenças são silenciosas, então o acompanhamento com um oftalmologista é fundamental para evitar consequências graves como a cegueira”, completa.

Veja 7 dicas de como manter a saúde dos olhos e prevenir a cegueira.


1. Faça exames oftalmológicos regulares

A catarata é um exemplo de doença silenciosa e que evolui de forma muito lenta, motivo pelo qual nem sempre é possível percebê-la de imediato. Por isso, mesmo que você não tenha sentido grandes mudanças na sua visão, é importante ir ao médico oftalmologista regularmente.

Não deixe de informar ao médico especialista tudo sobre seu histórico familiar e os hábitos diários, incluindo as suas atividades no trabalho. Assim, ele terá como realizar exames mais precisos e adequados de acordo com a necessidade de cada paciente.


2. Proteja seus olhos dos raios UV

Procure usar óculos de sol com proteção UV quando estiver ao ar livre e evite olhar diretamente para o sol. A incidência de raios ultravioleta (UV) é um agravante para a possibilidade de desenvolver problemas na visão. Por isso, use óculos que protejam sua visão filtrando 100% dos raios nocivos. Como o Brasil tem registrado alta incidência de raios ultravioleta, o item é indicado principalmente para quem se expõe ao sol de forma recorrente.


3. Mantenha uma dieta saudável

Comer uma dieta equilibrada, com alimentos ricos em nutrientes como vitamina C, E e zinco, pode ajudar a prevenir doenças oculares. Quem sofre de diabetes tem mais chances de ter doenças como a catarata, por exemplo. Por isso, mantenha a dieta controlada, com visitas frequentes ao médico, seguindo as recomendações nutricionais e tomando os medicamentos prescritos.


4. Pare de fumar

O tabagismo está associado a várias doenças oculares, como degeneração macular relacionada à idade e catarata. Você sabia que fumar também pode aumentar as chances de desenvolver outras doenças da visão? O cigarro compromete a circulação sanguínea da retina, reduz a quantidade de antioxidantes no sangue e afeta a visão. Outro fator de risco é o consumo frequente e elevado de bebidas alcoólicas. Por isso, procure evitar esses hábitos para te uma visão saudável.


5. Evite o uso excessivo de dispositivos eletrônicos

Prolongar o uso de dispositivos eletrônicos pode causar fadiga ocular, vista cansada e dores de cabeça. E o dano pode ser ainda maior para as crianças. De acordo com um estudo publicado na revista Nature, o modelo de ensino em casa durante o período da pandemia aumentou a taxa de progressão da miopia em crianças, em comparação com os anos anteriores.

Já uma pesquisa publicada na revista Lancet mostrou que, entre 2019 e 2020, a progressão da miopia cresceu 40% entre os jovens de 5 a 18 anos, principalmente devido às restrições de circulação impostas pela pandemia. Os números mostram a importância das atividades ao ar livre e como o hábito contribui para diminuir a progressão da miopia, sobretudo entre jovens e adolescentes.


6. Evite lesões e mantenha uma boa higiene ocular

Lave as mãos com frequência e evite tocar seus olhos com as mãos sujas para prevenir a disseminação de infecções oculares, que podem causar sérios danos para a visão. Coçar os olhos também pode provocar o descolamento de retina, assim como alterações na córnea e hemorragias. Além disso, procure utilizar óculos de proteção durante a prática de esportes ou atividades de trabalho que possam causar lesões oculares.


7. Busque soluções cirúrgicas, quando indicado

Existem muitas formas de prevenir e impedir o avanço da catarata, mas a única forma de tratamento é o cirúrgico. O procedimento para remoção da catarata, seguido do implante de lentes intraoculares (LIOs), não só possibilita ao paciente voltar a enxergar, como ainda rejuvenesce a visão e aumenta a segurança na locomoção. A ZEISS conta com um portfólio completo de Lentes Intraoculares (LIOs) premium para diferentes perfis, hábitos e necessidades. Desta forma, o paciente pode escolher, junto com seu médico, o nível de independência dos óculos.


Clamídia: praticamente metade da população brasileira nunca ouviu falar de doença silenciosa que pode causar infertilidade, diz estudo

Além disso, entre as pessoas entrevistadas, 76% nunca fizeram um exame para saber se têm a doença


Todos os anos, cerca de 131 milhões de pessoas são contaminadas pela Clamídia, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os números preocupam especialmente porque é uma doença silenciosa que, se não tratada de maneira adequada, pode trazer diversas consequências — incluindo a infertilidade feminina e masculina. 

A maior parte das infecções por Clamídia ocorre sem causar nenhum sintoma. Foi devido a essa característica predominantemente assintomática, que a doença se disseminou pelo mundo. Por isso, também, conforme apontam especialistas, acontece com frequência da doença ser descoberta somente quando o casal vai tentar a gravidez e não consegue. E, pertinente ao assunto, o último estudo feito pela Famivita constatou que 49% dos brasileiros e brasileiras nunca ouviram falar sobre a Clamídia. Outro dado capturado pela pesquisa foi que 78% das mulheres que estão tentando engravidar, mencionaram desconhecer a doença. 

Causada pela bactéria Chlamydia Trachomatis, a enfermidade é transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas (vaginal, anal e oral) ou de mãe para filho, no momento do parto. Considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), ela atinge os órgãos genitais de homens e mulheres e pode também afetar os olhos e a garganta.

O prejuízo à capacidade reprodutiva é uma consequência comum da Clamídia. Isso porque quando ela se desenvolve e vai se tornando um problema mais grave, pode atingir órgãos responsáveis por isso. Nas mulheres, por exemplo, a Clamídia pode significar infertilidade, à medida que provoca a inflamação do útero e das tubas uterinas, causando a Doença Inflamatória Pélvica (DIP). Isso pode fazer com que as tubas fiquem obstruídas, impedindo a passagem dos espermatozoides ou do embrião. Favorece, ainda, a gestação ectópica, ou seja, fora do útero, considerada de risco para a mulher.

Os homens também podem se tornar inférteis como consequência da Clamídia. As duas principais doenças relacionadas são a prostatite e a epididimite, inflamação na próstata e no epidídimo, respectivamente. Estas enfermidades podem prejudicar ou impedir o transporte dos espermatozoides, causar alterações seminais e distúrbios hormonais, incluindo diminuição do número total de espermatozoides.


Quem vê cara, não vê infecção

As IST's são causadas por vírus, bactérias e outros agentes e disseminadas principalmente pelo contato sexual sem proteção. Anteriormente elas eram chamadas de DST's (doenças sexualmente transmissíveis). A nomenclatura foi alterada porque, segundo a OMS, o termo “doença” se refere a um problema de saúde que resulta em sinais visíveis no organismo, e muitas pessoas contraem as IST's e não apresentam nenhum sintoma, como no caso da Clamídia. 

Porém, apesar de ser assintomática em cerca de 70% dos casos, a Clamídia pode se revelar em alguns sinais, como vontade frequente de urinar e ardência durante o ato, corrimento vaginal ou uretral, inchaço na vagina, nos testículos e no ânus, entre outros. E o estudo feito pela Famivita também explicitou que entre as pessoas entrevistadas, 76% nunca fizeram um exame para saber se têm Clamídia, sendo que 22% responderam que sim, realizaram a análise e deu negativo, e 2% disseram que tiveram um resultado positivo. 

Importante ressaltar que o índice de pessoas que já receberam um exame positivo para Clamídia convergiu para a faixa etária dos 45 aos 49 anos, com 30%. Além disso, as análises que retornaram positivamente, relativas às pessoas entrevistadas, em geral, foi de 12%, sendo que 18% concentraram-se nos exames dos homens.

As informações por Estado, deram conta que o Espírito Santo é a localidade em que mais pessoas têm ciência acerca da Clamídia, com 63%, seguida pelo Amapá, com 62%. Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal aparecem nesse ranking com 58%, 56% e 55%, respectivamente. Já Maranhão e Rondônia empataram, com 41% respondendo saberem a respeito dos perigos da Clamídia.

 

A saúde começa pela boca: entenda como a higiene bucal pode prevenir demência, infarto, diabetes e pneumonia

 
A saúde bucal é um componente essencial do bem-estar geral, e a falta de higiene adequada pode levar a problemas de saúde muito além dos dentes e gengivas. A cirurgiã-dentista e especialista em periodontia Dra. Bruna Conde explica como bactérias na boca podem afetar várias áreas da saúde, incluindo diabetes, demência e pneumonia, e destaca a importância do exame periodontal como parte dos cuidados regulares de saúde.


 

O Perigo Escondido na Boca


O ambiente interno da boca é um refúgio perfeito para o crescimento de bactérias, que se alimentam dos nutrientes encontrados nos alimentos e bebidas que consumimos. Quando as bactérias nocivas se acumulam ao redor dos dentes e gengivas, elas podem levar à doença periodontal, uma infecção e inflamação das gengivas e dos ossos que cercam os dentes.

 

Aproximadamente 47% das pessoas com 30 anos ou mais têm algum tipo de doença periodontal, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças. “Se não for tratada, a doença pode progredir de gengivite (inflamação gengival) para periodontite, uma forma mais grave da doença que pode resultar na perda de dentes e ossos.” alerta Bruna Conde.


 

Conexões entre Saúde Bucal e Doenças Sistêmicas

 

Diabetes

A relação mais bem estabelecida entre saúde bucal e doença é a conexão entre a doença periodontal e o diabetes. A inflamação sistêmica causada pela doença periodontal pode afetar a capacidade do corpo de sinalizar a necessidade de insulina e responder a ela. Estudos mostraram que o tratamento da doença periodontal em diabéticos pode reduzir seus custos gerais de saúde em 12% a 14%.

 

Pneumonia

A pneumonia por aspiração bacteriana pode ocorrer quando grandes quantidades de bactérias da boca são inaladas e se instalam nos pulmões. Isso é especialmente preocupante para pacientes hospitalizados, idosos em abrigos e aqueles que não podem cuidar adequadamente de sua higiene bucal. O atendimento odontológico preventivo pode reduzir o risco de desenvolver esse tipo de pneumonia.

 

Doença Cardiovascular

A Dra. Bruna Conde comenta que há uma ligação significativa entre a periodontite e o infarto, derrame, acúmulo de placa nas artérias e outras condições cardiovasculares. Embora a relação exata ainda não seja clara, as bactérias periodontais podem viajar para as artérias em pacientes com doenças vasculares, potencialmente desempenhando um papel no desenvolvimento da doença. A inflamação nas gengivas também tem sido associada a níveis mais altos de proteínas inflamatórias no sangue, que estão relacionadas a problemas cardíacos. 

 

Complicações na Gravidez

A doença periodontal grave tem sido associada a bebês prematuros com baixo peso ao nascer. O tratamento da doença periodontal durante a gravidez pode melhorar o peso ao nascer e reduzir o risco de parto prematuro e morte fetal ou neonatal. As bactérias orais também podem causar inflamação no útero e afetar a placenta e os tecidos fetais.

 

Demência

Os pesquisadores estão cada vez mais interessados no papel da saúde bucal na demência, particularmente na doença de Alzheimer. As bactérias encontradas na boca foram identificadas no tecido cerebral de pacientes com Alzheimer, sugerindo um papel potencial na doença.

 

A doença periodontal pode afetar o cérebro diretamente através da infecção do sistema nervoso central ou indiretamente, induzindo inflamação sistêmica crônica que afeta o cérebro. No entanto, a doença periodontal é apenas um fator de risco entre muitos para pessoas com predisposição ao mal de Alzheimer ou outras formas de demência.

 

“A saúde bucal é um aspecto crucial da saúde geral, e a falta de cuidados adequados pode levar a problemas sistêmicos graves. É essencial incluir o exame periodontal (exame das gengivas) como parte dos check-ups regulares com um dentista para garantir a detecção precoce de doenças periodontais e prevenir complicações futuras. Visite o dentista especialista em Periodontia e descubra se tem alguma doença na gengiva. Pode ser assintomático, não espere sentir algo para procurar ajuda. Além disso os profissionais da saúde de outras áreas deveriam encaminhar e tratar em conjunto com o periodontista para bem estar completo dos pacientes.” Finaliza a Dra. Bruna Conde. 




Dra. Bruna Conde - Cirurgiã-Dentista.
CRO SP 102038


Doença de Chagas: devemos falar dela todos os anos

Sim, 14 de abril já passou, mas sempre é tempo de falar sobre a conscientização que a o Dia Mundial da Doença de Chagas propõe. Afinal, embora seja uma doença antiga, com mais de 120 anos de história registrada, a Doença de Chagas permanece contagiando muita gente e, em mais casos do que deveria, matando milhares de pessoas em todo o mundo. Presente em mais de vinte países somente no continente americano, estudos mostram que 90% das pessoas portadoras da doença desconheçam sua condição por falta de acesso a um diagnóstico adequado, o que revela que, além de tudo, ela também continua negligenciada pelas políticas de saúde em muitos lugares. 

A doença de Chagas afeta mais de 6 milhões de pessoas em todo o mundo, a maioria delas na América Latina. Entretanto, devido ao aumento da mobilidade da população, a doença é cada vez mais detectada em outros países e continentes. Cerca de 30 mil novos casos e 10 mil mortes são relatados na América Latina a cada ano. No Brasil, o número médio de casos e óbitos é relativamente baixo, mas como as mortes se concentram em apenas um estado do país (no Pará), é importante ressaltar a importância da criação de políticas públicas regionais específicas para reduzir a proliferação da doença no Norte do Brasil. 

Embora muitos acreditem que a Doença de Chagas é transmitida pela picada do barbeiro, não é isso que ocorre. A transmissão acontece quando a pessoa que foi picada coça o local e as fezes eliminadas pelo barbeiro penetram pela pequena ferida da picada. As fezes do barbeiro contêm o protozoário chamado Trypanosoma cruzi, é ele que gera a doença.   

A transmissão pode também ocorrer por transfusão de sangue contaminado e durante a gravidez, da mãe para filho.   

Ao ser infectado, o novo portador da Doença de Chagas pode apresentar sintomas como febre, mal-estar, inflamação e dor nos gânglios, vermelhidão e inchaço nos olhos, aumento do fígado e do baço. Porém, como muitas vezes a a febre tende a desaparecer rapidamente, muitas pessoas não dão a atenção necessária para o problema. Em alguns casos, os sintomas não são percebidos e a pessoa descobre a doença 20 ou 30 anos depois de ter sido infectada.   

Assim que cai na circulação sanguínea, o Trypanosoma cruzi imediatamente afeta os gânglios, o fígado e o baço. Em seguida, atinge coração, intestino e esôfago e vai deixando suas marcas. Nas fases crônicas da doença, pode haver destruição da musculatura desses órgãos, além de flacidez provocada pelo crescimento, e um aumento substancial do coração, do cólon e do megaesôfago. Essas lesões são definitivas e irreversíveis.   

A doença de Chagas pode não provocar lesões importantes em pessoas que apresentem resposta imunológica adequada, mas pode ser fatal para outras. Por isso, é extremamente importante atentarmos para o diagnóstico. O período de incubação dura de cinco a 14 dias após a infecção pelo protozoário e o diagnóstico é feito através de exame de sangue, que deve ser prescrito, principalmente, quando o paciente vem de zonas endêmicas e apresenta os sintomas acima relacionados. 

Caso se confirme que a pessoa é portadora, o tratamento deve ser iniciado imediatamente – vale destacar que essa intervenção costuma ser satisfatória na fase aguda da doença, que ocorre enquanto o protozoário ainda está circulando no sangue. As medicações que combatem a doença de Chagas – nifurtimox e o benznidazol – devem ser ministradas em hospitais devido aos efeitos colaterais que elas podem causar.  

Na fase crônica, que ocorre após a aguda, essas medicações não têm a mesma eficácia, então o tratamento passa a ser direcionado às manifestações da doença, a fim de controlar os sintomas e evitar complicações.   

Infelizmente, não existe vacina para a doença de Chagas. Desta forma, o único caminho que temos para romper o ciclo da doença é conscientizar a população. As pessoas precisam conhecer os fatores de risco de infecção, ter acesso a protocolos de manejo clínico atualizados, contar com profissionais de saúde treinados e a disponibilidade, pelo Serviço Público de Saúde, principalmente, de insumos para a oferta de diagnóstico e tratamento. Esta é uma questão de saúde pública que afeta milhares de pessoas e representa um grande impacto socioeconômico para todo o mundo, por isso devemos falar da Doença de Chagas todos os anos, até que ela deixe de nos impactar. 

   

Sandra Gomes de Barros - infectologista e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro - Unisa   


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